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COMO APRENDI FAZER SEXO

COMO APRENDI FAZER SEXO

TITO CANCIAN

5.0
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Leituras
11
Capítulo

Dois adolescentes, baseados em seus pais, iniciam seus primeiros momentos de sexo APRENDENDO FAZER SEXO Capitulo 1º COMO TUDO COMEÇOU Meu nome pouco importa, já que, todos me chamam pelo apelido que é Tito, e o que vou lhes contar, me faz acreditar que, seria de uma maneira bem diferente que eu iria conhecer o grande amor de minha vida, mas estava escrito que assim seria. Tudo começou a pelo menos dois anos, foi logo no inicio da pandemia da Covid 19. Eu na época tinha 16 anos, estudava em um colégio público e devido ao vírus, as aulas, passaram a ser on-line, ou seja, em nossas casas, via computador. Eu sempre tive um e dominava bem esse aparelho, mas Nicole, uma colega, que jamais havia visto um, estava com enorme dificuldade em acompanhar as aulas, e como somos praticamente vizinhos, ela, ou melhor os pais dela, conversaram com os meus e pediram que Nicole pudesse assistir as aulas on-line ao meu lado na minha casa, como nossos pais se conheciam de longa data concordaram. No primeiro dia, a menina que tinha 15 anos na época, mal abriu a boca só fazia isso para falar ou perguntar algo, apenas se limitava a ouvir os professores. No segundo dia, já menos tímida, quando não entendia algo perguntava e varias vezes para mostrar algo na tela do computador, e ao chegar mais próximo dele, esfregavas seus seios em meus ombros, acho que Nicole nada notou, mas, naquele dia, assisti as aulas com o pênis duro de tesão, seus seios durinhos me excitaram o tempo todo e quando a aula terminou e ela se foi, não teve jeito, corri para o banheiro e me masturbei por duas vezes. Isso foi em uma sexta feira, a segunda aula que assistimos juntos, foi na segunda feira, confesso que estava ansioso para que ela voltasse a esfregar seus seios em meu ombro, mas, foi algo até melhor. Não sei até hoje se foi a proposito ou casualidade, naquele dia, ela só usava uma camiseta sem sutiã, logo, os seus mamilos estavam bem visíveis, e para minha sorte, tudo aconteceu novamente. Foi aí, que fiz questão que ela visse que eu estava absurdamente tarado, passei e acariciei meu pênis duro, varias e varias vezes para ela ver. Terminada essa aula, ao abraça-la para as despedidas, procurei beija-la, e para minha surpresa, ela recuou seu rosto, mas, ao fazê-lo adiantava seu corpo e esfregava sua boceta em meu pênis, e assim foram três ou quatro vezes. Nesse momento, ela pediu para ir ao banheiro, e hoje dois anos depois sei por que ela me contou, também estava excitada, e no banheiro, acariciou seu clitóris até gozar. Quando ela me contou isso muito tempo depois, ainda brinquei, poderíamos nos masturbar um vendo o outro pois, assim que você saiu, eu também bati a melhor punheta que já havia batido até então. No terceiro dia, e como tudo se repetiu, tentei, ao invés de me masturbar, leva-la para minha cama, foi quando ouvi uma história bem inusitada, me apavorei quando ela me disse: _ Meu pai é muito religioso, e sempre me disse que só e apenas se faz sexo para gerar filhos. Eu atônito perguntei: Mas então como você é filha única depois de tantos anos de casados. Acho, que, nesse momento o destino traçou meu caminho. Ela me disse, podemos fazer exatamente o que meus pais fazem, e não correm risco de ter novos filhos. Topei na hora, mas havia uma exigência que cumprimos de imediato, teríamos que lavar antes e bem lavado, nossas partes intimas.No quarto, e ambos nus, ela pediu que eu me deitasse de barriga para cima, foi nesse momento que ela após me beijar longamente na boca, e me deixar doido de tesão, se deita por cima de meu corpo, virada com a cabeça para os meus pés, passava sua língua na cabeça de meu pênis disse: Coloque sua língua de fora e fique com ela firme. Quando fiz isso, ela passou esfregar o clitóris na ponta de minha língua, gemendo de prazer e chupando loucamente meu pinto, por varias vezes conseguiu que minha língua entrasse em sua boceta, só parou quando ambos gozamos louca e simultaneamente. Aprendi, naquele dia, que não é preciso uma penetração para atingirmos um bom orgasmo. No segundo capitulo, conto mais

Capítulo 1 COMO APRENDI FAZER SEXO

APRENDENDO FAZER SEXO

Capitulo 1º COMO TUDO COMEÇOU

Meu nome pouco importa, já que, todos me chamam pelo apelido que é Tito, e o que vou lhes contar, me faz acreditar que, seria de uma maneira bem diferente que eu iria conhecer o grande amor de minha vida, mas estava escrito que assim seria. Tudo começou a pelo menos dois anos, foi logo no inicio da pandemia da Covid 19. Eu na época tinha 16 anos, estudava em um colégio público e devido ao vírus, as aulas, passaram a ser on-line, ou seja, em nossas casas, via computador. Eu sempre tive um e dominava bem esse aparelho, mas Nicole, uma colega, que jamais havia visto um, estava com enorme dificuldade em acompanhar as aulas, e como somos praticamente vizinhos, ela, ou melhor os pais dela, conversaram com os meus e pediram que Nicole pudesse assistir as aulas on-line ao meu lado na minha casa, como nossos pais se conheciam de longa data concordaram. No primeiro dia, a menina que tinha 15 anos na época, mal abriu a boca só fazia isso para falar ou perguntar algo, apenas se limitava a ouvir os professores. No segundo dia, já menos tímida, quando não entendia algo perguntava e varias vezes para mostrar algo na tela do computador, e ao chegar mais próximo dele, esfregavas seus seios em meus ombros, acho que Nicole nada notou, mas, naquele dia, assisti as aulas com o pênis duro de tesão, seus seios durinhos me excitaram o tempo todo e quando a aula terminou e ela se foi, não teve jeito, corri para o banheiro e me masturbei por duas vezes. Isso foi em uma sexta feira, a segunda aula que assistimos juntos, foi na segunda feira, confesso que estava ansioso para que ela voltasse a esfregar seus seios em meu ombro, mas, foi algo até melhor. Não sei até hoje se foi a proposito ou casualidade, naquele dia, ela só usava uma camiseta sem sutiã, logo, os seus mamilos estavam bem visíveis, e para minha sorte, tudo aconteceu novamente. Foi aí, que fiz questão que ela visse que eu estava absurdamente tarado, passei e acariciei meu pênis duro, varias e varias vezes para ela ver. Terminada essa aula, ao abraça-la para as despedidas, procurei beija-la, e para minha surpresa, ela recuou seu rosto, mas, ao fazê-lo adiantava seu corpo e esfregava sua boceta em meu pênis, e assim foram três ou quatro vezes. Nesse momento, ela pediu para ir ao banheiro, e hoje dois anos depois sei por que ela me contou, também estava excitada, e no banheiro, acariciou seu clitóris até gozar. Quando ela me contou isso muito tempo depois, ainda brinquei, poderíamos nos masturbar um vendo o outro pois, assim que você saiu, eu também bati a melhor punheta que já havia batido até então. No terceiro dia, e como tudo se repetiu, tentei, ao invés de me masturbar, leva-la para minha cama, foi quando ouvi uma história bem inusitada, me apavorei quando ela me disse: _ Meu pai é muito religioso, e sempre me disse que só e apenas se faz sexo para gerar filhos. Eu atônito perguntei: Mas então como você é filha única depois de tantos anos de casados. Acho, que, nesse momento o destino traçou meu caminho. Ela me disse, podemos fazer exatamente o que meus pais fazem, e não correm risco de ter novos filhos. Topei na hora, mas havia uma exigência que cumprimos de imediato, teríamos que lavar antes e bem lavado, nossas partes intimas. No quarto, e ambos nus, ela pediu que eu me deitasse de barriga para cima, foi nesse momento que ela após me beijar longamente na boca, e me deixar doido de tesão, se deita por cima de meu corpo, virada com a cabeça para os meus pés, passava sua língua na cabeça de meu pênis disse: Coloque sua língua de fora e fique com ela firme. Quando fiz isso, ela passou esfregar o clitóris na ponta de minha língua, gemendo de prazer e chupando loucamente meu pinto, por varias vezes conseguiu que minha língua entrasse em sua boceta, só parou quando ambos gozamos louca e simultaneamente.

Aprendi, naquele dia, que não é preciso uma penetração para atingirmos um bom orgasmo.

No segundo capitulo, conto mais

Capitulo 2º ROLOU UM SEXO ANAL

Nossa sorte foi que, meus pais trabalham e não estavam em casa então, ficamos ali deitados lado a lado por horas. Nossas respirações estavam ofegantes, os corações acelerados, tanto eu como Nicole, havíamos, pela primeira vez, atingido um orgasmo com algum parceiro. Depois de novos banhos, iniciei uma conversa: queria saber como ela havia descoberto o 69, e sem se abalar contou: Sabe, a divisória de meu quarto com a de meus pais é um armário de madeira, e, um dia após ouvir minha mãe gemer por várias vezes, resolvi fazer um minúsculo furinho em um dos cantos do móvel, o suficiente para ver, a cama onde eles se amam, mesmo no escuro, consigo ver tudo o que fazem, no quarto deles devido a uma série de lâmpadas "standby" que ficam acesas e eu por muitas e muitas vezes acabo me excitando e me masturbando. Já anoitecia e ela voltou para sua casa, e eu a noite, relembrando os carinhos que fizemos, sem perceber estava me masturbando e dessa forma adormeci.

Ansioso, logo ao amanhecer já esperava a chegada dela para mais uma aula quando, meu vizinho me vendo perguntou: O que faz aí Tito, e quando respondi que esperava minha colega para nova aula On Line, ouvi dele: Acho que você não assistiu o pronunciamento no noticiário de ontem. O que aconteceu? perguntei, e ouvi _ vai haver hoje uma reunião na secretaria da Educação, vão decidir se as aulas presenciais já podem voltar. Disfarcei para não demonstrar minha decepção, voltar as aulas, seria o fim de meus encontros. Aguardei mais notícias assistindo televisão, até que no jornal da noite anunciaram que, a volta das aulas presenciais ainda não seria para aquela semana, mas, as On-Line que precisam ser preparadas pelos professores somente seria retomada no inicio da semana seguinte. Tentei passar pela frente da casa de Nicole, mas, não a vi. Os dias de espera foram os mais angustiantes, o relógio não andava, pura ansiedade. Finalmente chegara a hora de retomar nossas aulas, e quando a vi, notei em seu olhar algo novo, ela como eu, não conseguíamos disfarçar nossas alegrias pelo reencontro. Na aula, já não havia apenas um esfregar de seios e sim, abraços e beijinhos rápidos, sabíamos o quanto era importante acompanhar o que nos ensinavam. Quando a aula terminou, muitos longos beijos, e quando eu lhe perguntei: _ vamos tomar banho e repetir? então ouvi dela: o que vamos fazer hoje, não precisa. Como será? perguntei. e rapidamente ficamos nus. Ela deitou-se em cima do tapete, em seguida colocou uma camisinha lubrificada em meu pênis. Animado perguntei: Vamos romper seu hímen? Não, respondeu ela, e em seguida levanta suas duas pernas, levando junto ao peito, e com o anus a mostra disse: _ é aí que você vai me penetrar. (pesquisei o nome do que fizemos e descobri FRANGO ASSADO) mas não vai doer? Não sei, disse ela, mamãe nunca reclamou, penetre suavemente se doer você tira fora. Meu pênis latejava de tanto tesão, mas, com muito carinho fui penetrando, a camisinha lubrificada ajudou muito, e notei que enquanto eu penetrava seu anus, ela com a ponta de seus dedos acariciava seu clitóris, e, antes mesmo de eu ejacular ela já gemia de prazer. Usando a camisinha, diminuiu muito minha sensibilidade, dessa forma demorei bastante para chegar aos orgasmos, e para minha alegria Nicole já chegara ao seu terceiro. Novamente, corações acelerados, respiração ofegante e novos banhos. Estávamos ambos tão felizes e realizados que ficamos mais uma vez em silencio lado a lado deitados por horas. Quando ela se foi pensando nela o tempo todo, conclui ESTOU APAIXONADO. Para minha pouca idade, e ela mais jovem ainda, seria bem cedo para namorarmos, isso, poderia prejudicar nossos estudos. Esperei o novo dia chegar angustiado, e quando isso ocorreu, entramos na sala de estudos, mas, resolvi abrir meu coração e disse a ela. Nicole, estou perdidamente apaixonado por você. Ela riu, muito, segurou firme minhas mãos e comentou: _que bom, eu também. Naquele momento, que deveria ser de atenção a aula, tornou-se um turbilhão de caricias, por pouco desligamos o computador e iniciamos novas aventuras amorosas. Sorte termos trocado nossas abraços e beijos antes, pois, mamãe, sem nenhum aviso, chegou em casa bem mais sedo do que o habitual, e nada mais fizemos, apenas um olhar cheio de cumplicidade serviu como um até amanhã.

