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Meio-Dia e Um – Livro 2 – Trilogia Durante Os Dias

Meio-Dia e Um – Livro 2 – Trilogia Durante Os Dias

L. G. COELHO

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5
Capítulo

Rebecca Mills, esse foi o nome que lhe foi dito quando abriu os olhos em um hospital sem suas memórias. Por meses ela tenta se lembrar quem é mas nada lhe é familiar, seu marido, sua família, seus amigos ou lugares que visita. Nada em sua vida parece real, e tudo piora ao descobrir que está grávida depois de ter voltado de uma lua de mel que ela não se lembra. Tudo parece fora do lugar para ela que aos poucos começa a desconfiar de sua família. Mas ela não vai desistir de se lembrar mesmo que isso signifique fugir de tudo e todos que dizem conhece-la. "Eu só quero saber quem sou. E nada mais."

Capítulo 1 Capitulo 1

■° Epígrafe °■

"Meus pés parecem sempre pisar em vidro quebrado.

Mas nunca parecem feridos o suficiente para me impedir de continuar seguindo em frente.

Porque sei que tenho seu apoio, seu carinho e seu abraço caloroso.

Por isso mesmo que você já não esteja aqui no futuro.

Eu ainda continuarei a jogar minhas palavras a quem estiver interessado.

E talvez um dia eu possa me encontrar novamente contigo onde quer que esteja agora.

Porque sempre irei lhe guardar em meu coração."

■° Ass.: L. G. Coelho °■

°■ Capítulo 1 ■°

■° Último capítulo do Livro 1 °■

Abro os olhos e passo a mão sobre a barriga já grandinha, seis meses de gestação quase sete e nem ao menos pude montar o quartinho do bebê por falta de dinheiro e tempo, tantas consultas médicas por causa da perca de memória e mesmo assim não chegamos a lugar algum.

–Você precisa comer, aqui pega. -olho para o homem magro e de face pouco marcante, não consigo acreditar que ele é meu marido e pai do meu filho mas não há como negar que isso se deve a minha falta de memória.

–Obrigada. -pego o prato que ele me oferece cheio de comida, não irei comer nem metade disso mas ele parece gostar de colocar comida para mim então apenas deixo ele fazer o que quer. Desde que cheguei em casa me sinto estranha, há fotos e mais fotos pela casa, vestido de casamento e até mesmo fotos da minha família pela casa mas isso não me trás nem um pouco de familiaridade, tenho apenas menos coisas em que me sinto confortável e familiar.

–Como foi no serviço hoje Juan? -esse nome não me causa nenhum sentimento em particular, o médico disse que certos lugares, certas cores, lugares e até mesmo nomes podiam me causar um pouco de conforto mas desde que partimos de onde estávamos para vir a nossa casa depois da viagem de lua de mel não sinto nada além de desconforto.

–Normal, muita papelada por causa do tempo longe e pessoas me perguntando sobre como anda minha esposa e filho. -diz com a voz feliz e sorrio mesmo sem ter ânimo algum para rir.

–Quero ir comprar algumas roupinhas para o bebe, já estamos entrando no sétimo mês e só gastamos dinheiro comigo. -falo enquanto sirvo o suco para ele, o mesmo tem um semblante fechado e punhos serrados.

–Eu não acho que seja uma boa ideia, você ainda não parece bem para andar por aí. E se não conseguir voltar pra casa. -sua voz parece amargurada e estranha, me afasto sentando na cadeira desanimada e com um pouco de medo.

–Tudo bem, então podemos ir juntos. -falo baixo enquanto remexo na comida em meu prato, afinal não há nada que eu possa fazer além de seguir o que ele diz isso é o que meu instinto me fala para fazer e eu apenas faço.

–Ok, na minha folga iremos fazer isso. -ele agora sorri e volta a comer, continuo olhando para ele sem entender o porquê de meu corpo reagir assim a qualquer mudança de tom que ele tem ou qualquer traço que me faz sentir um medo avassalador por mim e pelo pequeno bebê.

–Vou preparar o seu banho e arrumar a cama. -digo me levantando e levando o prato para a pia, olho pela janela a rua pouco movimentada de uma cidade pequena em São Paulo no Brasil, não me sinto familiaridade com nada ao olhar por essa janela e isso me assusta.

O pior foi que de uns dias para cá eu não tenho sentido segurança ao comer a comida que ele prepara ou trás da rua, porque toda vez que como minhas dores de cabeça pioram e sinto falta de ar, até mesmo um simples copo de água me deixa nervosa quando é ele que me entrega.

–Deixe que eu retiro os pratos da mesa, não pode se esforçar tanto querida. -ele me dá um beijo na nuca e sinto vontade de vomitar, mas era pra isso me fazer sentir segura e feliz não com nojo.

