O Herdeiro do CEO North

The Big Apple (A Grande Maçã) é o apelido dado a New York, a cidade que muitos escolhem como destino por ser palco de grandes séries e filmes. Os pontos turísticos que antes serviam como cartões postais em 1920, agora são captados pelos flashs das câmeras fotográficas.

Enquanto inúmeras pessoas passam umas pelas outras, o som dos carros e motocicletas seguem em velocidade pelo asfalto que vibra de forma imperceptível pelas pessoas, alguns quilômetros, mas precisamente na Wall Street, entre os numerosos prédios encontrasse o edifício de quarenta andares todo revestido em granito negro, North Atlantic empresa multibilionária da família North, família tradicional do norte da Itália. Há quase quinze anos o primogênito do antigo CEO e acionista majoritário se mudou para solo americano sob o pretexto de expandir os negócios da família. De primeiro momento o patriarca North Minato suspeitou das reais intenções do filho, mas fraternal como somente ele é, foi difícil dizer que não e assim, Nathanael North mudou-se para New York ocupando a posição de CEO da sede norte-americana e trouxe consigo seus dois melhores amigos, que atualmente somente o Diretor Executivo Navarro Stephano permanece ao seu lado como diretor executivo da North Atlantic.

– Nathanael eu quero um neto! – Gritou sua mãe North Krystal a única herdeira das minas de esmeraldas localizada na África do Sul – Você já tem mais de trinta anos Nathanael, quando eu tinha apenas vinte já estava na minha segunda gestação. – Finalizou com a voz embargada mudando completamente o tom de voz, claro pura chantagem emocional que Nathanael conhecia muito bem, além da ruiva, somente Isabelle dominava essa artimanha muito bem e conseguia tudo dele e de seu pai. Os dedos grossos unidos fazem pressão sobre o osso do nariz descendo lentamente pela irritação da conversa.

– Mãe! – Ponderou a voz – Você me retirou de uma reunião com um sócio investidor para falar isto ? – Perguntou indignado, não era a primeira vez que esse assunto assolava a mente do CEO de trinta e oito anos. Não que Nathanael achasse o pedido um absurdo, é natural um homem se casar e ter filhos, mas precisamente herdeiros, ainda assim, nunca encontrou alguém que considera-se digna e confiável para assumir tal posição de mãe de um filho seu e herdeiro da fortuna bilionária da família. Nathanael respirou fundo ouvindo as reclamações, era sempre assim quando a matriarca ligava do Canadá onde a família reside há dez anos por capricho de sua mãe, casados há muitos anos, mas Minato nunca negou nenhum pedido de sua amada e azar de quem contrariasse sua amada esposa. Afastando a gravata, o corpo grande e pesado se recostou no sofá de couro em seu escritório na cobertura do edifício. Apesar da idade, a genética da família foi favorável a Nathanael, com seus um metro e noventa e dois, o corpo musculoso e talhado por exercícios rigorosos todos os dias na parte da manhã na academia em seu apartamento luxuoso na parte elitista da grande maçã.

– Está me ouvindo Nathanael ? O Sasuke se casou há dois meses e a Sakura já está grávida! – Nathanael riu revirando os olhos. Já faz seis meses que seu melhor amigo retornou para o Canadá junto de Sakura, uma jovem cirurgiã do Hospital Hendrix. Os dois amigos desde a infância junto do loiro, Sakura sendo a única amiga do North, mas assim quis o destino juntar o casal somente a partir desse evento beneficente que por sorte, fazia parte de uma ação do hospital que é um dos investimentos da North Atlantic e assim, um ano após o primeiro encontro Uchiha Sasuke decidiu se casar e mudar-se para o Canadá onde Sakura ex-Haruno recebeu uma proposta conveniente de trabalho, um convite especial da sua querida avó fez para agora então Uchiha Sakura – Se continuar assim eu vou morrer e não terei quem me chamar de vovó.

