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Os Contos de Henry Mendes

Os Contos de Henry Mendes

Henry Mendes

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Leituras
12
Capítulo

Olá, meu nome é Henry Mendes, e vou contar a vocês algumas histórias que ouvi num café contado por diferentes pessoas. A princípio achei fantasiosas, mas foi assim que cada uma delas me narrou. Todas de diferentes ocasiões. Elas nunca se encontraram e o que eu ouvi foi muito impressionante. Do mesmo escritor de "Apartamento 79" e "Apartamento 79, vermelho", disponível para leitura no Lera.

Capítulo 1 Sílvia

Conto. 1

A primeira história é de Silvia, uma mulher solteira, sozinha e com uma fantasia em particular. Quando Silvia descobriu o hotel ela precisou ver com os próprios olhos. Mesmo desacreditando de tudo que foi contado sobre ele. O seu desejo por algo novo, misterioso, a levou direto para quarto nove do Hotel Home Night-Party. Foi assim que ela narrou.

***

Estava no uber quando começou a chover. A chuva não era forte, mas estava frio. Coloquei um casaco que descia até meus joelhos. O motorista não falava muito, era melhor assim, não iria conseguir prestar atenção no que ele dizia. Afastei-me muito da minha cidade. Tudo para chegar a um bendito hotel no meio do nada.

Estou me sentindo uma idiota e vocês vão descobrir o porquê daqui a pouco. Se o que me contaram for verdade, o que duvido muito. Mas aqui estou eu.

O motorista do uber não estava muito à vontade, acho que era por isso que ele não falava muito. De vez em quando, ele olhava pelo espelho com certa atenção, até demais. E para os lados a toda hora. Desconfiado talvez. Era noite, muito tarde, se alguém deveria ficar com medo aqui era eu. Ele virou uma rua, devagar, na dúvida se estava no lugar certo e a toda hora olhava no celular. O lugar era deserto e assustador, devo admitir. Ele seguiu mais adiante e depois parou.

– Chegamos – disse o motorista olhando pelo espelho. Parecia mais aliviado de ter chegado ao destino.

Eu olhei pela janela, e, sim, tínhamos chegado. O agradeci e desci do carro logo abrindo meu guarda-chuva.

– Tem certeza que é aqui? – perguntou o motorista. Eu entendia sua preocupação.

– Sim, eu tenho.

O motorista logo foi embora e eu fiquei ali parada, naquela chuva diante do Hotel Home Night-Party, escrito em letras vermelhas. Fachada antiga, bem antiga e acho que tinha uns 15 andares ou mais. A minha pergunta era: alguém ainda se hospedava ali?

Cheguei aqui por conta de uma mulher que conheci num café. Ela me contou coisas sobre este hotel que eu nem sei por onde começar. E, inacreditavelmente, vim parar aqui. E não vou descobrir se todas essas histórias são verdades ficando aqui nessa chuva. Estava nervosa, assustada, mas ansiosa. Na verdade, muito curiosa. Respirei fundo e entrei empurrando uma porta com detalhes em dourado. O lugar era lindo, mas aquele ambiente antigo me dava arrepios. Poltronas vermelhas e antigas, parecia tudo tirado de uma loja de antiguidades. Segui em frente, atravessei aquele belo hall de entrada e um senhor me esperava na recepção. Era bem velho e usava óculos, suas lentes eram empoeiradas, e seu terno combinava perfeitamente com o lugar. Vermelho com detalhes em dourado.

– Boa noite – disse o velho me cumprimentando com um leve sorriso e com as mãos juntas sobre o balcão brilhante. ¬– Meu nome é Antonio Lambert, em que posso ajudar?

– Boa noite, eu quero um quarto, é claro.

– Fez reserva?

"Quem faria uma reserva aqui", pensei.

– Não – respondi.

– Acho que tenho um bom quarto para você, vai gostar da chuva batendo na janela. Todos gostam.

– Eu quero o quarto nove – disse antes que ele me oferecesse outro quarto.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Me encarou, e depois falou:

– Vou ver se o nove está desocupado – disse e se virou.

Era só o que faltava. Chegar até aqui para nada. Ele demorou um pouco, até demais, e minha ansiedade só aumentava.

– Sim, está desocupado – disse com a chave na mão. – Vai passar a noite?

– Sim, só uma noite.

– Dinheiro ou cartão?

– Cartão – respondi abrindo a bolsa.

Assinei um livro, bem antigo de folhas amareladas, e depois ele me entregou a chave do quarto, era dourava. Nos hotéis mais modernos me entregariam um cartão. Mas deixei esse detalhe para lá.

– É no terceiro andar – disse ele. – Pegue o elevador ou se preferir as escadas.

