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Capítulo

O que começou como uma necessidade, logo se transformou em um vício. Hope desejava a adrenalina que o roubo lhe dava. Ela deixou seus sonhos de infância de lado e abraçou a vida como uma ladra. Alvo após alvo, ela tomava seu dinheiro antes de passar para a próxima vítima inocente. Então, conheceu um homem em um bar que virou seu mundo de cabeça para baixo. O sangue na família de Rowe é azul. Seguindo os passos de seu pai, ele se tornou um detetive, prometendo proteger e servir a sua comunidade. De dia, Rowe perseguia criminosos e de noite a sua única perseguição eram mulheres. Ele não tinha tempo para namorar; seu único compromisso era com o seu trabalho. Mas Hope roubou algo dele que era mais valioso que dinheiro. A última pessoa que um detetive deveria desejar era uma criminosa de carreira. No entanto, algo sobre ela fez Rowe precisar manter ela solta. Tudo o que Hope queria era proteger um bom homem de afundar com ela quando o inevitável acontecesse. Seguir seus corações os levou por um caminho perigoso, especialmente, porque eles viviam em lados opostos da lei.

Capítulo 1 Ladra

HOPE

Quando eu era pequena, queria ser veterinária. Eu amava o nosso cão e, no momento, cuidar de animais parecia ótimo. Essa ideia durou durante todo ensino primário e fundamental. Então, o ensino médio aconteceu. Encontrei um novo grupo de amigos e de repente a faculdade ficou em segundo plano. Meus pais não diziam muito desde que eu ainda tirava boas notas. Eles esperavam que eu eventualmente encontrasse o meu caminho.

Com dezenove anos, eu decidi começar a pesquisar faculdades. Os meus amigos tinham se afastado e já não eram mais más influências para mim. Eu estava de volta aos trilhos. Isto é, até uma noite de novembro, quando um policial apareceu na minha porta. Eu sabia desde o modo como seus olhos simpáticos olharam para mim que algo ruim tinha acontecido. Além disso, policiais não aparecem em sua casa para lhe dar boas notícias. Meus pais foram mortos em um acidente de carro, e ele estava lá para dar a notícia horrível. Eu era a única filha deles. Eu nunca vou esquecer aquele policial, ou aquele dia.

Eu não chorei ou gritei. Eu não entrei em negação ou fiz algumas das outras coisas que ouço as pessoas fazerem quando perdem entes queridos. Não, eu fiquei dormente. Não senti nada. Nem quando o advogado me disse que herdaria a casa, o dinheiro e um cheque da companhia de seguros de vida. Nem quando tive que escolher as roupas em que eles seriam enterrados, nem quando seus caixões foram enterrados. Todo mundo ficava me perguntando como eu estava. Eu diria que estava bem, mas não conseguia reunir a energia para dizer isso.

O dinheiro foi colocado no banco. Bem, metade do dinheiro. Eu receberia a outra metade quando completasse trinta anos. Com a ajuda de um consultor financeiro, investi parte do dinheiro e paguei a casa. Meus pais não tinham quaisquer outras dívidas. Ambos eram médicos que tiveram carreiras muito lucrativas.

O dinheiro que me restou, eu gastei. Eu ainda estava entorpecida e não ligava para o que eu queria. Meus pais tinham ido embora, e não havia ninguém para me dizer que eu não deveria estar fazendo o que fiz. Era como eu estava lidando, ou não lidando, por assim dizer. De repente, tudo o que restava era a casa, os bens de meu pai, e dinheiro suficiente para comprar comida. Os investimentos permaneceram intocados. Na verdade, eu me esqueci deles.

Aos vinte anos, eu estava sem dinheiro. Fazia menos de um ano desde sua morte, e não tinha mais nenhum dinheiro. Claro, eu poderia ter chamado o consultor financeiro e pedido algum dinheiro do investimento, mas então eu tinha que admitir e explicar que gastara tudo o que tinha. Eu tinha um teto sobre minha cabeça, mas não havia comida. Todos os serviços como luz, água, gás, etc. foram desligados quando as contas atrasaram.

Eu não comecei a despertar novamente até que eu estava deitada no sofá da sala, olhando para o teto com meu estômago doendo por falta de comida. Eu senti. Senti tudo de uma vez. Poderia ter levado quase um ano, mas a dor finalmente me alcançou. A tristeza e dor foram mais do que eu podia suportar. O estômago doendo de fome se transformou em acidez e náuseas. Então, um pensamento me ocorreu. Talvez se eu tivesse mais dinheiro, poderia atenuar a dor novamente.

Talvez os dois estivessem ligados. E talvez, apenas talvez, eu poderia voltar a não dar a mínima para nada. Bem, isso e ter eletricidade.

