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Capítulo

Ouvi dizer que se você chegar muito perto de um abismo e olhar diretamente pra ele... ele te olha de volta. A vida nunca me deu um tapinha nas costas, e muito menos me mandou algum sinal de que tudo ficaria bem, pelo contrário, a porra da vida estava sempre me dando rasteira e desde que me lembro tudo sempre podia piorar. Eu tinha uma mãe bêbada e um pai que formou uma nova família deixando a gente pra trás. Na época eu pensei que isso era a pior coisa que podia me acontecer... Até eu ter que me mudar pra uma cidade Fria onde teria que viver com o pai que eu odiava, e a família feliz dele. E eu realmente achei que isso era o inferno. Até conhecer o abismo que era Alec Vint. Todos os meus sinais de alerta dispararam assim que coloquei os olhos nele, e eu fiz o que nunca devia ter feito. Eu cheguei perto demais...

Capítulo 1 Prologo

Nunca fui boa em prender a respiração dentro da água como meus amigos. Nunca fui boa em ganhar apostas. Quase nunca ganhava nada.

Eu sempre fui ÓTIMA em perder, perder pessoas e coisas era minha especialidade.

O frio cortante de Atlanta me fazia tremer enquanto caminhava no escuro tentando não pensar no pior.

Entrei no bar do Beny vasculhando o lugar com os olhos.

- Ela está lá atrás! - segui Beny até os fundos como já tinha feito milhares de vezes.

- Mãe... - Deixei o ar que estava preso sair assim que coloquei meus olhos nela, deitada entre as latas de lixo , senti o peito apertar.

- Ela não quis sair... E você sabe que eu não posso ficar com ela o tempo todo. - Agradeci Beny por me ligar e por ficar de olho nela, caminhei até a mulher com os cabelos loiros no rosto completamente apagada, ela ainda segurava uma garrafa.

- Mãe! Mãe, me ajuda... Levanta, se apoia aqui.

- Zoe? Zoe filha. Eu... Eu... Eu...

- Tudo bem mãe! Eu tô aqui agora, ta tudo bem, vem comigo. - Abracei ela por trás tentando fazer ela se equilíbrar , e quando ela finalmente conseguiu ficar de pé arrastei ela até em casa ouvindo os lamentos por todo o caminho, eu já tinha feito aquele caminho tantas vezes que era automático agora.

- Toma isso mãe. - Fiz ela beber o remédio de ressaca que eu guardava na mesinha da sala, e arrastei ela pro chuveiro de roupa mesmo, ela gemeu sentindo a água no corpo.

- Por que? Por que você faz isso comigo? Eu to cansada! - Sentei no chão também e apoiando a cabeça dela no meu ombro deixei a água cair sobre a gente.

Minha mãe era assim. Como uma flor frágil, frágil demais.

E depois que o filho da puta do meu pai largou a gente pra trás, a vida dela murchou, ele matou ela por dentro e foi embora.

E só tinha sobrado isso. Dor, álcool, e todo o resto era só eu, tentando estudar e trabalhar, me transformei em uma máquina de cuidar de uma mãe alcoólatra que sempre sumia.

Tive que prender a sobreviver sozinha.

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