Fui para o elevador, na mesma hora em que uma mulher surgia das escadas. Abaixou a cabeça assim que me viu e passou por mim tomando a direção da saída, ela não queria que eu visse seu rosto. Foi bem estranho. Pensei um pouco olhando aquela chave dourada em minha mão e entrei no elevador, apertei o número três e a porta se fechou com um som estridente. Um som antigo, como se a qualquer momento fosse dar algum tipo de defeito. O elevador subiu, parou, a porta abriu e eu saí. Havia três portas: o quarto sete, o oito e, à minha direita, estava o quarto nove com o número em dourado. Era o único em dourado, e a única com uma porta vermelha e um pouco envelhecida. Usei a chave e entrei.

Achei que fosse sentir algum cheiro de lugar antigo, empoeirado, sujo, mofado, mas não foi o que vi ali. Fechei a porta, olhei a volta e me sentei na cama, era confortável. Havia um televisor antigo de tubo e uma escrivaninha com cadeira próxima a janela, e um sofá de dois lugares. E um banheiro limpo que logo usei. Voltei, coloquei minha bolsa sobre o sofá, olhei pela janela e pensei:

– O que estou fazendo aqui? – em voz alta.

Achei melhor não perder tempo, me sentei na cadeira da escrivaninha, fechei os olhos e pensei no que gostaria de fazer ali. Levei a mão até um livro, lembrava aquele lá embaixo que acabei de assinar. Peguei uma caneta e abri, havia muitas coisas escritas aqui, ma não vou ler, vou me concentrar no que vim fazer aqui. Escrevi e fechei o livro. Sim, foi assim que a mulher do café me falou para fazer, e a boba aqui acreditou. Voltei para a cama e esperei, esperei, até demais. E quando já desistia, alguém bateu na porta.

Não respondi na hora e meu coração acelerou. Então bateram mais uma vez.

– P-pode entrar – disse respirando fundo e olhando atentamente.

A porta se abriu emitindo uma luz estranha, franzi os olhos, e depois um homem vestido de branco entrou empurrando uma cama de massagem. Fechou a porta e a luz se foi, e empurrou aquela cama até ficar diante de mim. Fiquei boquiaberta e em silêncio. Ele era bonito, do jeito que imaginei, fantasiei, do jeito que eu queria, que eu gostava. Exatamente como escrevi no livro. Fiquei encantada.

– Quando estiver pronta, tire sua roupa e ponha esse roupão – disse ele me entregando um roupão branco.

Ainda não conseguia falar, por um segundo achei que via coisas. Que estava maluca. Me virei, sem graça e tirei minha roupa ali mesmo: meu casaco, minha blusa, minha saia com muita calma. Joguei os sapatos em qualquer lugar e fiquei só de lingerie.

– Tire tudo – disse ele.

Tirei meu sutiã e minha calcinha e joguei na cama, e coloquei o roupão bem rápido. Fiquei esperando enquanto ele se preparava. O observando, como se não acreditasse no que via, era tão belo e forte. Como algumas mulheres diziam: era um deus grego. Ele se aproximou de mim, por trás, delicado, tirou meu roupão e me mandou deitar de bruços na cama de massagem. Me deitei e ele cobriu meu bumbum com uma toalha branca, fiquei com as costas nuas. E esperei.

Ele andou a minha volta e depois parou bem na minha frente, ele ficou de pé diante de mim com seu membro a poucos centímetros da minha cabeça. Senti algo escorrendo em minhas costas, um óleo, e depois suas mãos deslizando por ela, aquele toque me arrepiou muito, contrai o corpo, era macia, delicada, suspirei com aquele toque. Ele espalhou em minhas costas, até minha cintura e tocou de leve o lado dos meus seios.

Ele saiu da minha frente e passou aquele óleo mágico em minhas pernas e coxas, e a toalha continuava no lugar. Ele passou a mão na ponta dos meus dedos, senti cócegas, e nas minhas panturrilhas e voltou para minhas coxas. Sua mão deslizava bem entre minhas pernas e eu cheguei a fechá-las de susto quando ele subiu um pouco mais. Ele a abriu e continuou. Ele subia mais, e mais, e a toalha continuava no lugar. Até que a senti raspar minha vagina, bem de leve, fechei as pernas de novo e ele a abriu delicadamente, e tirou toda a toalha deixando meu bumbum totalmente exposto. Devo ter ficado vermelha e quis puxar a toalha de volta. Mas ele a jogou no chão.

Ele pegou mais óleo e jogou sobre meu bumbum, senti escorrer no meu ânus e na minha buceta. Depois senti o toque de suas mãos. Elas agarraram minhas nádegas fazendo meu corpo arrepiar. Ele a massageava e abria minha bunda, como se quisesse ver meu ânus, deixá-los à mostra, como se quisesse apreciar toda minha parte íntima. Ele fez isso várias e várias vezes, cheguei a empinar o bumbum e meus dedos dos pés se contraíram. Aquilo estava me deixando com tesão e gemi algumas vezes. Senti escorrer mais óleo e ele espalhou por todo meu corpo. Ele agarrava minhas nádegas e passava a mão bem entre minhas pernas, aquelas mãos fortes me alisando continuamente. Gemi mais alto quando ele colocou o dedo no meu ânus, o esfregou, até enfiar um pouco lá dentro. Ele tirava e colocava, várias vezes e meu bumbum empinava, todas às vezes. Eu apertava a cama com minhas mãos e aquela excitação dominava meu corpo. Ninguém nunca me tocou assim antes, e aquele óleo deixava tudo mais gostoso. Depois colocou o dedo dentro da minha buceta, eu enlouqueci, eu senti seus dedos mexendo lá dentro, depois dois. Me masturbou e eu me molhei, eu molhava a cama e seus dedos, me sentia lubrificada.

