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UM MARIDO POR CONTRATO

UM MARIDO POR CONTRATO

HellenLindinha

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Leituras
1
Capítulo

Lorena volta para sua cidade natal após comprar o próprio marido. Disposta a vingar-se de todos.

Capítulo 1 UM

A noite começava a cair e o vento gelado lambia o rosto de Lorena de forma suave. A nova cidade era bem diferente do Rio de Janeiro, onde o frio em si, quase numa costumava dar o ar da graça. Ao lado de Lorena estava Celeste, uma espécie de mucama e fiel escudeira. Quando Lorena mencionara o desejo de retornar a sua cidade natal, a velha senhora não hesitou em prontificar-se a mudar juntamente com sua patroa para o interior de São Paulo.

- Me permita perguntar: a senhora está ansiosa com algo, doutora? Os olhos vagos de Lorena mantinham-se fixos para fora do carro, deixando memórias antigas de sua adolescência serem trazidas de volta, o que rapidamente fazia-lhe retornar a um passado não tão agradável. - Não sei dizer, Celeste. Talvez sim, mas nada que seja impossível de controlar. Não se preocupe. - Respondeu a jovem com um riso singelo. Celeste conhecia a sua patroa o suficiente para entender que aquele tom monótono empregado em sua resposta queria dizer que Lorena não estava nada bem e que ao mesmo tempo não gostaria de qualquer tipo e insistência no assunto. - Bruno sabe que estou de chegada? - Lorena retirou os óculos e voltou o olhar para Celeste. - Absolutamente nada foi informado, senhora. Seu desejo foi respeitado. Ainda pretende chegar de surpresa, não? Mas caso tenha mudado de ideia eu posso ligar a mansão e avisar ao seu marido que estamos perto - Celeste dizia isso se aprontando para abrir a bolsa e pegar o celular. - Guarde o telefone. Não mudei de ideia. Vamos surpreendê-lo! ~*~ Bruno já estava bêbado o suficiente para perder o pouco equilíbrio que lhe restava. Há dias que o rapaz vinha mantendo uma rotina de festas e mulheres, tudo regado a muito alcool. Com isso o jovem desejava esquecer os problemas de família e o fato de terem perdido tudo o que tinham - até finalmente chegar ao ponto de se casar de forma arranjada com Lorena. E não era somente o fato de se sentir vendido que o deixava extremamente desapontado e infeliz consigo mesmo. Havia outra razão para que Bruno se mantivesse completamente desconfortável: Lorena não havia nascido uma mulher como as demais. o moço pensava que se fosse uma simples garota qualquer, até mesmo desprovida de beleza, o casamento não seria um fardo ou motivo de vergonha. Contudo, a união com Lorena o tornaria uma tremenda chacota em toda a cidade e jamais teria aceitado se expor daquele jeito se não fosse a grande influência de sua mãe, Soraya. Ela temia que a hipoteca do imóvel vencesse que a qualquer momento uma ordem de despejo chegasse. A megera viu naquela união o contrato perfeito para salvá-los de uma ruina. E aos olhos d Bruno, Lorena não havia comprado somente aquela mansão, era como se o próprio viesse de brinde por meio de um casamento completamente arranjado. Ele jamais se casaria com a uma mulher trans. Ele se opusera prontamente a ideia quando foi informado pela mãe sobre a proposta que Lorena enviara por um email. E nãoq ue Soraya se sentisse bem com uma união daquelas, mas parecia nao haver outra saída e aos olhos dela seria justo o filho se sacrificar uma única vez pela família. A proposta incluía um casamento com Bruno e em troca Lorena daria uma bela pensão a eles e não os despejaria da mansão. O que todos não entendiam eram as razões da moça para se prestar aquilo e despender tanto dinheiro de sua fortuna com algo aparentemente sem propósito. Bruno, porém, nem imaginava que aquele não era um dia ideal para se fazer uma festa daquela dimensão. Não pelo menos no dia em que sua esposa chegaria de viagem e para ficar. - Morreu? - Eduardo aproximou-se de Bruno, que estava jogado no sofá após sentir náuseas. - Um mal-estar chato, apenas! Vai passar! - Respondeu desembaçando os olhos. - Queria entender como consegue convidar tantas mulheres gatas para suas festas - Eduardo dizia isso ao mesmo tempo em que tentava puxar uma das garotas que passava pelo braço. Porém foi ignorado - E esnobes também! - Murmurou o rapaz. Diante do silêncio do colega, Eduardo prosseguiu: - E aquela sua história do casamento com uma... Bom, você sabe hahahaha - Ria o jovem. Lembrar-se daquele incidente apenas piorava a náusea de Bruno e fazia o estômago se retorcer ainda mais dentro do abdome. - Jura mesmo que você veio aqui para zombar da minha cara? Você já sabe mais do que ninguém que foi algo puramente arranjado. Todo o processo foi feito por meio do advogado dela... - Ou seria "dele" - Eduardo não iria desistir das piadas tão cedo - Mas deculpa, cara, isso é engraçado. Quem diria? O másculo e viril Bruno numa situação tão inusitada dessas! E me fala, no contrato diz alguma coisa sobre... Você sabe, quem vai ser o homem da relação? - Gargalhava Eduardo. - Parece com essas insinuações! Que nojo você me fazer pensar nessas coisas desagradáveis! - E quer dizer que tudo foi feito pelo advogado... - Sim, Não vejo essa... Bom, essa pessoa desde quando partiu daqui, quando ainda era... Aquilo! - Havia um certo constrangimento na fala de Bruno. - I- na-cre-di-tá-vel! - Eduarda n~~ao iria ceder. - Cara, vai se ferrar! Mete o pé, vai correr atrás de alguma garota por aí, sei lá. Só não me enche o saco! Eduardo era um homem de quase trinta anos. Bruno e ele se conheciam desde a adolescência. Eduardo era um pouco mais baixo que o colega, de cabelos castanho escuros. Bruno beirava os um metro e noventa, cabelos castanho claros e olhos esverdeados. A tonalidade dos olhos de Bruno no o ajudaria tanto se não fosse somada a maneira sensual que o rapa costumava olhar para uma mulher. Coisa que Eduardo invejava. - Mas olha, nem foi tão ruim assim. Pois vocês dois se casaram e em troca "ela" - Eduardo fizera aspas com os dedos - banca sua família e não os expulsa dessa mansão maravilhosa. Talvez se hidratar melhorasse o mal-estar, pensava Bruno pegando um copo com água da bandeja de um dos garçons que passavam. - Bom, já tem um tempo que el..a disse que viria a Jundiaí, mas não informou quando! Bruno bebeu com sede a agua. - Mas espero que "ela" não cobre toda essa mordomia que tem te proporcionado pedindo uma bela noite de amor... Imagina? Sem ter muito como reagir, Bruno pegou uma almofada e arremessou em direção ao amigo. Malota era um bairro nobre de jundiaí onde Lorena nunca imaginou que um dia pudesse morar. Porém, agora, sendo uma médica muito bem sucedida e dona de três clínicas no Rio de Janeiro, retornava a sua cidade natal disposta a mostrar a todos de seu passado que o fracasso era algo completamente desconhecido para ela. E aqueles que um dia a julgaram ou duvidaram de sua capacidade erraram - e erraram feio. Pois além de se tornar uma mulher deslumbrante, Lorena era culta e dona de uma incontável fortuna. Aquela cidade do interior de São Paulo nada tinha a ver com a badalada Rio de Janeiro onde Lorena passara os últimos dez anos de sua vida. O carro caminhava por aquelas ruas silenciosas e casas de dimensões faraônicas. Os flashes de memórias a faziam recordar-se das vezes em que iam até a casa da então patroa - Soraya - onde faziam as tarefas domésticas. E bastou apenas essas pequenas lembranças para que a saudade de sua mãe apertasse o coração e por quase pouco se transformaria em lágrimas. - É esta a rua, senhora! - Lúcio mantinha os olhos fixos na estrada, admirado com as imensas construções e os luxos do bairro. - Sabe quando o restante das outras coisas chegarão, Celeste? - A previsão é de que tudo já esteja no seu armário amanhã pela manhã, doutora. Eu mesma me encarreguei acompanhar as embalagens de roupas e demais pertences pessoas da senhora. E não era pouca coisa. Lorena havia adquirido um gosto refinado após todos aqueles anos e isso se refletiu na maneira de se vestir e se portar. Seria natural que precisasse de um imenso armário onde seriam colocadas as roupas, joias, sapatos e bolsas. - Muito gentil da sua parte, Celeste. E finalmente o automóvel parou bem em frente ao destino. Ao comunicar ao porteiro do condomínio sobre quem Lorena era, o homem prontamente abriu a cancela para dar passagem ao carro. Ainda de dentro do carro já se podia ouvir o som de música alta vinda de dentro da mansão. Havia uma fileira de