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Capítulo

Ele levou tudo de sua família. Ela pretende dar o troco. Olímpia Larson teve sua vida mudada drasticamente após o pai perder a posse e as ações de sua empresa em um jogo de poker. Ela perdeu mais que o status, a falência a tirou mais que seu estilo de vida, levou a saúde de sua mãe, levou a sobriedade de seu pai. Ela está sozinha, mas determinada a fazer o que puder para reaver sua vida de volta.

Capítulo 1 Olimpia

Eu deixei o hospital, deixei minha mãe com uma promessa. Que eu iria levar o homem que nos tirou tudo, ao fundo do poço. Eu estou determinada e eu vou fazer o desgraçado que acabou com as nossas vidas pagar, ou eu não me chamo Olímpia Larson.

Quando cheguei, constatei que quando eu saísse do taxi eu nao sería mais a Olímpia amorosa, carinhosa e afável, eu seria o furacão que iria levar o império dos Cameron a ruína.

- Aqui senhor - entrei a taxa ao taxista e saltei do carro.

A fachada do prédio me deixou receosa, mas não liguei, entrei no edifício com a cabeça erguida.

- Olá, - eu disse a recepcionista loira e antipática na entrada - sou Olímpia Larson, sou a nova...

- Administradora, eu fui informada sobre você, pode entrar, seu andar é o décimo segundo.

- Obrigada - exibi um sorriso fino nos lábios e sai.

Meu estômago protestou mas eu não iria ceder, não iria voltar atrás, eu precisava disso, não só do emprego, pois estamos precisando, mas eu precisava fazer com que ele sentisse, com que ele soubesse o que é o pouco da dor que nos sentimos.

Eu saí do elevador entrando no andar administrativo, eu já tinha conhecido o lugar quando vim deixar meus documentos após ser selecionada, então eu sei que se eu andar em linha reta e virar no final do corredor, eu chegaria a minha sala.

Ter feito faculdade em Harvard me deu um pouco de credibilidade na hora de admissão e ter estagiado em uma excelente empresa foi meu passaporte para dentro da empresa de Cal Cameron, o homem que acabou com a minha vida.

A sala é pequena, com uma janela e uma estante com algumas gavetas, possui uma mesa e uma cadeira de escritório. Respirei fundo, olhando para tudo. Vamos Oli, você consegue.

Conversei com a diretora, Cyntia Morrison, e ela me passou todas as papeladas, e todos os contratos que eu deveria analisar. Eu seria responsável pelo setor de contabilidade, ou seja, todos os lucros e gastos seriam designados para mim e minha equipe. O pessoal eu conheci depois, quando eu precisei entregar uma pilha de contas para serem feitas e avaliadas.

- Bom, meu nome vocês já sabem, agora eu quero saber o de vocês - falei, olhando nos olhos de cada um.

- Sou Vitória, mas todos aqui me chamam de Vic - disse uma garota, de pele preta e cabelos negros como a noite, ela tem traços finos o que me lembrou uma criança, ela deve ter no máximo vinte e dois anos.

- Sou o Leo - disse um rapaz muito bonito, de pele parda e cabelos castanhos, que sustenta belos olhos cor de esmeralda.

- E eu sou a Hanna - disse a menina no fundo, ela é loira e possui um porte gordinho.

- É um prazer conhecer a todos e eu espero que juntos possamos fazer um ótimo trabalho - eu disse sustentando uma expressão calmo e afável no rosto.

- A senhora veio da BM, certo? - perguntou Hanna.

- Sim - balancei minha cabeça lentamente.

- Como era trabalhar lá, digo, é uma empresa muito...Ah... extra...

- Ela está tentando dizer que a BM e a C&C são muito diferentes - disse Leo. Hanna ruborizou. Provavelmente ela é muito tímida.

- Ah, sim , são diferentes por lá ter mais profissionais e mais trabalho,l, além de ser uma das maiores empresas do Estado, mas se estão perguntando porque vim para cá, bem - andei de um lado para o outro calmamente, olhando para a sala da minha equipe - aqui eu tenho um emprego, reconhecimento e sou paga pelo meu trabalho, é um excelente emprego pois aqui, fui reconhecida pela minha capacidade profissional. É por isso que estou aqui.

Diferente dos outros chefes pois parece que eles não frequentam no refeitório da empresa, escolhi almoçar junto com a minha equipe para conhecê-los melhor, o que resultou em minutos de silêncio até eu fazer um piada e eles rirem.

- Que piada horrível! - disse Leo.

- Mas você rio, então é engraçada sim! - debati.

- É tão ruim que acaba sendo boa - disse Vic e foi aí que eu ri, não fazia o menor sentido o que ela havia dito.

