Toma-me
meus pais, minha faculdade, minha casa e tudo o que você possa imaginar. Já no outro eu não tinha nada, perdi meus pais, minha faculdade, minha casa. Perdi tudo o que tinha. Só ainda não perdi minh
minha sort
*
teria ido, teria ido só para partir com eles. Na época, eu não sabia que eles estavam endividados, não sabia que o restaurante da minha mãe estava no verm
eles estivessem recebendo alguém muito especial. Eu estava em sala de aula quando soube do acidente de avião. Fui chamada para ir à sala do diretor,
mo eu dependia delas para continuar, acabei perdendo a bolsa. Confesso que a culpa foi toda minha, não queria viver sem meus pais. Um grande pedaço de mim foi tirado e eu não tinha mais nada para substituí-los. Eu não tinha um emprego, apenas um estágio e acabei perdendo-o quando briguei com uma cliente, na verdade ela me humilhou e como eu não
eu me deixei morrer, deixei a pequena luz que tinha em mim se apagar, deixei a e
im do mundo para ser violado. E eu fui violada, tomaram a única coisa que era minha. Eu não tinha mais luz, mas aos pouco
z. Descobri que as pessoas podem sim perder tudo e eu me permiti
onde estou. Ou vivo luta
*
anos d
ser uma. Só assim não teria que enfrentar minha inútil vida. Começo a caminhar mais uma vez indo em direção a um beco escuro. Vou até uma enorme lata de lixo. Tiro minha mochila dos meus ombros e a escondo dentro da lata, tudo o que eu tenho está dent
o nada nem ninguém em quem me apoiar, só tenho a mim mesma, e um pouco de humanidade e a humildade que me restou. Não é que eu não tento arrumar um emprego, mas quem quer uma sem tet
nhas roupas e suspiro. Ainda bem que consegui tomar um banho na casa de acolhimento, só assim não estou fedendo e nem com o corpo sujo.
rta do restaurante saiu e entro fazendo o possível para nin
um deles olha em minha direção. Ele é lindo, sua pele é clara, seu rosto é quadrado e seus olhos me fazem lembrar o mar. O outro eu não sei bem como é, só sei que sua pele é mais
obras para eu comer depois? - Pergunto. - O homem que olhou para mim me analisa e
rego. Tenho certeza que irá se sustentar com um, e será ainda menos humilhante do que importunar quem não quer ser importunado,
do que já passei. O homem que está me encarando abre a boca para argumentar ou só me mandar embora. Olho para os lados e perce
o que estou fazendo ali, a porta de saída dá para um beco mal iluminado, resolvo esperar ali para quem sabe, quando jogarem a comida fora eu possa pegar as sobras. Abro a porta e por fim permito as lágrimas rolarem pelo meu r
fala. Meu corpo fica em alerta total. Sinto que estão próximos, até um
está com med
nós dividimos a comida com ela? - Acho que esse é o tal Lucca. Os doi
daqui. E vocês podem ficar com as sobras, eu não me
os um pouco de diversão. - Eles falam. Eu
xo disso. - Ele me agarra e eu tento me soltar de suas
- Grito quando um
novo não. Penso. Isso não pode acontecer outra vez. Por fav
s grita me dando um tapa no ro
ntando me soltar, finalmente ele sai de cima de mim, e
quando vejo que vou levar mais um chu
e perto d