– Você tem a Ino, não se esqueça dela. – Provocou rindo minimamente. Nathanael já estava habituado ao viés desse drama de sua amada mãe, nunca criou ilusões referente ao assunto por desconsiderar totalmente distante das belas mulheres que teve em sua cama durante todos esses anos. Loiras, ruivas, asiáticas, mulheres maravilhosa de todas as idades e formas. Modelos, herdeiras de patrimônios bilionários e até famosas que despertaram o interesse do solteiro cobiçado, mas apesar dos lençóis, nenhuma conquistou o que Nathanael julga nem mesmo ter, seu coração. Desde o berço teve que lidar com o assédio dos abutres e aprendeu a julgar mais cedo ainda. Negócios e oportunidade é o que todas as mulheres olhavam assim que deitadas nos lençóis finos de um quarto de hotel. Era sempre mais do mesmo, um sorriso mínimo e todas terminavam do mesmo jeito, a não ser Sasha. Sasha julgou-se durante um tempo ter conseguido adentrar o coração do North, entretanto o loiro já estava habituado a falsa modéstia e um sorriso submisso mas se agradou em ver até onde a jovem modelo iria com todo o teatro e entediado, encontrou uma diversão temporária.

– Seu pai vai te dar um ultimato. – Disse Krystal friamente despertando atenção do filho – Você sabe que consigo absolutamente tudo de seu pai.

– Krystal.

– Não me chame de Krystal. – Sorriu perversamente do outro lado da linha. Nathanael umedeceu os lábios pois nesse jogo a vontade da matriarca é lei e seu pai? Bom... um rei que faz todos os desejos de sua rainha amada. Com dezessete anos Minato conheceu Krystal nas vinícolas na Itália e foi paixão à primeira vista. Ambos saiam em alguns encontros formais e semanas depois estavam os dois debaixo de uma propriedade recém comprada pelo pai de Minato. Ao ouvir que sim, Minato sorriu recebendo de bom grado o corpo da sua jovem amada e três meses depois estavam casados. A união repentina foi um escândalo mas nenhum dos dois se importou com os murmúrios que diziam entre a alta sociedade nos eventos formais e com o passar dos meses como nenhuma criança nasceu, os murmúrios cessaram e outros começaram, murmúrios de inveja pela felicidade do casal. Quase quatro décadas depois o casal continua junto e apaixonado, vivendo a sorte desse amor – Ou você me dá um neto Nathanael North. – Nathanael conseguiu sentir o riso junto da respiração maliciosa da sua mãe – Ou eu vou pessoalmente até sua querida cidade e consigo o que quero de você. – Nathanael engoliu seco, não ousaria contrariar ainda mais sua mãe, desgostoso ele suspirou – Temos um acordo meu amado filho ? – Perguntou satisfeita.

– Eu vou te dar um neto Krystal. – Disse Nathanael para a matriarca.

– Perfeito. A mamãe ama você! – Respondeu satisfeita encerrando a ligação. Zonzo Nathanael olhou para seu escritório espaçoso, a decoração moderna, o piso reluzente, todos os móveis minimamente decorados por seu amigo pessoal, um playboy norte-americano que conheceu por acaso quando o mesmo fugia após ter insultado Paris Hilton por descuido. Sai Von Miller, natural de New York, herdeiro da fortuna vinda dos grãos de café e mais velho de quatro irmãos, com encontro inesperado foi agradável e fácil formar o laço de amizade entre os dois. Com um clique a voz do outro lado do ramal não demorou para chegar até seu escritório.

– O que aconteceu ? – Stephano indagou tentando conter o riso pelo estado atônito de Nathanael.

– Preciso que me ajude. – Respondeu batendo o smartphone na mesa de vidro.

