Beyond Desire - Além Do Desejo

Eram 7h da manhã, Alyssa Parker despertou a sentir a maciez do tecido fino e sutil que cobria o seu corpo, seus olhos começaram a se abrir enquanto se acostumavam gradualmente com os fechos de luz. Os raios de sol iluminavam o carpete cinza em contraste com as cortinas vermelhas que iam do teto ao chão. Sem reconhecer o lugar e sem lembrar o que aconteceu na noite passada, ela franziu a testa severamente.

Onde estava?

Alyssa virou o rosto, avistando uma bandeja prateada em cima do cômodo ao lado da cabeceira da cama, continha uma toalha dobrada de forma perspicaz, um copo com água e um cartão dourado, parecia algo como serviço de quarto.

Era um quarto de hotel 5 estrelas!

Alyssa Parker sentiu a dor de cabeça presente e um terrível desconforto entre as pernas. Ela sentou-se na cama rapidamente, vendo estar completamente nua e com diversas marcas em seu corpo. Com medo, ela engoliu seco e respirou fundo, tentando se acalmar. Alyssa Parker, havia dormido com alguém e nem ao menos sabia quem.

Olhando para os cantos do quarto de forma assustada, ela viu suas roupas jogadas no chão, ao lado de um terno masculino todo amarrotado.

Veio em sua mente, trechos da noite passada.

Ela estava cobrindo o turno de sua amiga em um clube, quando se deparou estar em uma situação nada agradável. Alyssa foi forçada a beber com alguns clientes mal-intencionados, ou sua amiga poderia perder o emprego. Depois de conseguir fugir daqueles homens, Alyssa esbarrou em um homem esguio, de sapatos de couro, terno sob medida e olhos frios e penetrantes... sua mente ficou nublada depois disso.

Alyssa se apressou em pegar suas roupas e se vestir, ela estava apavorada. Quando seus pés tocaram o chão, uma careta se fez presente, causada pela dor em sua parte inferior, o enjoo chegou e ela pôs a mão sob a boca, tentando segurar ao máximo aquela ânsia. Ela se vestiu rapidamente e tentou esconder as marcas com sua calça jeans preta e a blusa social branca, mas as marcas no pescoço ainda estavam visíveis e ela teve que soltar os cabelos em volta dele.

De repente, o celular de Alyssa começou a tocar e o barulho levou sua visão até a porta. Sua bolsa também estava no chão. Ela correu até lá com dificuldade, pegou sua bag e tirou o celular do interior, vendo que era seu pai ligando. Alyssa contraiu os lábios e enrugou o rosto de tanta preocupação que sentia. Ela sumiu durante toda a noite e seu pai com certeza a repreenderia severamente por perder um jantar tão importante.

Céus... aquela situação não era nada favorável.

- O que disse? - Uma voz masculina foi ouvida por longe, chamando a atenção de Alyssa que olhou para a porta rapidamente.

- Isso mesmo que você ouviu! - A voz estridente de uma mulher ecoou rapidamente.

Alyssa indagou ao pensar em como sairia dali, não havia só um homem, mas também uma mulher estranha. Ela pôs a mão na maçaneta relutantemente, a girando devagar. Após abrir vagarosamente uma brecha, aproximou seu rosto na abertura estreita para bisbilhotar o outro lado. Ela viu que era uma sala enorme e exuberante, o homem estava apenas com uma toalha branca em volta do quadril forte e marcado, ficando de costas para o quarto que Alyssa se encontrava. Ela notou suas costas e ombros largos, assim como suas pernas esticadas e definidas. Mesmo sem ver o seu rosto, Alyssa sentiu a aura pesada que ele transmitia apenas pelo jeito que se portava diante daquela mulher.

- Estou grávida, Jonah, esse bebê é seu! - Afirmou a mulher ruiva e Alyssa pôs a mão sob a boca, estando surpresa.

Deus!

Ele era comprometido?

- Saia. - A voz fria e indiferente do homem chamou a sua atenção.

- Como? - A mulher estava exasperada.

- Saia imediatamente. - Prosseguiu de forma rude, ele parecia estar irritado.

- Você não pode me mandar embora assim!

- Odeio mentirosos.

Alyssa pôde sentir que ele mantinha um olhar incrédulo naquele momento.

- Você sabe que eu não durmo com mulheres!

O quê?! Um vislumbre surgiu no rosto de Alyssa assim como nasce o sol.

O que havia acontecido na noite passada?

Alyssa podia sentir claramente que teve relações sexuais. Se não era ele... então, quem poderia ter sido?

- Está dizendo que estou mentindo? - Perguntou exasperada e o homem permaneceu calado com o seu olhar mortal sobre ela. - Como ousa me ofender assim? E aquela noite? - Ela ergueu a mão em direção ao homem e Alyssa sentiu o ar ficar mais pesado.

- Sou estéril. - Ele segurou o antebraço da mulher com firmeza, parando o seu tapa no ar. - E, além disso, nunca dormimos juntos. Você drogou-me e armou uma cena para mim! - Aquelas palavras deixaram a mulher inexpressiva.

A vida daquele homem parecia agitada.

- O quê? - Ela o olhou estática.

- Acreditou que eu não descobriria? - Ele ergueu a sobrancelha direita e falou de forma implacável. - Owen mostrou-me as filmagens.

- Owen Lee! - Ela estreitou o olhar.

- Se está mesmo grávida, esse filho não é meu e você sabe muito bem disso, não sabe? - Ele soltou a mão da mulher com rispidez. - É impossível.

- Não... como... como poderia...

Seu plano havia falhado.

Jonah Hong sabia que não havia praticado tal ato graças a Owen Lee e, além de tudo, era estéril.

- Saia daqui. Saia antes que a coloque para fora eu mesmo.

- Você... - Ela rangeu os dentes e os olhos ficaram vermelhos.

- E nunca mais me procure, ou farei com que suma de Las Vegas. - Alyssa estava boquiaberta.

Suas palavras denunciavam ser um homem perigoso.

Alyssa suspirou estando um pouco aliviada. O homem com quem dormiu, não era comprometido, mas era um cafajeste. Para a sua surpresa, descobriu rapidamente que ele era estéril e não precisaria se preocupar com gravidez se ele estivesse falando a verdade. Contudo, Alyssa ainda temia por alguma doença transmissível, nem ao menos sabia se ele havia usado preservativo.

Em meio aquela discussão, Alyssa viu o homem grosseiro arrastar aquela mulher perigosa para fora do quarto. Ela guardou o celular na bag e olhou para a janela. Alyssa queria fugir, só de pensar em ter aquele homem ignorante a encarando e falando da forma como falou com aquela mulher, a deixava assustada. Ela não queria nada além de ir embora e esquecer tudo aquilo sem tirar satisfação. Ao caminhar em direção a janela de forma rápida, Alyssa sentiu o local entre as pernas doer ainda mais e ela parou no caminho.

Ela podia sentir o quanto o homem fora bruto tanto pelo local sensível quanto as marcas exageradas em seu corpo, talvez aqueles hematomas desaparecesse em uma ou duas semanas.

Alyssa tentou ignorar aquela dor, tornando a andar com dificuldade até chegar na janela. Afastando um pouco mais as cortinas, ela se deparou com uma altura de amedrontar. Provavelmente, estava no último andar do prédio. Alyssa descartou a opção de fugir pela janela e enquanto pensava em como ir embora sem ser vista, ouviu a porta se abrir por completo, a fazendo olhar para trás de forma surpresa.