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Londres despertava sob um céu de algodão cinza, envolta em uma névoa suave que tornava cada esquina um quadro vivo. O vento carregava o perfume úmido da chuva e o som distante dos sinos de Kensington. Dentro de um pequeno apartamento estudantil, uma xícara de chá esfriava sobre a mesa enquanto Sophia Jones despertava, o coração batendo mais rápido do que o ponteiro do relógio.
Era o dia da formatura.
Mas, mais do que isso, era o dia em que o destino dela e de Pietro seria decidido.
Por um momento, ela ficou imóvel à beira da cama, observando o quarto que ainda respirava sombras. As paredes brancas guardavam segredos que ninguém poderia ouvir. Os lençóis ainda tinham o perfume dele. O nome Pietro ecoou em sua mente, suave e devastador, uma oração e uma maldição ao mesmo tempo.
O homem que ensinou mais do que direito. O homem que a fez acreditar, mesmo escondida, que o amor podia florescer no escuro.
Nove meses.
Nove meses de encontros proibidos, olhares trocados em corredores silenciosos, bilhetes escondidos entre livros de Direito Penal, toques rápidos atrás de portas fechadas.
Nove meses entre o paraíso e o precipício.
E agora, a beira do fim, o coração dela batia com a esperança de que ele escolheria o amor, de que aquele amor deixaria, enfim, de viver nas sombras.
Levantou-se devagar, o chão frio sob os pés descalços, e foi até o espelho. O reflexo devolveu uma mulher diferente da menina que chegou à Inglaterra sonhando com diplomas e méritos. Agora, havia um brilho novo no olhar, frágil e intenso.
Ela vestiu o longo vestido de seda dourada que abraçava o corpo com elegância quase real. Os cabelos, em ondas perfeitas, caíam sobre os ombros nus. Quando calçou os saltos, sorriu, mas o sorriso tremia, porque a beleza era só uma máscara sobre o medo.
Hoje, ele prometera conversar sobre o futuro.
Hoje, ela acreditava que Pietro escolheria ficar.
A buzina soou lá embaixo.
Anne Marie, sua melhor amiga, estava encostada no carro conversível, vestindo um azul cintilante que chamava atenção até dos anjos.
— Sophia, meu Deus! — exclamou, dando uma volta em torno dela como uma estilista inspecionando sua obra-prima. — Se o professor Pietro não se ajoelhar hoje, eu mesma peço sua mão.
Sophia riu, nervosa.
— Você acha mesmo?
— Acho? Tenho certeza! — respondeu Anne, animada. — Se isso aqui não for amor à primeira vista, não sei mais o que é.
As duas riram e seguiram pela cidade, entre risadas e lembranças. Mas, dentro de Sophia, um nó apertava.
O coração dela, teimoso, batia no compasso de uma prece silenciosa.
Quando o carro estacionou diante do Royal Kensington Hotel, o mundo pareceu parar.
O edifício erguia-se em mármore e luz. O tapete vermelho estendido na entrada era quase um prenúncio do que ela sonhara por meses, a noite em que tudo se tornaria público.
Dentro, o salão era um mar de brilho e música. Lustres de cristal pendiam do teto como estrelas caídas, refletindo em taças de champanhe e vestidos luxuosos. A orquestra tocava uma valsa antiga, e o murmúrio elegante das conversas criava um fundo de magia.
Mas Sophia só tinha olhos para um homem.
Ele estava ali, conversando com reitores e colegas.
O terno cinza moldava os ombros largos, a gravata dourada refletia a luz dos lustres. O sorriso dele, aquele sorriso que ela conhecia de cor, parecia mais frio sob as luzes oficiais.
E, mesmo assim, ela se perdeu.
O coração dela bateu descompassado.
Cada passo em direção a ele era uma confissão muda.
Anne apertou sua mão, sussurrando com emoção:
— Vai lá, garota… vai buscar o teu final feliz.
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