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Maldita sedução 2

Maldita sedução 2

renata medeirosM

5.0
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141
Leituras
5
Capítulo

Eu estava no final da cama de Amira observando-a dormir através da escuridão, olhos cansados. O vazio no meu coração mais uma vez se espalhando por deixar seu calor. Ela gemeu, como se pudesse sentir minha ausência também, mesmo em seu sono. Eu escolhi passar os últimos minutos que me restava com ela, absorvendo tudo, do seu longo cabelo bagunçado e indisciplinado cobrindo parcialmente o rosto, até os lábios carnudos e inchados, inchados pelo meu implacável e insaciável ataque. Sua pele nua e rubra, apenas uma lembrança de quantas vezes eu me perdi dentro dela. O cheiro de sexo flutuando pesado no quarto, só alimentou as memórias de quantas vezes eu fiz dela verdadeiramente minha. Sua beleza me manteve cativo. Ela estava brilhando. Serena. De tirar o fôlego.

Capítulo 1 Começo do fim

O sol começou lentamente a aparecer pela janela. Cada raio de luz que

caia em seu rosto bonito incitava a bomba-relógio no meu corpo. Apenas me

lembrando de que eu não tinha muito tempo com ela.

Eu precisava ir. Eu tinha que sair.

Finalmente me afasto do único amor que eu já conheci.

Nós nunca tivemos uma chance juntos. Nem um momento, nem um

segundo, nem um beijo roubado ou carícia provocada pelos meus lábios.

Pelo meu toque.

Pelo meu amor.

Pelo fogo dentro de mim que só pertenceria a ela.

Meu coração cada vez mais preso quanto mais eu ficava lá. Apertando

tudo ao meu redor, produzindo uma dor penetrante que eu carregaria

comigo para o resto da minha vida.

Mais culpa, Mais memórias.

Mais. Fodidos. Demônios.

Eu estava certo sobre uma coisa e somente uma - quando eu saísse da

sala, eu estaria levando o amor dela...

Sua devoção...

Sua inocência e virtude...

Comigo.

Toda história tinha um final... E esse era o nosso.

Isso a destruiria.

Eu Iria Destruí-la.

De uma forma que eu nunca pensei que pudesse.

Eu fiquei lá lutando contra o desejo de abraçá-la, dizer a ela que a amava

uma e outra vez, e fazer amor com ela uma última vez, mesmo que eu tenha

passado a noite inteira dentro de sua doce boceta. Adorando-a pra caralho,

totalmente consciente do fato de que eu estava arruinando-a para todos os

outros homens, e não dando uma merda enquanto fazia isso. Mas não foi o

suficiente... Nunca seria suficiente. Nada entre nós já foi.

-Mmm... Damien-, ela se mexeu como se sentisse minhas intenções

imperdoáveis. Eu me agachei até o rosto dela, murmurando em seu ouvido:

-Shhh... sou eu, Muñeca. Estou aqui, shhh... estou aqui. Eu estou sempre

aqui.- Inadvertidamente fechando meus olhos, senti meu remorso me

engolindo inteiro. Levando-me em cativeiro. Seria o único demônio que eu

procuraria conforto e refúgio.

Amira.

Eu lentamente abri meus olhos, seguindo em frente com a verdadeira

razão pela qual voltei para a casa em primeiro lugar. Pegando Yuly da parte

de dentro do meu casaco, eu caminhei até o lado da cama onde estava

deitado e gentilmente coloquei a boneca ao lado dela. Colocando uma nota

em cima de Yuly, com cuidado para não acordar Amira. Antes que eu

soubesse o que estava fazendo, a parte de trás dos meus dedos acariciava o

lado do rosto dela. Minha mão gravitava em direção a ela como se estivesse

sendo puxada por uma força que nenhum de nós jamais entenderia. Uma

força que sempre foi muito maior, muito mais poderosa que a gente.

Uma conexão trazida pela escuridão tornou-se a única luz em minha

vida. Mesmo em seu sono, ela derreteu em meu toque quando eu murmurei:

-Eu sinto tanto, sempre amarei você, Muñeca. Sempre te amarei pra caralho.

-Tocando a ponta do seu nariz, eu dei uma última olhada em seu corpo

imóvel, e bem quando eu estava prestes a virar e sair, ela murmurou de

volta,- Sempre te amarei também-, em seu sono.

Eu fiz uma careta, a dor me atravessando enquanto experimentava um

tormento sombrio cair sobre mim. Ele correu pelas minhas veias, bombeando

através do meu sangue quando eu virei de costas e a deixei dormindo com

sua maldita virtude espalhada nos lençóis.

