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Nascidos Para Matar - parte 1

Nascidos Para Matar - parte 1

AutoraAngelinna

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43
Capítulo

Quando Jess Montell conhece Trace West em um jogo de hóquei, ela não sabe seu nome ou profissão. O que ela sabe é que existe uma atração instantânea que é impossível ignorar – ou esquecer. E esquecer é exatamente o que ela quer fazer quando descobre que ele não é apenas um sucesso de Wall Street, mas também o herdeiro de uma das maiores famílias da máfia de Nova York. A última coisa que Trace precisa é de algo romântico com a aplicação da lei, e a oficial de condicional Jess tem problemas estampados nela. Pena que ele gosta de problemas. Principalmente quando é uma morena bombástica com atitude e pernas há dias. Ela é uma fera absoluta e ele quer atiçar essa chama. Trace não pediu a vida da Máfia. Jess não quer participar disso. Ambos sabem que é mais seguro ficar longe, mas é muito difícil resistir à tentação – não importa quão grande seja o perigo.

Capítulo 1 1

Jess

Cerveja e hóquei. É isso aí.

Não sabia o que era isso e por que isso, mas eu estava sentada na arena de hóquei, com uma cerveja na mão, observando alguns deuses do hóquei gostosos no gelo, então sim, eu estava pensando que estava onde isso deveria estar. A vida era boa. Cerveja e hóquei.

— Tenho que mijar.

Eu sufoquei um sorriso, porque apenas minha colega de quarto, que parecia uma Barbie da vida real, falava de um jeito que não era nada parecido com uma Barbie. E me fazia amá-la ainda mais por isso.

Eu dei um aceno de cabeça. O segundo período estava terminando e olhei para minha cerveja. O copo estava um terço vazio.

Eu tomei uma decisão, aqui mesmo. Porque era decisiva – uma palavra que tive que explicar recentemente a uma das minhas responsabilidades em liberdade condicional, e tive que explicar em detalhes até o enésimo grau. Ela não sabia o que era estabelecer metas ou o que significava ser decisiva. Eu gostei da conversa.

Seus olhos estavam vidrados e seu teste de drogas deu negativo, então eu sabia que era o assunto que a entediou. Que pena. Nós duas tivemos que suportar aquela conversa, embora não tivesse sido ela que me fez precisar da minha cerveja atual. Foram os três em condicional depois dela que verifiquei. Todos eles juntos me fizeram precisar da última cerveja, e minha próxima cerveja estava sendo dedicada às duas visitas domiciliares que faria amanhã.

Não estava ansiosa por isso, mas fazia parte do trabalho. Então, enquanto Kelly se dirigia para as escadas, fui logo atrás dela.

Kelly chamava a atenção. Cabelo loiro platinado. Um corpo esguio e quase de modelo. Olhos azuis. Barbie, como eu disse. Ela recebia olhares de homens e mulheres, e eu entendia, especialmente depois de sua recente cirurgia nos seios. Ela foi minha colega de quarto durante a faculdade e depois. A única vez que nos separamos foi quando ela foi morar com um namorado que virou noivo, que agora era ex-marido. Ele a traiu, então ela conseguiu um acordo de tamanho decente, e eu consegui minha melhor amiga de volta. Ponto para mim, péssimo para ele. Mas o que eu mais amava em Kelly era que ela era flexível. Cheguei em casa e disse a ela que precisava de uma bebida, e ela disse que tinha ganhado dois ingressos para o jogo de hóquei do New York Stallions. Era para ser, do jeito que eu estava imaginando.

Ela olhou para trás e me viu seguindo-a.

Eu virei meu copo vazio para sua pergunta não dita.

Ela se virou, seguindo o resto do caminho com uma risada. Quase como se tivéssemos feito isso antes (porque tínhamos), ela foi para o banheiro e eu fui para a barraca de cerveja.

— Oh, ho, ho, ho. Ei.

A saudação jovial soou de um dos trabalhadores, um cara grande e corpulento. Precisei de um segundo para apreciar o que estava vendo. Eu conhecia esse cara. Ele tinha estado em liberdade condicional no passado, não um dos meus, mas eu estive no corredor algumas vezes, ele teve um desentendimento com seu atual oficial de condicional naquela época. Ele gostava de usar o nome de Jimi Hendrix, mas todos nós o chamávamos de Jimmy. E com Jimmy, infelizmente, houve muitos desentendimentos.

