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Seu amor, meu destino

Seu amor, meu destino

Rê Araujo

5.0
Comentário(s)
345
Leituras
5
Capítulo

Eva tinha a vida perfeita; pais amorosos e um namorado que era o "cara para amar pela vida inteira". Até que um segredo descoberto na festa de sua formatura mudou tudo. Seu castelo foi derrubado e o seu "final feliz" tornou-se apenas um sonho distante. Luan não só aparenta ser um garoto mal, ele faz questão que todos tenham a certeza de que ele é. Tendo uma vida dupla a, ele tem lutado literalmente para se tornar alguém a quem todos sempre lembrem ao ouvir seu nome ser mencionado. Mas ele tem um segredo que ninguém conhece, do qual ele não compartilhou com ninguém. Um romance regado de emoções, tristezas e superações. Depois de conhecer a história de Eva e Luan, será impossível não se apaixonar por esse casal.

Capítulo 1 1

Eva

Escolher a pessoa com quem você quer passar sua vida é uma das decisões mais importantes que fazemos, entre todas. Por que, quando erramos, sua vida se torna cinza.

(Simplesmente acontece)

Dois anos antes

Olhei-me pela última vez no espelho antes de pegar minha bolsa e correr para a sala. Filipe chegaria em menos de cinco minutos, e como qualquer garoto da sua idade, odiava esperar, ainda mais hoje sendo a nossa formatura.

Eu seria a oradora da turma. Falar em público era como andar de bicicleta, depois que se aprende, nunca mais se esquece. Sempre fui como meu pai, nunca tive medo de nada, com exceção, o medo de borboletas.

Você pode estar imaginando, como pode uma pessoa ter medo de borboleta, quando ela é a coisa mais linda do mundo? Você já ficou presa em uma sala lotada desses seres? Foi o meu pior pesadelo.

Eu e Filipe namoramos há dois anos e pretendemos ir para a mesma faculdade no Rio assim que receber nossos diplomas.

Não vamos morar juntos, meus pais não seriam assim tão liberais. Dividirei o apartamento com Alice, minha melhor amiga.

- Eva, Filipe chegou!

Minha mãe gritou do corredor.

- Já estou descendo - gritei de volta.

Conferi meu vestido pela milésima vez, preto longo, com alças finas. Justo até minha cintura solto no restante dele.

Escolhi por valorizar meu busto, que não chegar a ser tão chamativo como o de Alice, mas não tenho do que reclamar, muito menos Filipe. Não chegamos na fase três do namoro, mas espero que seja essa noite.

Adoro meus cabelos soltos e hoje não seria diferente. Usei o babyliss e na lateral esquerda coloquei duas presilhas com detalhes em strass. Um colar de ouro branco, com pingente de coração que ganhei de Filipe e brincos que comprei para combinar. Sandálias salto fino pretas, com detalhes nas abotoaduras e uma maquiagem leve para a noite que aprendi depois de várias temporadas de Gissip Girl.

- Sempre tão ansioso? - sorri quando o encontrei na metade da escada.

- Sabe que odeio esperar, embora hoje tenha valido a pena. Você está linda.

Beijou suavemente meus lábios antes seguirmos para a porta.

- Você também não está nada mal - falei.

Filipe estava de smoking preto, gravata borboleta e camisa branca. Seus cabelos loiros escuros estavam fixos com gel.

- Vocês não estão esquecendo nada? - perguntou minha mãe sentada na sala, também toda produzida.

- Minha bolsa? - perguntei.

- Também. Onde está seu discurso?

- Estou com tudo na ponta da língua.

- Fala igual ao seu pai, que por acaso está atrasado - disse olhando para o seu relógio.

- Com certeza, deve estar preso em mais uma reunião, mas ele me prometeu que dessa vez iria, afinal, é minha formatura.

- Eu mesma o matarei se ele não aparecer.

Rimos.

- Não discursarei enquanto vocês não chegarem, prometo. Agora precisamos ir. Alice ficou de nos encontrar na entrada.

Pegamos um táxi e seguimos direto para nossa escola. Depois do discurso, todos seguiriam para o local da festa, organizado no ginásio.

- Mal posso esperar para podermos ficar sozinhos - Filipe disse ao meu ouvido antes de entrelaçar nossas mãos e seguirmos para a entrada da escola.

