Te pintei como quadros de Dali

Me sinto estatística, minha cabeça dói, o mundo parece girar.

Entro naquela pequena sala de escritório me sento e é como se não pudesse ouvir nenhuma palavra. O homem a minha frente parece algo tão distante, posso vê-lo falar, mas não entendo nada, um papel é posto a minha frente e as letras dançam como se estivessem festejando algo que eu me sentia assustada.

Assino o meu nome onde indicado e me levanto sentindo a costumeira tontura e saio, o mundo parecia tão frio, então melhorou, algo minúsculo se prende as minhas pernas e o mundo que antes girava parou, minha respiração se estabilizou e pude escutar outra vez

– Mamãe!!! Onde voce estava, olha o que eu fiz pra você

Me ajoelhei até está na altura dos olhos daquele ser tão lindo e que se parecia tanto com o homem com quem acabei de me divorciar. Olho para o papel a qual ele me estendia e vejo um desenho de nós três, sinto meu peito apertar pq ali parecíamos tão felizes quando na verdade tudo aquilo parecia doer

– Que lindo meu amor, foi você quem fez? - O olho vendo sorri orgulhoso com a sua pequena janelinha que o deixava ainda mais adorável - Meu bebê desenha tao bem, o que você acha de colocarmos na geladeira quando chegarmos em casa??

Ele concorda animadamente e me levanto devagar evitando um mal estar e seguro sua mão, mas quando começamos a caminhar o mesmo para e se vira estendendo sua outra mão para o homem que eu tanto amava e que me tratava com tanto desprezo

– Papai!!! Vamos pra casa

Sinto um nó na minha garganta e incapaz de falar qualquer coisa quando o homem com orbes tão frias altura e postura tão séria se aproxima e ao contrário de como costumava a falar comigo fala de uma forma tão doce

– Augustus lembra o que o papai explicou? Que agora você, a mamãe e eu não moramos na mesma casa – Meu bebê tem a tona sua característica carranca tão parecida com a do homem – Porém o papai vai te buscar no fim de semana e poderemos passar o tempo todo juntos o que acha??

Augustus olha pra mim, e diferente das orbes frias do pai, a dele era carinhosa, sempre me pedindo conforto, concordo rapidamente e ele acaba aceitando logo estigando seus braços para o meu colo, e seguro e por um momento sinto o mundo apagar

– Mamãe!!?

Pisco rapidamente engolindo em seco beijando a testa dele sentindo o olhar sempre julgados de Dante, principalmente quando se tratava do nosso filho, não piso retribuir e logo saio com ele em meus braços o ouvindo se despedir do pai.

Quando chegamos em casa o coloco na cama e sinto meu peito apertar, duas bochechas estão avermelhadas e sabia que quando acordasse estaria sensível, era sempre assim quando o mesmo chorava coisa que veio de mim.

Saio do seu quarto deixando a porta entreaberta e vou para o meu, entro debaixo do chuveiro e a água extremamente quente e a única coisa que me faz não tremer de frio, solto pequenos soluços e olho para a minha mão que antigamente possuía um pequeno anel da lua e que agora estava vazia e que protetoramente protegia um ser quem nem mesmo ainda estava formado.

Como diabos eu contaria ao homem que eu amo e que eu acabei de me divorciar que eu estava grávida outra vez e que novamente não era um tipo de golpe?