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Joca: O dono do Morro

Capítulo 6 Dono Joca

Palavras: 4063    |    Lançado em: 16/02/2023

eu, dizendo que tinha ouvido falar de gente nova no morro. Do

mais velha do que realmente era. - Eu tenho uma filha, pouca coisa mais velha que você, Patrícia. - Vejo Dona Ivone erguer as sobrancelhas, como se a garota

Digo sentindo a tr

como serviço. - Pulo do sofá, era uma ótima oportunidade de começar. Eu sou boa em limpezas

mesmo, se a senhora quiser. -

lhe dar apenas uns 20 r

a! - Olho para dona Ivone que

outras faxinas e depois um emprego fi

ila. Subimos um pouco o morro. Pouca coisa, e logo chegamos ao que

terra batida, ou saibro. Dava para ver no chão, os carreiros formados pelas água

casa é ainda menor do que a de Dona Ivone. Toda de tijolo a mostra, sem reboco ou pintura. O teto não possuía forro,

não era a mais amorosa, mas era legal. Fazia trancinhas nos meus cabelos, e me vestia com roupas da Barbie. Quando eu estava com 4 anos, ela engravidou da minha irmãzinha. A gravidez foi conturbada, lembro de ouvir os gritos da minha mãe com o meu pai de madrugada. Eles br

a mente e aguentar tudo sozinha. Meu pai, a culpava de estar distante ou o traindo. Ela berrava que a culpa era del

já sabia que ela não estava bem. Peguei minha irmã que estava chorando e levei-a para a cozinha. Ela era só um bebê, estava com fome. Peguei arroz e coloquei leit

iu me quebrar. Ela me bateu até eu desmaiar. Senti sua mão estalar no meu rosto, seguido, dos pontapés, ao me atirar no chão. Depois disso,

m casa, enquanto eu já ia para a escola. Em um dia de sol, estava calor, lembro de ter passado em uma casa com torneira e tomado um pouco de água direto no bico. Cheguei em casa faceira, mas minha surpresa e horror extrapola

A noite eu fechava a boca da minha irmã, quando ela chorava, para não acordar eles. Isso durou meses. Eu já não era a mesma. Tinh

ade. Tinha medo de apanhar mais, ou prenderem meus pais, que apesar dos pe

utro, até que saiu de casa, deixando eu e minha irmã sozinhas. Brinquei e entreti minha irmã, até perto das

bém. Até que minha mãe gritou que ele era um corno. Então ele me soltou e a encarou com fúria. Ela riu na cara dele, e cuspiu nele. Disse que a Manu, minha irmãzinha de apenas 3 aninhos, não era filha dele. El

naquele dia, os vizinhos chamaram a polícia. Eles deviam ter feito isso muito antes, mas esperaram ch

muito melhor do que eu já tinha vivido na minha casa. Mesmo pessoas que não eram da minha família, me davam

ouvir a voz de uma mulher. Viro-me e

ia sorri, e imagin

oça de cabelos castanhos, presos em um

- Vejo Patrícia erguer as sobrancelhas e sor

e ajudo também. - Patrí

café da tarde, com pão, chimia e margarina. Comemos enquanto eu falava um pouco da minha vida, e

lá no mercado, onde

trícia! Mui

Pati. - A moça bon

e chamar

bom

s olhando, e eu não entendo,

á que você se abriu com a gente e confiou

11 anos, e o fez jurar que nunca mais voltaria, ou o entregaria para os cara, e o dono do morro. Ele havia abusado de Patrícia. Mas ela amav

a escola, começou a usar maconha, e foi aumentando, e hoje estava usando crack algumas