– Vem, vamos sair. – Nathanael ergueu a sobrancelha – Já terminamos tudo e pelo seu estado, foi a tia Krystal acertei ? – Nathanael concordou – Tenho o local certo para melhorar seu humor e você me diz o que é que te deixou assim. – Assentiu o North seguindo junto do amigo. No térreo seguiram no carro esportivo do Navarro. Quando ambos deixaram a Itália para vir a New York, os primeiros anos foram regados a trabalho, bebida e mulheres. A vida era automática e seguiam os três nessa rotina durante muitos anos. Assim como Nathanael, Navarro não encontrou nenhuma mulher que se sentisse vivo e pudesse ter mais que uma noite de muito sexo até os últimos meses, quando encontrando um certo bar se perdeu e foi feito cativo pela loira dos olhos de esmeralda.

– Chegamos. – Disse tentando não transparecer o humor de estar ali, ele queria ajudar o amigo mas também ver sua loira o que até então não é de conhecimento de Nathanael, que seu outro amigo havia sido fisgado.

• • •

– Tessa essa roupa tá muito curta. – Sussurrou Hinata dentro do banheiro para a amiga no celular. Desde sempre Tessa queria sair das asas do pai e dos irmãos, mas como a filha mais nova a redoma foi posta muito antes dela nascer, mas agora, com dezoito anos e três propostas de bolsa nas melhores universidades de New York o emprego de meio período no bar na quinta com a nova, a loira guardava tudo que ganhava a fim de alugar um apartamento próximo da faculdade que sempre sonhou em ingressar – Tessa! – Choramingou Hinata mais uma vez, diferente da amiga a jovem Esposito que vem de família pobre, os quatro possuem um prédio no Bronx onde alugam um quarto e possuem um mercadinho no final da rua que é de onde tiram o sustento da família. Após o filho mais velho Esposito Noah deixar o colégio em que Hinata tem bolsa ele se mudou para Inglaterra junto de sua noiva Tenten, que também recebeu o convite para atuar como professora na universidade de Cambridge.

– Hina minha perolada não se preocupa, no bar tem seguranças espalhados e ninguém toca nas meninas do Owen. – Riu a loira do outro lado da linha. Sonolenta acabou comendo um queijo vencido e mesmo medicada não estava em condições de ir para o bar naquela noite e como tinha aula na manhã seguinte pediu para Esposito cobrir seu lugar o que seria ótimo pra Hinata ganhar um extra. Mesmo Hinata não falando nada, Tessa conhecia bem sua amiga e era consciente que ela trabalhava no bar por opção, mas Hinata aceitou por necessidade. Há algumas semanas foi descoberto que Hanabi está com leucemia. Descobriu no dia que pegou Hinata chorando no intervalo dentro do banheiro e agora, seria uma oportunidade da perolada ver que apesar de exaustivo, trabalhar no bar poderia ajudá-la, mesmo que um pouco, Tessa se compadecia das necessidades da melhor amiga. No colégio nunca foi fácil para Hinata, apesar de muito gentil e extremamente linda o fato de ser pobre e bolsista era motivo suficiente para servir de chacota por muitos. No fundamental uma sexta-feira viu a todos jogando pães contra o corpo miúdo encostado no canto do corredor. Assim que Amber uma pick-me girl espalhou para todos que os pais de Hinata possuem um mercadinho no Bronx isso foi motivo suficiente para Hinata se tornar um alvo fácil entre os mesmo. Não muito diferente de Hinata, Tessa também é bolsista, mas sua família possui alguns imóveis como herança de família e através dos aluguéis, e também de alguns investimentos possuem uma vida tranquila. Irritada com a situação, nesse mesmo dia Tessa prometeu a si mesma que não deixaria mais a Esposito ser holofote dos miseráveis.

"Se mais alguém aqui jogar mais um pão na Esposito vai perder os dentes" – Gritou com os braços erguidos na frente da perolada que chorava entre soluços. Um a um foram indo embora restando apenas as duas no local "Eles já foram Hina" – Sorriu Tessa agachada em frente Hinata e desde então, são melhores amigas.