No próximo capitulo conto mais.

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SOU INTEIRAMENTE SUA

SOU INTEIRAMENTE SUA

Lobisomem

4.9

SOU INTEIRAMENTE SUA Por amizade com influentes políticos da época, Nestor, um jovem filho de italianos, que até então cuidava de uma pequena granja, localizada no quintal de sua casa, consegue autorização, por 50 anos utilizar e explorar uma área de 100 hectares Essas terras ficavam no meio do nada, um carrascal que somente serviria para implantar algo que não dependesse dela pois, nada vingaria. Assim, Nestor, imaginou construir uma granja onde criaria aves de todas as espécies, e em grande quantidade. Inicialmente, ele, após construir uma pequena casa para morar, e esta não precisaria ser grande pois era solteiro e moraria sozinho, inicia seu projeto com a criação de 10.000 pintinhos de um dia, dessa forma, com pequeno capital teria somente que esperar o crescimento das aves. O jovem avicultor, usando de seus conhecimentos na criação e bons contatos vai crescendo e a cada venda aumentava o número de aves e de recursos financeiros para seguir ampliando seus negócios. Contrata vários jovens, os quais, conhecia desde sua infância, e com eles 10 anos depois se tornaria o maior criador de aves do país. Casa-se com Nicole, uma moça que diferente dele, fora criada em alto luxo com pais muito abastados, e tiveram uma única filha, deram a ela um nome de rainha, ELIZABETH, mas também era o nome de sua avó materna, e foi uma forma de agradar seus parentes, O número de trabalhadores, agora, na granja era enorme, e grande parte deles casados, porém, poucos tinham filhos, seriam no máximo 10 deles, curiosamente 5 casais. Com o passar dos tempos esses filhos já adolescentes, passam a se interessar em namorar, contudo, os rapazes, por pura ambição, só querem conquistar a filha do patrão, que por sua vez adorava o fato, e de não se importar com a forma como era chamada “UMA MOÇA VOLUVEL”, pretendia, mesmo, não dar oportunidade a nenhuma das outras meninas conhecerem o amor de um rapaz ela os roubara todos. Chegando seu 15º aniversário, Elizabeth, que como todas as moças nessa idade exigiu uma grande festa, inclusive com uma Banda que fazia muito sucesso na época. Seria também o aniversário de Isadora, moça muito bonita e Elizabeth morria de ciúmes, era filha de um dos empregados, e amigo de Nestor desde a juventude. O avicultor tentou sem êxito que sua filha permitisse que a festa também fosse para ela, mas Elizabeth, mais uma vez mostrou sua inveja e seu lado egoísta, e não permitindo sequer que mencionassem esse fato. A banda contratada ficaria hospedada na ampla mansão do contratante já que esta ficava retirada de uma cidade próxima. No dia e hora marcada, lá estavam eles, e a repercussão foi enorme, seria a primeira vez que pessoas alheias aos trabalhos entrariam no local. 10 músicos compunham o grupo e mais 2 vocalistas. O salão da enorme mansão lembrava Pela decoração, uma casa de shows. As iguarias eram servidas e preparadas pelo buffet contratado o melhor da região. As 22 hs tem início o baile, e a meia noite é tocada a valsa onde a aniversariante dança com sei pai e seu padrinho, e claro, Elizabeth exigiu dançar com os outros 5 rapazes da fazenda, deixando as outras 5 moças sem par ou apenas valsando com seus pais. Em seguida, tem início o show de músicas, contudo, de imediato o líder da banda anuncia que um dos vocalistas, Moacir estava com problemas nas cordas vocais e não poderia cantar, mas o outro estava bem e cobriria a falta dele. Na primeira música ,Elizabeth, mais uma vez, demonstra seu egoísmo e passa a dançar com os 5 rapazes, alternadamente, dentro da mesma música, impedindo que estes pudessem fazê-lo com as outras 5 moças, que seguiam dançando com seus pais. Na segunda música uma surpresa, Moacir. o vocalista enfermo nas cordas vocais entra no salão e pede para dançar com uma das cinco moças, casualmente com Isadora, ele não tinha conhecimento de que ela também faria 15 anos naquele dia. Isadora aceitou dançar, muito timidamente, já que raramente podia praticar com alguém e muito menos, jamais, sentira o abraço de um homem da forma como Moacir a conduzia. Já na quinta música e fazendo um par constante ela percebe que Moacir se excita muitas vezes, encostando seu membro ereto no seu corpo, e faz questão de que ela perceba o fato. Ela, inicialmente, se assusta, porém, depois de tomar dois drinques passa até a gostar do assédio. Elizabeth, invejosa, furiosa e contrariada, com a formação desse par constante, tenta separá-los pedindo a Moacir para dançar com ela, mas o convite é negado deixando-a mais irritada com Isadora No final da festa, Isadora sentindo forte calor devido ao efeito dos abraços do cantor e da bebida, num ímpeto inesperado pergunta a ele se poderia ganhar um autografo, então ele pede que ela vá ao final do baile até onde se improvisou um camarim Lá chegando é informada que Moacir já havia se retirado e que a aguardava em seu quarto, pois só iriam embora ao amanhecer; Ela que, estudara em um colégio só para moças, nunca havia estado nos braços de um homem, nem sido beijada, não pensa duas vezes e vai até ele. Quando ela bate na porta do quarto ninguém aparece, mas ela nota que está só encostada, e entra Dentro do quarto também não encontra ninguém, mas ouve o barulho de um chuveiro, em seguida, Moacir sai do banho apenas vestindo um roupão. Aproxima-se dela, que, por vergonha fecha seus olhos, e pensa: por que estou nervosa? Sempre aguardei esse dia, o que está acontecendo sempre foi meu desejo. Moacir se aproxima e ela sente as mãos do rapaz acariciando seu rosto, seu coração acelera, em seguida, o rapaz lhe dá um beijo no pescoço depois na boca, ardente, suave demorado com tempo suficiente para Isadora pensar: Vou lembrar do dia de meu aniversario pela eternidade, ganhei meu primeiro beijo e abre seus olhos. Timidamente tentando disfarçar seu nervosismo diz a ele: Não trouxe papel para o autografo e ouve: não precisa, serão três autógrafos, e ela inocentemente pergunta – e como será então, e ouve – o primeiro será em seu soutien. Ela treme, mas está adorando. Moacir. Após retirar a blusa da menina também delicadamente tira seu soutien, e o que vê lhe deixa super excitado, os seios mais lindos e perfeitos que já vira, os mamilos rosados firmes, No soutien escreve: Guarde para sempre essa noite. Ela está feliz e quando já vai colocá-lo novamente ouve dele: Espere, não terminei, agora será o segundo. Levanta o vestido dela, e retira sua calcinha, nota que ela está úmida sinal claro, que como ela também estava ardendo de desejos. Escreve na calcinha: “ Foi o dia de seu primeiro amor”. Agora, Isadora totalmente nua em sua frente e nesse momento Moacir retira seu roupão, o que ela vê, e pela primeira vez na vida, a deixa receosa, o membro do rapaz está ereto, ela volta fechar seus olhos. Moacir a abraça e assim a leva para a cama, ela deitada, e ele admirando suas partes intimas com seus pelos pubianos cobrindo boa parte de sua vagina. Ele suspira com tamanha beleza. Deita-se ao seu lado, agora ela abre os olhos para admirar o corpo esbelto de seu parceiro e de seu membro, nesse momento um segundo beijo em seus lábios, ardentes como o primeiro, segue no colo e vislumbrando aqueles maravilhosos mamilos, passa sua língua neles. Imediatamente ouve dela um gemido de prazer, vai descendo e quando diante de sua vulva beija suavemente os grandes lábios e coloca toda sua língua dentro dela Um gemido de prazer se ouve por todo local. Nesse instante, o rapaz para e lhe diz _ não vou fazer com você, nada que não queira, e ela com um largo sorriso responde _ continue sou toda sua. Delicadamente, Moacir a penetra e imediatamente outros gemidos de dor e de prazer se ouve, Isadora está adorando tudo aquilo e muito feliz, bastante satisfeita por tirar de sua cabeça o medo que tinha de como seria sua primeira vez. Depois de mais três vezes de sexo, ela vai tomar um banho e ambos adormecem. Ao amanhecer Isadora acorda, nota que Moacir não está mais ali com ela, e ouve o som do motor do ônibus partindo; ao voltar para a cama encontra em cima da mesa o terceiro autografo, ele foi deixado na sua cueca e dizia: Eu voltarei, me espere. Isadora que pela primeira vez na vida havia passado a noite fora de casa, e ao retornar, encontra sua mãe aflita, porque seu pai perguntara pela filha várias vezes. Como a menina era muito amiga de sua mãe, confiava nela, assim, não esconde nada, conta com algumas reservas que naquela noite ela conhecera a felicidade de um amor carnal. Sua mãe, entende que já era hora mesmo disso acontecer, mas, pede que quando seu pai retornar à noite para casa, ela iria dizer que Isadora havia dormido na casa de uma das outras moças, mas devia ela combinar com essa amiga para confirmar a mentira. A mãe pergunta se o sexo foi com alguma proteção, e a menina responde: Não mãe, foi tudo normal, nunca pensei que as vésperas de meus 15 anos eu teria a sorte de conhecer um rapaz, lindo, educado, amoroso, e que só me fez feliz. Naquela mesma tarde ela encontra Elizabeth, que segue irritada com o fato de a simples filha de um empregado da granja ter tido o privilégio de dançar a noite toda com um dos cantores da banda e deixa bem claro que essa, desfeita não ficaria assim. Já ao anoitecer, Isadora se recolhe horas antes do normal alegando que dormira muito pouco na noite do baile. Em sua cama, ela pensa em cada momento que vivera, está feliz, e lembra da