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Marry Me - Contrato de Casamento

Marry Me - Contrato de Casamento

Cristinna Guimaraes

5.0
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1.5K
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5
Capítulo

Amélia Alder é uma garota que questiona o motivo da sua existência, já que tudo que conheceu em toda a sua vida é o sofrimento em todos os aspectos da vida e ela acha que não pode piorar, mas descobre que a desgraça tem vários níveis quando começa a trabalhar num cassino e descobre que seu chefe é, na verdade, seu dono por escrito. Seu pai morreu e a deixou como pagamento de uma dívida exorbitante e Maximus Silver jamais deixa de cobrar suas dívidas.

Capítulo 1 Meu amor é seu amor.

CITY OF LAS VEGAS

NEVADA, EUA

Amélia Alder

Existem dias que eu me pergunto qual o objetivo do meu nascimento. Isso é muito sério. Não é possível que eu nasci apenas para ser uma lascada e ter sofrimento eterno.

Alguns devem achar que eu estou reclamando muito, mas eu aposto que qualquer reclamaria de ter a minha vida. É simplesmente muito estressante, e ficou mais ainda desde que o meu pai morreu. Ele era a única família e apoio que eu tinha, desde que ele se foi, a um mês atrás, as coisas têm sido mais difíceis do que já eram.

Checklist de coisas que deram errado para mim esse mês:

Meu pai morreu recentemente de um ataque cardíaco fulminante e eu não consigo superar; (será que é possível algum dia superar a morte do pai? Acho que não);

Não consigo arranjar um emprego que pague bem e estou atolada até o pescoço em contas;

Meu namorado sumiu do mapa por mais de uma semana, reapareceu a dois dias agindo como alguém que cometeu um crime terrível e hoje terminou comigo por mensagem.

Quem termina por mensagem? É apenas muito cruel da parte dele. Ele nem mesmo me disse o motivo do término, apenas terminou sem mais nem menos, assim como todos os meus outros namorados. Será que há algum tipo de maldição em cima de mim? Essa é a única explicação aos meus olhos. Minha má sorte é tanta que, aos 21 anos, ainda sou virgem porque sempre que meus relacionamentos estão prestes a esquentar, eles acabam. Devo ser um repelente de homens.

Nesse exato momento estou andando pelas ruas a esmo, depois de receber a mensagem de Derek terminando comigo decidi que estava cansada de términos eletrônicos e fui procurá-lo em sua casa, mas ele não me recebeu. Fiquei dez minutos batendo e tocando a campainha, mas não adiantou de nada.

Ele não quer me ver.

Olho para a vitrine de uma loja e admiro meu reflexo. Não sou uma garota feia e também não tenho excentricidades, não entendo o porquê das coisas não darem certo para mim.

– Talvez eu só tenha muito azar – murmuro para mim mesma ao me admirar, mas a minha atenção é atraída para outro lugar.

Um perfume muito afrodisíaco passa por mim e eu viro a cabeça para ver a mulher que está passando. Ela está muito arrumada e reconheço o uniforme que ela está usando, é do maior cassino que há em Las Vegas, que, coincidentemente, fica do outro lado da rua. Andei tanto a esmo que acabei vindo parar no coração de Las Vegas sem nem ao menos perceber.

Ela anda apressada e fala no celular, a julgar pelo seu tom de voz, está muito estressada. Vejo-a atravessar a rua e o cassino me chama atenção. Nunca fui a um cassino, mesmo morando aqui a vida inteira. Pensando bem, nunca fiz muitas coisas.

Será que é por isso que as pessoas me deixam? Por que sou normal demais? Tediosa? Chata? Pensar nisso me causa um aperto na mente e eu sigo a mulher com passos apressados até o cassino. Devo admitir que é um lugar muito bonito e chamativo.

Vejo a mulher guardar o celular na bolsa e eu aproveito esse momento para me aproximar num rompante de coragem.

– Boa noite. Com licença, você trabalha aqui? – pergunto apontando para o enorme edifício e ela me observa curiosa.

– Sim – é uma resposta simples e monossilábica, mas isso já me deixa feliz. Pessoas como ela raramente me dão atenção.

Essa é a minha chance.

– Poderia me dizer se estão contratando faxineiras ou algo assim? Estou precisando de emprego. Tenho disponibilidade em qualquer horário – meus olhos estão brilhando ante a expectativa de finalmente conseguir um emprego. O dinheiro deixado pelo meu pai não vai durar mais que alguns dias, na verdade, se eu for considerar as contas de casa, não tenho dinheiro algum.

Ela me olha com mais atenção e se demora um pouco no meu corpo, o que me faz pigarrear. Ela está me dando uma olhada muito detalhada que começou da sola dos meus pés até a minha cabeça. Será que ela é lésbica?

Senhor, como vou dar um fora adequado nela sem magoar seus sentimentos?

– Então? – pergunto sem graça.

– Você vai servir – Ela diz depois de algum tempo e me puxa pelo braço. Para alguém com a aparência tão delicada, ela tem bastante força.

– O-oquê? Vou servir para que? Para onde está me levando? – Adentramos pelos fundos do cassino e eu fico preocupada até entrarmos numa sala cheia de pessoas, homens e mulheres. Há pessoas passando por todos os lados, mas elas não reparam em mim em momento algum e andam apressadas, sempre entrando e saindo por uma porta que há no canto do cômodo.

A mulher me solta e anda até uma mesa onde há uma bandeja com copos, pega a bandeja e anda até mim.

– Estenda as mãos – obedeço e ela coloca a bandeja nas minhas mãos. – Ande.

Olho para ela sem entender e ela me olha de volta como se fosse óbvio.

– Ande pelo local e equilibre a bandeja nas mãos – pede com mais ênfase e eu obedeço.

Dou voltas pelo local com um olhar estranho no rosto e ela observa cada movimento meu minunciosamente. Não sei seu nome nem o que está fazendo, mas é estranho.

– Pare, é suficiente. Está contratada. Seu turno começa em vinte minutos. Me chamo Alie e sou sua supervisora.

– Estou contrat... O QUÊ? – Alie me olha como se eu fosse um rinoceronte em sua frente e eu faço o possível para o meu cérebro funcionar, mas ele parece ter dado um curto circuito.

– Não queria um emprego? Eu te dei um emprego. Tudo que você tem que fazer é servir às mesas, sorrir e ser bonita. Você teve sorte, alguém acabou de se demitir – Alie pisca para mim e eu estou sem reação. Não achei que conseguiria nada, achei que seria só mais uma tentativa falha.

– Mas eu... eu...

– Não se preocupe, vou te instruir. Comece vestindo isso – Alie empurra um vestido de uma das araras ali perto na minha direção – Escolha um par de sapatos do seu número e faça alguma maquiagem. Voltarei quando estiver pronta.

Ela some e eu olho para o vestido. Um grito ali perto me desperta do meu transe e eu corro em busca de um lugar onde possa me trocar.

Eu tenho finalmente um emprego! As coisas estão mudando.

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