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AMANDA, ESCRITO NAS ESTRELAS V

AMANDA, ESCRITO NAS ESTRELAS V

lucystar

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11
Capítulo

ESPERENÇA! É ISSO QUE TEMOS QUE TER SEMPRE NA NOSSA VIDA E NO NOSSO FUTURO! TUDO SEMPRE ACABA COMO DEVE ACABAR. TALVEZ NÃO COMO QUEREMOS, MAS DO JEITO QUE DEVE ACABAR PARA NÓS... Marco e Amanda acreditam nesse mote e esperam também. Vamos continuar lendo e esperando e sonhando com eles? Eu vou...

Capítulo 1 ESPERANÇA (1991)!

I – ESPERANÇA! (1991)

Marco apanhou a correspondência sob o capacho, junto ao pé da porta e entrou no apartamento, enquanto olhava os remetentes. Fechou a porta empurrando-a com o pé e chamou:

- Namorada, cheguei!

Colocou a pasta da RR sobre o sofá e se sentou, abrindo um dos envelopes que tinha na mão. Estranhou o silêncio da casa e chamou de novo:

- Amanda!

Nenhuma resposta. Ele deixou as cartas sobre a mesa de centro e foi procurar por ela na cozinha. Nada. Foi até o quarto também e não viu sinal dela. Havia apenas uma folha do papel de cartas que ela usava para lhe deixar recados sobre a cama e ele o apanhou. Era um bilhete dela.

- "Estou com a Rita. Está tudo bem. Cada dia mais apaixonada por você... Mandy.".

Ele sorriu e ouviu o telefone tocar na sala. Correu para atendê-lo com o bilhete dela na mão.

- Alô!

- Marco? É a Débora.

- Oi, comadre! Tudo bem?

- Estou bem. Queria saber da Amanda. Ela já está legal?

- Legal? Legal do quê? - ele perguntou, franzindo a testa.

- Eu estive aí hoje cedo e ela disse que não tinha amanhecido bem. Fiquei preocupada.

- Quando eu saí, ela ficou dormindo, Debbie. Não sei de nada.

- Às vezes, não é nada. Ela não está?

- Não, deixou só um bilhete dizendo que está com a Rita. Agora você me deixou encucado. Ela não disse pra você o que sentia?

- Só indisposição, tontura. Eu até propus ir com ela ao médico, mas ela não quis. Falou que se não passasse, iria com a Dalva. Pensei que tivesse ligado pra você.

- Não... Quando eu cheguei não tinha ninguém em casa, só o bilhete dela.

- Ah, às vezes não é nada mesmo. Ela pode ter comido alguma coisa que não caiu bem no estômago, só isso. Desculpa te assustar.

- Não, não assustou... ele disse, pensando justamente o contrário. – Como anda o Júlio César?

- Está terrível! Você acredita que ele deu pra implicar com a Juliana de novo? Eu preciso vigiar ele pra ele não bater na irmã, pode? Pensei que essa fase já tivesse passado. Antes ele ainda era pequeninho, mas agora está com dois anos e mais forte. Eu já tentei conversar, mas às vezes preciso usar psicologia aplicada nele, no bumbum mais especificamente.

- Eu até sou contra esse tipo de psicologia, Debbie, mas você sabe o que faz. Você é a mãe. Ele não pode fazer isso. Pode machucar a Juju. Não deixa, não. Quando eu for aí, vou ter uma conversa de homem pra homem com esse carinha. Dá um beijo nos dois e espera a gente aí qualquer dia desses.

- Vem sim. Tchau, Marco. Beijo na comadre.

- Tchau. Abraço no compadre.

Ele desligou o telefone e passou a mão pelo cabelo começando a ficar preocupado com o mal estar que Amanda tinha sentido. Foi tomar um banho e depois foi para a cozinha. Ia começar a providenciar alguma coisa para comer, mas já encontrou tudo pronto na geladeira e sobre o fogão. Sorriu e falou para si mesmo:

- Retire os pensamentos injustos da cabeça, babaca! Ela não existe.

Só por penitência, resolveu esperar por Amanda para jantarem juntos e quando ia para a sala, ouviu barulho de chaves na porta que logo se abriu e Amanda entrou por ela. Ela sorriu ao vê-lo.

- Oi, namorado! Demorei?

- Não, só o suficiente para me deixar preocupado. Onde você foi?

Ela jogou a bolsa no sofá, aproximou-se dele e o beijou.

- Hum... Você está tão cheiroso. Já tomou banho?

- Já.

- Já jantou? Deixei tudo pronto, você viu?

- Vi, mas... aonde você foi?