– Meu anjinho! – Bateu Owen contra a porta do banheiro. Desde que viu a jovem perolada seus olhos brilharam de excitação. Não na jovem é claro, muito menos iria prostitui-la, afinal, detestava essa prática por lembrar de seu passado. Owen jamais faria isso já que ele mesmo, foi obrigado a vender seu precioso corpo durante anos na Alemanha, mas sabia muito bem que belas jovens servindo drinks aumentariam sua clientela. Em vinte anos como proprietário daquele bar, nunca houve incidentes e nenhum engraçadinho avançou o sinal. Afinal, homens musculosos com mais de dois metros de altura protegiam o lugar. Um serviço custeado pelo seu Daddy, seu amado Richard Noss um lutador famoso já aposentado, que apesar de casado há vinte anos, mantinha seu amante desde que cruzaram o corredor do hotel luxuoso na Alemanha. Saiu de seus pensamentos e disse a morena.

– O local tá cheio minha criança, e você precisa ganhar seu trocado. – Disse vendo a porta ser destrancada e aberta lentamente, mostrando uma Esposito com os olhos brilhando.

– Sinto muito. – Disse a Esposito com o rosto ruborizado pela situação, Owen sorriu abraçando-a de forma fraternal.

– Meu anjinho não precisa ter medo, temos seguranças e homens fortes para proteger todas as minhas garotinhas. – Tocou com o indicador no nariz arrebitado de Hinata que ouvia tudo atentamente – Aqui não é um prostíbulo nem uma boate, mas esses modelitos chamam atenção dos homens. E com eles mais tempo sentados, mais eles consomem e deixam gorjetas mais gordinhas.

– Eu sei... mas.

– Não se preocupe minha criança. O Johnny já quebrou alguns ossos de alguns engraçadinhos e meu Daddy ajuda manter esse local seguro.

– Daddy ? – Perguntou Hinata em choque pelo homem extravagante vestido de púrpura e longos fios negros, tão longos quanto os seus. Sua pele clara, olhos marcantes e voz firme mas aveludado traziam um ar hipnótico a qualquer um que o visse.

– Sim sim. – Riu entusiasmado fazendo Hinata sorrir minimamente – Agora faça igual te ensinei. Arruma a postura, atenda os clientes com sorriso que eles vão deixar gorjetinhas gordinhas pra você! – Piscou pegando na mão da Esposito – Agora vá minha criança e se qualquer um tentar te tocar o Big Mick quebra eles pra você. – Disse com a voz melodiosa como se não fosse nada, o som alto do bar tornava tudo mais confuso para mente da perolada que engoliu seco pegando o bloco de notas, puxou a saia do conjunto temático da noite, anos oitenta. Suspirou fundo andando minimamente, Hinata se sentiu estranha tendo tantos olhos sobre si, ingênua e tola não se dava conta do corpo curvilíneo e erotico que possuía e seu ar angelical tornava tudo mais interessante aos olhos masculinos cheios de cobiça e testosterona. Desviando das mesas já sendo atendida direcionou os olhos aos seguranças, o que a fez se sentir mais segurança repassou tudo que Owen a instituiu quando chegou ao seu escritório – Sorria Hinata! – Disse a si mesma encontrando um par de safiras sobre si, o corpo de Hinata se arrepiou por inteiro. Calor, arrepios e tremores internos tomaram o corpo de Hinata que tensa fitava o homem mais bonito que já havia visto na vida. Amante de filmes e capas de revistas Hinata chegou a conclusão rapidamente que aquele homem de olhos azuis, rosto másculo, ombros largos e fios dourados, tão dourados quanto o ouro é com certeza um dos homens mais bonitos que havia visto, com certeza ele é algum tipo de delírio ou modelo de capa de revista. Seu sorriso malicioso sobre si fez seu ventre tencionar e sua garganta secar, ficaram ambos se fitando. Olhos azuis encontraram os olhos de lavanda exóticos da Esposito. Mas com um lapso de memória Hinata sai do transe piscando várias vezes o que fez brotar um sorriso mínimo nos lábios do homem belíssimo a sua frente, abaixou a cabeça aproximando-se da mesa e só então se deu conta do outro homem vestindo um terno muito bonito, ombros largos e um rosto belo moldado pelos fios longos do cabelo solto até o altura do maxilar.