Então, ele estava muito em liberdade condicional.

— Jimmy. — Eu estava examinando-o de cima a baixo. Ele havia perdido 13 quilos, o que eu sabia porque precisava saber disso para o meu trabalho, mas nele era quase imperceptível. O cara tinha 1,90m e 127 quilos. Ou agora, 114? Eu também estava notando a cerveja que ele estava servindo. — Como vai?

Ele pegou meu tom, e seu sorriso aumentou um grau. — Estou fora da condicional. Não precisa se preocupar em me denunciar. Terminou, consegui um bom lugar para morar e consegui este emprego. Estou trabalhando em uma mercearia, empacotando mantimentos também, senhorita Jess.

Isso era outra coisa sobre Jimmy. Eu normalmente era a oficial Montell, mas Jimmy de alguma forma conseguiu me chamar de senhorita Jess. Alguns de seus colegas de trabalho estavam me

olhando como se eu fosse sua ex-namorada, e vi a especulação em seus olhos. Eu não tinha interesse em namorar nenhum deles.

— Você quer cerveja, senhorita Jess?

— Uh... claro. — Achei estranho pegar uma cerveja de um ex- presidiário, mas tudo bem. Enquanto ele servia, ainda vendo um pouco do interesse de seus colegas de trabalho, enfiei a mão na bolsa para pegar meu telefone e meu distintivo. Pendurei o distintivo no meu pescoço. Eu não precisava usá-lo aqui, mas eles viram, e fez o trabalho. O interesse caiu e, em vez disso, recebi algumas zombarias.

Procurei o nome de Travis, um colega de trabalho, e enviei uma mensagem para ele.

Jess: Jimi Hendrix está fora da condicional?

Ele respondeu de volta quase imediatamente.

Asshole Coworker 11: Sim. Por quê?

Jess: Queria saber, eu o vi. Ele parece bem. Asshole Coworker 1: Ele está com problemas? Jess: Não. Tchau.

Meu telefone tocou de novo, mas eu não gostava de Travis. O sentimento era mútuo, mais do que mútuo na verdade. Derek Travis. Ele estava no meu pé desde que comecei a trabalhar como oficial de condicional. Não sabia por que ou qual era o problema, já que eles precisavam de mulheres oficiais de condicional. Fazia

1 Colega de trabalho idiota.

meu trabalho, fazia muito bem, e só bati de frente com ele algumas vezes. Mas indaguei sobre Jimmy porque precisava ter certeza, e ele respondeu. O assunto foi abordado no que me dizia respeito. Eu não ia dar a ele nenhum motivo para incomodar Jimmy, mas às vezes eles mentiam, daí a mensagem.

— Aqui está, senhorita Jess.

Mesmo com as explosões ou desentendimentos de Jimmy, sempre gostei dele. Ele não conseguia lidar com seu temperamento às vezes, mas geralmente era engraçado sobre isso, atacando a si mesmo mais do que aos outros. Noventa e cinco por cento do tempo, ele não queria machucar ninguém.

— O que eu devo a você, Jimmy?

Seu sorriso era quase ofuscante, suas duas mãos enormes descansando nas laterais da caixa registradora e seu grande corpo curvado para frente e para baixo. Esse era um de seus velhos hábitos, eu estava me lembrando também. Ele tentava se tornar menor do que era, geralmente para fazer os outros se sentirem mais à vontade perto dele.

— Nada, senhorita Jess. É por minha conta.

Olhei para seus colegas de trabalho, vendo um nos observando com um pouco de interesse demais para o meu gosto. Inclinei-me para mais perto de Jimmy e abaixei minha voz. — Tem certeza de que não preciso pagar?

Ele começou a se levantar, abrindo a boca, uma cor rosa chegando ao pescoço, mais do que era, mas continuei. — Porque eu sei que você viaja com o mínimo de dinheiro necessário. Seu

coração está no lugar certo, mas se você estiver com pouco dinheiro, eu não gostaria que alguém notasse e deixasse seu chefe saber, se você me entende. —Meus olhos dispararam para aquele colega de trabalho tentando ouvir. Ele limpou o mesmo balcão de 5 por 5 centímetros agora dezoito vezes.

