Orienta-me ao amor

Mais um período se passou e Caroline precisava voltar a rotina da faculdade. As férias de final de período sempre lhe trazia alegria. Pois era quando ela ia ver a família.

Vinda do interior, precisou mudar de Estado pra seguir na profissão que escolheu. Caroline sempre foi muito batalhadora. Seus pais não podiam ajudar muito, então, desde cedo ela aprendeu a trilhar seu caminho sozinha. Despediu-se mais uma vez da família e seguiu viagem de volta aos estudos, atrasada. Ela sempre passava mais tempo do que devia na casa dos pais. Na verdade, se não fosse pelo seu objetivo de se tornar uma grande advogada, ela nem voltava. Já havia passado uma semana do retorno às aulas e só agora Caroline bate à porta da sala de aula.

Sempre muito educada e cautelosa, Caroline sinaliza com um toc toc e abre a porta. Se depara com mais caras novas que conhecidas, como em todo início de período. Sempre tem novos alunos se integrando nas disciplinas. Universidade grande é muito diferente das do interior. O fluxo de estudante é enorme. É de fato um universo.

Quando Caroline entrou, Augusto estava de costas, no birô, com uma blusa gola pólo listrada de verde e branco. Cabelos cacheados e era alto, muito alto se comparado a Caroline que tinha pouco mais de um metro e meio. A primeira coisa que Caroline notou foi aquele homem enorme. Os olhos de Caroline acompanhou as ondulações do cabelo de Augusto, parou no pescoço e desceu até seus ombros largos. No mesmo momento Caroline já sentiu-se diferente, mas ainda sem saber o motivo. Foi sentar na cadeira sem dar muita atenção. Pois estava muita cansada da viagem e só queria dormir.

Augusto viu uma jovem diferente de todas as outras da turma. Mas as aulas já havia começado há uma semana. Teria ela entrado na sala errada?

Caroline sentou sem olhar pra trás e sem notar a face de Augusto. Já Augusto queria ver quem era essa atrasadinha que chegou no meio da aula e ainda por cima, foi dormir.

Augusto começou então a fazer a chamada. Já estava chegando ao fim e nada da nova aluna responder. Ele já havia até colocado falta. Enquanto isso, Caroline já estava cochilando, embora não tivesse esse costume. Augusto pensou que havia de fato sido um erro de sala. Seguiu o restante da aula e os alunos já estavam saindo o que levantou um alvoroço. Só assim para a bela adormecida voltar a realidade.

Caroline viu que já estava todo mundo indo embora. Sabia que já havia perdido uma semana de aula e só quatro deste professor. Não podia se dar ao luxo de perder mais duas. Bastavam quinze pra estar reprovada. Regra clássica da universidade. Ainda que o aluno tire dez. Se ele tiver mais que quinze faltas ele está reprovado. Então Caroline como sempre no "pulo do gato" foi verificar se seu nome estava na lista. E só assim pra seus rostos serem descobertos um pelo outro.

Caroline viu que o novo professor era muito bonito e percebeu que por algum motivo ele não tirava os olhos dela. Mas claro, chegando no meio da aula, dormindo e tudo mais, foi o que ela pensou.

Caroline então se aproximou do birô pra consultar seu nome na lista. Precisou chegar bem perto pra enxergar seu nome. Nesse momento a respiração de Augusto começou a pesar e ele quase não emitia som ao falar com Caroline. Ela se inclinou pra ver as faltas e Augusto inalou o perfume que Caroline usava. Se tinha uma coisa da qual ela gostava era andar cheirosa. E bota cheirosa nisso. Não tinha como ela passar despercebida. Na verdade Augusto já havia sentido o mesmo perfume quando ela entrou. No entanto, não dava pra julgar de quem era. Na medida que Caroline se aproximou ele sentiu não só seu perfume mas seu cheiro, principalmente o do cabelo e ficou enebriado.

Baixinho, Augusto respondeu que já havia colocado falta. Mas Caroline não ia pedir que ele as retirasse. Ela não gostava de favores, de jeito nenhum. O professor recuperando o fôlego disse que iria por presença, mas que gostaria de ouvir a sua voz na próxima vez.

Caroline sentiu-se aquecida dentro das próprias roupas. Mas achou que era o calor. Afinal, a cidade era muito quente mesmo.

Caroline não sabe mesmo a real beleza que tem. Ela se acha só mais uma bolacha no pacote. Uma mulher como as outras. Mas a verdade é que é linda. Uma mulher de um pouco mais de um metro e meio. Mas já ouviu aquele ditado: que os melhores perfumes estão nos menores frascos? É o caso de Caroline. É linda. Eu diria lindíssima. Não a toa Augusto ficou embasbacado.

Caroline tinha um cabelo enorme, volumoso mas muito sedoso e bem cuidado. Chegando quase na bunda.

Naquele dia foi essa a visão de Augusto: De costas ela tinha o cabelo preso num rabo de cavalo. Usava uma blusa azul clara florida e uma calça jeans azul justa e abaixo do umbigo, daqueles tecidos que não apertam. Suas pernas muito bem torneadas típicas de quem pratica algum esporte. E pra melhorar, um bumbum muito sexy...

Já de frente, ela tinhas os olhos levemente puxados. O cabelo tinha uma franja mas não curta. A boca carnuda mas muito bem delineada. Não era grande nem pequena, era simplesmente perfeita e apetitosa. Não usava batom, apenas um leve gloss. Os lábios eram rosados naturalmente e espelhavam. Que mulher linda, foi o que ele pensou. Seu rosto era de uma assimetria linda. Era meigo, ao mesmo tempo que sexy. Provocador ao mesmo tempo que angelical. Como não ficar intrigado. E sem falar nos seios fartos de um volume maravilhoso, na medida certa para um marmanjo daquele tamanho.