O caminho para seu coração
A proposta ousada do CEO
Uma noite inesquecível: o dilema de Camila
Minha assistente, minha esposa misteriosa
A esposa em fuga do CEO
Noiva por contrato - Bella mia(série: Destinos entrelaçados)
A Segunda Chance com Meu Amor Bilionário
Um casamento arranjado
A ex-mulher muda do bilionário
Acabando com o sofrimento de amor
Não consegui dormir. Passei o restante da noite virando de um lado para o outro da cama. Pensei em muitas formas de dar um gran finale para a história com a Bia, mas acho que nenhum desses servem. A ideia de dar o troco na mesma proporção não me é uma opção agora, pois tudo que eu menos quero é que ela diga que eu também fui cretino. Pelo contrário. Quero colocar a dúvida na cabeça dela, quero que ela se arrependa e entenda que passei pela vida dela não como "mais um cara", mas "o cara". Quero que ela lembre, para sempre, de mim como o homem que ela traiu sem nenhum motivo aparente.
Dei a ela tudo que pude e que as circunstâncias pediram. Carinho, farras, companherismo, muito sexo e uma dose de putaria, para no final ela me recompensar daquela forma. Que ela sinta a dor na consciência. Se é que piriguete tem consciência. Sei que a minha está e permanecerá tranquila.
Acordo pela manhã com um pouco de dor de cabeça. Não escutei o celular alarmar. Também podera. Cochilei quando deveria estar acordando. Pensar na vida também cansa.
Às dez da manhã envio uma mensagem para minha supervisora informando que estou com enxaqueca e que ainda não tive tempo de ir a uma emergência para conseguir um atestado médico.
Sinto que estou na corda bamba lá no trabalho, mas não consigo agir diferente. Este é o meu normal.
Respiro fundo.
— Você está com uma cara péssima, querido.
— Eu sei, mãe. Desculpa por estar te obrigando a me ver assim.
— O que aconteceu? Não foi trabalhar por quê? - ela me abraçou.
— Estou com muita dor de cabeça. – e choro.
Meu corpo já não tem mais espaço para tantos pensamentos. Sinto como se minha cabeça fosse explodir a qualquer momento. Tudo que eu mais quero é apagar e acordar quando todas as dores cessarem. Nunca pensei que ser traído fosse tão sufocante.
— O que aconteceu Ismael?
— Nada.
— Não conheço alguém que chore por nada. Quem fez o quê?
— Você sabe que tenho problemas hormonais. Sabe do meu histerismo. Emoções inconstantes são normais para mim.
— Você nunca foi a um médico especialista. Como posso dizer que é isso que falou? Não gosto de te ver chorando. Me parte o coração.
Juro como eu gostaria de pedir a ela pra calar a boca. Tudo passa. Estas lágrimas também secarão. Assim espero.
O último soluço me conforta. Passo agora a ver tudo por um outro ângulo.
Sem muita "volta", saio dos braços de minha mãe. Não é tão difícil, ela ainda tem o que fazer.
Consigo o atestado às 15 horas sem problema algum.
Acho que preciso tomar uma dose de cana. Quero amortecer essa dor que parece não sarar.
Saio do hospital e entro em um desses botecos sujos.
— Tem tequila? – pergunto.
— Aqui só tem bebida pra homem.
— Preparou o bar pro seu?
— Se for arrumar confusão, pode ir dando meia volta.
— Me vê uma dose da cachaça mais pau no cu que tu tem ai.
— Ta com desgosto camarada? – o homem do balcão pergunta enquanto despeja a dose no copo.
— Tem descartável?
— Macho tu entrou no lugar errado. Isso aqui não é ambiente pra tu não.
— Me traz um copo descartável. – peço após ver um bêbado ao meu lado com a boca cheia de ferida.
— Aqui.
Tomo tudo sem fazer careta.
— Mais uma.
— Cuidado com essa aqui que ela é "porreta".
O cheiro de cigarro me atrai. Engasgar com a fumaça quando estou irritado é uma otima forma de acalmar.
— Me vê uma carteira do seu pior cigarro. Quero o mais "vagabundo" de todos — Tem isqueiro? – pergunto após estar com o maço de cigarro em mãos.
— Acabou o gás do único que eu tinha.
Vou até a mesa onde estão conversando dois homens desse tipo que tem cara de pobre. Um branco de pele avermelhada, creio que pelo excesso de sol, e o outro mais alto e moreno. O "brancoso" tem a pobreza mais acentuada na face.
— Vocês têm isqueiro?
— Não fumo camarada. – o moreno responde.
— Pega ai. – o outro retira o isqueiro do bolso. — Aproveita e senta com a gente. Percebi que ta sozinho na sofrência ali no balcão.
— Valeu. – agradeço.
— Diga lá. Qual seu nome?
— Ismael.
— O meu é Chico e esse "poste" aqui é o Rodolfo.
Conversar com estranhos simpáticos é uma ótima maneira de desviar a atenção do ocorrido.
— E você costuma beber daquele jeito mesmo? – Chico parece mais comunicativo.
— Sim. Quer dizer: "não". Melhor eu falar, caso contrário não vou melhorar. Estou assim por conta de uma garota. Ela me decepcionou muito. Ainda não sei o que vou fazer com ela. Até o momento, tudo que sei é que não a quero mais.
— Sei bem o que é decepção. – Rodolfo parece que se identificou — Comecei a trabalhar para uma mulher há alguns meses. Uma bela mulher, que me veio com belas propostas. Ganhos fabulosos em curto tempo e quase nada de esforço. Por ela eu deixei passar grandes oportunidades e ontem descobri que fui um objeto nas mãos dela. Não sei se amor ou paixão ou putaria, mas ela foi o primeiro sentimento forte que senti por uma mulher. A primeira mulher que me completou.
— Completou? – não compreendi.
— O camarada aí descobriu o que era preenchimento com uma "dona" meio vadia. — Chico solta uma risada fraca.
— Digamos que ela soube o que fazer na hora certa.
— Tu era virgem?
— Não. – Rodolfo ri — Na verdade, eu ja havia trepado com homens e mulheres e nunca soube o que era gozar.