Ela sorriu, pegou a mão dele e foi para a cozinha, sem responder. Marco foi com ela, estranhando mais ainda.

- Demorei mais por causa do trânsito. Estou morta de fome! Você não jantou ainda?

- Eu estava esperando por você... falou ele, parando na porta.

Ela tirou dois pratos do armário, colheres, garfos, facas e colocou tudo sobre a mesa, ajeitando tudo como sempre fazia todas as noites.

- A Débora ligou... ele disse, observando-a fazer tudo tão tranquilamente, enquanto ele se desesperava.

- Ela esteve aqui hoje cedo com o Julinho e a Juju... Ela está tão fofa!

- Ela... queria saber de você. Disse que você passou mal...

- Foi... Amanda disse, sem olhar para ele e ainda sorrindo, enquanto ajeitava a comida sobre a mesa. – Vou dar uma esquentadinha no feijão. Dá pra esperar?

- Amanda, quer olhar para mim? - ele disse sério.

Ela olhou e parou, ainda com um sorriso sutil no rosto. Marco aproximou-se dela.

- O que foi que você teve? Você não está vendo que eu estou agoniado com isso? Eu estou preocupado!

Ela sorriu e o beijou longamente.

- Não tive nada grave. Vou ter a mesma coisa todos os dias daqui em diante por pelo menos sete meses...

Marco franziu a sobrancelha.

- Quê?

- Eu fui ao médico com a Rita hoje, agora. Estou voltando de lá. Eu desmaiei lá na agência, enquanto fazia umas fotos e ela me levou. Vim até aqui e deixei o bilhete pra você, avisando, pra não te preocupar. Deixei o jantar pronto e fui com ela.

- E...?

Ela sorriu e acariciou os cabelos dele ainda sorrindo.

- E daí que... eu estou grávida.

Marco ficou olhando para ela sem reação. Levou um tempo para ele processar aquela informação. Amanda riu.

- Eu queria ver essa reação sua. Nós vamos ter o nosso primeiro bebê, namorado. Vamos ter um filho.

Ele a abraçou forte e demoradamente, mas não disse nada.

- Diz alguma coisa, namorado...

- Você está falando sério? - ele disse quase num sussurro.

- Estou... Nosso bebê tem quase dois meses... Queria ligar pra você de lá, quando soube, mas depois achei melhor estar perto de você pra sentir e ver essa reação.

Marco afastou-se dela e segurou seu rosto entre as mãos. Só conseguiu rir, com as lágrimas escorrendo de seus olhos. Beijou várias vezes seu rosto.

- Está feliz? - ela perguntou.

- Estou tonto... Eu te amo tanto... Tanto!

- Eu sei, papai. Agora a gente vai ser três, ela falou, colocando as mãos sobre a barriga ainda esguia.

- Meu Deus do céu... Eu não acredito! - ele disse, olhando nos olhos dela e abaixando-se para ficar perto de sua barriga. – Eu vou ser pai?! Eu vou ser pai... Pai!

Marco se ergueu e a abraçou, levantando-a no chão nesse abraço. Ergueu-a no colo e a levou até o sofá, colocou Amanda deitada nele e ajoelhou-se no tapete junto dela. Beijaram-se muito e ele perguntou:

- O que foi que você sentiu?

- Ah, aquelas coisas... Enjôo, um negócio estranho no estômago... Eu já estava meio desconfiada, meus seios andavam meio doloridos, mas não estava nem aí pra ir ao médico porque achei que podia ser... sei lá, nem sei o que achei. Acho que eu estava com medo de ser e eu morrer de felicidade.

Ele riu.

- Mas não morreu.

- Não, mas chorei tanto no consultório...

Os olhos dela se encheram de água e Marco a beijou.

- Eu te amo, sabia?

- Vou ter que parar de trabalhar...

- E daí? Para! Depois que ele nascer, você volta. Qual é o problema? Isso não é o fim do mundo.

- Estamos pagando duas faculdades, Marco.

- Ei, gata, você vai ter um filho meu e acha que eu não posso dar conta de nós três?

Ela sorriu e o abraçou.

- Desculpe, bobeira minha.

O telefone tocou e ele foi atender.

- Alô!

- Marco, é o José. Como vai?

- Tudo bem, professor. E aí?

- Tudo bem também. Eu queria saber da minha filha. A Rita falou que ela não passou bem hoje na agência, que foram ao médico... O que houve?

- A Rita não disse por quê? - Marco perguntou, sorrindo.

- Não, você sabe como é a Rita. Adora fazer mistérios quando a gente está curioso com alguma coisa que só ela sabe. Ela pediu pra eu ligar pra vocês...

