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O som do alto falante anuncia.
- Atenção senhores passageiros, sentem-se em seus assentos, apertem os cintos que vamos pousar em instantes em Londres.
Rose suspira profundamente. Após tantos anos, ela está de volta no país. Olha para seu lado, e seu bem mais precioso está ali dormindo tranquilamente. Quem diria que há anos atrás, ela sairia da sua cidade humilhada, destruída e de coração partido grávida da pessoa que mais a fez sofrer antes de ir embora e o que mais dizia ama-la.
Seu anjinho de cabelos loiros de apenas 5 anos é o seu mundo. Seu mundo azul e em todas as cores do arco-íris. Seu anjinho Kevin.
Ele nunca soube da existência daquele menino. E por ela, nunca há de saber. O menino porém, deseja com todo coração ter um pai. Ele quer muito o seu pai verdadeiro, mas pela tristeza que vê nos olhos de sua mãe cada vez que fala com a única pessoa da família que não lhe virou as costas depois de tudo o que passou, sua tia Amélia, ele não faz a menor questão em conhecê-lo. Ele quer um novo papai. Um pai que não só o ame como filho, mas que também ame sua mãe como uma rainha.
Assim que o avião aterrissa, Rose, retira o cinto do seu pequenino e o pega no colo depois de estar pronta para sair com ele dali. Não imaginava que depois de anos estaria ali de volta. Ela suspira e sussurra no ouvido do seu lindo menino.
- Chegamos meu pequeno. Só esse trabalho mesmo para me fazer voltar para cá.
Abraçado em sua mãe, ele ajeita um pouco mais seu rostinho entre sua clavícula. O aconchego deles é tão bom.
Rose não esperava que alguém a esperava naquela hora da madrugada. Nem imaginava que iria ter o desprazer de ver novamente quem mais a magoou. Mas ela o viu. No momento em que suas mãos se tocaram ao pegarem a bagagem. Ele estava também por lá. O choque entre eles era inevitável.
Ele a olha parecendo que ela é uma assombração. Tantos anos e ela estava ainda mais linda do que ele podia lembrar. Ela parecia um anjo. Sua pele morena, cabelos pretos cacheados, olhos de jabuticaba penetrantes e o corpo com curvas jamais vistas antes. Ele balbucia as palavras ao vê-la pelo choque.
- Ro-Rose.
Ela totalmente imponente. Sentiu o amargor no coração quando o viu e lembrou de tudo o que houve anos atrás antes dela partir. Nem a família abastada dela admitiu que ela ficasse ali. Era inadmissível para a família dela ter uma divorciada. Seus anos longe, era como se ela estivesse em um exílio.
- Olá senhor Stevens.
Foi somente isso que ela falou. O coração deles estava em uma batida frenética. Eles não sabiam como agir. Mas o coração de Peter Stevens tinha um quê a mais. O amargor das lembranças do passado, com a tristeza de ser tratado com uma certa frieza por ela, o fez ficar um pouco decepcionado nesse coincidente encontro.
“Como ela está linda. E como é possível sentir isso aqui dentro", esse era o seu pensamento. Peter sorriu. Ela continuou neutra em sua carranca. Pegando sua mala, com um simples aceno de cabeça, ela sai sem nem olhar para trás.
Ao vê-la de costas partindo, ele suspira e seus olhos marejam, mas não porque ela o desprezou e saiu o cumprimentando como se fossem estranhos, mas sim porque ele a viu com aquele garotinho nos braços e sentiu seu coração despedaçar imaginando que ela já havia se casado novamente. Que se não fosse pelo que aconteceu anos atrás, aquele lindo garotinho seria deles.
O amargor e a tristeza eram sua companhia agora. Seu telefone toca. Ele atende sem a menor vontade.
- Para me ligar a essa hora, espero que seja algo bem importante Jamile. – O tom de Peter é áspero.
Mesmo que seja assim, Jamile não perde a pose ao falar com ele. Mesmo que em seu coração ela sinta uma enorme tristeza em pensar que ele jamais esquecerá de Rose, ela ainda insiste em ter aquele homem que sempre amou ao seu lado a todo custo.
- Nossa Peter, só liguei para saber se você já havia chegado em Londres e se estava tudo bem. – Sua voz sai chorosa.
Sem a menor paciência, ele fala de forma exasperada e fria.
- Se era só isso, agora sabe que cheguei. Mais tarde irei a sede e precisamos conversar.
- Tudo bem querido. Estarei na sede mais tarde. Ah, tenho algumas coisas que quero também falar a respeito do casamento.
- É sobre isso mesmo que quero falar com você. – Ele fala friamente.
Ela sorri e fica logo empolgada, mas apreensiva pois, há tantos anos ele adia o casamento deles, sempre arrastando tudo para frente como se ele esperasse por algo, ou melhor dizendo alguém.
- Não me diga que você quer adiar ainda mais Peter?
Ele revira os olhos e enfim, seus olhos brilham em uma intensidade sombria e maléfica ao observar Rose com aquele garotinho pegando um táxi.
- Não é nada disso Jamile. Quero anunciar logo nosso casamento. Mais tarde conversamos sobre isso. Até logo.
Peter não a ama. Nunca amou e nunca amará Jamile. Há anos atrás se ele não tivesse sido vítima das artimanhas dela, ele ainda estaria casado com Rose. Ele acredita fielmente que ela o traiu anos atrás. Com certeza com quem ela o traiu, que seria o pai daquele lindo garotinho que mesmo dormindo e ele tendo o olhado de relance, via o quanto ele era bonito. Parecia um anjo.
Peter Stevens, um CEO de uma empresa de joias, talentoso e muito perspicaz. Não imagina que anos atrás perdeu o grande amor da sua vida por uma armação de sua mãe que sempre cobrou de sua nora um neto e por acreditar fielmente em quem apoiou que a mesma não podia gerar filhos aliou-se com quem ele está noivo agora.
Jamile assim que encerraram a ligação, ficou radiante. Mas algo dentro dela apitava que havia algo errado. Imediatamente, ela ligou para sua mãe, aquela a quem sempre a ajudou e que também no seu passado foi capaz de destruir o casamento dos pais de Rose para ficar com o marido rico da que se dizia amiga.
- Alô filha, aconteceu algo?
- Aconteceu mãe. Finalmente serei a senhora Stevens. Peter me pediu em casamento. – Sua voz é sombria e triste.
Sua mãe logo percebe pelo seu tom de voz que há algo errado. Ela então indaga sua filha.
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