–Ok, vou preparar o banho agora. -as vezes a casa tem problemas para esquentar a água então temos que ligar o chuveiro por alguns minutos ate a água morna começar a sair, nesse meio tempo eu arrumo a cama e fecho as cortinas do quarto deixando aconchegante para que eu possa dormir confortável.

Suspiro entrando no quarto e fechando a janela que havia deixado aberta, logo o ar-condicionado para deixar o quarto um pouco mais frio e entro no banheiro abrindo o chuveiro, coloco a mão na agua sentindo a água fria cair em meus dedos e sorrio para o nada. Sinto uma leve tontura e me encosto na parede, acho que vou ter que descer e comer alguma coisa escondida de Juan novamente porque ainda não comi o suficiente para fortalecer a mim e ao pequeno ser dentro de mim, droga devia ter comido algo antes dele chegar em casa mas não me lembrei.

Quando a água morna começa a cair desligo o chuveiro e vou pegar as toalhas para que ele possa se secar, na verdade eu não entendo o motivo de ter que fazer isso já que não me lembro de fazer isso antes, quando Juan me disse tudo sobre nossa vida juntos falou coisas que eu fazia antes de perder a memória mas não acreditei em quase nada por que não conseguia me ver fazendo isso.

Nos primeiros três meses quando descobri sobre a gravides fiquei super feliz mas ele não parecia nada animado com a notícia, então nos próximos meses observei cada uma de suas ações mas nada que ele fazia parecia fora do comum, isso foi o que pensei até pouco tempo antes do começo desse mês que ele parecia estar agindo de forma muito estranha.

Agora não consigo mais confiar em Juan, desde que vi ele falando ao celular desesperado alguns dias atrás sobre mim e a gravides, as frases que usou a forma que se expressou deixou tudo ainda mais suspeito, mas o que posso fazer? Não tenho ideia de para onde fugir, Juan disse que meus pais faleceram e que não tenho família alguma e que apenas conhecíamos poucas pessoas do trabalho, para quem pedir ajuda em casos assim.

Nem ao menos posso ir em alguma delegacia porque ele trabalha em uma, cada caso que se passa nessa cidade é vistoriado por ele o que faz com que seja difícil eu denunciá-lo ou fugir dele já que tenho cada policial dessa região com os olhos em mim, além disso mesmo que consiga fugir para onde devo ir? Quem devo procurar? Essas tem sido as perguntas mais frequentes que tenho me feito nas últimas semanas, e se tudo que ele me disse for apenas uma grande mentira, o que devo fazer? Porque nem ao menos sei se meu nome é mesmo Rebeca Mills.

Não sei se realmente tenho vinte quatro anos e moro em São Paulo desde que nasci, não acho que não tenha família mas nem ao menos posso me lembrar dela, não sei nada sobre mim mesma a não ser o fato de que estou grávida de seis meses, quase sete e que preciso proteger a mim e ao meu bebê não importa como. Quero apenas que os tempo passe um pouco mais rápido para ter a certeza de que meu bebê vai nascer em segurança, até lá irei apenas seguir o que Juan mandar e fazer tudo para que ele acredite que continuo sendo uma pessoa que ele pode manipular e manter sob seus olhos.

Até que meu filho nasça e que consiga me manter segura desse homem que nem ao menos sei se realmente é meu marido, irei apenas seguir sua peça sem nem questionar, agirei como uma boneca de pano enquanto ele deixar que eu fique segura com meu filho, mas se algo acontecer que me ameace e a vida do meu bebê irei fazer com que todos saibam quem sou. Porque tudo que mais importa para uma mãe é que sua cria esteja segura independente de qual espécie seja ou de que os outros o rejeitem a mãe sempre vai priorizar a vida de suas crias.

–Rebeca? Vamos dormir meu bem já esta tarde. -sorrio encarando o rosto do homem com quem divido a cama.

–Estava apenas pensando no que fazer para o almoço de amanhã. -falo alisando a barriga e ele apenas entra debaixo das cobertas me chamando para deitar com ele.

–Pode deixar que te trago o almoço. -diz e apaga o abajur do seu lado da cama, observo o seu corpo relaxado e respiro fundo.

–Eu posso cozinhar Juan, o médico disse que tudo bem. -falo me levantando de onde estava sentada a alguma tempo apenas pensando. –Vou beber um pouco de água e já volto.

–Ok, não demora viu. -diz já abrindo a boca de sono, deve ser efeito dos remédios que coloquei no copo que ele bebeu suco, consegui esses do médico em que fui da última vez são bem fortes para dormir por pelo menos nove horas ininterruptas, assim posso comer algo sem que ele tenha tocado.

–Bebê, a mame vai te proteger bem. Então cresça e nasça saudável, está me ouvido. -falo com a barriga enquanto vou em direção a cozinha, por enquanto está tudo indo conforme o plano e espero que continue assim por um longo tempo.

■° ■° ■° ■° ■° ■° ■°

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