cueca deixada por Moacir, ela estava bem escondida, e quando a tem nas mãos, passa a cheirá-la sentindo e lembrando de seu parceiro. Sem notar, enquanto faz isso, uma de suas mãos está acariciando suas partes intimas, e só se dá conta disso quanto atinge um delicioso orgasmo. Por várias e várias noites a cena se repete, aquela menina inocente conhecera o amor carnal e agora queria repetir sempre, mas, só podia mesmo realizar seus desejos sozinha. Na granja todos notam que a jovem anda mais amável, falante, sorridente, contudo, jamais alguém imaginou o motivo. Dias depois, para tranquilidade da mãe que imaginava que sua filha poderia ter engravidado descobre que sua filha menstruara. Isadora nunca se preocupara com essa possibilidade, e em alguns momentos chegou até pensar que se isso ocorresse, ela teria para o resto de sua vida a prova e o resultado de uma noite inesquecível de prazer. Procura sempre saber onde a banda tocaria imaginando que poderia reencontrar Moacir caso o evento fosse em uma cidade próxima. Isadora nunca soube, mas sua mãe contou toda a verdade para seu pai, que ao perceber a mudança completa em sua filha, aceita, e gostaria mesmo que ela o reencontrasse. Moacir, era dos dois cantores da banda o mais conhecido, o mais famoso e sempre frequentava as páginas das revistas de celebridades, Isadora comprava e guardava todas elas, até que um dia lê em uma delas; Moacir, está se separando de sua esposa, segundo ele, motivos pessoais, mas todos comentam: Ele arrumou um novo amor. Claro, que a mídia não deixaria passar o assunto, sem antes descobrir todos os detalhes da separação. Em um programa de grande audiência, em horário nobre, anunciam uma entrevista exclusiva, para todo país, com o casal que anunciaram a separação. Mesmo antes do horário previsto as pesquisas indicavam grande número na audiência, Moacir era um cantor querido por todos, e despertava com seus atos e movimentos, seguidores por toda parte. Depois de vários comerciais de patrocinadores, tem início a entrevista. A primeira a falar é Claudia, a esposa do cantor, ela pede que só façam perguntas após ela contar a história deles e inicia, tranquilamente, seu relato: “Eu e Moacir nascemos e fomos criados na mesma cidade, frequentamos os mesmos colégios. Nossos pais sempre foram muito amigos e, quando se casaram, após nossos nascimentos, inicialmente em brincadeira, mas depois levaram a sério a ideia de que quando adultos, nós nos casaríamos um com o outro. Sabíamos desse desejo de ambos, inclusive nossas mães faziam gosto se isso acontecesse, e com o decorrer dos anos, e participando dos mesmos bailes, assistindo aos mesmos filmes, em um determinado dia, concluímos, por que não nos casarmos mesmo? Descobrimos, depois, que a amizade não era suficiente para manter um casal compartilhando a mesma casa, a mesma mesa e a mesma cama. Para não magoar nossos familiares, resolvemos que, seguiríamos morando juntos e sem deixar que ninguém notasse, em eventos que exigia a nossa presença manteríamos a postura de um casal apaixonado e feliz,, contudo, Moacir 30 dias atrás, após uma apresentação no interior voltou dizendo que já não conseguiria mais manter nossa vida em comum, explicou seus motivos e eu aceitei, pedi apenas para aguardar uns dias para anunciar a todos aquela decisão, pois queria conversar com meus pais e anunciar a eles que iriamos nos separar, e quando eles concordaram, anunciamos a todos vocês” De imediato um dos entrevistadores pergunta à Moacir: O que aconteceu nessa apresentação que o levou pedir a separação? O cantor, prudentemente, pois não sabia se seus reais motivos seriam entendidos comenta apenas: _”Como Claudia acabou de contar, mantínhamos a aparência de um casal alegre feliz e apaixonados, nessa viajem, durante o longo percurso, no ônibus, tive horas para refletir e concluir que ambos estávamos deixando nossa juventude se perder, não tínhamos nenhum motivo para seguirmos juntos. Assim sendo, penso que temos o direito de refazer nossas vidas, e sermos felizes. Ninguém sairá magoado com isso”. Praticamente respondidas as dúvidas dos apresentadores, estes para cumprir o horário do programa pedem à Moacir que cante a capela algumas músicas, e essa apresentação termina com ele ao piano cantando La Mer de Ray Conniff, Poucos ou ninguém sabia que aquela música tocava baixinho no rádio, no quarto, onde e, no momento que Moacir e Isadora se amavam pela primeira vez. Na manhã seguinte, na casa de Isadora, seu pai já saíra para o trabalho, e o telefone toca, quem atende é a mãe dela. e ouve: Bom dia, gostaria de falar com Isadora. E ela pergunta? Quem está falando? A resposta? Um amigo. A mãe coloca o fone em cima de uma mesa e vai chamar a filha que também faz a mesma pergunta? Quem está falando? A ligação está ruim. _ Sou a pessoa que contou com o azar de perder a voz e a com sorte de conhecê-la. A menina estremece e pensa, É ELE, mas sem demonstrar ansiedade, friamente responde: só pode ser Moacir. Sim sou eu responde ele. Eu soube que separou da esposa, mas eu nem sabia que você era casado; Em seguida ouve dele um pedido: Tenho muitas coisas para lhe explicar, mas por telefone seria muito difícil, Acabei de alugar um sitio que fica apenas 5 quilômetros de sua casa, vou ficar nele por um mês, gostaria de encontrá-la, realmente omiti algumas coisas de você e preciso lhe contar tudo. Isadora está usando a prudência de não se expor, mas como, realmente, o sítio fica perto de sua casa, tem como, sem pedir ajuda à ninguém, lá chegar então concorda em ir, marcam o horário e se despedem; A menina feliz, mas nervosa, chama sua mãe para contar a novidade, esta sabe que ela tem pensado muito nele e concorda com o encontro dizendo a ela _vá, ouça a voz do seu coração No dia seguinte, com sua bicicleta, lá está ela. O encontro é frio, ela quer detalhes de todos os acontecimentos de antes e de agora. Ainda na varanda do sítio, ambos se sentam, e a jovem dispara: Você me seduziu sendo um homem casado? E ouve _ não, eu e Claudia já estávamos separados de corpos há meses, apenas morávamos na mesma casa e conclue, minha ex esposa já tem até um namorado, mas, mantivemos isso em absoluto sigilo para a imprensa não tornar um escândalo nossa separação. A menina fica mais calma. O cantor então pede para ela entrar na casa, e quando já estão na sala, ele segura em suas mãos e diz a ela: Pensei e penso em você desde aquela noite. Ela sorri e diz emocionada: Eu também. Nesse momento Moacir a puxa para perto e lhe dá um longo beijo na boca e ouve dela: a partir de hoje, SEREI INTEIRAMENTE SUA. Imediatamente, ainda com novo beijo, se deitam em cima de um tapete e se amam lembrando os mesmos atos da primeira noite deles juntos. Passaram algumas horas ali, se acariciando e mais cenas de sexo. Saíram do local apenas para o almoço, e então, Moacir faz um convite: Estarei aqui pelos próximos 30 dias, venha ficar comigo todo esse tempo A proposta deixa Isadora animada, só seria preciso arrumar um motivo para sua mãe concordar Isadora jamais soube que seu pai tinha conhecimento de tudo, só não dizia claramente pois havia sido criado de uma forma muito rígida, e em seu íntimo pensava: Era tudo igual, só que era bem escondido, antigamente. Dessa forma quando sua mãe lhe autorizou a passar aquele mês com o rapaz, ela e seu marido apenas queriam a felicidade dela. A menina volta usar sua bicicleta, levando na cestinha da mesma algumas poucas roupas, pretendia usá-las o mínimo possível. Moacir se surpreende com a rapidez da decisão dela, mas a recebe aos abraços, beijos e como forma de demostrar sua alegria assim que adentram na sala, novas cenas romances, tórrido, carinhoso, prazeroso repleto de amor e orgasmos. No sítio, não havia televisão, e nos poucos momentos que não estão se amando, Moacir, usando de um piano que lá havia decide compor uma música. pede que a menina faça a segunda voz. Já quando ambos cantam juntos o rapaz percebe o lindo timbre de voz dela, fica encantado, e passa a lhe ensinar respirar enquanto canta e muitos outros truques usados por cantores. Ao final dos 30 dias, repletos de amor e sexo, combinam que ela passaria a fazer parte de sua banda como 2ª voz. ou back vocal, dessa forma seguiriam juntos. Novamente consegue autorização de seus pais e passa a viajar com a banda em seu ônibus. Três anos se passam, o casal não esconde a felicidade de ninguém, e recebem convite para tocar na festa de 18 anos de Elizabeth. e aceitam, Já no salão onde haviam se apresentado anos atrás, Moacir surpreende Isadora e a chama para cantar sozinha uma música que ele sabia que a moça teria competência. Ao iniciar, lindamente e encantando a todos, poucos perceberam Elizabeth, saindo do salão visivelmente irritada e falando sozinha já que ela não tinha nenhum moço para namorar, estes agora estudavam e moravam longe dali, ela se volta para as outras moças tentando se enturmar, mas sem êxito, ficando sozinha ou frequentando os “bailinhos” dos coroas da granja. Na música seguinte Moacir fala baixinho com seus companheiros, em seguida se ouve a introdução da musica La Mer de Ray Conniff e ele olhando para sua parceira com os olhos dá entender estar perguntando a ela? LEMBRA DESSA MÚSICA. E ela com um sorriso maroto. gesticula a cabeça como quem diz: Claro que me lembro Ao término da canção, Moacir chama Isadora para o palco, com um par de alianças em mãos pergunta a ela? Quer se casar comigo? E ouve. Claro meu amor, SEREI HOJE E SEMPRE INTEIRAMENTE SUA Fim –

