/0/17877/coverorgin.jpg?v=4a8be3e95ad948d5558903d44265a681&imageMogr2/format/webp)
Mounir nasceu no Egito e foi morar no Brasil ainda criança. Quando seus pais morreram, Halim, seu tio, acolheu ele e sua irmã. Ele teve uma criação rígida baseada nos costumes e na religião. Sua família é tradicional, ainda que dividida entre o Egito e o Brasil. Ele sempre se esforçou muito. Quando atingiu a maioridade, foi estudar fora, na Europa. Na primeira oportunidade, retornou e virou ceo na rede de hotéis de seu tio, que já de idade avançada, queria vê-lo casado de qualquer forma.
Quando ninguém via, ele não seguia a religião de fato e, ainda que com medo, às vezes cometia vários haram. Foi bastante influenciado pelos anos longe de casa, mas respeitava muito o tio, como se fosse um pai. Halim ficava nervoso só de imaginar que seu sobrinho não era um verdadeiro exemplo de homem.
Halim estava fazendo vista grossa para a enrolação de Mounir em se casar e construir uma família. Usando a doença, arrumou várias pretendentes para ele. O chamou para ir viajar com a família e, ao notar que Mounir não queria ir, percebeu que tinha algo acontecendo. Ouviu parte da conversa dele com a irmã Jamila, onde ele dizia que tinha trabalho demais para ficar viajando à toa. Assim que Mounir entrou na sala, disse que verificou a agenda e não podia ir. Halim ficou sério
- La! Quero que conheça sua noiva, você vai se casar. Vamos lá para acertar seu casamento.
- Tenho tolerado esse seu jeito há anos, te dei oportunidades para encontrar uma boa moça sozinho!
- Este mês você se casa e, em um ano, quero que tenha tido um filho, ou terá uma segunda esposa.
- Não pode viver sem raízes, sempre sozinho, não ter um lar, uma esposa que te ame, filhos.
- Vai conhecer a sua noiva. Ela é jovem, bonita, vai aprender a ser boa esposa e te dar muitos filhos.
- Passou anos aqui no Brasil como você. Eu sei que isso vai te agradar. Juntos vão buscar o caminho da religião, como deve ser.
Mounir começou a rir, se calou pensativo, não queria se casar com uma estranha. Foram viajar em alguns dias para o Egito. Os familiares fizeram uma grande festa de boas-vindas para eles. Um irmão dele organizou, e os boatos de estarem querendo uma noiva se espalharam entre as boas famílias. Tinham várias pessoas influentes e famílias conhecidas.
Halim tinha uma moça de seu agrado que era prometida a outro sobrinho, mas não deu certo porque ele encontrou outra por quem se apaixonou. Então, a família dela aceitou que Mounir fizesse uma proposta. Estavam em uma mansão, no jardim, assistindo a um show de dançarinas de dança do ventre. Mounir chegou por último, usando calça jeans e camisa social. Foi cumprimentando as pessoas, sendo muito educado, como sempre. Percebeu que todos estavam olhando para ele e comentando, então foi para um canto afastado.
Estava ansioso para conhecer a pretendente oficial. Entrou procurando um banheiro para lavar as mãos. Ao virar em um corredor no quintal ainda, ouviu um barulho de alguém caindo com vidro quebrando e um grito. Até assustou, foi olhar. Tinham duas moças juntando cacos em uma bandeja, e ele se aproximou para ajudar
- Olá, machucou? Tudo bem? Precisam de ajuda?
Ela afastou as mãos dele da bandeja rindo envergonhada
- Não pode encostar nos meus doces.
Se virou de costas para ele desesperada
- Yalla Baya, por Alá, anda logo ou vou estar arruinada.
- Que sorte triste a minha, todas estão lá se exibindo feito aquelas odaliscas contratadas para o Amir Habib.
- Ele deve ser feio e bobão, como o primo. Meus doces caíram para eu não ser sacrificada como um carneiro.
- Maktub! Ahhhh, estão horríveis agora.
Ele estava parado atrás de um pilar, ouvindo elas. Ficou reparando nas duas, no corpo, nos cabelos. Eram jovens e igualmente bonitas, estavam de vestidos comportados sem o hijab. Baya pegou a bandeja que não caiu e foi para fora. Inaya foi para dentro com a que caiu e ficou resmungando. Mounir a encontrou parada perto de uma porta
- Você trabalha aqui?
Ela o olhou emotiva, irritada
- Não vou te servir nada, para de falar comigo. Já tenho problemas demais.
/0/14031/coverorgin.jpg?v=836e1c2e8fbff44df277f4b3c775e269&imageMogr2/format/webp)
/0/15699/coverorgin.jpg?v=2da97bdd554bdd1412c7c6c1b5acd8d3&imageMogr2/format/webp)
/0/6406/coverorgin.jpg?v=7faa052636479a6acd304efb4eb357bc&imageMogr2/format/webp)
/0/17566/coverorgin.jpg?v=733a7e9900539ed29af94c84ccf1357e&imageMogr2/format/webp)
/0/8629/coverorgin.jpg?v=db6c7b1f8119784a0cbe4c52d150c18d&imageMogr2/format/webp)
/0/2220/coverorgin.jpg?v=f377e87a1f2558ce1c903c0779816f5c&imageMogr2/format/webp)
/0/9601/coverorgin.jpg?v=c38a63adf69e90e024ece951480e5297&imageMogr2/format/webp)
/0/8338/coverorgin.jpg?v=6ae741b20f1531edd653047181cad874&imageMogr2/format/webp)
/0/2034/coverorgin.jpg?v=8fc8a0af2be1ec7e1a21438fc114619c&imageMogr2/format/webp)
/0/14811/coverorgin.jpg?v=ced1aade9082c59b2de312e8ea22e586&imageMogr2/format/webp)
/0/11267/coverorgin.jpg?v=c84a0d9af3851836aebed17ce90d8f6b&imageMogr2/format/webp)
/0/12861/coverorgin.jpg?v=5b3213662ee38be185f0f737fe110793&imageMogr2/format/webp)
/0/14469/coverorgin.jpg?v=64abc206386e47f576079c70725567e3&imageMogr2/format/webp)
/0/3550/coverorgin.jpg?v=b7151fef1a09a66800951ce572aee848&imageMogr2/format/webp)
/0/6713/coverorgin.jpg?v=a3561c6eb6d67a787e71d49a5ec83507&imageMogr2/format/webp)
/0/16304/coverorgin.jpg?v=d922894377db5eef510fab861b7aa469&imageMogr2/format/webp)
/0/17945/coverorgin.jpg?v=98944c950f7adc38a9a475594e8a2b55&imageMogr2/format/webp)
/0/11820/coverorgin.jpg?v=067b3f28bee6c7b8da587b87d1a5a245&imageMogr2/format/webp)
/0/11758/coverorgin.jpg?v=a741a5f2b81dbc9f6bd7bb6bcd80dde9&imageMogr2/format/webp)
/0/17208/coverorgin.jpg?v=1990ed71dff130809a512c18d9a67333&imageMogr2/format/webp)