- Espera um momento, o senhor vai falar com a Amanda.

Marco tampou o bocal do telefone com a palma da mão e disse:

- A Rita não contou pra ele. Quer contar?

- Quero...

Ela se sentou e apanhou o telefone.

- Pai?

- Oi, meu anjo. O que foi que houve, meu bem? O que é que você tem?

- Nada demais, pai. Só quero te avisar que você vai ser avô.

Fez-se um silêncio significativo do outro lado da linha, depois a voz emocionada de José perguntou:

- Isso é sério, Amanda?

- Eu não brincaria com você com um assunto tão sério, papai. Eu estou grávida.

- Poxa...! Queria tanto te dar um beijo agora, meu amor...

- Vem pra cá.

- Não, eu sei que você é o Marco têm muito que conversar, hoje. Amanhã eu passo por aí. Estou muito feliz, filha. Eu te amo.

- Amo você também, gato. Você vai ser o avô mais charmoso de Santo Amaro e de São Paulo inteira!

José riu.

- Deixa eu me acostumar com a ideia devagar, menina. Deixa eu falar com o seu marido. Tchau, meu amor. Um beijo.

- Outro. Tchau.

Ela devolveu o telefone a Marco.

- Gostou da notícia, professor?

- Adorei! Meus parabéns!

- Obrigado.

- Seu pai já sabe?

- Não, eu mesmo fiquei sabendo agora! Vou contar pra ele amanhã, pessoalmente. Quero ver a cara do velho.

- Ele vai ficar muito feliz também, tenho certeza. Meus parabéns de novo, Marco. Sem puxasaquismo, fico feliz que meu primeiro neto tenha um pai como você.

Marco sorriu.

- Obrigado, professor.

- Tchau, filho.

- Tchau.

Marco desligou o telefone, emocionado.

- Ele me chamou de filho...

Amanda riu e acariciou seu rosto.

- Nunca tinha feito isso?

- Não... Estou me sentindo um Rotemberg.

Ela riu mais ainda e o abraçou.

*************************************

Na manhã seguinte, Marco e Amanda fora até a casa dos pais dele na João Dias. O sábado bonito sempre convidava Antônio a lavar o carro e era o que ele fazia, na garagem de casa quando os dois chegaram.

Quando viu o Escort estacionar diante do portão, Antônio parou o que fazia e veio receber os dois na calçada.

- Bom dia, seo Antônio, ela falou, beijando o rosto dele e recebendo seu beijo.

- Tudo bom, filhota?

- Tudo...

- A Laila estava esperando por você pra fazer o almoço.

- Eu estou já indo lá.

Amanda entrou na casa e Marco trancou o carro e aproximou-se do pai, beijando seu rosto.

- Oi, pai.

- Bom dia, filho.

- Fui até a imobiliária duas vezes esta semana, você não estava... Liguei...

- É, a Hilda falou. Eu estava em Blumenau.

- Fiquei sabendo ontem à noite, pela mamãe. Viajou de novo a negócios...

- E eu viajo por outro motivo?

- Não viaja a passeio porque não quer. Se o problema é a Mariana, pode muito bem deixá-la com a gente. Já ficou outras vezes.

- Sua mãe acha que atrapalha vocês...

- Já dissemos várias vezes que isso é desculpa esfarrapada de vocês...

Mariana, com um ano e meio, apareceu correndo e veio abraçar o irmão que a ergueu nos braços, beijando seu rosto.

- Como vai minha princesa? E meu beijo?

A menina o beijou com um beijo molhado e estalado.

- Ai, que beijo gostoso! - ele disse, beijando o pescoço dela que ria. – Você está dando trabalho pro papai, garota?

- O dobro do trabalho que você deu, disse Antônio, beliscando a filha na barriga.

- Sério, Mariana?

A menina apenas balançou a cabeça confirmando e sorrindo. Os dois riram.

- Vai me deixar de cabelos brancos antes de completar quinze anos, não é, baixinha? - perguntou Antônio lhe fazendo cócegas.

Mariana riu e encolheu-se, escondeu o rosto no ombro do irmão.

- Sinto dizer, mas eu vou ajudar nisso, disse Marco.

- Ajudar? Como?

- Vou te dar um neto...

Antônio encostou-se no Escort e ergueu as sobrancelhas.

- Você está brincando...

- Não estou. Eu e a Amanda estamos grávidos! - disse ele, sorrindo.

- Poxa vida! Parece brincadeira, filho...

- Mas não é. Está feliz?

Antônio aproximou-se dele e o abraçou forte.

- Muito, filho. Muito mesmo. Mas isso não vai atrapalhar a carreira dela?

