Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
O retorno chocante da Madisyn
Um casamento arranjado
O caminho para seu coração
Acabando com o sofrimento de amor
Um vínculo inquebrável de amor
Minha assistente, minha esposa misteriosa
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Esfreguei o rosto com a palma da mão, sentindo mais uma vez aquela onda de tédio me consumir.
As pessoas, incluindo minha família, vivem falando sobre as maravilhas de ser o seu próprio chefe, só não te contam que você é obrigado a dar conta de toda a parte chata do serviço.
Talvez eu devesse procurar um gerente de RH antes de um contador. Se bem que se for mais uma vez atrás dos conselhos do meu irmão mais velho, é bem capaz de ele chutar minha bunda com aqueles sapatos sociais que sempre odiei usar.
Me formei em Direito e apesar de todos acreditarem que eu assumiria o setor jurídico da empresa dos meus pais, resolvi arrumar um emprego por conta própria. Foram anos trabalhando em um escritório, sempre como o cara na média, nem o melhor, nem o pior. Até que resolvi me demitir. Uma tentativa de aplacar aquele padrão. Não queria mais estar na média, ou tudo dava certo, ou me
fodia de vez e, para ser sincero, nesse momento eu me sentia completamente fodido após dispensar mais um candidato para o cargo de contador.
A merda é que só haviam mais três profissionais na nossa lista e se os doze primeiros não me agradaram, o que seriam dos três restantes?
Eu entregaria meu sonho nas mãos de alguém. Claro que havia a possibilidade de um profissional irresponsável ferrar com o meu negócio. Precisava sentir que poderia confiar na pessoa que contrataria.
— Pode mandar entrar o próximo, Sabrina. — Apertei o botão no computador, que permitia a minha secretária me ouvir.
Uma batida discreta soou na porta e eu levantei os olhos dos últimos currículos que analisava.
— É que já está na hora do almoço e dona Clarice avisou que estava na sala de reuniões esperando pelo senhor. — Ela me informou e, pela primeira vez no dia, olhei as horas.
— Você já deveria ter ido almoçar. – Franzi o cenho ao constatar que já passava das treze horas.
— Estava só aguardando o último candidato da manhã, mas se o senhor não precisar de mais nada, vou agora. — Respondeu, alisando a saia social que usava.
— Está tudo bem, pode ir. — Liberei-a.
Sabrina era uma moça de 22 anos e estava se mostrando muito eficiente nesses dois meses de contratação, porém não largava o tratamento formal. “Doutor”, “Senhor” eram reverências que eu preferia deixar para os tribunais.
Assim que fechou a porta, reuni os últimos três currículos dentro de uma pasta e segui para a sala de reuniões, onde minha
sócia me aguardava enquanto discutia ao telefone.
Sentei à sua frente e fiquei esperando acabar o sermão que dava no filho adolescente. A expressão mortal em seu rosto deixava claro que o moleque estava encrencado. Acabei rindo quando ela desligou bufando, quase batendo o celular no tampo da mesa.
— Espera só até ter seus próprios filhos, aí eu é que vou rir da sua cara. — Direcionou o ódio para mim e levantei as mãos em rendição.
—Acho que fiquei pra titio, Clarice. — Brinquei, puxando um dos pratos cobertos em minha direção.
— Que nada, daqui a pouco você faz suas próprias crianças e vou estar aqui para zombar a cada momento de desespero.
— Não tem um por cento de piedade em você, mulher.
Ela riu antes de começar a se alimentar e eu, quieto, também comecei a minha refeição. Quando nós dois terminamos, ela perguntou:
— Como vão as entrevistas?
— Horríveis. Estou quase desistindo e escolhendo no
unidunitê. [1] — Comentei e recostei na cadeira irritado.
— É brincadeira, não é?
— Claro! — Respondi de imediato, mas reconsiderei. — Talvez... — Franzi os lábios, pensativo.
— Hoje foram quantos?
— Seis esta manhã, os últimos três vêm à tarde. Entendo que somos novos no mercado e o que vamos pagar não é tão bom, mas fora os dez recém-formados que apareceram, os outros dois pareciam precisar de uma calculadora para somar dois mais dois.