Save me to Love

~~ 𝚂𝚑𝚊𝚖𝚒𝚛𝚊 𝚑𝚊𝚢𝚎𝚜 ~~

Alguns dizem que ansiedade é excesso de futuro, depressão é excesso de passado e estresse é excesso de presente. Agora imagine alguém que tenha excesso de tudo isso !

Enfim, eu era essa pessoa .

Quando eu estava com apenas cinco anos de idade, o meu pai abandonou a família em troca de uma mulher bem mais nova que a minha mãe. Foi embora e não voltou desde então.

A minha mãe teve que trabalhar duro para me sustentar e manter a casa. Como não tinha a quem recorrer, me deixava em uma creche, enquanto se desdobrava nos dois empregos que tinha conseguido a muito custo.

Eu sempre ouvia minha mãe reclamar da falta de dinheiro; por isso, passei a ter medo do futuro. Temia que a minha mãe fosse embora como o meu pai havia feito. Receava perder a casa, o quarto, a vida. Eu não conseguia ficar tranquila. Vivia com a sensação de que um desastre estava prestes a acontecer.

Simplesmente eu não conseguia controlar os pensamentos negativos.

Dois anos de rotina pesada cobrando um alto preço: a mãe de Shamira adoeceu gravemente, vindo a falecer poucos meses depois.

Eu me vi "abandonada" mais uma vez e uma insegurança profunda inundou minha vida .

Eu fui adotada por uma tia distante. Eu cresci sem o aconchego da minha mãe nem a proteção do meu pai, tinha medo de tudo; pensar no futuro fazia meu coração palpitar.

E foi no tempo do ensino médio que minha vida teve uma reviravolta.

𝒎𝒂𝒏𝒉𝒂̃ 𝒅𝒆 𝒒𝒖𝒊𝒏𝒕𝒂-𝒇𝒆𝒊𝒓𝒂.

Shamira gostava de caminhar em uma praia perto de sua escola. Ela estava de cabeça baixa e não percebeu que havia alguém vindo em sua mesma direção. Acabam se esbarrando.

- Aii..- Shamira cai na areia perto de umas pedras .- que merda.

- Desculpe, você está bem? - um jovem alto, cabelo grande que passava da testa , e olhos claros , a ajudou a levantar .- não foi minha intenção machuca-la. Eu não a vi, me desculpe, você está bem?

Eu não consegui responder nada, apenas o olhei por breves minutos.

— Você se machucou?

—Não.

— Como é seu nome?

— eu tenho que ir.—sai dali sem olhar para trás.

—Oxi, menina estranha, pedi desculpas e ela me ignorou?— o garoto fala meio confuso— nunca fui ignorado antes, me sinto meio triste agora, mas até que foi interessante, eu nunca fui ignorado antes.— depois desse pequeno debate consigo mesmo, ele segue seu caminho, ainda se fazendo viárias perguntas.— Eu deveria ir pra escola agora — ele olhou para o seu relógio de pusso — E deveria mesmo! Porra tô atrasado.

E já um pouco longe dali shamira se fazia várias perguntas também— por que justamente hoje? Tem que acontecer tanta coisa ruim? Odeio o dia de hoje.— ela continua seu percurso, apenas odiando existir.

Continua...