FOMOS OBRIGADOS MENTIR

FOMOS OBRIGADOS MENTIR

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5.0

FOMOS OBRIGADOS MENTIR Em 1960, Gemma era a parteira do povoado de Dois Morrinhos situado no Triângulo Mineiro. Minerva, uma jovem de 18 anos, deveria dar à luz naquela semana, mas havia algo diferente na barriga da moça e logo ela foi encaminhada para ser examinada pelo Dr. Eduardo, médico que atendia aos moradores na cidade, sede da região. No hospital, após uma ultrassonografia, a futura mamãe foi conduzida à sala de partos onde Dr. Eduardo, com a ajuda de Márcia sua fiel enfermeira, realizou uma cesárea. Minerva ficou muito feliz ao ver seu lindo menino que embora pequeno, era muito saudável. Minerva e seu filho receberam altas três dias depois de seu parto e com seu marido Antônio Maria, registrou a criança no Cartório da cidade. O que ela não ficou sabendo é que Dr. Eduardo fizera o parto de gêmeos. A esposa do médico também havia parido dias antes um natimorto, mas isso lhe foi ocultado. Ela acreditava que seu filho estava em uma incubadora, ganhando peso. O doutor viu no nascimento dos gêmeos a possibilidade de levar um deles e apresentar à sua mulher como seu filho. Foi o que fez, registrou Francisco, nome escolhido pela sua esposa em homenagem ao santo, sendo ele criado com todo conforto. Sua verdadeira história, somente lhe seria revelada 20 anos depois, quando estudava muito para formar-se médico como “seu pai”. A alegria do jovem casal, partilhada com amigos e parentes, durou apenas uma semana. Minerva, sem que ninguém nada entendesse, tornou-se violenta, começou a ter alucinações e delírios, ignorava seu bebe e por vezes o deixava sem o alimentar. Na época as pessoas não conheciam o que hoje é conhecido como PSICOSE PÓS-PARTO, uma forma mais severa da depressão pós-parto. Doença pouco comum inclusive nos dias de hoje. Antônio Maria notou que ela estava tratando mal o próprio bebê. Receando que algo muito pior pudesse acontecer pois sua esposa não dominava seu comportamento e sem que ela soubesse, resolveu levar a criança para ser cuidada por seus familiares até que a esposa melhorasse, seria algo cruel com ela mas necessário. Para evitar ser visto levando apenas o bebe consigo ao andar pela cidade, seguiu por um caminho conhecido desde sua juventude, onde cruzaria um rio de águas normalmente calmas, mas na noite anterior havia chovido muito, essas águas estavam extremamente revoltas, perigosas além de muitos troncos de arvores; Mesmo assim, decidido levar a criança, Antônio Maria improvisou uma jangada com troncos de madeira e no escuro da noite iniciou a travessia do rio. No meio do percurso um roda moinho e a correnteza mais forte virou a pequena embarcação. O pai consegue chegar à outra margem do rio, e não consegue segurar a pequena embarcação e esta levando seu filho desaparece no turbilhão das águas. Desesperado, Antônio procura sem êxito o bebê, chora, se descontrola, arrependido mas temendo as consequências de seus atos, desiste de sua busca infrutífera e foge para bem longe. Ao amanhecer, Minerva nota a ausência de seu marido e do filho. Os vizinhos tentam achá-los em vão. Todos concluem que Antônio fugiu dali levando a criança. Ainda sob efeito da doença, a moça pouco se importou com o desaparecimento, na cabeça dela pelo menos o marido estaria cuidando de seu filho. Ela não se sentia uma boa mãe. Dois meses depois, curada, Minerva vai a uma quermesse no povoado. Durante a festa reencontra Ariovaldo, um antigo namorado que estava de passagem. Carente e inebriada pelo vinho quente do qual abusara, acabou a noite nos braços ardentes do rapaz, que lhe proporcionou momentos tórridos de prazer, quem a visse pensaria ser ela uma adolescente em sua primeira noite tal a felicidade estampada em seu rosto; Quando acordou pela manhã, ele havia partido sem deixar nenhum recado e para local ignorado, mas ela lembrando como fora a noitada, ainda acaricia suas partes intimas imaginando estar ainda com ele até atingir vários orgasmos. Porém, o que parecia ter sido apenas uma noite de amor, foi o início de uma nova gravidez, ela sabia que estava em período fértil mas se calou, nada disse para Ariovaldo que pretendia usar preservativo porem ela queria sentir o calor do membro do parceiro lhe penetrando. Passaram os nove meses de gestação, nesse tempo nem Ariovaldo muito menos seu marido deram noticias e desta vez, foi à parteira Joanna quem fez o parto de mais um menino. Minerva não apresentou problemas de saúde, mas resolveu mudar-se e começar vida nova em São Paulo. Uma cidade infinitamente maior que a sua, seria uma grande aventura mesmo assim se muda e vai morar com sua irmã mais velha que não via há anos. Emprega-se como cozinheira e está feliz, sozinha, em seus momentos de solidão segue se acariciando ora pensando estar com seu marido ora com Ariovaldo, estava decidida não namorar ninguém naquele momento. Carlos Alberto, nome dado a seu filho, vai crescendo e aos três anos de idade Minerva decide colocá-lo em uma creche. Ela jamais pensou ou se preocupou em registrar essa criança até por vergonha de não poder colocar um nome de pai na certidão, e só se dá conta disso no momento da matrícula, quando a certidão de nascimento é solicitada e exigida para tal. Promete entregar o documento no dia seguinte e de fato faz isso, mas apresenta a certidão do filho desaparecido, já que ela manteve esse documento consigo. Ninguém nada percebe, pois ambos se chamam Carlos, um Alberto e outro Eduardo. Já na creche Carlinhos mostrou seu lado risonho, brincalhão, amável, companheiro, era uma criança feliz. Mas nos estudos, nada lhe interessava. Bastava sua mãe ou professores se distrair para ele estar com uma bola nos pés. E assim foi crescendo. Durante as aulas de esporte na escola, destacava-se por sua incomparável habilidade. Era tão fenomenal que seu professor resolveu apresentá-lo ao treinador de um grande clube de futebol profissional. Chamou a atenção já na primeira “peneira” para garotos da sua idade. De imediato é contratado por um empresário conhecido por revelar jovens talentos super entusiasmado com o potencial de Carlinhos. Apostando no futuro do rapaz, passa a custeá-lo para que a família possa se manter numa boa condição. Minerva deixa seu emprego para acompanhá-lo aos treinos, e segue morando com sua irmã. Ao completar 15 anos de idade, é convocado para integrar a seleção brasileira de futebol sub 16 e conquista o seu primeiro título mundial, e ainda foi o artilheiro do campeonato. A imprensa esportiva já o coloca como futuro melhor jogador do mundo e ao ser convocado para a seleção brasileira sub 17, ganha todos os títulos que disputa. Estava confirmado, surgia ali um novo gênio do futebol. Poucos atletas no mundo chegam à seleção de seus países com tão pouca idade, mas Carlinhos, junto com seus companheiros, conquista a medalha de ouro olímpica de futebol e o Campeonato mundial de seleções. E é escolhido como o melhor jogador de futebol do mundo. No retorno ao Brasil, após a conquista de mais uma copa mundial, como de costume, toda delegação de jogadores é recebida em Brasília pelo Presidente da República, para serem homenageados. A imprensa consegue que Carlinhos de uma entrevista coletiva, que seria transmitida para todo o país, e nela um repórter pergunta: _Carlinhos, você já conquistou todos os títulos que um atleta poderia, tem uma situação financeira excelente, o que mais ainda pode querer nessa vida? Ele respondeu lacônico: _Gostaria de poder reencontrar meu pai Antônio Maria Menezes De Souza e Silva que desapareceu a muitos anos do povoado de Dois Morrinhos e meus avós Angelina Maria e José Maria. Ele tinha esses nomes na certidão que usou do irmão. Essa entrevista estava sendo acompanhada por Antônio Maria que ao ouvir seu nome e os nomes de sua mãe e de seu pai conclui aos gritos: _Meu filho não morreu naquele rio, ele não morreu! Antônio Maria morava numa pequena cidade em Tocantins, um estado muito distante de São Paulo e não possuía recursos para ir ao encontro de Carlinhos . Daí teve a ideia de contatar uma emissora de TV e conceder uma entrevista exclusiva em troca do pagamento de suas despesas de viagem. Comprovando com seus documentos ser realmente a pessoa que Carlinhos mencionara a maior rede de TV do pais aceita a proposta e assim foi feito Falou de seu passado do motivo de sua partida, mas omitiu o episódio do rio. Contou apenas que resolveu se afastar devido aos problemas de saúde de sua esposa. Na sequência o repórter pergunta: _ Então você só voltou agora porque seu filho está rico e famoso? Antônio Maria, constrangido responde: _Não amigo, eu não voltei por isso, o fato é que eu tenho leucemia, e ainda não achei nenhum doador compatível, minha esperança agora, é meu filho. A entrevista termina e Carlinhos já está no estúdio para conhecer a pessoa que ele acredita ser seu pai. Após um encontro emocionado e sem palavras, ambos seguem para a casa de Minerva, está sem alardes chama Antônio para um canto e lhe pergunta: _Que história é essa, você fugiu com meu outro filho, nunca deu nenhuma noticia e agora aparece para dizer ser o pai deste? Antônio tenta relatar o ocorrido no rio, mas Minerva sem pestanejar dispara: _Esse filho não é o seu, o pai dele é outro que também sumiu como você. Eu apenas usei a certidão do nosso filho para matricular esse na escola. Sem saída, Minerva, contudo pede a Antônio Maria que mantenha a versão de ser o pai de Carlinhos, já que ele desconhece seu passado e quer tanto ter um pai. Dias depois os exames efetuados para a doação da medula resultam incompatíveis, mas as pessoas entendem que essa compatibilidade realmente é difícil. Longe dali, Dr. Eduardo o medico que sequestrou um dos gêmeos, acompanhava pela TV ao desenrolar de todos os acontecimentos relativos ao meio irmão de Francisco, seu filho. Como sua esposa havia falecido no ano anterior, resolve revelar a ele toda a verdade. Conta ao rapaz os motivos de sua atitude e muito emocionado, Francisco ouviu toda a narrativa de seu pai e ainda com lágrimas nos olhos comentou: _Não o culpo, pode ter sido obra do destino, afinal vocês dois me deram educação, estudos e carinho, o que talvez meus pais legítimos não pudessem me dar. Os dois sabem que seu aparecimento agora traria sérios problemas para Dr. Eduardo, um sequestro de bebe seria um crime terrível e poucos entenderiam sua atitude. Pensa então em apresentar-se como um doador de medula, mas seu pai lhe diz: _Filho, passei todos esses anos de minha vida sabendo que chegaria o dia da verdade, errei, por melhor criação que lhe tenha proporcionado, cometi um crime, devo pagar por ele. Vá e salve seu verdadeiro pai, não se preocupe com o meu futuro e sim com o dele. Francisco segue para São Paulo, sem saber o endereço que procuraria seus verdadeiros pais mas facilmente descobre o telefone de Minerva, ela era muito conhecida por ser a mãe do craque Carlinhos e apresenta-se como um conterrâneo de Dois Morrinhos que gostaria de tentar ser o doador da medula. Ela não gosta da ideia, afinal aquela cidade só lhe traz más recordações, mas Antônio desesperado concorda em vê-lo. Quando o encontro acontece, sem rodeios, Francisco inicia a conversa dizendo: _Sou o verdadeiro filho de vocês dois. Antônio Maria não espera o rapaz concluir sua apresentação e aos gritos diz: _Minerva, ele não morreu naquele rio, ele está vivo! Vivo! Vivo! Usando a prudência de ouvir mais e falar menos, Francisco sorri alegremente e entre muitos abraços, pergunta: _Por que motivo achou que eu havia morrido em um rio? Antônio Maria conta toda a história da travessia desastrada com o bebê recém-nascido, imaginando sempre, estar diante daquela criança e complementa: _Passei toda minha vida, desde aquele momento, sentindo remorso de ter provocado a sua morte, vejo que o seu destino foi outro. Francisco, atônito diante de tais revelações, sente-se invadido por um turbilhão de pensamentos: Ao tomar a atitude de levar um dos gêmeos, meu pai também me salvou de um afogamento, o que fatalmente, teria acontecido se os dois bebês estivessem na jangada. Nesse emaranhado todo, consegue vislumbrar a possibilidade de livrar seu pai das consequências do rapto e comenta: _Sim, fui salvo por um pescador que me levou ao médico. Eu estava muito roxinho de frio e muito mal. Depois de muitos cuidados esse médico acabou me criando como seu próprio filho, inclusive me registrou como sendo legitimo. Minerva conta para Francisco que havia usado a sua certidão de nascimento, por esse motivo, Carlinhos chamava Antônio de pai. Ela não gostaria de ter que contar a ele seus momentos de amor do passado, assim, combinaram que ele seria apresentado a todos como um sobrinho distante que surgiu para tentar doar a medula. Carlinhos seguiria acreditando ser Antônio seu pai e seu meio irmão apenas um primo. Francisco é apresentado a Carlinhos, como um primo distante de