Alice estava me esperando, acompanhada de Guilherme, seu parceiro de trabalhos de filosofia. Ela vestia um longo vermelho, tomara que caia, trabalhado com algumas pedras no busto. Seus cabelos castanhos estavam presos e havia uma tiara completando seu look. Seu batom vermelho, marca registrada, estava acompanhado de uma maquiagem bastante ousada.

Guilherme estava vestido como Filipe, mas tinha aquele jeito de James Bond. Alice trocou um rápido olhar com Filipe, antes de segurar no braço de Guilherme e seguimos para o auditório onde aconteceria a cerimônia.

- O que está acontecendo entre vocês? - perguntei para Filipe.

- Acontecendo o quê?

- Vocês estão estranhos desde que voltei de viagem.

- Não tem nada acontecendo.

Quando chegamos ao auditório, tudo estava perfeito. O palco estava montado com a mesa dos diplomas e o meu pequeno altar onde faria o discurso de encerramento.

Nossos professores estavam se organizando para começar a apresentação e o diretor estava fazendo o teste do microfone.

Do outro lado do palco, a equipe organizadora deixara uma ala separado para os pais assistirem à programação.

Filipe me guiou para o nosso lugar, na segunda fileira das poltronas.

Com o passar dos minutos, fui ficando nervosa, não pela apresentação, mas, porque meus pais ainda não haviam aparecidos.

- Fique calma, eles vão chegar a tempo - Filipe tentou me acalmar.

Respirei fundo, sabendo que ele estava apenas tentando me manter animada.

- Vou ao banheiro. Preciso ver como está minha maquiagem.

- Você está perfeita.

- Eu sei, mas preciso ir assim mesmo.

- Quer que eu vá com você?

- Obrigada, mas não acredito que você poderá entrar - brinquei.

- E eu pensando que hoje eu iria te convencer a fazer algo perigoso, como ser flagrada com seu namorado gostoso no banheiro.

Não pude conter uma risada.

- Já volto.

Levantei-me e comecei a fazer o caminho para a saída. Quando passei pela porta, encontrei meus pais caminhando apressados.

- Por favor, diga que não chegamos atrasados - minha mãe disse em um fôlego só.

- Não. A cerimônia ainda não começou - eu ri.

- A onde está indo? - perguntou meu pai, vestido em um terno cinza.

- Retocar a maquiagem.

- Não tem nada aí para ser retocada - disse minha mãe.

- A senhora que pensa. Lá dentro não está assim tão frio como pensei. Por que não vão escolher seus lugares?

- Nervosa? - meu pai perguntou?

- Nem um pouco - sorri.

E não estava mesmo. Meu pai sempre foi um homem de política, e desde que me conheço por gente, estive na maioria dos seus eventos. Então ser a oradora da turma, seria apenas mais um dia comum.

- Imaginei - ele riu.

Minha mãe revirou os olhos e segurou a mão de meu pai arrastando-o para dentro do auditório.

Pensei que seria a única a estar no banheiro, mas havia garotas de várias turmas dando uma última avaliada nas suas roupas.

- Uma retocada antes do grande momento?

Olhei pelo espelho e vi uma garota loira, com longas madeixas cacheados sorrindo em minha direção.

- Sim - falei olhando para ela agora.

- Você parece bem calma. Se fosse eu a oradora, já teria roído todas as minhas unhas.

- Pode não acreditar, mas estou muito calma.

- Dá para ver.

Ela se aproximou do espelho e olhou se tinha batom em seus dentes.

- Te vi quando chegou com Filipe. Não sabia que haviam reatado.

- O quê?

- Depois daquela briga, antes das férias, pensei que vocês tinham terminado.

Filipe descobriu sobre minha viagem para Disney dois dias antes. Nem eu mesma tinha certeza se iria, então não pensei que seria importante falar, o que descobri bem tarde que deveria ter contado.

Ele ficou sabendo e veio tirar satisfação no refeitório, onde toda a cena aconteceu. No final, acabei viajando e só voltamos a conversar quando voltei.

- Brigamos, mas fizemos as pazes.

- Foi um grande voto de confiança ter voltado com Filipe após ele ter ficado com Alice na festa de início de férias.

- O que disse?

A garota parou com o que estava fazendo e olhou diretamente em meus olhos. Sua boca abriu e fechou várias vezes, como um peixe procurando ar.

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