Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A proposta ousada do CEO
Minha querida, por favor, volte para mim
Um casamento arranjado
O retorno chocante da Madisyn
O caminho para seu coração
Um vínculo inquebrável de amor
O Romance com Meu Ex-marido
Acabando com o sofrimento de amor
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Acordei com trovões que estremeciam minha casa. Detestava chuvas porque elas costumavam destruir tudo o que tinha em volta.
Me levantei correndo da cama e encontrei meus pais já na sala, tentando ver a quantas estava a destruição.
- Precisamos sair daqui, não sabemos quanto tempo mais as barreiras vão aguentar. - meu pai falou apreensivo encarando a tempestade lá fora.
- Mas não temos pra onde ir José, nem mesmo dinheiro pra ficar em um hotelzinho.
Nós éramos uma família pobre ali do interior de São Paulo, meu pai trabalhava em uma fábrica ali perto e conseguíamos nos manter, eu trabalhava de babá para algumas mães do bairro, mas o dinheiro era pouco, afinal todo mundo ali era bem humilde.
- Podemos pedir abrigo na igreja. - disse dando uns passos a frente e alcançando os dois. - Padre Bento falou na missa de domingo que quem tivesse correndo e não tivesse para onde ir poderia se abrigar na igreja.
Meu pai me olhou por um minuto, eu sabia que o orgulho bobo de homem estava falando mais alto, ele não queria assumir que não podia cuidar da própria família. Mas ele precisava entender que nada daquilo era culpa dele e sim da natureza.
- Ela tem razão, meu bem. - minha mãe colocou a mão em seu ombro e eu o vi suspirar se dando por vencido.
Eu achava lindo o amor deles, um toque, um olhar e os dois se entendiam. Não que nunca houvesse brigas e discussões lá em casa, isso tinha, mas eles sabiam contornar os problemas juntos.
- Está bem, vamos pegar só o essencial e sair. A estrada está por um fio, vamos ter que ir andando.
Me apressei dentro do quarto peguei uma mochila e joguei duas mudas de roupa meus documentos, um porta retrato com meus pais e corri pra fora.
Mamãe já tinha juntado um punhado de comida em uma sacola de feira, meu pai já tinha pegado as roupas e os documentos, apenas o mais importante.
- Vamos logo! Se Deus quiser amanhã estaremos de volta em casa.
Saímos de lá correndo em meio a chuvarada, meu tênis tinha ficado encharcado só de pisar na estrada de barro. Mas foi aí que vimos que não éramos os únicos fugindo daquela barreira que poderia cair a qualquer instante.
Alguns vizinhos também saiam de casa levando malas e poucas coisas, nem adiantava usar o carro pois sabíamos que as ruas estariam alagadas.
Os pingos de chuva gelada me fizeram bater os dentes, minha roupa já estava molhada de mais.
Mas logo avistamos a cruz enorme da pequena paróquia que tinha na cidade, as luzes acesas diziam que o padre já estava esperando que seus fiéis fossem se abrigar ali.
Corri querendo chegar de pressa, não aguentava mais aquele frio que parecia congelar a alma. Atravessei a pequena dívida entre a estrada de terra para o asfalto, agora estava ainda mais perto.
Olhei para trás procurando meus pais, o barulho dos trovões e de toda a água não deixava que escutaremos direito o que estava acontecendo. Forcei os olhos entre a escuridão e os pingos d'água e avistei todos parados olhando a estrada.
Voltei correndo, querendo saber o que teria acontecido e me assustei com o buraco que tinha se formado, parte da estrada de terra tinha sido engolida, sumindo em meio a toda água.
- Mãe! Pai! Pulem que vocês conseguem!
Seguindo meu conselho vi outras pessoas fazendo o mesmo, pulando o pequeno buraco e conseguindo pisar do outro lado.
- Filha corra para a igreja! - papai gritou e o barulho de árvores se quebrando quebrando encheu nossos ouvidos.
Todos pararam paralisados com o barulho assustador da enchurrada de água, barro e árvores descendo por ali.
Encarei meus pais de olhos arregalados e tive a vaga noção da gritaria a nossa volta ter aumentado.
- Nós amamos você! - foi tudo o que ela disse antes de serem engolidos por aquela avalanche e serem carregados para longe.
- NÃO! - gritei chocada e senti mãos me puxarem tentando me tirar dali.
Eu lutei contra aquilo, não queria sair, queria ir com meus pais. Mas o aperto se tornou ainda maior e eu fui arrancada do chão e carregada para a igreja.
Eu estava em estado de choque, não sei se tremia agora por ter perdido meus pais ou pelo frio. Não conseguia mais nem raciocinar.
Pessoas se amontaram a minha volta, perguntando como eu estava, mas eu não tinha ideia de como me sentia. Meu mundo tinha desmoronado.
Uma semana depois...
Eu tinha saltado do ônibus e procurei em volta por um táxi como minha tia tinha dito que eu encontraria.
As palavras dela ainda estavam vivas em minha mente.
- Quando chegar na rodoviária procure um táxi e diga para ele te trazer até o Morro do Adeus, eles sabem onde é!
- Ei gata nem pense em pegar o celular e dar bobeira, nem ficar com a bolsa dando sopa ali, porque tá cheio de trombadinha por aí! - foi minha prima quem gritou interrompendo a mãe dela e eu tentei manter aquilo em mente.
Trouxe a mochila para a frente do corpo e reparei em volta melhor, não queria que o perdesse o pouco que tinha. As pessoas passavam com pressa, esbarrando em mim não pediam desculpas e ainda me olhavam de cara feia.
O calor também não estava ajudando, a blusa de moletom que eu usava e a calça jeans, tinham sido perfeitas para a viagem no ar-condicionado do ônibus, mas ali eu estava era cozinhando.
Encontrei um táxi e corri até ele desesperada, já estava começando a me arrepender de ter dito que ia até o morro sozinha.