Joca: O dono do Morro
tó
eu, dizendo que tinha ouvido falar de gente nova no morro. Do
mais velha do que realmente era. - Eu tenho uma filha, pouca coisa mais velha que você, Patrícia. - Vejo Dona Ivone erguer as sobrancelhas, como se a garota
Digo sentindo a tr
como serviço. - Pulo do sofá, era uma ótima oportunidade de começar. Eu sou boa em limpezas
mesmo, se a senhora quiser. -
lhe dar apenas uns 20 r
a! - Olho para dona Ivone que
outras faxinas e depois um emprego fi
ila. Subimos um pouco o morro. Pouca coisa, e logo chegamos ao que
terra batida, ou saibro. Dava para ver no chão, os carreiros formados pelas água
casa é ainda menor do que a de Dona Ivone. Toda de tijolo a mostra, sem reboco ou pintura. O teto não possuía forro,
não era a mais amorosa, mas era legal. Fazia trancinhas nos meus cabelos, e me vestia com roupas da Barbie. Quando eu estava com 4 anos, ela engravidou da minha irmãzinha. A gravidez foi conturbada, lembro de ouvir os gritos da minha mãe com o meu pai de madrugada. Eles br
a mente e aguentar tudo sozinha. Meu pai, a culpava de estar distante ou o traindo. Ela berrava que a culpa era del
já sabia que ela não estava bem. Peguei minha irmã que estava chorando e levei-a para a cozinha. Ela era só um bebê, estava com fome. Peguei arroz e coloquei leit
iu me quebrar. Ela me bateu até eu desmaiar. Senti sua mão estalar no meu rosto, seguido, dos pontapés, ao me atirar no chão. Depois disso,
m casa, enquanto eu já ia para a escola. Em um dia de sol, estava calor, lembro de ter passado em uma casa com torneira e tomado um pouco de água direto no bico. Cheguei em casa faceira, mas minha surpresa e horror extrapola
A noite eu fechava a boca da minha irmã, quando ela chorava, para não acordar eles. Isso durou meses. Eu já não era a mesma. Tinh
ade. Tinha medo de apanhar mais, ou prenderem meus pais, que apesar dos pe
utro, até que saiu de casa, deixando eu e minha irmã sozinhas. Brinquei e entreti minha irmã, até perto das
bém. Até que minha mãe gritou que ele era um corno. Então ele me soltou e a encarou com fúria. Ela riu na cara dele, e cuspiu nele. Disse que a Manu, minha irmãzinha de apenas 3 aninhos, não era filha dele. El
naquele dia, os vizinhos chamaram a polícia. Eles deviam ter feito isso muito antes, mas esperaram ch
muito melhor do que eu já tinha vivido na minha casa. Mesmo pessoas que não eram da minha família, me davam
ouvir a voz de uma mulher. Viro-me e
ia sorri, e imagin
oça de cabelos castanhos, presos em um
- Vejo Patrícia erguer as sobrancelhas e sor
e ajudo também. - Patrí
café da tarde, com pão, chimia e margarina. Comemos enquanto eu falava um pouco da minha vida, e
lá no mercado, onde
trícia! Mui
Pati. - A moça bon
e chamar
bom
s olhando, e eu não entendo,
á que você se abriu com a gente e confiou
11 anos, e o fez jurar que nunca mais voltaria, ou o entregaria para os cara, e o dono do morro. Ele havia abusado de Patrícia. Mas ela amav
a escola, começou a usar maconha, e foi aumentando, e hoje estava usando crack algumas
Joca gritara em frente a casa. Lídia, me arrumou uma sacola com alguns alimentos e me deu 20 rea
pouco por minha segurança. Ele me leva até o barraco, que eu chamarei de casa, e logo sai com o V13. Vagner, vulgo V13, sinto vontade d
na cozinha pequena, composta por um fogão duas bocas, uma pia, uma geladeira pequena, e um armário grudado na parede. Logo abaixo desse armár
sar o ar. Suspiro e largo minha mochila ali e a sacola com comida. A frente duas portas estreitas. Uma delas da no meu quarto. Uma cama de solteiro de madeira, colchão fino, coberto por um lençol florido, um travesseiro e uma manta dobrada na ponta. O quarto não tarmário sem portas, pego a única toalha que levei comigo, que era de rosto, um short, uma blusa e calcinha. Entro no banheiro e ligo o chuveiro. O dia foi quente, a
ijão, farinha de trigo, um leite, ovos, café, s
me ajudando, ainda me sinto sozinha. Coloco dois ovos para cozinhar, em uma l
so enviar uns currículos. Mas nem telefone tenho! Droga! Vou descer amanhã
rque nem relógio eu tenho, mas acho que já vou dormir. Ajeito minha cama, e vou ao b
a batida na porta. Vou at
. - Abro a porta
o. - Aiii queria tanto te agradec
mo sendo noite, com as luzes da casa, consigo ver mais o seu rosto. É um rapaz bonito. Mais alto que eu, magro, mas não
ção. - Sinto vontade de chorar de novo. Porque
- Amanhã tem baile, fique
eu avisei, que não uso droga, nem bebo! - Digo depressa. - E nem vou colocar aquelas mini saias, qu
á também, e cuido de você. - Ele
ti tam
Pa
Digo explicando e Ed
ati
assim. - Explico de novo, afin
a vadia master do morro. -
ela assim!