Antônio Maria. E mesmo sem saber que está diante de um meio irmão, torna-se muito amigo dele. Dias depois, após vários exames, vem à confirmação da compatibilidade de Francisco para doação da medula. Todos comemoram, e Francisco se sente aliviado, emocionado e feliz O procedimento é realizado com sucesso e como era de se esperar, tem grande repercussão na mídia. Durante toda a fase de recuperação de Antônio, Francisco passa a admirar seus pais muito mais pela simplicidade de ambos, do que propriamente pelos laços sanguíneos. Carlinhos e ele são vistos sempre juntos e o afeto entre eles é enorme. Quando a equipe médica anuncia a cura de Antônio Maria, Francisco resolve voltar para sua casa no interior. As despedidas são emocionadas, mas o também futuro médico deve retornar para continuar seus estudos. Minerva e Antônio Maria, embora morando juntos na casa do craque Carlinhos, dormem em quartos separados, a união entre eles é apenas de fachada, mas vivem felizes. De volta ao lar e após narrar com detalhes toda à experiência vivida na viagem, Francisco analisa com seu pai de criação toda a situação. Tranquilos iniciam uma longa conversa, concluindo: Dr. Eduardo mentiu para sua esposa, desse modo, deu a ela a oportunidade de criar uma criança com todo amor que uma mãe tem por seu filho. Ao ser tirado de sua mãe biológica, além de ser criado com muito carinho e estudar nas melhores escolas, Francisco teve sua vida salva pelo pai adotivo, pois fatalmente seria outro seu destino se estivesse com seu irmão naquela jangada. Carlinhos encontrou em Antônio Maria um pai, a quem amaria por toda vida. Esse, por sua vez, sentia-se aliviado com a sobrevivência de Francisco que ele acreditava ser o filho perdido no rio. Com o reaparecimento do filho de quem usou a certidão, agora com outro nome, Minerva também estava aliviada, também cometera um crime. e por derradeiro, Francisco pergunta ao Dr. Eduardo: _ Pai, e meu irmão gêmeo? E se ele realmente foi salvo por alguém das águas do rio? Olhando o filho no fundo dos olhos, Dr. Eduardo arremata: _acredito que no mundo, muitas vezes, milhões de pessoas optaram por mentir, omitir ou enganar, como melhor alternativa. A menos que você, por ser gêmeo idêntico a ele, ou alguém do nosso conhecimento o encontre, ele jamais conhecerá a sua verdadeira história. Enquanto isso não acontecer, prevalecerão todas as MENTIRAS PIEDOSAS contadas. Somente alguns anos depois Dr. Eduardo e seu filho tomariam conhecimento do que passo a narrar. FOMOS OBRIGADOS MENTIR 2º CAPITULO Surreal, patético, mas acampados às margens do Rio da Prata no Triângulo Mineiro, viviam 05 casais de garimpeiros com seus filhos. Moravam precariamente, em casebres achamboados. Imaginavam que ainda poderiam encontrar um veio de ouro na mina já abandonada. Raramente encontravam algo e assim mal dava para comprar alimentos. Comiam o que era nativo como agárico, mandioca e algumas frutas como, murici, cajuzinho do campo, gabiroba. Caçavam, pescavam, a região era repleta de abelhas tataíras e sobrava mel para adoçar o leite tirado de uma velha cabra. As terras eram um carrascal e ruins para plantio. Na noite anterior havia chovido muito e ao crepúsculo, o leito do rio estava agitado. As famílias estavam reunidas em volta de uma fogueira, assando um caititu. Já era noite, as redes de pesca estavam instaladas de uma margem a outra do rio. Com sorte, na manhã seguinte encontrariam algum peixe preso nelas. As crianças brincavam, quando de repente uma delas veio correndo em direção aos adultos reunidos, gritando alto, apavorada: _ Pai, mãe, tem uma criança dentro de um caixote enroscado na rede. _ Ela chora muito! Seus pais riram afinal esse menino era cheio de fantasias e até por desídia nada fizeram, mas quando mais duas meninas vieram com a mesma notícia, ainda incrédulos, resolvem verificar. Estarrecidos e aparvalhados, os mineiros constatam que realmente havia uma criança que chorava a plenos pulmões. Estava dentro de uma caixa que já fora usada para guardar garrafas de cerveja, muito bem forrada, amarrada a um tronco de árvore que parecia fazer parte de uma jangada. Inicialmente o grupo todo ficou inerte, nem sabiam que providências tomar. Então Carmem, uma das mulheres, toma a frente e resolve soltar a caixa do tronco e retirar o bebê. Ele estava ensopado, abacinado, tremendo, parecia que não viveria mais uma hora naquelas condições. Imediatamente retiram as vestes da criança, estas visivelmente novas. Carmem era mãe de cinco meninas e tinha muita prática. Levou a criança para perto do fogo, trocou a sua roupa e acomodou o bebê que não deveria ter mais de 10 dias junto a seu peito. Logo já se notava a cor dos lábios voltarem ào normal. Muitas das mulheres do grupo haviam sido mães recentemente e brigavam pela primazia de amamentar o pequeno náufrago. A criança adormeceu e os demais fizeram o mesmo. Na manhã seguinte Carmem comenta com seu marido Joaquim: _Se não encontrarmos nenhum parente dessa criança, eu quero ele pra mim. Por ser tartamudo, era de poucas palavras, apenas concorda com um meneio de cabeça, afinal só tinham filhas. Ela acreditava que fora por vontade divina a criança estar em seus braços. Ao amanhecer, Carmem e Joaquim vão até Monjolinho para saber se havia alguém procurando pelo bebê recolhido das águas. Foi uma busca onde, visivelmente, nenhum deles queria encontrar ninguém. Na volta para o acampamento relatam aos companheiros que não descobriram parentes do nenê e que assim sendo, eles criariam Oswaldo, nome escolhido para dar ao recém-nascido. Pediram ao grupo que jamais revelassem esse segredo. No mês seguinte Joaquim iria até a cidade mais próxima para vender a pequena quantidade de ouro encontrada pelo grupo de garimpeiros. Era algo irrisório, mas daria para comprar sal, fósforos, e pequenos objetos usados para higiene pessoal. Assim, Joaquim, Carmem, as cinco filhas mais Oswaldo, seguiram para Prata, sede de todas as pequenas cidades da região. Após a venda, dirigiram-se para o cartório de registros e somente naquele dia tiraram os documentos de suas filhas e de Oswaldo. Os anos passam. Oswaldo e suas irmãs sempre tinham problemas de saúde devido à falta de higiene no local do acampamento, nenhuma delas havia estudado. Sem condições de continuar buscando ouro já que não restava quase nada dele, abandonam o garimpo. A família vai morar em Dois Morrinhos, um vilarejo próximo dali, onde as crianças teriam assistência médica e estudariam em escola pública. Os conhecimentos de Joaquim já haviam sido comprovados por todos, era um especialista em ervas e raízes com as quais preparava “garrafadas”, único remédio disponível. Mas esse conhecimento não era uma opção de trabalho na cidade. Foi quando encontraram Mauro. Ele fora garimpeiro em outros tempos naquela mesma mina, hoje abandonada. Conhecia a história daquela família e resolve ajudá-los. Emprega o casal e acomoda a todos nos fundos de seu armazém de secos e molhados. A família passa a morar ali, por muitos anos e como previsto ,estudaram muito para recuperar o tempo perdido Oswaldo, agora com 25 anos, também trabalha no armazém de Mauro. Havia estudado até o ensino médio, sempre bom aluno. Certo dia, na expectativa de conquistar uma garota, resolve fazer a barba e cortar os cabelos para melhorar a sua aparência, até então, não se preocupava com esses detalhes. Como em todas as barbearias existentes no mundo, lá havia uma pilha de revistas velhas. Enquanto aguarda para ser atendido, resolve folhear algumas. Lendo uma reportagem sobre uma pessoa que doara a medula para o pai do maior jogador de futebol do mundo, salvando-o da morte certa, depara-se repentinamente com uma foto. Sente um arrepio forte, seu coração acelera e pensa: Como somos iguais! Pede ao barbeiro para levar a revista para casa e mostra aos seus pais. Estes desconversam, embora saibam que pela semelhança absurda entre ambos, poderiam sim, serem irmãos, ou parentes, mas nada comentam. Oswaldo com o pouco interesse de seus pais de levar o caso adiante, esquece o assunto. No mês seguinte, Mauro, seu patrão, incumbe Oswaldo de resolver problemas com a receita estadual em Uberlândia, cidade que distava dali uns 80 km. Ele já tinha habilitação para dirigir, mas resolve ir de ônibus. Ao descer na rodoviária ouve do motorista: _Dr. Francisco, andando de coletivo? É um prazer transportá-lo, venha mais vezes! Mais adiante, o fato se repete ao cruzar com uma senhora que o cumprimenta: _Bom dia Dr. Francisco. Aquilo se repete muitas vezes, ele só abanava a cabeça. Retornando a Dois Morrinhos, Oswaldo resolve descobrir o motivo pelo qual tantas pessoas o haviam confundido com tal Dr. Francisco. Em busca de alguma pista, torna a folhear a revista que trouxe da barbearia e confirma, era a mesma pessoa, a foto era de Dr. Francisco. Naquela mesma tarde, Oswaldo tomava um refrigerante num bar, junto à calçada, quando é abordado por uma senhora bem idosa: _Dr. Francisco, que bom lhe encontrar. Fui enfermeira e trabalhei por muitos anos no Hospital de Prata com Dr. Eduardo, seu pai. Sou encarregada de pagar mensalmente as contas das propriedades dele aqui na cidade. Estava indo para o correio enviar os recibos, mas se o senhor estiver voltando pra lá, por favor, pode poupar tempo levando pessoalmente. Entrega o envelope e se despede. Oswaldo agora tinha um endereço, seria do Dr. Francisco também? Essa dúvida lhe atormentou por uma semana. Mauro pede que ele volte à Uberlândia para dar sequência à resolução de seus problemas com a receita. Agora resolvo isso tudo, pensa Oswaldo. Desta vez foi de carro. Lá chegando, vai direto ao endereço do envelope. Na entrada uma placa: Dr. Francisco Clínico Geral. Ele entra usando cachecol e um gorro na cabeça, tapando seu rosto. Dirige-se à recepcionista: _quero passar por consulta com Dr. Francisco. Ela entrega uma ficha para ele preencher. Após algum tempo de espera, Oswaldo é chamado pelo médico com o costumeiro: _ Pode entrar. No consultório Oswaldo retira o gorro e o cachecol e quando Dr. Francisco levanta os olhos para cumprimentar o paciente, fica parado, atônito. Começa a chorar copiosamente e diz emocionado: _Então você sobreviveu mano?! Segue chorando e abraça fortemente Oswaldo. O choro é de soluços e alegria. Oswaldo fica confuso por um instante, mas a palavra “mano” traz a confirmação de suas suspeitas, eles são irmãos. Dr. Francisco sai de sua sala e ainda com lágrimas nos olhos, diz para a recepcionista: _ Vou sair e não volto mais hoje. Leva Oswaldo até a sua casa e o apresenta ao seu pai, Dr. Eduardo: _ Pai, aqui está ele, meu irmão que se perdeu nas águas do rio da Prata. Até então Oswaldo se mantivera calado, queria ouvir mais que falar. Dr. Eduardo abraça o rapaz comovido e diz para o filho: _ Francisco, chegou a hora da verdade, vamos à biblioteca e que ninguém nos interrompa. Oswaldo argumenta que não poderia ficar muito tempo ali, pois tinha que resolver problemas do patrão. Dr. Eduardo se inteira do assunto e com um simples telefonema resolve a pendência de Mauro com a receita estadual. Dr. Eduardo não tinha mais de 60 anos de idade, no entanto aparentava ser muito mais velho. Foi o único médico na região por muitos anos e as pessoas contavam histórias tristes sobre ele. Gostava de um bom uísque e naquele momento tomou duas doses bem caprichadas. Sentou-se, pediu para Oswaldo não interromper suas palavras e prestar muita atenção nelas. Iniciou aquelas revelações de cabeça baixa e foi dizendo: _ eu era o médico do hospital de Prata onde você e seu irmão nasceu. Para de falar e dá um abraço em Francisco. Daí prossegue: _ Sua mãe se chamava Minerva, vocês vieram ao mundo num parto cesariano. Ela não sabia que dera à luz a gêmeos univitelinos, então eu coloquei Francisco no lugar do meu verdadeiro filho que havia nascido morto no dia anterior. Desse modo ela levou apenas um bebê para casa. A única diferença entre você e seu irmão é que você tem sindactilia em dois dedos de ambos os pés. Interrompe a narrativa e pede para que Oswaldo tire as botas: _ vê, você tem dois dedos grudados em cada pé. Seus pais verdadeiros eram pessoas muito simples e na época, estava claro para mim que eles não conseguiriam criar duas crianças minha mulher já estava numa idade perigosa para voltar a engravidar, então dessa forma, achei justo fazer a troca. Apenas minha fiel enfermeira foi testemunha disto. O corpo de meu verdadeiro filho está enterrado em minha fazenda, em local que só eu sei e que visito semanalmente, onde faço minhas preces por ele. Fiquei sabendo depois que sua mãe Minerva aproveitou a estadia na cidade para registrá-lo em cartório com o nome de Carlos. Durante horas seguidas Dr. Eduardo narra com os mínimos detalhes todos os acontecimentos que envolveram a família, os gêmeos e o meio irmão Carlinhos. Já era tarde da noite e Oswaldo é convidado a pernoitar na residência para poder refletir e decidir sobre o que