Entendendo o que eu queria dizer, os ombros de Jimmy afundaram ainda mais. — Desculpe, senhorita Jess. Você tem razão. — Ele me disse o valor que eu devia e eu entreguei o dinheiro. Quando ele começou a me dar o troco, acenei com a mão, indicando que ele deveria ficar com ele. Ele estava colocando no pote de gorjetas quando eu saí.

Indo para as escadas, procurei nossos assentos. Kelly não estava lá.

Sabendo que eu mesma precisaria ir ao banheiro em pouco tempo, tomei um gole da minha cerveja e segui na direção que Kelly tinha ido.

A fila era muito longa no primeiro, mas sendo a oficial de condicional um tanto experiente que eu era, sabia que haveria mais banheiros longe da área principal. Continuei andando e bebi metade da minha cerveja antes de encontrar uma porta. Dizia ‘banheiros’ e tinha uma seta, então eu estava seguindo a seta.

Cheguei, e oh, merda.

Eu estava na escada de saída. Tinha cometido um erro.

Eu me virei, estendendo a mão para a porta, quando ouvi logo acima de mim: — ... ouvi falar sobre isso. Não me importo.

Eu me movi para trás, inclinei minha cabeça. Ele não havia subido até o próximo andar, mas estava na metade do caminho. Suas costas estavam ligeiramente voltadas para a escada e ele falava ao telefone. — Sim. Sim.

Eu devia ir. Essa era uma ligação particular, não era da minha conta.

Empurrei a maçaneta da porta para sair, mas nada. A porta estava trancada.

Eu estava trancada aqui dentro. Bem, merda.

Eu tomei uma cerveja. Logo teria uma bexiga que precisaria ser esvaziada, e aquele cara ainda estava no telefone.

— Espere. Alguém está aqui. Oh, merda dupla.

Eu me virei quando ele começou a descer as escadas.

Eu gritei: — Sinto muito! Eu não conhecia essas portas... — Parei quando ele virou na escada, agora de frente para mim e descendo-as diretamente para mim. E parei porque, meu Deus, esse homem era um dos homens mais bonitos que eu já tinha visto.

Ele tinha feições bonitas. Seus olhos eram de uma cor acinzentada e, sim, mesmo dessa distância, fiquei impressionada com o quão claros eles eram. Suas maçãs do rosto eram largas nas laterais, mas ele tinha um queixo tão quadrado que funcionava para ele. Ele era robusto, mas bonito e sexy ao mesmo tempo. Eu estava colocando sua altura em 1,90m. 95 quilos. Ele estava

vestido com algumas roupas seriamente bonitas, todo terno de negócios. Seus sapatos eram do tipo caro, como o que eu brincaria que um cara de Wall Street usaria para um jogo de hóquei. Ao me ver, ele fez uma pausa, mas então um sorriso perverso se espalhou lentamente em seu rosto, e isso também me fez recuar um pouco.

Foi quase um belo soco no meu esterno, mais para me chocar do que para me incapacitar.

Ele falou ao telefone: — Com licença, preciso desligar. — Eu podia ouvir a outra pessoa falando, mas ele desligou e colocou o telefone no bolso. — Olá.

Ele estava me olhando de cima a baixo, parecendo um gato entediado que encontrou um rato e tinha um brinquedo novo para brincar.

— Eu não queria interromper sua ligação...

— Pelo contrário, muito obrigado. — Ele desceu mais alguns degraus. — Eu precisava de uma desculpa para desligar a chamada.

Eu me movi para trás, dando a ele espaço – ou espaço para mim – enquanto ele continuava até estar no degrau logo acima, olhando para baixo. — Eu estava procurando o banheiro.

— Estas são as escadas. — Sua voz era um sussurro baixo de barítono, e ele ainda estava fazendo a coisa do olhar onde ele não estava apenas me avaliando, mas ele estava lendo minha alma, e ele estava gostando do que quer que estivesse lendo. Se eu fosse um personagem de um livro, poderia tê-lo comparado a um vampiro. Eu quase comecei a rir, porque o quão ridícula eu era?

Ficando nervosa com esse cara, que era muito aparente estar em uma faixa de imposto totalmente diferente da minha. Mas eu normalmente não teria me importado. Eu normalmente também não teria ficado tanto tempo perto.

Eu balancei a cabeça quando ele desceu, encarando-me diretamente. — Eu percebi. Há uma placa que diz ‘banheiros’ e aponta para cá. Entrei, sem me lembrar que as portas travam atrás de você.

