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ALYSSARIS

Capítulo 5 UM PORTAL NO LAGO – CAPÍTULO V

Palavras: 2804    |    Lançado em: 04/05/2023

éssemos montar nosso acampamento e por ai vai. Toda vez que nós nos mudávamos havia uma cerimônia na nossa primeira noite no tal lugar novo, nessa cerimônia, minha mãe realizava um

tes de existirem os clãs, os inferis e os enevoados viviam lado a lado. - Minha mãe e eu caminhávamos a beira do lago, a cada passo para perto do cais minha pele formigava mais forte, eu podia jurar que o cais estava mudando de forma. - Inferis era o termo que usávamos para distinguir qualquer ser mágico dos não-mágicos. Antes que pergunte. - Ela me deu um sorrisinho assim que eu abri a boca e então continuou. - Nós não tínhamos a rivalidade que existe hoje e nem escondíamos quem éramos, até ajudávamos os enevoados nos trabalhos. - Minha mãe ficou quieta por um momento, contemplando o horizonte. Minha cabeça formulava várias perguntas, mas a história ainda não havia terminado. - Com o passar do tempo alguns inferis começaram a querer subjugar os enevoados, eles se achavam melhores e queriam forçar a humanidade a servi-los... Bom não acabou bem para a gente como você deve imaginar. Os enevoados sabem como escravizar povos melhor do que ninguém e fizeram conosco, e fazem até hoje. Organizavam caçadas para nos aniquilar, fomos queimados e assassinados com armas que nem podemos imaginar. Foi uma época negra para todo o nosso povo, independente da raça, sem poder ser quem éramos de verdade. Escondendo-nos em buracos e negando nossa verdadeira forma, nos encolhendo. - Eu ouvia cada palavra em mais absoluto silêncio, havia certa dor no discurso da minha mãe, como se ela tivesse presenciado isso ao vivo. - Sabe o que acontece quando bruxos renegam o seu poder Evolet? - Neguei com a cabeça incapaz de dizer alguma palavra. - Secamos e morremos, não dá para pessoas como nós simplesmente ignorar o que somos. - Assenti pensando nas pessoas em outros acampamentos onde haviam tido relatos do sumiço da magia e pensando em mim e no Seth, que tivemos que abandonar nossa verdadeira natureza... Ou quase abandonar. - Bom, os Dinguir vendo que sua obra mais perfeita estava prestes a ser massacrada se apiedaram e então criaram um refúgio, um lugar aonde todos poderiam viver em paz e livres para ser quem queriam ser, sem rótulos ou leis que proibissem isso. - De repente imagens brotaram em minha mente, cachoeiras, castelos, bosques, cidades brilhantes... - Essa terra encantada respondia pelo nome de... – Ela continuou, mas eu a cortei antes que pudesse terminar. - Alissarys... - Completei antes da minha mãe, ela me encarou um pouco surpresa, mas assentiu balançando a cabeça. Encontrávamo-nos bem a frente do cais abandonado, mas ele estava completamente diferente. Havia uma ponte de madeira enorme que ligava a beirada do lago até uma construção de pedra, parecida com uma torre, haviam barcos gigantescos ancorados de ambos os lados da ponte, tochas acessas faziam a iluminação do local. - Incrível... - Sussurrei maravilhada, a névoa havia se dissipado e agora podíamos ver através do véu. - Era aqui que embarcávamos para ir para casa, não é fácil encontrar esse lago, cercado por montanhas impossíveis de serem escaladas, além da espessa barreira de magia que confunde os enevoados. - Minha mãe explicou enquanto caminhávamos entre os barcos. Olhei ao redor enxergando a névoa que nos escondia, era engraçado, eu conseguia saber onde ela estava em cada ponto, como se estivéssemos ligadas. - Bem no meio daquele arco é a entrada. - O arco agora parecia brilhar, reluzindo no meio do lago. - Era lindo Evolet, sempre cheio de gente, os clãs unidos... - Minha mãe tinha uma expressão de tristeza no rosto. - Mamãe o que aconteceu? Porque essa briga entre clãs? Porque esconder tanta coisa? Sei que podemos resolver isso. - Minha mãe virou-se para mim com um sorriso agradecido no rosto. - Sei que você pode resolver minha filha, mas há algumas coisas que eu ainda não posso te contar, mas sei que o passo de voltarmos para nossa terra natal vai mudar as coisas novamente. - Minha mãe respondeu, mas acho que falava mais para si mesma do que para mim. - E isso me preocupa, porque eu prometi há muito tempo que pouparia você e seu irmão desse assunto. - Que assunto? - Ela novamente ficou muda encarando o arco de pedra. Precisamos voltar. - Ela segurou minha mão e saltamos novamente. - Detesto fazer isso. - Resmunguei ao voltarmos para a tenda. "Precisamos conversar" - Seth resmungou pelo laço. "Pode apostar que sim. Sabe me dizer o que é um Dinguir?" - Respondi. "Se tivesse me perguntado há meia hora eu diria não, mas acabei de descobrir" - Seth respondera. "Te encontro na praia" - Evolet... - Minha mãe virou para mim. - Você é a futura rainha, saiba quais informações você deve compartilhar. - Esperava que ela não estivesse falando de Seth, afinal ele tinha acesso a qualquer coisa na minha cabeça, coisa de gêmeo. "Aonde você está?" - Seth deu uma pequena puxada no laço. Assim que deixei a tenda da minha mãe às perguntas começaram a surgir, me deixando um pouco desnorteada. Muita coisa para digerir, mas o que realmente me incomodava era a quantidade de palavras não ditas, respostas inacabadas. Meu sangue pulsava e eu me sentia muito forte, eu sabia que se quisesse podia saltar com esse acampamento inteiro para qualquer parte do mundo e ainda

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