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Victoria batucava os dedos no volante enquanto o motor permanecia ligado. Lá fora, a chuva batia incessantemente no para-brisa, como se a impelisse a se mover. Era a quarta vez naquele ano que esperava uma ligação da clínica, e o medo de ouvir o mesmo veredito novamente a deixava à beira do colapso.
«Victoria, meu amor, não importa o que aconteça, você não está sozinha. Já te disseram algo? Estou enlouquecendo de esperar.»
A voz de Eder ecoava pelo viva-voz do carro, carregada de tensão. Victoria engoliu em seco. Com as mãos trêmulas, abriu o e-mail no celular onde o laboratório havia enviado os resultados. No momento em que leu as primeiras linhas, sua alma escureceu. Não precisava dizer uma palavra: seu grito explodiu violentamente, incontrolavelmente, enquanto o telefone permanecia na palma da sua mão.
«Negativo.»
«Eu não consigo, Eder...» Victoria murmurou, a voz fraca. «Eu não serei mãe. Tenho quase trinta anos. Nem sei por que continuo tentando.»
Houve um breve silêncio do outro lado da linha.
«Não diga isso, por favor. Não é sua culpa, e você não está sozinha», Eder respondeu firmemente, embora sua voz carregasse uma nota de dor. «Se não puder acontecer de um jeito, encontraremos outro.»
«Mas eu quero ter um filho!» ela chorou, batendo a mão no volante. «Eu quero viver isso! Não quero desistir.»
Ela respirou com esforço.
«Minha irmã mencionou algumas vitaminas, e há opções, eu sei disso. Eu não vou desistir, Eder. Eu juro, farei tudo o que puder.»
Suas lágrimas voltaram, mais silenciosas desta vez, sem explosão. Apenas algumas escorregaram por suas bochechas enquanto ela via a chuva deslizar pelo vidro.
«Estou com você, Victoria. O que quer que decida, estarei lá», Eder tentou animá-la. «Não chore, meu amor, eu te imploro. Teremos um filho, confie em mim. Agora vá para casa... Vista o vestido mais lindo que você tem, prepare-se, fique ainda mais deslumbrante do que já é. Vamos sair para jantar.»
Victoria o encarou.
«Jantar? Vamos comemorar que não somos pais?»
Eder se levantou e estendeu a mão para ela, convidando-a a se levantar.
«Não diga isso, meu amor. Você precisa de uma distração. Esta noite será inesquecível.»
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Na renomada churrascaria da cidade, um garçom impecavelmente vestido se aproximou com o menu em mãos.
«Garçom, traga-me o melhor vinho da casa.» Ele olhou para sua esposa com um sorriso cúmplice.
Victoria retribuiu o sorriso, sentindo o calor do amor dele em cada gesto.
«Preciso retocar a maquiagem; meus olhos devem estar inchados.» Ela se dirigiu ao banheiro feminino.
Eder pegou um par de taças e serviu o vinho lentamente. No entanto, ele adicionou um toque especial à taça dela. Quando ele disse que a noite seria inesquecível, ele realmente quis dizer isso.
O jantar transcorreu em meio a risadas e uma atmosfera leve. Depois de algumas taças de vinho, Victoria parecia ter deixado para trás a tristeza de não poder ter filhos.
«Eder, querido...» Victoria esticou a mão por debaixo da mesa, procurando a mão do marido. «Eder...»
Ele ergueu o olhar, notando a súbita hesitação na voz dela.
«Diga, amor, o que foi?»
Victoria piscou várias vezes, como se tentasse focar a visão.
«Eu... eu não me sinto bem. Acho que não devo beber mais...» Ela levou uma mão à têmpora. «Estou tonta...»
Eder imediatamente se levantou e contornou a mesa até o lado dela. Pegou a mão dela com aparente preocupação e a ajudou a se levantar.
No momento em que seus corpos se encontraram, Victoria desabou em seus braços. Inconsciente.
Exatamente como Eder havia planejado.
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Em um luxuoso quarto de hotel, Salvatore se mexeu abruptamente na cama e sentiu uma forma quente ao seu lado. Franziu a testa, acendeu a lâmpada principal, e no momento em que viu o que jazia ao seu lado, levantou-se num sobressalto. O sangue subiu à cabeça, e um calor furioso percorreu seu corpo.
«Quem diabos é essa mulher?»
Ele a examinou de cima a baixo, e um arrepio percorreu sua espinha.
Ela usava um sensual conjunto de renda vermelha que realçava sua figura perfeita, natural, quase irreal. Seus lábios, pintados em um carmesim profundo, combinavam com o tom de sua pele.
«Deve ser uma maldita prostituta», pensou com desprezo.
Sem se preocupar em cobrir mais do que o necessário, ele digitou o código da porta e irrompeu no corredor, seminu, gritando de fúria.
«Quem a trouxe?» Sua voz ecoou com autoridade enquanto seus homens se entreolhavam perplexos. «Quem colocou essa cadela na minha cama? Eu não pedi nenhum serviço maldito esta noite!»
Nenhum de seus homens respondeu, nem mesmo Jordano, seu braço direito, que franziu a testa sem entender completamente o que estava acontecendo.
«Senhor, o que o senhor quer dizer?»
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