O caminho para seu coração
A proposta ousada do CEO
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Minha assistente, minha esposa misteriosa
A esposa em fuga do CEO
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
A ex-mulher muda do bilionário
Acabando com o sofrimento de amor
Essa é a história de vida de uma garota transgênero, então sejam bem-vindos e se sintam prontos para morrer de amor nas aventuras dela.
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Os sonhos nascem como nuvens no céu.
Era assim que Lucy via as coisas.
Andando com seus cabelos voando e batendo em seus olhos, ela via como eram belos os pássaros livres no céu.
Adorava ver aquela liberdade, como podiam ir para onde bem entendiam. Almejava poder viver dessa mesma forma, livre. Mas, infelizmente, parecia que em sua vida, as escolhas eram um pouco mais difíceis do que apenas saber se quer voar ou pousar numa árvore repleta de flores.
Sentia-se diariamente presa dentro de si.
Queria poder correr, livrar-se do peso, mas como o faria? Se em sua própria casa, o medo fazia com que cada vez mais sua personalidade e seu eu interior ficassem presos, vivendo sob uma capa de mentiras e achismo, apenas para agradar aquela que lhe deu a vida.
Fosse assim, viver livre. Poder usar suas saias e meias, como toda e qualquer garota de sua idade.
Lucy se odiava tanto, mas tanto, que chegava a chorar todas as manhãs, perguntando a Deus por que ele, como o ser mais perfeito e bondoso que sua mãe dizia que era todos os dias, havia feito isso com ela.
Ela sequer escolheu ser assim.
Mas, como todos os dias, aquele era mais um onde ela vestiria sua capa, transformando-se assim nele.
Jeon Woojin.
Ajeitando a gravata uma última vez em frente ao espelho, ela bufava e resmungava mais uma das milhares de vezes. Odiava o modo em como aquilo pinicava a pele de seu pescoço. Porém, era regra. O uniforme masculino tinha que estar completo, e ela, como ele, não poderia fazer nada.
ㅡ Woojin você irá se atrasar!
Foi o que ouviu de sua mãe, como todas as manhãs que gritava do início da escada.
Lucy atentou-se em se apressar, ou então realmente se atrasaria, perdendo o ônibus que sempre passava no mesmo horário e a companhia dele, que sempre a espera no mesmo lugar.
Engoliu uma pílula do hormônio que vinha tomando antes de descer e guardou o restante na caixa embaixo de sua cama.
Descendo as escadas, Lucy tentou ajeitar seus cabelos, pondo um pouco dos fios para trás das orelhas e vendo como eles sempre teimavam em voltar e a cair sobre seus olhos.
ㅡ Garoto, olhe a hora. ㅡ sua mãe diz, assim que chega a cozinha. ㅡ Woojin, que modo de pôr a gravata é esse? ㅡ Indagou apontando. Lucy desceu seu olhar, não entendendo ao certo o que estava errado. ㅡ Você não pode andar por aí assim, ainda mais ir para a escola. Você tem dezessete anos, já é um homem.
"Não, mãe, eu não sou."
Era o que Lucy pensava naquele momento, enquanto sua mãe a chacoalhava de um lado a outro, deixando a gravata totalmente alinhada.
ㅡ Ótimo. ㅡ sorriu olhando nos olhos da filha. ㅡ Nunca arrumará uma namorada desse jeito desleixado.
ㅡ Eu não quero arrumar uma namorada.
ㅡ É claro que quer, todo garoto da sua idade quer. Em breve você terá idade para se casar e ter uma boa mulher para cuidar de você e da sua casa.
ㅡ Por deus, Sun-ha, deixe o garoto em paz. ㅡ Jungso, pai de Lucy, adentra o cômodo falando. O homem olhou a filha e sorriu.
Era sempre ele a salvá-la das falações de Jeon Sun-ha.
ㅡ Obrigada, papai. ㅡ Lucy sussurrou sorrindo.
ㅡ Obrigado, Woojin, com O no final. ㅡ a mulher torna a falar. ㅡ homens usam obrigado, mulheres, obrigada.
ㅡ Ah, mãe... tchau.
A garota não estava mais a fim de perder tempo com bobagens, ainda mais vindas de sua mãe, que sempre tocava no mesmo assunto, de como precisava se portar e se organizar para arrumar logo uma garota.
Caminhava afoita a fim de chegar logo à esquina de sua rua, e quando chegou, ela sorriu, tão apaixonada como sempre tivera desde seus treze anos, vendo-o a sua frente, lhe esperando para seguirem para a escola.
ㅡ Woojin, está atrasado! ㅡ Park Ryeon gritou.
Park Ryeon... sua paixão.