A maioria das pessoas iria conseguir um emprego. Eu não. Eu roubei um carro e roubei uma loja de conveniência. Eu ri enquanto corria do edifício com um maço de dinheiro na minha bolsa e um homem atrás de mim com um taco. Eu sorri como uma tola enquanto estava no carro e saia do estacionamento.

Ninguém me pegou. Eu estava vestida toda de preto com uma máscara de esqui no meu rosto e luvas de couro em minhas mãos. Depois de abandonar o carro, eu pulei na Ducati que tinha escondido atrás de um prédio, em uma parte mais agradável da cidade, onde as pessoas não se preocupavam com roubos. Quando cheguei em casa e estacionei minha moto na garagem, eu olhei para onde o meu carro costumava estar. Eu troquei-o por impulso pela Ducati. Mas isso não era nada comparado com o quanto ainda queria meus pais de volta.

Dentro da casa, contei o dinheiro. Uma nota de cada vez. Eu tinha mais de mil dólares em dinheiro, graças ao proprietário da loja por abrir o cofre. Eu não coloquei uma arma carregada na cabeça dele. Bem, ele poderia ter pensado que sim, mas era uma arma de brinquedo que era completamente inofensiva. Parecia real, no entanto. Ele não notou qualquer diferença. Eu não tenho certeza se poderia usar uma arma real. Eu nunca iria querer disparar acidentalmente e tirar a vida de alguém. Eu poderia ser uma criminosa, mas não iria matar pessoas apenas para anestesiar a minha dor.

A euforia que eu senti depois do primeiro assalto foi incrível. Foi uma intensidade que nunca havia sentido antes. Eu estava feliz. Realmente muito feliz pela primeira vez desde que meus pais morreram. Mas não durou muito. Quando a euforia desapareceu e o dinheiro foi gasto, eu encontrei um novo alvo. Eu precisava me sentir viva novamente. Eu era uma viciada na adrenalina de roubar.

Meu nome é Hope Hayes, e eu sou uma ladra.

~*~

- Riele, venha dançar com a gente! - Alicia chama da pista de dança. Ela não é realmente uma amiga, mas eu a chamo de uma. É mais fácil fingir que ela é do que encará-la como um alvo.

Seu longo cabelo loiro balança enquanto ela dança na pista. Tem um cara atrás dela, pressionando sua virilha contra a sua bunda. Eu odeio clubes. A dança, corpos suados, as luzes reluzindo nas paredes como as batidas das músicas através do meu corpo. É tudo horrível. Eu posso fingir, no entanto. Eu posso me misturar com o resto das pessoas aqui e enganá-los. Eles não precisam saber que este é o último lugar que eu quero estar. Ou o que eu realmente estou fazendo aqui.

Sento e saboreio a minha bebida, tomando cuidado para não ficar bêbada. Eu preciso estar alerta, sempre prestando atenção ao meu redor. O pai do meu amigo é dono do clube, bem como quatro outros em todo o país. Eles são o tipo de clubes onde as celebridades vão dançar e festejar. Onde apenas os bonitos entram e a fila contorna o prédio. Pode haver algumas celebridades aqui esta noite. Eu não saberei. Eu não os sigo e nem leio os tabloides.

Sem meu amigo, de jeito nenhum eu teria conseguido entrar. Minha maquiagem dos olhos é escura, as unhas são pintadas de preto. Eu pareço mais gótica do que qualquer coisa. Isto é, exceto pela minha pele. Passei muito tempo cobrindo as tatuagens nos braços com maquiagem pesada e escondendo os furos do piercing que tenho debaixo dos meus olhos. Se eu deixar tudo a mostra, sou facilmente reconhecível. Tudo o que seria necessário é uma pessoa lembrar uma tatuagem específica e eu poderia acabar na prisão. Não, obrigada.

Existem milhares de dólares em tatuagens no meu corpo. Mas minha aparencia não é a norma, e a maiorioa não me considera bonita. Eu não ligo para o que eles pensam. Eu gosto de ser eu e não ter ninguém para impressionar. Exceto quando estou trabalhando. Eu preciso impressionar o meu alvo. Eu preciso ganhar sua confiança. Ok, então talvez eu não me misture; no entanto, eu me faço baixo porque preciso.

Roubar alguém não é uma tarefa fácil. Correção: roubar alguém que se apegou a mim não é uma tarefa fácil. Entrar em um edifício no meio da noite e estrategicamente retirar cheques de suas carteiras, que eles não vão notar por um par de semanas, isso é fácil, desde que não haja alarmes para disparar, ou que você saiba como desativá-los. Estar em sua casa é muito mais fácil. Eles geralmente têm alarmes, mas eles são para manter as pessoas fora. Uma vez que estou dentro, que comece o jogo.

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