— Certo. — Ele ainda tinha aquele sorriso, seus olhos brilhando. — Porque se você lesse a placa na porta, diria ‘somente saída de emergência’. E que trava.

Eu me recusei a corar para esse cara. Não. Mas a parte de trás do meu pescoço esquentou. Um pouco.

— Sim. Meu erro. — Meu tom era frio, e eu estava dando a ele o olhar para recuar.

Isso pareceu diverti-lo ainda mais. — Qual o seu nome? Eu me irritei. — Não é da sua conta, que tal isso?

Seus olhos inflamaram. Esse cara não era normal. — Atrevida.

— Seu tom ficou suave. — Eu gosto disso.

Isso me deixou ainda mais arrepiada. — Com licença? — Eu me movi para trás, assumindo uma posição enquanto automaticamente começava a pensar em como lidar com ele se ele fizesse um movimento.

Como se estivesse lendo minha mente, ou sentindo a mudança do ar, ele recuou. O efeito latente diminuiu, mas só um pouco.

Ainda estava ali. Eu ainda o estava divertindo, e também não sabia como me sentia sobre isso. — Você não tem ideia de quem eu sou.

Eu fiz uma careta. — Isso excita você ou algo assim? Seu sorriso se alargou, mostrando uma covinha.

Deus. A covinha. Que mulher não gostava de uma covinha na bochecha? Isso não era justo. Alguns dos meus arrepios diminuíram.

Ele riu, ainda naquele tom de barítono, e foi sensual também.

— Aparentemente, faz com você. Confie em mim. Estou tão chocado quanto você parece estar. — Seus olhos se aguçaram. — Você está aqui com alguém?

Eu me endireitei da postura de luta que assumi e relaxei, apenas um pouco. — Minha colega de quarto.

Outra centelha de interesse naqueles olhos dele. — Sua colega de quarto é uma pessoa importante? Ou apenas uma colega de quarto?

Droga. Ele foi direto e rápido sobre isso.

Se eu estivesse no bar e com disposição para uma noite, esta conversa teria um final totalmente diferente. Eu gostava de caras que eram diretos. Muito.

— Ela é minha melhor amiga. — Eu vi a próxima pergunta se formando, então acrescentei: — E ela é hétero.

Sua cabeça abaixou, aqueles olhos dele suavizando. — E você?

De que você gosta?

Minha garganta inchou. Eu não sabia por que, mas me senti hipnotizada por ele.

Ele deu um passo mais perto, lentamente.

Eu não conseguia desviar o olhar e não conseguia dar um passo para trás. Eu não queria.

Uma parte de mim estava reclamando de mim mesma, no fundo da minha cabeça, mas meu coração estava batendo forte e minha garganta ainda estava inchada. Meu corpo estava esquentando e uma dor estava se formando entre minhas pernas.

Este homem, o que ele estava fazendo comigo? Essa reação não aconteceu comigo, nunca.

— Em quem você está interessada, senhorita...? — Sua cabeça inclinada para o lado, como se ele pudesse me atrair para responder a ele.

Eu queria fazer exatamente isso também.

Meus lábios se separaram de surpresa, mas então seus olhos se voltaram para minha camisa e tudo mudou. Abruptamente.

Ele tinha sido sedutor e persuasivo. E então do nada. Frio e gelado.

Eu até estremeci, sentindo sua retirada, embora ele não tivesse movido um músculo.

Segui seus olhos até meu esterno. Meu distintivo estava saindo da minha jaqueta, mas quando olhei para ele, prendi a respiração. Seus olhos estavam em mim, e eles não eram amigáveis. Eles eram hostis. Todo aquele flerte acabou em um instante.

— Você é policial? — Seu tom era monótono, cortante.

— Eu sou uma oficial de condicional.

Seu telefone começou a tocar novamente e ele o tirou do bolso. Sem dizer uma palavra para mim, ele apertou aceitar e voltou a subir as escadas. — Ei. Espere um momento. Estou indo para a porta. Abra para mim.

Não pude conter um arrepio quando ele desapareceu na curva, subindo o último lance de escadas.

Tum!

A porta se abriu. Os sons do jogo de hóquei filtraram-se para a escada e depois foram silenciados novamente.

Esperei, mas nada. Ele tinha ido.

O que diabos tinha acabado de acontecer? Além disso, eu ainda estava trancada.

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