Ele tirou os dedos e voltou a ficar na minha frente, senti seu pau roçar minha cabeça, estava duro. Eu levantei a cabeça para olhar enquanto ele massageava minhas costas. Eu conseguia ver aquele volume por baixo da calça, então, ele o tirou para fora deixando seu pênis ereto exposto bem na minha frente. Ele chegou perto da minha cabeça, da minha boca e eu o chupei. Como se nunca tivesse feito isso antes. Foi o pau mais gostoso que já coloquei na minha boca. Aquele era meu desejo, era o homem dos meus sonhos e eu o queria inteiro dentro de mim.

Ele tirou o pênis da minha boca e me mandou virar. Ele se afastou e pegou mais óleo e o espalhou nos meus seios, ele o acariciava em movimentos circulares várias vez que cheguei a revirar os olhos estava a ponto de ter um orgasmo. Ele apertava e puxava meus mamilos, descia até minha barriga, meu umbigo, até chegar aos meus pelos pubianos. Ele pegou mais óleo e jogou sobre ele, abriu minhas pernas e passou a palma da mão por toda minha buceta espalhando todo aquele óleo. Passava os dedos delicadamente nos meus lábios genitais até brincar com meu clitóris. Ele deixou meu grelo exposto, estava rígido, intumescido, sensível, eu não aguentava mais, eu ia explodir. Depois ele deixou de castigar meu clitóris e segurou minhas pernas bem abertas, minha vagina dilatando. Nunca tinha sentido tanto tesão na minha vida, então ele enfiou dois dedos e me masturbou de novo. Minha lubrificação se misturava com o óleo, eu gemia, gritava e agarrava seu pau inteiro em minha mão. Ele subiu na cama e me comeu, colocou bem fundo. Eu agarrei suas costas sentindo aquele corpo musculoso todo sobre mim e seu pau bem fundo dentro da minha vagina molhada. Revirei os olhos e gemi bem alto, o mais alto que pude. Ele apertava meus seios e socava com força. Ele abria minhas pernas e me comia com mais vontade. Ele gemia na minha orelha e sussurrava meu nome que nem tinha falado. Quanto mais ele gemia, mais eu enlouquecia. Tirou seu pau molhado e me chupou, enfiou a língua até chegar ao meu ânus. Meus olhos reviraram, eu estava para gozar, eu segurava sua cabeça entre minhas pernas e esfregava minha buceta na sua cara, então ele me comeu de novo. Meu corpo subia na cama com cada estocada que dava. Parecia que estava flutuando, não parecia humano, era algo sobrenatural. Prazerosamente sobrenatural. Ele me fodeu, e me fodeu até eu gozar no seu pau. Eu o molhei, senti meu próprio gozo escorrer em meu ânus e pingar na cama. Nós... flutuávamos. Aquela luz intensa voltou a dominar nossos corpos e não havia mais maca, somente eu e ele, Ele tirou o pênis da minha buceta e gozou na minha barriga, ejaculou até espirrar na minha boca. Nunca vi tanta porra sobre meu corpo, eu queria chupá-lo, queria na minha boca. Ele me abraçou forte, seu corpo parecia entrar no meu como uma névoa cintilante. Arrepiou-me e depois não o senti mais.

Meu corpo relaxou profundamente, minha visão embaçava, parecia que estávamos voltando para a maca. Não via nada, apenas um vulto branco saindo de cima de mim. A estranha luz sumiu e ele desapareceu junto com ela. Ainda sentia minha vagina dilatar, queria gozar, e, depois, eu adormeci.

Eu só me lembro de acordar nua na cama do hotel. Estava limpa, não havia sêmen sobre mim, como se tudo tivesse passado apenas de um sonho, o sonho mais erótico que já tive. Não havia ninguém, nenhuma cama de massagem. Aquele homem me fez gozar como nunca e desapareceu, como se nunca tivesse existido. Como algo sobrenatural que possuiu todo meu corpo.

Me vesti e saí do quarto nove, a chave dourada sumiu, peguei o elevador e sai no hall de entrada, e, como fez aquela mulher que não queria que seu rosto fosse visto, eu também fiz a mesma coisa quando passei ao lado de alguém. Até eu sair do Hotel Home Night-Party.

Essa foi a história de Sílvia. O que sei sobre o Hotel Home Night-Party, é que antes, há muitos anos mesmo, ele era um bordel para homens, todos os tipos de homens, menos o quarto 9 que era reservado somente para mulheres, que o frequentavam secretamente.

Henry Mendes

Fim

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