carros estacionadas em frente a gigantesca casa. E lorena sabia que seu marido jamais daria uma festa daquelas para recebê-la. Tão logo o motorista estacionara o carro após uma baliza delicada, a jovem médica se erguia imponente para fora do veículo. Os seguranças que escoltavam a entrada da festa não deixaram de reparar a linda mulher que caminhava até eles. Talvez uma das mais bonitas que o patrão Bruno talvez já tivesse convidado para suas resenhas, pensavam. Os seguranças a observavam começando pelos pés, onde vestia uma sandália com tiras pretas entrelaçadas sobre o dorso do pé, contrastando com a pele branca e o esmalte claro nas unhas.O sapato tinha um salto médio que apenas servia para realçar a altura de mais de um metro e setenta de Lorena. Depois os olhos acompanhavam as pernas longilíneas e a pele cintilante e aparentemente macia, isso até onde o tecido justo do vestido preto midi permitia. O look era comportado, com as mangas longas, porém o fato de ser apertado na medida certa, contornavam com delicadeza e sensualida*de as curvas da mais nova moradora daquela cidade. Era mais que óbvio que Lorena escolheria uma roupa digna para uma recém chegada que estava prestes a debutar em uma das maiores elites do interior do estado. E claro, também fora mais que o suficiente para deixar os seguranças que se mantinha em pé na porta da mansão muito animados. Atrás de Lorena Celeste subia carregando sua mala de rodinhas e a bolsa de mão da patroa. As demais bagagens, as mais pesadas, eram trazidas por Lúcio que fechava o porta-malas. - Boa noite, senhorita. Podemos ver o seu convite? - Disse o homem da esquerda. - Não tenho convite, querido! - Respondeu Lorena calmamente. - A festa é apenas para convidados, me desculpe. - O segurança mais baixo parecia desconcertado com a beleza daquela estranha mulher. em silêncio Lorena voltou os olhos para Celeste, o que foi o suficiente para fazer a mucama entender o que deveria ser feito. - A doutora é a dona da casa. Não é uma boa ideia impedirem-na de entrar! Nem mesmo a voz rouca e mansa de celeste fora capaz de fazer aqueles dois homens compreenderem a situação. - Sinto muito, mas não podemos deixar que entrem. Senhor Bruno nos deu ordens expressas de que somente deixássemos passar os que tivessem convites em mãos. Não é nossa culpa! Vendo que não haveria outra solução, Lorena abriu sua bolsa apanhando o celular. Após digitar alguns números, ficou pacientemente aguardando ser atendida. - Sim, cheguei. Estou na porta! - Dizia Lorena de uma maneira monótona. Dizer que "quase" ninguém sabia da chegada da moça talvez fosse o mais certo. Os seguranças, que mantinham pontos eletrônicos presos as orelhas, prestavam atenção em algo que lhes era comunicado. Segundos depois ambos se entreolharam mirando a figura altiva e imponente daquela desconhecida. Javier, o mordomo, já tinha conhecimento da chegada da mais nova dona da maior e mais luxuosa mansão de toda a a Malota. Ordenou que a deixassem entrar imediatamente, caso quisessem manter seus empregos. - Mil perdões, senhora Lorena, como disse havíamos recebido ordens... - Guarde as suas desculpas! Estou exausta. E como se adentrassem a uma coorte francesa, Celeste e Lúcio iam atrás de sua senhora, admirados com a riqueza e elegância do imóvel. Somente ali que tiveram noção de talvez o quão rica sua senhora era. O motorista ficara deslumbrado com a decoração logo no hall, tentando manter-se equilibrado com aquele monte de malas. Celeste, por outro lado, incomodava-se com os burburinhos das inúmeras conversas paralelas e com o som alto da música sertaneja que tocava. E Lorena. Lorena permanecia alta e esguia sobre seus saltos, mais elegante e bonita do que nunca. Seria impossível não reparar aquela moça de curvas provocantes caminhando pelo saguão até acessar o epicentro da festa, que era a sala de estar. E olhando para aquela linda mulher, ninguém poderia dizer que o compasso de seu coração era o mais acelerado possível. Afinal de contas estava prestes a ficar frente-a-frente com o homem por quem um dia fora perdidamente apaixonada e que, naquele instante, era seu marido. Um marido comprado, mas era.

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