fazer com todas aquelas novidades. No café da manhã ele diz ao seu irmão e ao Dr. Eduardo: _Vamos manter essas mentiras piedosas, mas eu quero conhecer meus verdadeiros pais, meu meio irmão Carlinhos, sem prejudicá-los. Ouvindo essas palavras, Dr. Francisco, pega o telefone para fazer uma ligação e pede para o irmão Oswaldo escutar: _Mãe, é o seu filho Francisco, quero vê-la na próxima semana, pode ser? Ao que ela responde: _Claro meu adorado, venha quando quiser! Como você está? Ele responde: _Mãe, passei uns dias pescando, estou mais moreno e com as mãos cheias de calos, sabe como é, falta de hábito. Só vou para um almoço, pois estou de viagem marcada para a o exterior. Desse modo, na primeira visita de Oswaldo, ficar apenas algumas horas, diminuiria o risco dele ser descoberto. Com o encontro marcado e Oswaldo devidamente instruído sobre detalhes dos hábitos de vida de seus pais e Carlinhos, lá foi ele para São Paulo. Ele se apresenta como Dr. Francisco, se apaixona pelos pais e pelo meio irmão. Como havia aprendido com Joaquim os segredos das ervas, pode ajudar na cura de sua mãe de uma solitária, com uma receita de sementes de abóboras. Nas despedidas, abraçando fortemente Antônio Maria, já com lágrimas nos olhos diz: _ Pai, não se torture com seus velhos pensamentos, lembre-se sempre de que eu realmente sobrevivi às águas daquele rio, eu sobrevivi e é essa alegria que deve ocupar seu coração! . Daquele dia em diante, mês a mês, os irmãos se alternavam na troca de identidade para visitar os pais. Oswaldo retorna a Dois Morrinhos e nada comenta com Carmem ou Joaquim, mas ajudado por Dr. Eduardo e por Francisco, monta um armazém de secos e molhados ainda maior que o de Mauro, onde vai morar com toda a sua família. Conhece sem se identificar seus avós paternos e finalmente, consegue namorar a garota por quem se encantara. Meses depois, já frequentando a casa de seu futuro sogro, em uma tarde de domingo, assiste pela televisão uma partida de futebol, onde Carlinhos era um dos jogadores. Ariovaldo, pai de sua namorada chama Oswaldo e comenta: _Esse rapaz é nascido aqui na cidade e eu namorei a mãe dele muitos anos atrás. Oswaldo arregala os olhos e pergunta: – Como é o nome dela? Ariovaldo sem entender direito a curiosidade do rapaz, responde: _ O nome dela é Minerva, eu até teria me casado com ela, mas ela mudou-se daqui e nunca mais a vi. Oswaldo concluiu que Ariovaldo era o verdadeiro pai de Carlinhos. Jamais se arrependeu de manter em segredo todas aquelas MENTIRAS PIEDOSAS contadas. FOMOS OBRIGADOS MENTIR 3º CAPITULO Mas, se o destino traçou caminhos tortuosos, estes certamente teriam que serem em algum momento liberados, as mentiras, omissões e enganos não poderia prevalecer, e para quem acredita, estava escrito que assim seria. E essas mentiras seriam descobertas com o passar do tempo. A amizade entre os gêmeos aumentava e eles procuravam se encontrar sempre que possível. Francisco que jamais havia participado de uma pescaria passou a visitar o irmão com esse objetivo. O Rio da Prata onde por pouco Oswaldo não perdeu a vida era abundante de peixes de várias espécies e os irmãos costumavam acampar as suas margens nos finais de semana. Queriam recuperar o tempo de convívio perdido, conhecer em detalhes o modo de ser, agir e pensar um do outro, tudo o que certamente teriam compartilhado se tivessem sido criados juntos, mas que o destino havia impedido. Na cidade, todos eram pescadores amadores, mas Oswaldo e Francisco os evitavam queriam estar a sós para poderem conversar sem interrupções, longe de perguntas e curiosidade alheias. Não pretendiam revelar que no passado alguns erros haviam sido cometidos, mas certa vez o anonimato de que ambos buscavam esteve ameaçado. Um morador que também pescava nas margens do rio, porem um pouco mais distante deles chegou apressado dizendo: _ Oswaldo minha filha levou um corte profundo na perna, ela está a uns 100 metros daqui, me ajude a encontrar uma erva para fazer um curativo e estancar o sangue. Por sorte ele estava falando com Francisco, Oswaldo estava cochilando dentro de uma barraca, assim, o médico pediu ao pai da criança para voltar e aguardar que rapidamente ele iria a seu encontro. Correu para a barraca, avisou o irmão o que estava acontecendo, pediu a ele para encontrar a erva, pegou sua maleta de primeiros socorros e foi em busca da acidentada. Rapidamente limpou o corte, deu três pontos para fechar o ferimento e completou o curativo com a planta por cima da perna lesionada. Todos estavam admirados, sabiam que Oswaldo conhecia o poder curativo das plantas, mas desconheciam essas outras habilidades. Para se justificar Francisco sorrindo diz:_ Fiz um curso de primeiros socorros, mas nunca divulguei isso para ninguém. O Acontecimento serviu para deixar os irmãos em estado de alerta. Durante anos a viagem entre Dois Morrinhos e Uberlândia exigia uma volta que aumentava a distância de 70 para 180 quilômetros, mas com a construção e pavimentação da estrada nova, o trajeto que antes levavam 3 horas, agora seria feito em apenas uma hora. O deslocamento de pessoas entre essas cidades aumentaria muito e eles precisariam tomar mais cuidado para não serem vistos juntos. Combinaram que Oswaldo passaria 15 dias em companhia de Dr. Eduardo para aprender como agir caso fosse confundido com Dr. Francisco enquanto este aprenderia tudo sobre plantas e garrafadas. E assim foi feito Eles sabiam que o uso de disfarces, lentes de contatos, bigodes ou barbas, só poderiam convencer as pessoas de Uberlândia já que em Dois Morrinhos viviam seus avós, os pais de Antônio Maria. De fato quando Antônio Maria resolve visitar seus pais as mentiras piedosas se mantiveram por detalhes. Durante a visita Antônio Maria telefona e convida Francisco para uma pescaria no Rio da Prata que aceita de imediato, mas previne o irmão Oswaldo para que não apareça por lá, ou seja, visto pelo pai. Na beira do rio o anzol de Antônio Maria se enrosca em um tronco de arvores e seu filho se prontifica entrar na água e soltá-lo. Já fora do rio enquanto calçava suas botas desperta a atenção de seu pai que nota que ele já não tem os dedos grudados e pergunta; _ Como conseguiu isso? Francisco, acostumado com esses momentos delicados não perde a tranquilidade e sem se abalar responde. _ É pai, esqueceu que quem me criou como filho é um médico? Ele me operou quando ainda eu era criança. A partir daquele momento a sindactilia de Oswaldo poderia se tornar um problema e acertam que na primeira oportunidade realmente os dedos de Oswaldo seriam separados cirurgicamente Mas o destino traçava outras linhas, a primeira mentira seria descoberta por acaso. E foi em uma das visitas em que os irmãos se revezavam para ver a mãe. Carlinhos havia mandado construir uma piscina olímpica na chácara que acabara de comprar. Para inaugurá-la convidou muitos amigos inclusive Francisco. Mas aquela seria a data de Oswaldo e era ele quem lá estava. Prudentemente Oswaldo evitou entrar na água, mantinha-se vestido, é quando um dos rapazes já alterado pela bebida pede por socorro e corria o risco de afogar-se ele sem medir consequências entra na piscina, salva o rapaz com respiração boca a boca, que havia aprendido com Dr. Eduardo, mas após, com todas as roupas molhadas lhe oferecem roupas secas, e neste momento ao tirar seu tênis Antônio Maria percebe que os dedos dele seguem grudados. Imediatamente chama seu filho para o lado e lhe diz. _Ha algo que eu não sei, dias atrás você me disse que Dr. Eduardo o havia operado dos dedos grudados, como explica isso? Oswaldo não dominava seus nervos como seu gêmeo, entrou em pânico o que logo foi notado pelo seu pai que procurou acalma-lo e quando isso ocorreu perguntou novamente. _ Como é possível seus dedos estarem grudados? Oswaldo simula um mal estar, queria ganhar tempo para encontrar alguma resposta, pede para descansar um pouco em uma das redes ali instaladas, mas na verdade quer e consegue relatar o acontecido via fone para Francisco. Minutos depois, chama seu pai para um canto e lhe pede para ter paciência e que sua pergunta seria respondida em uma visita a Dr. Eduardo em Uberlândia. Ainda muito inseguro e alegando seguir indisposto se despede de todos, mas antes combina já para o dia seguinte o encontro e que haja uma explicação para a descoberta de Antônio Maria. As linhas aéreas para seu destino são diárias, e constantes dessa forma logo pela manhã ele embarca e duas horas depois está na casa do Dr. Eduardo. Após as apresentações, e quem a fazia era Francisco, todos vão à mesma sala onde muito tempo atrás Dr. Eduardo revelou para Oswaldo que eles eram gêmeos. Desta feita e pela manhã não tomou bebida alguma, estava tranquilo, pediu para todos se acomodarem e contou nos mínimos detalhes a história que envolvia os irmãos. Antônio Maria, chocado, mas feliz chorava muito, mas ainda estava incrédulo, pois não entendia como jamais percebeu que eram duas pessoas que lhes visitava semanalmente. Dr. Eduardo o conforta dizendo _ A única diferença entre os irmãos gêmeos é exatamente a que você notou ontem, ou seja, os dedos grudados e com um gesto pede a Oswaldo para entrar na sala, Descalço ele mostra a seu pai os dedos grudados e Francisco mostra seus pés normais. Antônio Maria chora mais forte, a emoção o domina, abraça a ambos, ri, pula de alegria e repete suas frases ELE NÃO MORREU NAQUELE RIO, ELE NÃO MORREU. Quando a emoção de todos já está controlada, Dr. Eduardo concluiu. E então Antônio Maria o que fazemos agora que sabe de toda verdade? Este por um momento se cala, respira profundamente e comenta: _ O que vocês chamam de Mentiras Piedosas agora serão Segredos Não Revelados, e assim seguira. Quero agradecer ao Dr. Eduardo que mesmo arriscando ser preso exigiu que Francisco fosse até São Paulo para ser o doador de medula que me salvou de morte certa e também por ter criado um dos meus filhos e dado a ele a oportunidade de ser alguém importante na vida, pois eu não teria a menor possibilidade de fazer isso e finalmente ter evitado que meus dois filhos se perdessem nas águas do Rio da Prata. _Se alguém o acusar de falsidade por ter assumido ser o pai de Francisco eu também errei quando assumi ser o pai do craque Carlinhos, e Carmem e Joaquim que criaram Oswaldo fizeram o mesmo. Acredito ter sido alguma força superior que fez com que eu notasse os dedos grudados e afinal pude saber que tenho dois filhos, e isso é uma alegria maior que tudo. Ao se despedir prometendo segredo absoluto de tudo o que se inteirou Antônio Maria apenas reforça. Dr. Eduardo aproveite e opere os dedos de Oswaldo. Todos seguiam suas vidas com a maior tranquilidade, mas o que chamavam de mentiras piedosas e realmente eram mesmo, saberiam em pouco tempo que várias outras estavam para ser reveladas. Em Dois Morrinhos Oswaldo e Isolda pretendem marcar a data de seu casamento. Carmem e Joaquim, o casal que registrou e criou a rapaz de nada sabiam, para eles seria apenas a união do único filho varão deles. Mas o noivo sabendo que ao convidar Antônio Maria e Minerva, Francisco e Dr. Eduardo poderiam ocasionar outras revelações, inclusive que Minerva descobriria que Ariovaldo seu futuro sogro estava vivo e a paternidade verdadeira de Carlinhos poderia ser conhecida, imaginou e conseguiu a data certa para o evento. Naquela semana o craque Carlinhos havia conquistado mais uma vez o título de melhor jogador de futebol do mundo, a cerimônia de entrega seria dois meses depois, confirmam a data e hora que o jogador receberia o prêmio e sabendo que Minerva o acompanharia escolhem exatamente essa data. Já no dia do casamento apenas Antônio Maria está presente, e descobre que o sogro de Oswaldo fora seu amigo de infância e de grupo escolar. Francisco havia deixado sua barba e bigodes crescerem e usando lentes de contatos verdes e com os cabelos artificialmente descoloridos não foi reconhecido por ninguém e Dr. Eduardo fora convidado por ter sido ele ano atrás quem fez o parto de Isolda a noiva. Durante a festa bastante animada Francisco dança com Célia uma das irmãs de Oswaldo e não se desgrudam a noite inteira. Ficava claro que ali se iniciava um romance entre eles, mas que fatalmente no futuro poderia criar alguns embaraços, naquele momento Francisco não pensou nisso. Na volta para São Paulo Minerva pouco se interessou em saber do casamento, ela imaginava não conhecer os noivos e seguia detestando a ideia de voltar pisar em Dois Morrinhos. Por semanas só falou do prêmio e das homenagens que Carlinhos recebeu. Restavam ainda algumas mentiras para serem descobertas Francisco ao iniciar um romance com uma irmã de criação de Oswaldo poderia em qualquer momento ser descoberto já que não usaria disfarces o tempo todo diante dela. Oswaldo se casara com uma meia Irma de seu meio irmão Carlinhos, até quando seguiria sem que ela descobrisse isto? E Minerva, nunca descobrirá que tem dois filhos gêmeos? Passados