Na verdade, era mais para seu amigo, apenas isso no literal, mas Lucy carregava uma paixão secreta pelo garoto desde os treze anos e se tornava mais forte a cada novo dia.
ㅡ Desculpa, Ryeon. ㅡ pediu, arrumando a alça de sua mochila ao parar de frente com ele. ㅡ podemos ir agora?
ㅡ Devemos, ou perderemos o ônibus.
Caminhando lado a lado, Lucy sorria para as bobagens que Ryeon contava que havia feito em seu final de semana.
Ele havia ido ao parque de diversões, e havia ido à montanha-russa sete vezes consecutivas, na última, vomitou em seus próprios sapatos.
ㅡ Você é louco. ㅡ exclamou Lucy.
ㅡ Sou radical, é diferente. ㅡ Ryeon a respondeu, sorrindo e sutilmente roçando seu braço no dela.
Eles caminhavam juntos, quase colados.
E era sempre assim.
Sempre que as peles se esbarravam, Lucy lembrava sempre da noite de sexta-feira no qual Ryeon fez seu coração pulsar tão forte que ela jurava que morreria aos treze anos.
Estavam ambos sentados sobre a cama do quarto azul pastel e sem graça de Lucy. Estavam comentando sobre um filme que haviam acabado de ver, e Ryeon sempre que sorria se jogava sobre as coxas dela, era uma mania sua.
Mania que Lucy adorava bastante.
Ela se sentia ainda mais próxima dele.
E naquele momento, Ryeon havia se jogado sobre ela, rindo de uma das cenas do filme que lembravam, e por um só segundo, o tempo simplesmente parou.
Lucy pôde sentir o modo que Ryeon parava de sorrir gradativamente e lhe encarava, mudando completamente sua feição.
ㅡ Posso te contar um segredo?
Foi o que Ryeon sussurrou, pertinho dela. O garoto tinha um sorriso sapeca nos lábios, o que a fez assentir, curiosa.
ㅡ Eu tive o meu primeiro beijo.
E como se facas adentrassem seu peito tão jovem, Lucy sentiu, pela primeira vez, a dor da desilusão.
Viu naquele momento como era tola. Começava a se reconhecer mais como menina, percebendo que jamais havia sido como todos lhe viam, e achava que Ryeon poderia reparar em si dessa forma. Da forma real.
ㅡ Mesmo? ㅡ Perguntou, fitando as mãos unidas sobre o colo
Sua garganta estava trancada, sequer sabia que doeria tanto ter tal percepção.
E o que faria? Xingaria o garoto por beijar uma boca que não era a sua? Não podia.
ㅡ E eu posso te mostrar como é... ㅡ Ryeon sussurrou outra vez, mordendo o lábio inferior.
E naquele momento, com Ryeon ainda próximo demais, ela realmente achou que morreria.
Seu coração pulsou fortemente, enquanto seus olhos se abriram. A dor que antes sentiu, foi tomada por nervosismo e seu corpo ficou ainda mais inquieto. Viu Ryeon sorrir ainda mais, se aproximando todo sorrateiro até si.
E ela não o afastou. Viu fechar os olhos e respirou fundo antes de fazer o mesmo.
Seria mesmo assim? Iria beijá-lo assim com tanta facilidade?
E sim, ela beijou.
Sentiu os lábios gordinhos de Ryeon pousarem nos seus com tamanha delicadeza, e ainda sem ter outros movimentos, Lucy suspirou em puro prazer.
Parecia como realizar um sonho, ou se quisesse ir além, a sensação parecia que estava correndo por um arco-íris, pulando em direção ao pote de ouro.
Ainda estava muito confusa, queria que Ryeon reparasse em si como menina, mas não pensou em beijá-lo até então.
Mas pouco se importou naquele momento, aquele ato se tornava o seu favorito dentre todos no mundo.
Queria beijar e beijar Ryeon, até seus lábios ficarem cansados e inchados.
Assim sentiu Ryeon ir além, pousando uma mão em sua nuca e adentrando os dedos nos seus fios curtos. O garoto também suspirava, e com timidez, pousou sua língua sobre o lábio inferior dela, massageando-o.
E Lucy gelou.
Não sabia o que fazer, mas já havia assistido filmes suficientes para saber que tinha que pôr sua língua na dele para poder ir além, e assim o fez.
Timidamente, como Ryeon havia feito consigo, Lucy tocou Ryeon com sua língua, sentindo a maciez e umidade de seu músculo, o recebendo e conhecendo.
E mesmo atrapalhado, o toque foi bom. Era interessante como o Park conduzia com almejo aquilo. Parecia como uma dança, e ele dançava muito bem.
E foi assim que a Jeon deu o seu primeiro beijo.
Ninguém os interrompeu naquele momento, para a salvação de ambos.