A Imperatriz que Sepulta Seu Passado
ada na porta, o rosto inexpressivo, os olhos frios e distantes. Ele olhou
do falsa simpatia. - Cinquenta mil reais. É mais do que justo, considerando... - ela deixou a
dinheiro que economizei meticulosamente trabalhando em bicos por anos, o dinheiro que despejei na incipiente imobiliária dele sem pensar duas vezes. Era tudo o que eu ti
brilharam com
s é melhor do que nada, não é? Afinal, você não contribuiu muito para a empresa, contribuiu? Apenas ap
ferir, apenas confirmaram o que eu já sabia. Ela estava se deleitando com sua vitória, aquecendo-
ria que esse pesadelo acabasse. Queria
mento, ela deliberadamente o soltou, deixando a petição de divórcio flutuar até o
dos com falso arrependimento. - Que desajeitada eu sou! Sinto muito, Cíntia
a, imediatamente deu um passo à frente. Ajoelhou-
machucou? - Ele nem olhou para
nto amassado. Alisei os vincos, meus dedos traçando as palavras fri
a. Nossa casa. Mas não era mais minha. No momento em que entrei na garagem, eu vi. Caixas.
ha antiga da minha avó - tudo sumariamente expulso da vida que um dia compartilhei. Empurrei a porta
evero que eu nunca tinha visto antes, abri
? - perguntou
sapego tomando conta de mim. - A... ex-esposa. Só vim ve
rriso desdenhoso
rias estavam na calçada. Não queria entulhando o lugar para a nova patroa. - Ela bateu
as contribuições, meu amor, minha própria existência, reduzidos a nada. Virei-me, meus olhos examinando a triste pilha de
ilidosas na construção, eram desajeitadas com as peças delicadas, mas seus olhos estavam cheios de uma determinação feroz. "Isso vai te lembrar", ele disse, a vo
ituída por uma discórdia dura. A riqueza cresceu, mas a presença dele, o amor dele, as promessas dele, diminuíram a nada, com
ia me obrigar a tocar naqueles restos, naquelas lembranças dolorosas de um amor que virou cinzas. Abaixei o telefone, o olhar fixo no sino dos ventos quebrado, depois, lenta e deliberadamente, virei as costas e fui