/0/17486/coverorgin.jpg?v=278f5a8ae257de80c23a2878cbe53e3f&imageMogr2/format/webp)
Elowen
Minha pele grita devido as últimas agressões que sofri. Ser escrava significa que qualquer erro, por mínimo que possa ser, ele é descontado em meu corpo: dias sem comer; escassez de água e o mais comum, as chicotadas. Ontem derramei água por estar fraca demais e minha recompensa foram vinte chibatadas.
Minhas costas estão queimando, os cortes recentes ainda se fechando e nada pode encostar na pele dolorida, por isso estou deitada de bruços no catre simples sem nada na parte de cima do corpo. O quarto é escuro e se parece mais com uma cela, e fede a mofo, a luz do sol não chega aqui, pois estamos no subsolo.
Sobre minha pele ferida, minha mãe coloca ervas para ajudar na cura e evitar a infecção. O toque delicado de suas mãos, a sensação refrescante das ervas me fazem suspirar por uma alívio temporário.
- Precisa se curar, minha filha, em três dias é a visita do rei. Ele não gosta de ver nenhum de seus escravos deitados, doentes... tudo ele julga como fraqueza e manda matar. - Minha mãe diz preocupada.
- Aquele rei desgraçado, eu queria muito arrancar a face dele com as unhas.
- Fala baixo, filha, se alguém te ouvir podem levar suas palavras ao rei e então estará perdida.
Gemo baixinho quando minha mãe torna a aplicar as ervas e seus sumos em minha pele ferida.
***
No dia da visita do rei à nossa aldeia de escravos, meus ferimentos já estão bons o suficiente para vestir uma blusa larga, mas se alguém encostar eu ainda vou uivar de dor.
Estamos todos enfileirados, mulheres de um lado e homens de outro, debaixo do sol quente. Parecemos animais que o dono decide se mata ou se deixa viver mais um pouco.
- Atenção, escravos, o rei Tharion está se aproximando e um de vocês terá a honra de servi-lo pessoalmente - fala um dos servos do palácio do rei.
Todos ficam em silêncio e a expectativa só cresce. Ninguém quer ser um escravo pessoal de um rei cruel e sádico. Ele se alegra com a dor e o sofrimento dos outros, e ser o "brinquedinho" dele está fora de questão para qualquer um.
O rei se aproxima, imponente. Bonito o homem é, não há como negar. Seus olhos verdes são atrativos, qualquer mulher se derreteria por ele se não soubesse quanta maldade há em seu coração.
Ele analisa a fileira de homens, mas em seguida dá a ordem:
- Todos os homens estão dispensados.
Alívio era visível na face dos homens ali presente. Porém, meu coração se aperta. Ele quer uma mulher.
Quando o rei vem em busca de mulheres, sabemos o que ele quer. Não apenas uma escrava qualquer, uma empregada que receberá ordens do rei o dia inteiro, mas ele está à procura de uma escrava pessoal. Ele quer um brinquedo novo e isso significa que o anterior está quebrado.
Todas as mulheres presentes sabem disso e o desespero transborda de seus olhos, mas todas se mantêm em silêncio.
Ele se aproxima e analisa uma a uma. Se ele for escolher por beleza com certeza não será eu a escolhida. Meus cabelos castanhos são indomáveis, minha pele muito pálida e meus olhos estranhamente escuros. Mas algo dentro de mim se parte quando ele dá a próxima ordem:
- Somente mulheres virgens, as outras estão dispensadas.
Mais da metade das mulheres se afastam e eu cogito me afastar também. Como vão saber se é verdade ou não? O alívio é crescente na face das mulheres que se dizem não virgens, enquanto o desespero só aumenta na face das outras.
- Todas que dizem não ser virgem, passarão por inspeção para averiguar a verdade. Caso esteja mentindo, o castigo será a morte. - O servo declara e eu impeço meu passo.
Já estava pronta para me enfiar entre as outras e me livrar do olhar do rei, mas ele não é idiota.
Quando todas as mulheres que não cumprem a exigência do rei se afastam, ele volta seu olhar para as escravas restantes. Havia lágrimas no olhar de quase todas.