Por bem ou por mal, agora pertencia a mim junto com o seu coração.

-Sempre te amarei também.- Seriam as últimas palavras que ela me

diria. Um lembrete constante do que sempre seria meu.

Ela.

A escuridão da minha alma me consumiu, ofuscando o nosso amor no

qual eu queria tão desesperadamente me segurar.

Agora, tudo o que restava de nós eram lembranças. Memórias eram o

que me consumiam agora, rolos de imagens da vida estilhaçadas na minha

cabeça.

-Amira, meu nome é Damien. Você pode me olhar, por favor? Eu preciso que

você olhe para mim... Você pode fazer isso por mim?

-Yuly?- Ela finalmente falou. Seus olhos se encheram de lágrimas frescas,

não acreditando no que estava vendo. A visão da pequena boneca restaurando um

pequeno pedaço do que restava de seu coração.

O mesmo coração que eu tinha acabado de quebrar além do reparo

quando fui aquele que havia consertado para ela, a princípio.

Quando dei por mim, eu estava batendo a porta do meu carro, mudando

para a primeira marcha e dando o fora dali. Eu tentei me livrar dos meus

pensamentos implacáveis, tocando a música o mais alto possível. O sistema

de som explodindo 'Carol of the Bells' através dos alto-falantes. Batendo alto

e forte em minha mente, imitando as batidas do meu coração e o zumbido

nos meus ouvidos. Eu estava a mais de oitenta quilômetros por hora,

chegando a noventa, chateado com o que eu tinha acabado de fazer. Furioso

por permitir que isso acontecesse novamente. Eu não consegui fugir rápido o

suficiente.

Não da minha mente.

Minhas ações.

Minha merda de vida...

Amira.

-Temos de ir.

Eu trouxe sua atenção de volta para mim. -Onde? Para onde eu vou? - Ela

sussurrou alto o suficiente para eu ouvir.

-Deixe que eu me preocupe com isso.- Eu levantei, estendendo minha mão

para ela pegar.

-Você promete... você promete que não vai me machucar? Estou segura com

você? Dos monstros...

Pela terceira vez esta noite, senti como se tivesse levado mais uma bala ao meu

maldito coração. Então eu simplesmente respondi: -Você está segura comigo,

Muñeca.

Ela nunca esteve segura comigo. Nem um dia ela esteve segura comigo.

Ou... de mim.

Eu voei de carro após carro em todos os cruzamentos. Meu pé pesando

no acelerador a cada segundo passado, indo mais e mais rápido até que tudo

por onde eu passava fosse simplesmente um grande borrão. Troquei de faixa,

desviando e mal notando os veículos no meu caminho. Buzinas soaram de

todas as direções, mas não me pararam.

Nada poderia me parar.

Nem antes.

Nem agora.

Nunca.

-Você sabe tanto quanto eu... Ela não é mais uma garotinha. Quanto mais

velha ela fica, mais ela vai entender a verdade. Um dia, em breve, não serei o homem

que a salvou. Eu vou ser apenas mais um maldito monstro que assombra seus sonhos.

Eu fiz uma curva acentuada a esquerda em uma via de retorno, fazendo

meu carro derrapar. Quase atingindo um pedestre enquanto eu corria colina

acima para evitar o tráfego da hora do rush matutino. Meus pneus

levantaram o cascalho quando fiz a curva, sem soltar o acelerador. Mudando

para o ponto morto, derrapando lateralmente e imediatamente empurrando o

câmbio com força para a terceira e quarta marcha. Acelerando para a saída do

meu maldito inferno pessoal. A música não faz nada para abafar meus

pensamentos impiedosos.

Eu tentei, eu tentei tão duro levá-la para um lugar seguro. Sabendo que

ela nunca teve uma chance ao meu lado.

Ninguém tinha.

-Eu prometo que vou ouvir tudo o que você diz e me mandar fazer. Eu juro que

vou parar de te provocar. Vou parar de acordá-lo no meio da noite. Eu farei o que for

preciso para você não me mandar embora- ela implorou, sua voz se quebrando

profusamente. Ofegando por sua próxima respiração.

-Jesus Cristo, Amira. Não tem nada a ver com isso.

-Então por quê? Por que você está fazendo isso? É porque seu pai sabe de

mim? Ele não vai contar. E se ele fizer, não importa. Eu vou me esconder! Eu sou boa

nisso, você mesmo disse! Eu não vou sair de casa. Eu ficarei no meu quarto. Eu não

me importo!

-Que tipo de vida você teria?

-Uma que é com você! E Rosarío! A única vida que eu conheço!

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