dois meses do casamento de Oswaldo e Isolda, as viagens quinzenais dos gêmeos continuavam, e este sempre dizia que iria tratar de negócios em São Paulo, agora ele era um comerciante e poucos questionavam o fato, pois a visita à sua mãe era mesmo rápida. Contrariando os pensamentos do Dr. Eduardo, que dizia que as mentiras, e omissões podem se perpetuar, mais uma delas estava para ser revelada. Sabendo que Oswaldo iria naquele final de semana para São Paulo, seu pai de criação Joaquim pede para ir junto, pois pretende se consultar com um ortopedista famoso por curar joelhos, e esta seria sua intenção. Oswaldo concordou, não viu nisso nenhum risco e no dia marcado foram de carro para a metrópole. Diferente do costumeiro, pai e filho se hospedam em um luxuoso hotel, e a visita à sua mãe é mais rápida que a normal. Como a consulta já havia sido previamente marcada, lá estavam eles no hospital. O médico pede que apenas Joaquim entre em sua sala, alega privacidade com o paciente, mas durante os exames em conversa diz a ele. _Conheço seu filho Dr. Francisco há muito tempo e agradeço a ele a confiança em me indicar para um amigo. Mesmo sendo tartamudo, sabendo que poderia falar coisas indevidas e reveladoras Joaquim apenas pergunta: _ Dê onde o senhor o conhece? Oriswaldo, este era o nome do médico, sem se preocupar com nada revela. _ Sou o fisioterapeuta do primo dele o craque Carlinhos, por várias vezes durante os tratamentos eu o vi por lá, sei apenas que ele é médico clinico geral e tem seu consultório em Uberlândia. Joaquim se cala, mas sabe que o segredo que guardou por anos juntamente com sua mulher pode já ter sido descoberto. Medicado e com indicações de fisioterapias diárias, no hotel Joaquim indaga o. motivo pelo qual Dr. Oriswaldo o confundira com tal Dr. Francisco. Oswaldo pede para seu pai adotivo ouvir sua conversa com Francisco e depois com Isolda sua esposa, e que esta esteja em Uberlândia no dia seguinte em local e hora combinado. Joaquim não entende bem essas ligações, mas concorda. Na manhã seguinte Oswaldo e Joaquim encontram Isolda e todos seguem calados para o endereço de Dr. Francisco. São todos recebidos por Dr. Eduardo que leva a todos para a sua casa. Ainda sem nada entender do motivo dessa visita Isolda e Joaquim se mantêm calados quando ouvem as já usadas palavras. O que vou lhes revelar aconteceu há muitos anos quando do nascimento de Oswaldo e Francisco. E por horas conta as histórias do rapto, da perda nas águas de um dos bebes de como e porque Oswaldo era conhecido apenas por primo de Carlinhos e finalmente que este era meio irmão de Isolda. Neste momento a comoção era geral. Isolda feliz por saber que o craque que o pai tanto admirava era seu próprio filho, que tinha um meio irmão, abraça a todos, está chocada, mas muito alegre com as revelações. Já Joaquim, com maior dificuldade ainda em falar, pois ficará surpreso, emocionado e nervoso tenta culpar de todo ocorrido à Dr. Eduardo. É quando este comenta. _Sei que errei, mas você fez o mesmo, registrou Oswaldo como seu filho legitimo, esta será a hora da verdade, temos que decidir o que faremos. Um silencio sepulcral invade a sala. E a visita se encerra com todos combinando que apenas Carmen e Sally namorada de Francisco saberia através de seu marido o que ali fora revelado. Quando Carmem toma conhecimento dos fatos ainda comenta. _Anos atrás, quando Oswaldo nos mostrou a foto de seu irmão na revista que havia encontrado na barbearia deveríamos ter buscado a verdade, está só apareceu agora, mas estou de acordo, tudo seguira igual. Mas Sally se apavora, dizendo: Se Oswaldo e Francisco são irmãos eu não posso seguir meu namoro, também sou irmã dele. Neste momento cabe a Carmen contar para ela, que jamais soube ou se lembrou do salvamento no rio que eles haviam criado e registrado Oswaldo, mas não eram seus verdadeiros pais. A moça respira fundo aliviada, e comenta _Nunca imaginei uma coisa dessas, mas estou contente de não ser irmã de verdade de Oswaldo. Tempos depois, chegara a hora de Carlinhos parar de jogar, e seu clube, marca para a sua despedida um jogo em Uberlândia, ele queria fazer sua última partida no triangulo mineiro onde havia nascido. Toda delegação se hospeda em hotel no centro da cidade, uma multidão se aglomera a sua frente. E quando uma senhora já idosa tenta entrar para conversar com o craque. O porteiro a impede de suas intenções, e ela para justificar a sua entrada diz que ela foi a parteira em seu nascimento. O serviçal pede um tempo para conversar e ver se esse encontro seria possível, e vai até o quarto de Carlinhos. Diz a ele que a parteira que o trouxe ao mundo queria dar lhe um abraço. O rapaz curioso concorda. A conversa entre eles se inicia com ela dizendo: Sou Gemma, fui eu quem a pedido de sua mãe Minerva fez o seu parto em Dois Morrinhos. Carlinhos se espanta, e diz a ela: _ Senhora deve haver algum engano, eu nasci no Hospital de Prata. E ela inocentemente retruca: _ Não quem lá nasceu foi seu irmão mais velho que desapareceu nas águas do Rio da Prata. O craque imaginando que a senhora estaria com problemas mentais devido à idade, contorna o tema, lhe abraça tira fotos e se despede. Porém, o fato deixa Carlinhos bastante curioso, imagina então na volta para casa confirmar as suas dúvida. Minerva que nunca deixará de participar de nenhuma homenagem ao filho, desta vez alegando que iria se emocionar pela maravilhosa carreira dele ter chegado ao fim, ela preferia não sentir essas emoções, na verdade, ela temia mesmo era encontrar alguém de Dois Morrinhos. Quando de volta a casa, Carlinhos é indagado pela mãe, que acompanhara tudo pela TV como havia sido as despedidas e após revelar todos os detalhes, inicia a conversa que queria ter com ela. _Sabe mãe, uma senhora bem idosa, foi me visitar no hotel dizendo que ela não poderia deixar de dar um abraço na criança que pelas mãos dela havia entrado em nosso mundo. _Como era o nome dela? pergunta Minerva inocentemente _Joanna responde ele E sem pensar ela confirma _Como ela está de saúde, Joanna me ajudou muito. _Bem, para os 80 anos que tem. _ É quando você nasceu ela teria mesmo uns 45, mas ela ainda trabalha, pergunta Minerva. _Não, responde Carlinhos, mas vive em Dois Morrinhos com os filhos. E a conversa termina com a frase que confirmava o que Carlinhos ouvira no hotel. _Além do seu, Joanna deve ter sido a parteira de mais de 100 crianças nascidas em Dois Morrinhos. Daquele dia em diante Carlinhos passaria pesquisar então a história do irmão que morrera no rio da Prata, conforme descobrira. Na semana em que casualmente era mesmo Dr. Francisco quem visitava a mãe, Carlinhos em brincadeira diz a ele. _Você não foi me ver no jogo de despedida lá na sua cidade, e ouve como resposta_ Mas eu vou esperar a sua visita em minha casa, e que seja em breve. Carlinhos vê no convite uma enorme possibilidade de iniciar a busca pela verdade de seu passado, aceita o convite. No dia da viagem para Uberlândia, vai de carro e muda o caminho, seu destino inicial seria a cidade de Prata, onde a sua certidão de nascimento atestava ter sido lá que nascera. Vai direto ao hospital, e com a certidão de nascimento em mãos, na recepção argumenta que gostaria de ver os livros do hospital para saber se havia tomado algumas vacinas. A recepcionista o informa que um incêndio anos atrás havia destruído todos eles, e que ele poderia obter algumas informações com Márcia a enfermeira do Dr. Eduardo, única pessoa viva que trabalhava no hospital naquela época. Carlinhos anota seu endereço e ruma para ele. Lá chegando, desde logo percebe não ser a parteira que o visitou na noite de sua despedida. Esta ao abrir a porta abre um largo sorriso para o ex-atleta dizendo. Menino acompanhei sua carreira futebolística inteira. _Mas como sabe que sou eu o jogador? _Sempre vi a sua mãe ao seu lado em várias reportagens. _E onde a conheceu, pergunta Carlinhos. _Fui a enfermeira de Dr. Eduardo por muitos anos, fizemos uma centena de partos e a única que teve dois filhos homens gêmeos foi ela, como poderia me esquecer disso. Carlinhos disfarça, mas intimamente acredita estar perto da verdade que busca, pergunta sobre as vacinas e se despede. Sem saber a ex-enfermeira revela algo que poderia incriminar seu antigo chefe. Chegando a Uberlândia, vai até o endereço de Francisco, este era o de sua residência, mas quem atende a porta é Dr. Eduardo, em seguida chega o primo. Após as apresentações, Carlinhos, sem saber estar diante do médico que levara uma das crianças para cria-lo como seu filho, conta toda a história que descobrira. Sem se abalar Dr. Eduardo olhando para Francisco diz a ele. Filho o cerco se fechou, vamos para a sala, e lá inicia as revelações do passado de todos eles. Ao final destas, Carlinhos com lagrimas nos olhos comenta. Eu tenho dois meio irmãos, e um deles salvou seu próprio pai doando a medula a ele, agora entendo o motivo pelo qual a minha não foi compatível. Está feliz quer encontrar Oswaldo, pede a Francisco que peça a ele par ir encontra-los em Uberlândia. O encontro é emocionante, e o ex-jogador declara. _ Vocês são tão parecidos que mesmo os vendo todas as semanas nunca percebi que eram dois. Durante alguns dias, todos se reuniram para pescaria no Rio da Prata, a única dúvida seria. Como iremos revelar a nossa mãe que ela tem três filhos, e que Ariovaldo é sogro de um deles? Quando Carlinhos volta para sua casa em São Paulo, sua mãe o aguardava com muitas saudades e após os abraços, o ex-craque resolve contar parte da conversa que teve com Dr. Eduardo, inicia dizendo. _Mãe, além de estar com Francisco, encontrei também Dr. Eduardo, o médico que lhe atendeu em Prata. _Você pode agora revelar alguns segredos que guardou durante todo esse tempo, estou esperando por isso. Minerva chora, e nervosa ainda tenta desconversar. _O que ele pode ter lhe contado que você não soubesse? _ Que eu tenho um irmão vivo, e que eu usei a sua certidão de nascimento, por esse motivo sempre chamei Antônio Maria de pai. Ela se cala, minutos depois, inicia seus segredos. _Filho, antes de você, eu dei a luz a uma outra criança, Antônio Maria por receio que eu fizesse algo de errado, pois estava doente, levou o bebe para seus pais o criar, mas na travessia do Rio a jangadas virou e ele perdeu a criança. Nunca mais soubemos dela, até que surgiu na volta do campeonato mundial o caso dele estar buscando um doador de medula, pois estava com leucemia. Carlinhos interrompe e diz. _Mãe, isso tudo eu já sei. Agora quero conhecer meu verdadeiro pai, e para isso precisamos ir até Dois Morrinhos, ele vive lá. Minerva reluta dizendo _ Nunca mais voltei lá, tenho muitas magoas vivida naquela cidade. _ Precisamos fazer essa viagem, você terá ainda uma grande surpresa. Minerva concorda e marca o dia, Carlinhos avisa a todos para lá estarem. O encontro é na Igreja da cidade, único local onde poderiam se reunir várias pessoas. Ariovaldo também havia sido convidado, embora não soubesse os motivos, mas sabendo que seu ídolo do futebol lá estaria, foi bem como os demais. Assim quem inicia a conversa é Minerva, que vendo Ariovaldo, se comove dizendo. _Carlinhos, você no passado queria ter um pai, e durante anos imaginou ser ele Antônio Maria, quero lhe dizer que seu verdadeiro pai está aqui e agora. E inicia sua história. _Quando me curei da psicose pós-parto, fui até uma quermesse, lá encontrei um antigo namorado, passamos a noite juntos, você é o fruto daquela noite nos braços de. Vira-se, aponta para Ariovaldo e diz. _Esse é seu verdadeiro pai. Aos berros Ariovaldo pula de felicidade. _Tinha que haver algo mais, eu adorava o jogador de futebol, e tenho agora o presente de descobrir que ele é meu filho. Depois de muitos abraços Minerva continua. _Quero aproveitar, e agradecer Dr. Eduardo, por ter criado Francisco como seu próprio filho após resgata-lo das águas do rio da Prata. Nesse momento Dr. Eduardo interrompe e diz. _Não Minerva, Francisco não é o seu filho resgatado do rio. _Como não, ele salvou o pai dele doando a medula. Nesse momento Dr. Eduardo argumenta. _Não foi seu filho Francisco o salvo do Rio, mas sim Oswaldo, e com um sinal pede para ele entrar na igreja. Minerva desfalece, quando recuperada e atônita diz. _Alguém pode me dizer o que é tudo isso? Novamente cabe a Dr. Eduardo revelar todas as mentiras piedosas contadas. Já era noite e todos rumaram para Uberlândia, naquela cidade se hospedam no mesmo hotel que Carlinhos havia estado dias antes, este em um momento de reflexão agradece ao destino por ter cruzado com Gemma, que deu início a todas essas revelações. Ali ficaram por mais de uma semana, todos se inteirando de fatos que desconheciam de toda a família. Nenhum dos envolvidos chegou a se arrepender de terem usados de mentiras, omissões e enganos usados no passado, mas estavam felizes por todas as verdades terem sido reveladas. FIM , Será mesmo? Tito Cancian