Não é possível dizer o que exatamente ele está a procura. Seus olhos passeiam por todas nós e, uma a uma, seguindo sabe-se lá que critério, ele começa a dispensar.
Quando chegou perto de mim, pude ver de perto toda a sua imponência. O homem deveria ter quase dois metros de altura e um corpo muito forte. Mesmo debaixo dos tecidos de sua camisa e calça, era possível notar os músculos do rei Tharion.
Ele pegou a face da garota ao meu lado e ergueu, girou para um lado e para outro, analisando não sei o quê. Mas ele se dá por insatisfeito e dispensa a jovem. Ela quase cai no chão de alívio e sai correndo. Agora ele vem na minha direção.
Seus olhos verdes fitam os meus olhos escuros e dentro de mim há um desejo voraz de não ser dispensada, algo como um orgulho. Pode ser loucura, mas ser selecionada como alguém que não serve é algo que não almejo. Um orgulho insano toma conta de mim e encaro o rei de volta. Não abaixo a cabeça; lágrimas não rolam de meus olhos; minhas mãos não tremem e minhas pernas se mantêm firmes.
Ele passa por mim em silêncio, não me dispensa e vai para a próxima. Então é isso que ele quer. Quer uma mulher corajosa e que o enfrente. O que há na mente deste rei sádico?
Tharion passa para a próxima e depois outra, e outra, até chegar ao fim da fila de mulheres. Quando ele termina me dou conta de que há apenas cinco mulheres, todas as outras foram tidas como inadequadas ao rei.
/0/17661/coverorgin.jpg?v=0596829347dc9fdc2b94d52290cfe1c2&imageMogr2/format/webp)
/0/16177/coverorgin.jpg?v=7b659d6cd7c9d1bfafe695ac6ab3de09&imageMogr2/format/webp)
/0/3433/coverorgin.jpg?v=6d44c8ce0961efa8cfa944a398f7737c&imageMogr2/format/webp)
/0/15991/coverorgin.jpg?v=a70ae44297007cd7bf535b451383e1a4&imageMogr2/format/webp)
/0/13685/coverorgin.jpg?v=e197c57af572b3d3a547d71994a4e531&imageMogr2/format/webp)
/0/14238/coverorgin.jpg?v=24e84be276b44565639a60e29b7b9099&imageMogr2/format/webp)
/0/17830/coverorgin.jpg?v=d954f6c7529a986efac6443ccd1c2a6a&imageMogr2/format/webp)
/0/5830/coverorgin.jpg?v=aa77fe8427acb86f387a388e633f9dd9&imageMogr2/format/webp)
/0/13750/coverorgin.jpg?v=93ec6a13db21b7e07f4d94fc4595dae5&imageMogr2/format/webp)
/0/8389/coverorgin.jpg?v=129826d4402081f5fb2d97477a08be04&imageMogr2/format/webp)
/0/80/coverorgin.jpg?v=1dfc6487182c4637ab037d01a1fcffc5&imageMogr2/format/webp)
/0/16042/coverorgin.jpg?v=0e5601d49f00e708a461021f594afd83&imageMogr2/format/webp)
/0/16104/coverorgin.jpg?v=760e5b485a1e81773ec0642a68ff5406&imageMogr2/format/webp)
/0/3995/coverorgin.jpg?v=489b6a0e5244fcbdd3b15bd4f11372ec&imageMogr2/format/webp)
/0/15792/coverorgin.jpg?v=e1446acd0dffbf854da48490a5574654&imageMogr2/format/webp)
/0/9682/coverorgin.jpg?v=f10411f8686c2abc592775f1927f9734&imageMogr2/format/webp)
/0/14824/coverorgin.jpg?v=b02fbf4733f1efebf1c06a35b94948d0&imageMogr2/format/webp)
/0/8394/coverorgin.jpg?v=58773d41af0283f65ef95507b44683e9&imageMogr2/format/webp)
/0/8690/coverorgin.jpg?v=863cc4dbb8c5c2423e476316d931eb49&imageMogr2/format/webp)
/0/12594/coverorgin.jpg?v=945fd83b5976af2b7b879d9745d298ac&imageMogr2/format/webp)