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Inacreditável, hoje é o último dia de aula. Passei nas provas finais. Amanhã mesmo já começo a procurar um trabalho, preciso ajudar a mamãe.
"Mamãe, como a senhora está?" Entro em casa e minha mãe está prostrada em sua cama, ela está muito doente. Preciso fazer algo o mais rápido possível. Lembro-me das palavras da dra. Carina "Laura, se seua mãe não tomar esse medicamento o quanto antes, ela vai falecer..."
"Oi minha princesa, estou bem. Passei do horário. Vou agora fazer um almoço para você."
"Não mamãe, descanse. Eu faço o almoço. Vou fazer a faxina lá na casa da dona Perpetua. E de lá vou comprar seu remédio."
"Filha não precisa fazer isso. E como foi na escola?"
"Claro que precisa mãe. E foi tudo ótimo na escola, passei nas provas finais com ótimas notas."
Mamãe não responde mais, com certeza pegou no sono. Termino de fazer um ensopado para ela, e assim ela ficar forte e melhorar logo. Mamãe pegou tuberculose e não contou antes, simplesmente ficou trabalhando, fazendo esforço e não se tratou. Agora está muito mal da saúde.
"Mamãe, sente-se venha. Vou te ajudar a comer e me arrumar para sair." Mamãe não responde, e não sei o que houve. Sacudo mamãe e continua imóvel. Ligo para os paramedicos, eles chegam rápido.
"Senhorita, infelizmente sua mãe veio a óbito."
"Não, não pode ser. Ela estava conversando comigo a pouco. Ela estava..."
Meu mundo desmoronou, bem ali na minha frente. Não sei o que fazer agora. Eles levaram o corpo de mamãe. E agora estou sozinha no mundo.
Os dias se passam, acontece o enterro de mamãe e me vejo sozinha com as coisinhas dela. Ganhamos esse barraco na favela, porém, aqui posso andar tranquilamente, todos me conhecem. Vou ao ponto para ir ao shopping, espalhar currículos e conseguir um trabalho. Preciso me sustentar né.
Desço as ruas do morro, e chego ao ponto de ônibus, embaixo de seus 32ºC do Rio de Janeiro, sento-me e espero o ônibus passar. Olho pelo aplicativo e faltam vinte minutos até a sua chegada. Aqui nunca esteve tão deserto, sinto até um certo calafrio na espinha. Avisto uma BMW vindo em direção ao ponto, e acho estranho pensando até ser um político, pois nunca um carro assim vem para a ponta do morro. O carro para e fico com muito receio, e abaixo a cabeça.
"Boa tarde, senhorita."
Levanto a cabeça e me deparo com um homem lindo, bem vestido e sentado no banco de trás. "Boa tarde."
"Meu motorista se perdeu, e como pode notar não somos daqui. Pode me indicar para que lado fica Copacabana?"
"Sim, bom meu ônibus já vai passar e estou indo para lá. Se quiser esperar, podem seguir o ônibus e quando eu descer é onde vocês devem estar."
"Nossa, está indo para lá? Deixa que nós a levamos?"
Boa tarde senhorita, pode dar uma orientação ao meu motorista? Precisamos chegar no Centro, porém, como não somos daqui, nos perdemos. - Fala aquele homem bonito, tem aparência de ter no máximo 20 anos, fico em choque com tanta beleza, e pelo sotaque dá para perceber que não é daqui, e nem brasileiro é.
Moça! - Fala ele novamente me tirando totalmente de meus devaneios.
Oi, é... boa tarde... Uhm, posso sim. Desculpas, eu me distraí. O senhor pode seguir nessa direção, quando ver a placa do viaduto, pega a via da direita e segue por ela. Lá na frente vai ver uma estatua bem grande que fica em frente a um posto de gasolina, pega a direita e pode seguir, que chegará ao Centro. - Nem acredito que consegui falar aquilo tudo, com aquele homem me encarando.
Deixa eu me apresentar para você, me chamo Marco. - Ele se apresenta e sorri para mim.
Prazer, eu me chamo Laura. - Digo e retribuo o sorriso também.
Poderia me passar seu telefone, vai que perco novamente e preciso de ajuda. - Ele me pede o telefone e eu nem acredito. Por sorte, ganhei um celular de presente da patroa da minha mãe, anoto o número de telefone em uma folha de meu caderno.
Aqui está Marco. - Entrego a ele, e nem sei o porquê. Por quê entreguei meu número de telefone a um desconhecido? Devo estar louca, mas tem algo nele que me prende a atenção.
Vou te ligar, pode ter certeza. Obrigado pela ajuda e tchau. - Ele se despede, fecha o vidro do carro e segue adiante e eu fico ali olhando aquele carro ir embora e nem percebo que perco o ônibus, mas que droga. E agora, o que vou fazer? Como vou embora? O próximo ônibus é daqui há 2 horas. Estou frita, ainda bem que mamãe hoje vai dormir na patroa dela e não vou ouvir bronca, mas aqui é muito perigoso eu ficar sozinha. Me assusto com meu telefone tocando.
Alô! - Digo com a voz trêmula do medo que estou sentindo.
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