Joca gritara em frente a casa. Lídia, me arrumou uma sacola com alguns alimentos e me deu 20 rea

pouco por minha segurança. Ele me leva até o barraco, que eu chamarei de casa, e logo sai com o V13. Vagner, vulgo V13, sinto vontade d

na cozinha pequena, composta por um fogão duas bocas, uma pia, uma geladeira pequena, e um armário grudado na parede. Logo abaixo desse armár

sar o ar. Suspiro e largo minha mochila ali e a sacola com comida. A frente duas portas estreitas. Uma delas da no meu quarto. Uma cama de solteiro de madeira, colchão fino, coberto por um lençol florido, um travesseiro e uma manta dobrada na ponta. O quarto não t

armário sem portas, pego a única toalha que levei comigo, que era de rosto, um short, uma blusa e calcinha. Entro no banheiro e ligo o chuveiro. O dia foi quente, a

ijão, farinha de trigo, um leite, ovos, café, s

me ajudando, ainda me sinto sozinha. Coloco dois ovos para cozinhar, em uma l

so enviar uns currículos. Mas nem telefone tenho! Droga! Vou descer amanhã

rque nem relógio eu tenho, mas acho que já vou dormir. Ajeito minha cama, e vou ao b

a batida na porta. Vou at

. - Abro a porta

o. - Aiii queria tanto te agradec

mo sendo noite, com as luzes da casa, consigo ver mais o seu rosto. É um rapaz bonito. Mais alto que eu, magro, mas não

ção. - Sinto vontade de chorar de novo. Porque

- Amanhã tem baile, fique

eu avisei, que não uso droga, nem bebo! - Digo depressa. - E nem vou colocar aquelas mini saias, qu

á também, e cuido de você. - Ele

ti tam

Pa

Digo explicando e Ed

ati

assim. - Explico de novo, afin

a vadia master do morro. -

ela assim!

da... ela deve tá te sondando,

pergunto se ele quer entrar. - Ah desculpa, nem te con

im dar um oi mesmo. - Ele so

a? - Edgar olha no r

22

rápido. Tô sem hora

celular? - Ele me o

trabalho e compro. - Vejo-o

aqui

e isso? N

ular. E outra coisa, amanhã antes do baile passo aq

. não quero qu

precisar de algo e sei que me ajudará. - Sorrio, e o abraço novamente, erguendo os p

igada

lido, mas na frente dos car

á, me d

ue eles enchem

om, ob

escadarias da minha casinha. Fecho a porta, tranco e vou

e a cama não era tão ruim, cumpriu o seu papel. Escovo os dentes, faço um café e faço mais umas panquecas vazi

endo e brincando. E cachorros também, pelo menos uns 5 a cada ruazinha. Em algumas esquinas vejo alguns homens armados, e suspeito que sejam os traficantes, ou

la deve ter saído. Caminho até a entrada. Passava a rua asfaltada onde Edgar me encontrou, e tinha uma ruazinha estreita, mas a entrada principal, era mais a frente de onde entramos. Uma bifurcação na faixa asfaltada, onde se dividia, em uma que ia reto para outro lugar, e uma de terra de chão batido

educação infantil... Passo da minha casa e continuo subindo o morro, vejo mais um bar, Bar do Juca, e por um momento lembro do Joca. Me arrepio. Ele é um homem m

ar, pensando no homem, que me fez sentir algo diferente. Meu estômago arrepiou na mesma hora. Isso era po

lado é minha casa. Paro em uma esquina, coloco uma mão em cima dos olhos, tampando do sol, e olho para os lados. Nesse momento uma moto para ao meu lado, me assustan

Vejo-o soltar

so simpático, afinal ele me dera casa e pagara

Vejo-o franzir o cenho, c

melhos, enruga a testa, e ergue uma sobrancelha, me me

quei curiosa, porque você tem um morro

indo pr

ra os lado. - Andei dema

rgalha, e já tô achando qu

me acho. - Digo focando-me nele, que me estende o c

me diz, e eu fran

Su

ração erra algumas batidas me fazendo entreabrir os lábios. Subir na moto?

co. - Só me dá uma ajudinha, pra que lado eu vou? - Ele pre

de moto a

ndo de ter saído de dentro

na minha cabeça, e ajeita tipo uma fivelinha que tem perto do queixo. Droga, eu vou ter que subir naquela coisa! - Prontinho. O capacete te proteg

rgunto procura

o na minha cintura, e a outra segurando a minha mão me ajuda a subir na moto. Eu sinto um arre

musculoso, que dava para sentir por cima da camiseta preta que ele estava. Fecho os olhos e travo os dent

lá, vai que ele quisesse que eu pul

um passeio, para

itando para ele me ouvir, além do barulh

via, acelerando a tal ponto, que sinto meus pés adormecendo no lugar de colocar os pés. Como é o nome daquilo? Pézinho

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