O ÚLTIMO ATO

O ÚLTIMO ATO

Romance

4.8

TERIA SIDO PECADO? Durante longo tempo, Samir, um Libanês que teria por volta de 55 anos, fora mascate como a maioria de seus conterrâneos. O trabalho sempre traz resultados para quem o prática e assim, naquela segunda-feira, dia 30 de junho de 1969, inaugurava sua primeira loja de armarinhos em Dois Morrinhos, pequena cidade no triângulo mineiro. Ele sabia que a mudança seria trabalhosa, seus clientes eram de várias cidades próximas dali e estavam acostumados a comprar nas portas de suas casas. Por 15 dias abriu e fechou a loja com pouquíssimas vendas e daí resolveu atuar em duas frentes. Chamou Laila, sua esposa e combinou que por alguns dias ela ficaria à frente da loja enquanto ele voltaria a mascatear. Laila era uma mulher de pouca saúde, também com mais de 50 anos, mas aceitou ajudar seu marido, contudo combinou que seriam por poucos dias. Samir volta a viajar pelas cidades oferecendo seus armarinhos e é quando num dia em Pitu, um distrito de Dois Morrinhos, encontra uma família bem pobre e conhece Selma e a menina Cleide Maria, com 14 anos, sua filha. O marido de Selma havia se mudado para Belo Horizonte tentando melhorar de vida, e a mais de 90 dias não mandava notícias. O mascate condoído com a situação e querendo ajudar, perguntou se Selma permitiria que a filha fosse trabalhar em sua loja em Dois Morrinhos, assim também poderia substituir e poupar sua esposa Laila. Devido à condição de penúria de ambas, elas concordaram. Samir adiantou algum dinheiro para Selma se manter e levou a menina para sua cidade. No fundo da loja de Samir havia um pequeno depósito para suas mercadorias e foi onde ele precariamente acomodou a menina, mas ainda assim o espaço era maior do que o de sua própria casa. Laila com seus antigos hábitos usava lenços na cabeça e roupas escuras, quase não saía, dessa forma eram poucas as pessoas que a reconheciam fora da loja, Cleide Maria nem mesmo a conheceu. A menina se mostrou boa vendedora, mas eram os rapazes da cidade quem mais frequentavam a loja para vê-la e realmente era uma morena lindíssima. Samir que até então mal parava em sua cidade, passou a demorar-se mais tempo e era visto em conversa com sua vendedora frequentemente. Passados dois meses e já muito mais próximo da menina, Samir faz a ela uma proposta “podre”, mas na opinião dele, diante da situação miserável dela e de sua mãe, irrecusável. Oferece a ela comprar a casa que sua mãe mora e lhe dar muito dinheiro em troca de um filho. Cleide Maria apenas tinha 14 anos, assustou-se com a oferta, queria ir embora imediatamente, mas o Libanês tinha seus argumentos. Alega que Laila sua mulher nunca teve filhos por problemas de saúde e ele não queria morrer sem deixar um herdeiro. A palavra herdeiro balançou a menina, sabia que tendo um filho com aquele homem a sua criança seria rica e bem cuidada. Mas temia o desgosto que daria a seus pais, principalmente à sua mãe Selma. Mais dois meses se passaram e Selma recebe uma carta de seu marido. Ele estava preso, pois tomado pelo desespero, havia furtado uma loja. Essa notícia caiu como uma bomba, Cleide Maria, agora estava decidida, em sua cabeça ter essa criança era a única solução para todos esses problemas. Inicialmente as tentativas resultaram sem êxito, o Libanês já com 55 e diabético, ela novinha e sem experiências dos encontros amorosos apenas sexo. Finalmente ela engravida e por dois meses Samir a mantêm por perto, mas passado esse tempo contrata outra vendedora e leva a moça e seu filho no ventre para morar em outra cidade, antes da barriga aparecer. Selma sua mãe nada sabe, acredita que sua filha esteja trabalhando em outras lojas e em outras cidades. O tempo passa e chegada à hora da criança nascer, Samir leva a menina para um sítio onde Gemma, a parteira da região, lá estavam outras parturientes, mas não havia nenhum contato entre elas. Nasce a criança, um menino com mais de 3 quilos e 50 centímetros. Samir chega ao sitio três dias depois, Cleide Maria já tinha condições de voltar para sua casa, mas o Libanês lhe dá de presente uma viagem para Uberlândia, onde ela deveria ficar até seu resguardo acabar. Ela por sua vez, em nenhum momento olhou para sua criança, como sabia que não iria criá-la preferiu não pegar afeto por ela. Samir leva seu filho para casa. Laila tinha conhecimento de todo o plano, e já havia providenciado leite para recém-nascido. No dia seguinte vão até Uberaba, levam o bebe para consulta médica e bem orientada criariam o filho de Cleide Maria sem ela por perto. Aproveitam a estada, vão até o cartório e lá registram Omar, nome escolhido por Laila para a criança, como seu legitimo filho alegando que o mesmo havia nascido em casa. Mas o destino reservara para Samir surpresas desagradáveis, ele descobre ser portador um tumor maligno de difícil tratamento. Rapidamente fecha sua loja em Dois Morrinhos e vai morar em Uberaba, a maior cidade do Triângulo Mineiro e com bons médicos para iniciar tratamento, mas seis meses depois falece. Laila e Omar passam a morar definitivamente em Uberaba, ela sabia que com a mudança de cidade e bem longe de Cleide ela jamais acharia a ambos, evitando assim contatos indesejáveis. 25 anos se passam. Omar havia se formado Engenheiro Civil, continuava solteiro morando apenas com a mãe. Nessa mesma época, Cleide recebe visitas de pessoas oferecendo coisas de pouco uso e fazendo muitas perguntas sobre ela. O que a agora senhora Cleide não sabe é que essas pessoas são na verdade detetives particulares contratados por Laila. Ela estava muito doente e preocupada, imaginava que ninguém melhor do que a mãe biológica para cuidar de Omar. Pretendia contar tudo antes que fosse tarde, sentia que seu fim estava próximo. Consegue que um dos detetives inicie uma conversa com Cleide para saber se ela teria interesse em se mudar para Uberaba e cuidar de uma casa onde apenas viviam mãe e filho. Argumentaram os detetives que tinhas as melhores informações sobre o modo de trabalhar e que ela seria perfeita para cuidar de uma mulher idosa e seu filho, além de um excelente salário. Selma a mãe de Cleide havia falecido no ano anterior, seu pai nunca mais havia dado notícias, nada a prendia em sua cidade, assim aceita a oferta. Aluga a casa que Samir havia comprado para ela em nome de sua mãe e se muda. A recepção na casa foi das melhores, tanto Omar como Laila se mostraram gentis e carinhosos com ela. Omar se tornara um rapaz bonito, moreno, alto, magro e bem falante. Laila pouco falava, alegava que nunca havia aprendido o português direito por isso evitava algumas conversas. Cleide que seguia bonita e até mais formosa, agora era uma mulher feita, com seios fartos, uma morena muito linda. Certo dia Omar pergunta a Cleide se ela sabia dançar músicas lenta, pois haveria um baile na cidade onde apenas seriam tocadas músicas antigas para dançar. Cleide com um sorriso garante: _ se tem alguma coisa que faço de melhor, é dançar! Assim, passam a treinar os passos diariamente. Omar, jovem e fogoso, apesar da diferença de idade, sente uma forte atração pela parceira. O calor do abraço de Cleide durante a dança mexe com ele, mas ele evita demonstrar. Durante o baile Cleide percebe que Omar fica excitado todas as vezes que dança com ela. A noite segue animada pela boa música, eles riem e bebem despreocupadamente. No retorno a casa, ambos já tendo abusado da bebida iniciam uma dança final sem música sob a luz das estrelas e se deixando levar por essa aura envolvente, Omar rouba um beijo de Cleide. Tudo é muito rápido e ela claro leva tudo na conta da bebida, mas ele não. Daquela noite em diante o rapaz se mostra mais presente, procura conversar com a governanta o maior tempo possível. Em uma noite, ele pede para dançar novamente com ela. Coloca para tocar a música La mer. do Ray Conniff. No meio da dança ele a abraça mais forte, para a dança e olhando firmemente nos olhos dela, diz: _preciso lhe dizer algo importante. _ Diga. Responde ela _estou perdidamente apaixonado por você. Ela ri, mas dessa vez não podia atribuir tal declaração à bebida. Era consciente, era real, um menino de 25 anos se declarando a ela com 40. Cleide se afasta, as palavras mexeram com ela, em sua mente tudo era muito absurdo. Na noite seguinte Cleide esta deitada, ainda acordada, e escuta a porta ranger. Era Omar entrando em seu quarto. Ela finge que está dormindo e o rapaz fica ali contemplando sua amada por horas sem nada fazer. Na noite seguinte a coisa se repete, mas dessa vez ela simula acordar e pergunta:-O que você faz aí sentado? Omar se aproxima dela e lhe dá um beijo ardente de paixão. Ela faz que resiste, mas na verdade está adorando tudo aquilo. Cleide nunca havia namorado ninguém. O fato de ter tido uma criança e não poder cuidar dela nem a ver crescer havia bloqueado seus sentimentos. Mas finalmente ela se entrega ao rapaz. E sente o ardor da paixão de um jovem, vigoroso, carinhoso, que mostra a ela o bem que faz a uma mulher ser amada, desejada e possuída. Cleide ainda está ofegante pelos orgasmos frenéticos quando Omar sai do quarto. Por meses as visitas noturnas aconteceram e cada encontro era mais ardente que o anterior. Laila, por acaso, nota a porta de Cleide apenas encostada, vai até lá e vê Omar e Cleide se amando loucamente. Um turbilhão de maus pensamentos invade a mente da anciã, mas naquele momento nada faz. Na manhã seguinte ela chama Omar e lhe incumbe de ir tratar de negócios na capital do estado, esses seriam resolvidos apenas com um telefonema, mas ela quer ver o rapaz longe dali. Ela precisava ter uma conversa com Cleide. Quando o rapaz viaja, Laila chama Cleide em seu quarto onde ninguém ouviria o tema da conversa. Inicia em um tom de voz bem calmo: _você teve um filho e o entregou para ser criado por outra pessoa? Apavorada, Cleide responde: _Sim, mas isso foi há muitos anos! _sei muito bem disso. E prosseguiu: _você tem notícias dessa criança? _não, eu não a vi nem no dia em que nasceu. Responde. Laila segurando forte a mão de Cleide, diz bem baixinho: _esse seu bebê, é OMAR! _como pode afirmar uma coisa dessas? Pergunta Cleide apavorada e arremata, estou grávida, espero um filho dele. _Sempre soube de tudo. Meu marido nunca me deu um filho verdadeiro, mas me deu o seu. _você só pode estar delirando! Retruca Cleide. _ Omar só voltará dentro de três dias, nesse tempo vá, e procure por Gemma, a parteira que fez seu parto e pergunte a ela. Cleide aos prantos, confusa, amargurada vai até onde morava a parteira, descobre que ela também mudara de cidade, mas finalmente a encontra. _Preciso ter calma, a parteira pode não querer confessar que trabalhou em uma trama feita por Samir. Pensa ela Quando ela a encontra Gemma de imediato a reconhece. _O que vem buscar aqui minha filha? depois de tantos anos. _A verdade sobre meu filho, e o paradeiro dele. _Filha, diz Gemma, com as mãos tremulas pela idade avançada, pede a Cleide que se sente e conta a ela toda a verdade sobre Omar. Cleide passa mal, sua pressão arterial cai, mas logo se recompõe. No dia seguinte: Na volta para Uberaba, quando chega Laila já a aguardava e de imediato lhe pergunta: E então, encontrou a parteira? _Sim! Ela responde -E o que ela lhe disse? _Que Omar é realmente a criança que Samir trouxe para você criar como seu filho. E o bebe que está esperando, livrou-se dele? Não, ela disse que está muito adiantada a gestação, e ela não pode fazer mais nada. _Mas Omar não pode saber de nada. _E o que faremos? Pergunta Laila _Vou ter que ir embora antes dele voltar da viajem, mas não tenho para onde ir não posso voltar para minha cidade grávida e nem condições financeiras para nada. É quando Laila, como homenagem a seu falecido marido argumenta, e este também seria um acordo: _ Meu tio avo já viúvo, possuía um hotel com mais de 50 apartamentos em Uberlândia, e este faleceu recentemente e meus primos que moram no Líbano abriram mão de seus direitos em meu favor. _ Vou passar esse hotel em seu nome, você vivera tranquilamente com os lucros do hotel, mas quero que você jamais conte toda verdade para Omar, mesmo depois de meu falecimento. Cleide aceita a oferta. Antes de Omar voltar Cleide já se mudara. O que a velha não sabia era que os apaixonados já haviam conversado por telefone. O combinado entre Cleide e Laila fora o que se alegou: _Uma proposta para gerenciar o Hotel irrecusável levou nossa empregada. Omar 15 dias depois vai até Uberlândia, se hospeda no hotel de Cleide agora dona, ele se inteira que havia uma reserva em seu nome e o apartamento já estava arrumado. Já dentro dele, aproveita para banhar-se e não percebe quando Cleide entra por uma porta lateral, espalha flores por todo o aposento. Vestida apenas com um baby doll preto, com um dos seios saltando as suas poucas vestes a mostra, aguarda seu amado deitada na cama. Omar sai do banho e se depara com o largo sorriso de Cleide, joga a toalha para o lado, e inicia uma longa noite de amor entre ambos, agora sem receios de serem ouvidos por Laila. Mais tarde, Cleide ainda ofegante, com o coração acelerado, fecha seus olhos e em pensamentos relembra a conversa que teve com Gemma a parteira. Inicia seus pensamentos no momento que a parteira pede para que ela sente e ouça o que ela vai contar sobre seu filho. Menina, eu sabia que você não criaria aquela criança, pior ainda a situação da outra menina que lá estava ela é minha sobrinha, ainda mais jovem que você, e sem nenhuma condição para criar um neném. Os partos aconteceram com uma diferença de minutos. Seu bebe, nasceu morto e o dela saudável. O turco havia me dado um caminhão de dinheiro para levar a sua criança que seria filha dele, e repentinamente tive a ideia. Troquei as crianças. O que o turco levou é o filho de minha sobrinha. Se formos até o sítio que eu morava posso lhe mostrar onde enterrei seu bebezinho. Nesse exato momento Omar com um beijo no rosto faz Cleide abrir novamente seus olhos e lhe diz. _Estava com saudades de você e de ser chamado de seu bebezinho. Cleide abre um lindo sorriso e comenta. _Nunca mais vou lhe chamar de meu bebezinho, agora será e para sempre o meu amorzão. Semanalmente os apaixonados se encontram, ele se hospedava no hotel e ela o visita todas as noites que ele lá estava Quando o filho do casal nasce, Cleide para homenagear o homem que mudou a sua vida e segundo ela para melhor, coloca o nome nele de Samir Neto. Dois meses depois Laila falece e o casal se une para sempre. Quando Samir neto, começa dar seus primeiros paços Cleide contrata um detetive para procurar a verdadeira mãe de Omar e propor a ela um emprego de baba para cuidar de Samir Neto. FIM

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Lobisomem

5.0

*18+ apenas. Contém temas adultos* O mundo de Adeline vira de cabeça para baixo quando um Alfa vizinho assume o controle de sua matilha. Ele é implacável, há rumores de que ele até matou seu pai para a posição Alfa, mas Adeline não consegue evitar cair de joelhos sempre que ele está por perto. Convencido de que Alpha Jaxon foi amaldiçoado pela Deusa da Lua para nunca ter um verdadeiro companheiro devido à sua história violenta, ele escolhe uma companheira compatível de sua escolha, uma mulher que é forte o suficiente para ajudar a liderar a matilha, ao contrário de Adeline, que parece mansa no começo. primeira vista. No entanto, Adeline descobre que há mais do que luxúria atraindo-a para Alpha Jaxon. Como ela será capaz de resistir? **** "Não tenho certeza se é assim que se deve cumprimentar seu Alfa", ele disse a centímetros de meus lábios. Parei por um segundo na tentativa de me recompor, a adrenalina fluindo livremente, enquanto meu lobo e eu sentíamos o conforto de estar tão perto dele novamente. "Hmm, isso pode ser verdade, exceto que você ainda não é meu Alfa", eu o desafiei em um tom sedutor que saiu naturalmente. Nossos rostos estavam tão próximos que o calor de nossas respirações se chocava, eu queria tanto que ele cedesse e diminuísse a distância entre nós. "Você sente isso, não é? Seu lobo está gritando por dentro para que eu marque você... bem... aqui... - Jaxon beliscou meu pescoço levemente. Eu senti como se minhas pernas estivessem prestes a se soltar a qualquer momento. Ele moveu a mão logo abaixo do meu suéter nas minhas costas, puxando-me para mais perto de sua dureza, enquanto a outra mão deslizava pela lateral do meu rosto, acariciando meu queixo suavemente. Faíscas elétricas nítidas percorreram meu corpo ao seu toque, "Shh Adeline, em breve terei você se submetendo completamente a mim. Você vai implorar ao seu Alfa para esticar essa boceta apertada e molhada e preenchê-la completamente", abaixando a mão e passando levemente entre minhas pernas.

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