Os três são boas pessoas, cada um tem um jeito particular de ser. Hanna é muito tímida e toda vez que tem que falar ela acaba gagejando e ficando vermelha. Vic tem uma energia forte, que domina que quem quer que esteja perto, ela é seria,mas não deixa de ser amigável e uma ótima ouvinte. Já Leo, é o piadista que possui um carregado sutaque sulista e é muito animado. Será bom ter esses três por perto, pelo menos para aliviar a tensão e a tristeza que eu tô nesses últimos dias.

Passei o resto do dia no escritório, mandando e-mails, fazendo relatórios e mandando tudo o que eu tinha que mandar para a secretária do chefe.

Já estava na hora de sair quando eu ouvi gritos vindo do lado de fora. Me levantei e fui a procura da confusão. Estranhei ao entrar na sala da minha equipe. Um homem, trajando um terno de cor preta, estava irritado e descontando em Hanna. Ela se segurava para não chorar, estava vermelha e parecia que a qualquer momento desmaiaria.

- Com licença, senhor,mas está equipe aqui é minha, então se tem algum problema a ser resolvido que seja comigo - eu disse em alto e bom som. Eu não vou aturar isso, e nem devo, assédio moral é o cúmulo dentro de qualquer empresa.

O homem se virou em minha direção e eu tive que segurar meu queixo para ele não cair. Era Cal Cameron na minha frente, o babaca que gritava com a funcionária era a merda do homem que nos levou tudo, que nos deixou na miséria.

- Então, vejo que chegou hoje, vai dar um jeito nessa bagunça? - ele perguntou, obviamente se referindo aos tres atrás dele.

- Sinceramente, a única bagunça que vejo é a que o senhor está criando - falei firme e eu vi ele erguer a sobrancelha, provavelmente intrigado com a minha resposta.

- Você sabe com quem está falando?

- Sei muito bem com quem estou falando, e é por isso que estou preocupada, - coloquei a mão na cintura e ergui meu queixo - o chefe desse o nível afim de fazer um escândalo com os funcionários? Acha isso sensato, Sr. Cameron - o nome dele quase não saiu, foi como um engasgo em minha garganta que não queria sair de jeito nenhum.

- Para a sua sala, agora - ele disse firme.

Busquei os três atrás dele com o olhar, eles estava reunidos um ao lado do outro assistindo tudo.

- Vocês podem ir, até amanhã - eu disse antes de me virar e andar de volta para a minha sala.

Ele bateu a porta e passou o fecho. Ele nos trançou aqui? Que merda é essa?

- Qual o seu nome mesmo? - ele perguntou.

- Olímpia Larson - respondi, mas ele já sabia disso.

- É um nome famíliar - ele sacudiu a cabeça lentamente e então olhou para mim - , um relatório feito pela...qual o nome dela mesmo?

- Hanna - respondi, tranquei o maxilar Que idiota.

- Bem, ela cometeu um erro que poderia ter provocado sérios problemas a nós, - ele me olhou dos pés a cabeça e eu senti, medo e um choque correr pela minha espinha - que isso não se repita.

- Por que não falou isso antes? - cruzei os braços sob o peito e o encarei.

- O que?

- Ter falado assim, nesse tom e nessa profissionalidade que falou comigo, por que você teve que gritar com ela? - ele riu, uma risada anasalada.

- Por que, tem certas pessoas que não entendem o que é hierarquia, infelizmente Hanna foi a vítima, mas tenha ciência senhorita Larson, que tudo o que eu faço tem um ótimo motivo.

Que motivo ele teve para tirar tudo de nós? Que infeliz desgraçado!

- Qual motivo, me pergunto, fez você trancar a porta - perguntei, sem tirar os olhos do dele.

Ele sorriu, um sorriso sacana e malicioso. Que inferno, não posso achar o sorriso dele bonito, eu o odeio.

- Não se preocupe, é só para o caso de sermos interrompidos - ele disse.

- Então abra, já terminamos, abra a porta - ordenei, mas não deixei isso transparente.

Ele deslizou a mão pela porta e rodou o fecho.

- Te deixei apreensiva? - ele deu três passos em minha direção, ficando a uma distância segura de mim,mas mesmo assim, é perto demais.

- Não, você não me tocaría - respondí firme e ele riu.

- Não me entenda mal, mas você parece inofensiva.

- Se você me tocasse, eu te machucaria - controlei a respiração, eu tentei controlar, mas eu estou em pânico - , agora se me der licença, meu horário já se encerrou.

- Tenha - ele me deu as costas - uma boa noite.

- Igualmente senhor.

Quando ele saiu, quando a porta se fechou senti toda a tensão domar meu corpo. Eu choraria, mas não consegui, já não havia mais lágrimas para derrubar.

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