da... ela deve tá te sondando,
pergunto se ele quer entrar. - Ah desculpa, nem te con
im dar um oi mesmo. - Ele so
a? - Edgar olha no r
22
rápido. Tô sem hora
celular? - Ele me o
trabalho e compro. - Vejo-o
aqui
e isso? N
ular. E outra coisa, amanhã antes do baile passo aq
. não quero qu
precisar de algo e sei que me ajudará. - Sorrio, e o abraço novamente, erguendo os p
igada
lido, mas na frente dos car
á, me d
ue eles enchem
om, ob
escadarias da minha casinha. Fecho a porta, tranco e vou
e a cama não era tão ruim, cumpriu o seu papel. Escovo os dentes, faço um café e faço mais umas panquecas vazi
endo e brincando. E cachorros também, pelo menos uns 5 a cada ruazinha. Em algumas esquinas vejo alguns homens armados, e suspeito que sejam os traficantes, ou
la deve ter saído. Caminho até a entrada. Passava a rua asfaltada onde Edgar me encontrou, e tinha uma ruazinha estreita, mas a entrada principal, era mais a frente de onde entramos. Uma bifurcação na faixa asfaltada, onde se dividia, em uma que ia reto para outro lugar, e uma de terra de chão batido
educação infantil... Passo da minha casa e continuo subindo o morro, vejo mais um bar, Bar do Juca, e por um momento lembro do Joca. Me arrepio. Ele é um homem m
ar, pensando no homem, que me fez sentir algo diferente. Meu estômago arrepiou na mesma hora. Isso era po
lado é minha casa. Paro em uma esquina, coloco uma mão em cima dos olhos, tampando do sol, e olho para os lados. Nesse momento uma moto para ao meu lado, me assustan
Vejo-o soltar
so simpático, afinal ele me dera casa e pagara
Vejo-o franzir o cenho, c
melhos, enruga a testa, e ergue uma sobrancelha, me me
quei curiosa, porque você tem um morro
indo pr
ra os lado. - Andei dema
rgalha, e já tô achando qu
me acho. - Digo focando-me nele, que me estende o c
me diz, e eu fran
Su
ração erra algumas batidas me fazendo entreabrir os lábios. Subir na moto?
co. - Só me dá uma ajudinha, pra que lado eu vou? - Ele pre
de moto a
ndo de ter saído de dentro
na minha cabeça, e ajeita tipo uma fivelinha que tem perto do queixo. Droga, eu vou ter que subir naquela coisa! - Prontinho. O capacete te proteg
rgunto procura
o na minha cintura, e a outra segurando a minha mão me ajuda a subir na moto. Eu sinto um arre
musculoso, que dava para sentir por cima da camiseta preta que ele estava. Fecho os olhos e travo os dent
lá, vai que ele quisesse que eu pul
um passeio, para
itando para ele me ouvir, além do barulh
via, acelerando a tal ponto, que sinto meus pés adormecendo no lugar de colocar os pés. Como é o nome daquilo? Pézinho