– Boa noite senhores. – Disse com dificuldade rabiscando o bloco de notas, respirar nunca foi tão difícil aos pulmões de Hinata como estava sendo naquele momento – Se.... sejam bem vindos senhores, ah... o que vão querer hoje ? – Perguntou Hinata recebendo o silêncio de ambos por longos segundos, até que o homem moreno pronunciou.

– Uma água tônica e gin. – Disse Stephano intrigado com a situação, em todos esses anos nunca tinha visto Nathanael perder a fala quando se tratava de mulheres e vendo seu estado para uma simples garota que julgou não ter nem vinte e um anos, sorriu minimamente.

– Água, gelo e limão. – Respondeu Nathanael apreciando os olhos quase escondidos pela franja e sorriu embasbacado por nunca ter visto uma beleza como está antes. Onde estava escondida tal mulher... garota para ser mais exato e se amaldiçoou por desejar algo tão belo e inocente como ela. Sim, inocente... voz suave, aveludada e submissa, tal pensamento fez seu membro pulsar dentro da calça de alfaiataria. Nathanael ajeitou a postura sem antes olhar uma última vez para a jovem, ele já era um homem a um passo dos quarenta anos e desejando uma garota, um menina era passar demais a linha que ele mesmo estabeleceu, ele precisava sim se enterrar em uma cavidade úmida, quente a noite inteira e gemer entre sussurros de prazer pensando na garota com ar angelical mas além de tudo isso, ele precisava se recompor, pigarreou ajeitando a postura e pode respirar aliviado assim que o anjo se afastou, sim um anjo em corpo de mulher foi o grito em sua mente vendo-a de relance se afastar com seu rebolado mínimo, mas sensual, mesmo sem a intenção, suas coxas roliças em sua pele leitosa, como Nathanael queria tocá-la, mesmo que fosse uma única vez.

– Cara... o que foi isso ? – Perguntou Navarro rindo presunçosamente – Agora entendi porque Sasha não era uma opção para você. – Nathanael revirou os olhos, afinal, nem Sasha nem nenhuma outra em todos esses anos seria uma opção, talvez alguém como... não, não, nenhuma.

– Sasha é uma mulher falsa e oportunista. Nenhuma dessas mulheres quer apenas se deitar com meu corpo e muito menos comigo meu caro amigo. Um rosto bonito não é nada para uma mulher interesseira e oportunista. Elas querem dinheiro e status, no final é tudo sobre dinheiro. Uma mulher com sorriso fácil se deita com o pior dos homens por trocados, e conosco. É a mesma coisa! – Navarro concordou, era um fato de que no meio que vivem e as mulheres com quem se relacionam é exatamente isso que acontece e sorriu lembrando de Tessa que por sinal não estava ali essa noite mas avisou há cinco minutos atrás com uma mensagem quente e uma foto que fez seu membro pulsar de desejo. Como era bom estar nos braços da sua garota quente, loira, engraçada e problemática. Nathanael continuou: – Eu preciso de uma mulher que apenas tenha meu filho e pronto, não quero vínculos com ela. Ela vai viver a vida dela com o dinheiro que eu estou disposto a dar.

– E que goste dos seus gostos peculiares. – Provocou Navarro e Nathanael riu negando com a cabeça.

– Essa não é a questão. Mulher alguma iria se submeter a isso por um longo tempo. E eu vivo na realidade meu querido amigo apaixonado. – Rebateu Nathanael fazendo Navarro se engasgar com a saliva, afinal, teria dado tanto na cara que está apaixonado ? Não poderia, ele não disse a ninguém.