- Estou pouco ligando pra isso. Nós estamos casados há quase três anos. Já estava mais do que na hora. Depois que o bebê nascer, ela pode continuar a fazer o que fazia. Ela trabalha com a madrasta que nunca vai deixá-la sem emprego. E a Amanda tem uma genética muito boa. Vai voltar a forma rapidinho.

- Mas com uma criança é sempre mais difícil.

- Se todo mundo fosse pensar por esse lado, ninguém tinha filho. Eu queria já ter dois! Só não fiz isso porque a Amanda estava terminando o colégio quando a gente se casou e depois porque queria me estabilizar na RR, no casamento e comigo mesmo. Se fosse por mim, desde o ano passado já teria planejado o bebê; só que, como ela não tocava no assunto, eu também não falei. A última vez que ela falou disso foi na formatura dela. A barriga da Bete deu uma coceirinha pra fazer um também...

- Então não foi planejado?

- Não... Se foi, ela decidiu sozinha, mas eu adorei. Pelo menos eu sei que ela está preparada pra isso.

- E você?

Marco sorriu.

- Já falei, por mim já teria dois.

- Conversa... disse Antônio, batendo no ombro dele e entrando na casa.

Marco riu e foi atrás dele, colocando Mariana nos ombros. Ao entrarem na cozinha, Antônio já viu Laila chorando, pois já tinha recebido a novidade por Amanda. Aproximou-se da nora e disse:

- Deixa eu dar outro beijo nessa minha nora. Ah, meu Deus, eu sou muito novo pra ser avô.

Marco aproximou-se da mãe e a abraçou também.

- Ih! Chorona. É pra ficar feliz!

- Mas eu estou feliz!

Depois de abraçar Amanda com carinho, Antônio disse:

- Você resolveu mesmo me deixar mais velho, não é?

Ela riu e ele segurou seu rosto com as duas mãos.

- Ninguém nunca vai dizer que esse rostinho é o de uma mamãe.

- O senhor também não tem cara de vovô.

- Graças a Deus alguém me defende!

Todos riram. Antônio beijou a testa de Amanda e convidou:

- E se a gente fosse almoçar fora? Nós e o José e a Rita, hein?

- É uma ótima, falou Marco. – Só que ainda está cedo e eu queria dar uma chegada na casa do Teo, do Aldo e ligar pro Chu pra contar a novidade.

- Tudo bem. Vocês vão e se encontram com a gente aqui mais tarde. Vou ligar pro José.

- Combinado! – Marco disse, tirando Mariana dos ombros e querendo entregá-la para a mãe. – Vai com a mamãe, Mariana, o Marco vai ter que sair...

- Não! – ela disse, agarrando-se em seu pescoço, querendo chorar. – Vou com você.

- Xi!

- Vai ensaiando, garotão, brincou Antônio, rindo. – Os três primeiros anos são isso aí mesmo.

- E os outros? - Marco perguntou.

- Três vezes piores.

Riso geral. Marco resolveu levar Mariana com eles e fizeram as visitas nas casas dos dois amigos e ligaram para Chu da casa de Teo. Na volta, encontraram Rita e José esperando por eles e Rita fez a festa, abraçando Marco com a euforia de uma prima super-feliz.

- Meu garotão vai ser pai! Ah, meu Deus do céu, eu já estou me sentindo avó junto com a Laila! E isso me torna avó em dobro!

- Sabe que você foi culpada por eu quase morrer de susto?

- Eu?

- É. Eu estive na agência metade do dia e você nem pra me avisar que a Amanda tinha passado mal. Quando a Débora me ligou, levei o maior susto quando ela me disse. Fiquei pensando mil bobagens.

- Ah, não diga que você nem tinha uma ideia?

- Não! Ela nunca me disse que sentia nada!

- É verdade, Rita, confirmou Amanda, abraçada ao pai. – Eu nunca disse nada pra ele.

- Por quê?

- Não sei... Não queria iludir nós dois e depois não ser. Eu espero por isso, mesmo depois de poucos meses do casamento e nunca acontecia. Tinha medo de ficar desapontada como das outras vezes e ele também ficaria.

- Não ficaria não, ele disse.

- Ficaria sim, eu te conheço.

- Bom, mas o importante é que ele veio e vai ser muito esperado e amado. É mais um Rotemberg Ramalho no mundo. Vamos almoçar? Estou com fome e ainda mais agora que estou me alimentando por três...

- Três?! – perguntaram todos.

- Por mim, pela Amanda e por ele... ou ela. Vou ter que sustentar nós três!

ESPERANÇA! – CAP 1

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