Ela sacrificaria tudo pela família, até mesmo a própria liberdade. Ele, uma fera mascarada de homem, viu nela mais do que uma simples presa. Desesperada para salvar sua mãe e evitar perder o lar que foi conquistado com tanto esforço, uma jovem ousa entrar no obscuro mundo dos acompanhantes de luxo. Ela não esperava ser escolhida, ainda mais por alguém tão perigoso. Ele é uma criatura de outro mundo - dois metros de pura tentação, com olhos que prometem segredos sombrios e um desejo animalesco que a coloca no centro de sua vingança. O acordo deveria ser simples, mas ela descobre que está lidando com mais do que um bad boy: ele é o caos personificado. Agora, presa em um pacto que mistura prazer, perigo e obsessão, ela precisa decidir se sobreviverá a essa conexão devastadora... ou se será consumida por ela. "No limite entre o desejo e a destruição, cada escolha pode ser fatal - ou deliciosamente inevitável."
Karina
A porta do quarto de hotel se abre de repente, antes que eu possa alcançar o celular na minha bolsa, todas as palavras que eu pretendia falar para o cara do aplicativo ficam presas dentro da minha boca. Não ousaria dizer nada com... aquilo me olhando. Está me medindo de cima a baixo.
Um arrepio forte desce pela minha coluna e faz cada músculo meu tensionar. O meu corpo responde a presença dele como se eu estivesse vendo um predador, aumentando o meu fluxo sanguíneo e os meus batimentos.
Ele tem cabelos castanhos, lisos, praticamente brilhando e penteados de um jeito nada alinhado. A sua pele é bronzeada e salpicada com algumas sardas, principalmente no nariz, como se passasse o dia tomando sol. Os seus lábios são cheios e de um rosa queimado convidativo e sedutor.
O ser usa calça preta de alfaiataria em suas longas pernas e camisa social branca em seu tronco musculoso, mas que fica um pouco mais aberta do que o indicado. Ele também tem o que parece ser um par de luvas negras em suas mãos, já que suas palmas são muito escuras em comparação ao seu tom de pele.
Os olhos dele são claros, mas não sei dizer a cor com exatidão, porque deve ter no mínimo dois metros de um corpo esguio e poderoso, o que fica muito longe, para mim, dizer exatamente o tom de suas pupilas, já que estou aqui embaixo, com os meus 1,60m.
Porém, devo avisar que os dois metros são só contando até a cabeça, porque somando os chifres escuros e levemente retorcidos para cima, sim, ele tem CHIFRES, deve dar uns dois metros e vinte. E ele também tem um rabo, como se fosse um demônio, com ponta em formato de flecha e tudo. Além de orelhas, com alguns piercings perfurando a cartilagem!
Ele se veste como um homem, se parece muito com um homem, um bem bonito. Mais que bonito, na verdade, já que esse é um elogio muito simples para o tamanho de sua estranheza e beleza. Mas tem partes adicionais que eu tenho certeza de que não deveriam estar ali.
- Hmm... - faz um barulho grosso em sua garganta, ainda me avaliando com um olhar felino, e arrepia todos os pelos da minha nuca. Eu preciso sair correndo daqui agora. - Finalmente encontraram uma de vocês boa o bastante, e que cheira... - Suga uma boa lufada de ar e faz um barulho em seu peito que lembra o de um animal, um rosnar leve que vibra por cada célula do meu corpo. - Muito bem. O aroma do seu medo é bem doce.
O ser se coloca em movimento e ele está muito confortável em sua pele, feito uma pantera, e o seu rabo escuro está levantado, balançando de um lado para outro despreocupadamente.
- Agora venha aqui, pequena humana - ordena, com uma voz masculina autoritária, rouca. O som é humano, mas tem algo no final de cada palavra que delata a sua não humanidade. Algo mais profundo, áspero. - Vou avaliar você de perto. - Dá dois tapinhas, como se quisesse que eu sentasse em seu colo, o que é um absurdo.
Eu nunca sentei no colo de alguém, não depois de adulta, não conheço ninguém que me aguentaria. Mas talvez ele consiga. Não, ele com certeza consegue, é grande o bastante para isso.
- E é melhor você não correr... Esse hotel não tem espaço para esse tipo de brincadeira, faríamos bagunça demais - ameaça e, feito mágica, os seus olhos ficam amarelo brilhante. Sem pupilas, sem divisão alguma, só puro amarelo.
E depois a luz some, como se nunca tivesse aparecido ali.
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