– Com licença. – Hinata pronunciou tão baixo que os homens só perceberam sua presença pela bandeja e seus copos surgindo a mesa. Nathanael falhou em não deixar de fitá-la. Graciosa, angelical, delicada e submissa. A mente de Nathanael fervia pensando em tudo que faria com a jovem de cabelos negros-azulados, corpo curvilíneo no traje dos anos oitenta que rapidamente surgiu e os deixou para trás, desaparecendo entre as pessoas e os olhares que incomodaram algo dentro de Nathanael.

– Vamos ao nosso problema, meu caro amigo. – Disse Navarro se servindo – Você precisa encontrar alguém e que esse alguém seja no mínimo decente.

– É... eu preciso de alguém sim. – Respondeu no automático com os olhos perdidos em busca de vê-la mesmo que de longe – Eu preciso de alguém como ela.

• • •

Hinata não soube explicar o que sentiu quando aquele homem a olhou. Nunca tinha tido nenhum contato com homem algum, não da forma íntima claro, mas sabia que algo no seu corpo havia se acendido de uma maneira que kami, ela não queria mais gostou. Por um momento se viu tentada a cair nos encantos daqueles belos olhos azuis. O homem exalava perigo, ela sabia. Era um homem mais velho, sério, parecia ser alguém importante. Não passou despercebido pela garota que ele estava do lado do namorado da sua amiga, como Tessa gostava de chamar o caso com o Navarro. Deveria ser um homem importante. Pelas vestes, pela forma de falar e pela forma que ele a olhava, ele era sim alguém importante e influente. E isso só gritava na sua cabecinha "perigo". Homens como aquele queriam apenas uma coisa de mulheres como ela. Uma noite regada de prazer e muito sexo. E o pior, a morena não conseguia mentir que pela primeira vez em toda a sua vida sentiu vontade de se entregar aquele estranho. Seu corpo estremeceu ao ouvir sua voz. Seus pelos se arrepiaram. Podia sentir seus mamilos se eriçarem só em imaginar aquela voz rouca lhe falando em seus ouvidos. Sua intimidade encharcou no mesmo momento, e quando ele lhe olhou de forma intensa sentiu um pulsar gostoso em baixo ventre. – Kami, como é possivel, eu ficar excitada apenas olhando para um homem ? – Se perguntou. Mas aquele homem não era um homem comum. Aquele homem exprimia dominância. Ele tinha cara daqueles homens que pegavam a mulher com força e a faziam ir do céu ao inferno em questão de segundos. Por Kami, precisava sair dali. Não poderia mais voltar naquela mesa. Tinha medo das ações do seu corpo perto dele. Tinha que focar. Estava ali por causa de sua irmã. Não tinha tempo nem cabeça para estar pensando em aventuras sexuais impossíveis. Suspirou derrotada e olhou o celular. Sorriu ao ver que tinha uma mensagem de sua amiga Tessa. A loira apenas dizia que tudo iria dar certo. Eram amigas, e Tessa era a única que sabia sobre tudo o que se passava na vida de Hinata.

– Hinata, mesa seis está pedindo mais duas doses de tequila. – Disse o atendente. A morena suspirou fundo, pegou o pedido e partiu para o salão. O coração batia acelerado no seu peito. Mas quando viu, ele não estava mais por lá. Por um momento ficou triste, mas em seguida se recompôs, foi melhor assim. Um homem como aquele nunca olharia para uma garota como ela se não fosse apenas por uma noite de sexo quente. E isso, por incrível que pareça, era o que ela menos queria no momento. Não podia negar que ele mexeu em uma parte de si que nenhum outro homem havia conseguido. Mas ela sonhava com algo mais. Queria uma família, uma casinha simples, dois filhos e um cãozinho. Mas, ela sabia que isso só existia em filmes, porque na vida real era tudo muito diferente.