Uma história obscura do começo ao fim. Uma humana e um vampiro que são obrigados a conviverem juntos. Em um mundo destruído em uma guerra, entre humanos e vampiros, vamos conhecer a história de vitória, uma garota de dezessete anos que faz de tudo para proteger a sua mãe até mesmo cometer pequenos roubos, na cidade destruída de Nova York, ela vive cada dia com medo que chegasse o seu aniversário de dezoito anos, afinal quando isso acontecesse ela terá que passar por uma seleção para que eles escolham o seu destino, escrava de sangue ou guarda, no fundo ela sabia que seria escrava de sangue como a mãe dela. Mas tudo em sua vida muda quando elas decidem fugir, quando ela é pega só tem uma saída decidi ser escrava de sangue sem direito algum no castelo da família real de vampiros ou a morte. Em meio a conflitos, dor e sofrendo vitória conhecerá o príncipe herdeiro dos vampiros disposto a tudo para ser o rei, até mesmo usá-la para isso. Vitória descobrirá que também sabe lutar, algo no seu sangue faz com que ela seja capaz de fazer coisas impossíveis, e usará isso para matar todos os vampiros. Mas o que ela vai fazer quando descobre que realmente se sente em casa na escuridão do príncipe vampiro?
Abaixei a cabeça ao passar pelo guarda, ele apenas me olhou com
nojo e seguiu o seu caminho. Apertei aquela sacola com força, sentindo
uma grande felicidade.
Nada ia me fazer ficar triste hoje.
Afinal, hoje era dia um, o primeiro dia do mês, hoje finalmente era o
dia de reposição, trabalhei muito para conseguir este remédio para minha
mãe.
Ao atravessar o que um dia foi Nova York, e que agora são
resquícios de uma cidade-fantasma, controlada por vampiros, dou um
sorriso de escárnio ao me lembrar do passado, em como a vida era, o
governo ao descobrir a existência dos vampiros, se reuniram, foi uma
coisa única.
Todos os países juntos pela mesma causa, mas... as coisas não
foram como eles imaginaram.
Houve bilhões de mortos, bombardeios às maiores capitais, guerra
e sangue. E no final... a destruição. Acabaram com o nosso governo,
sobraram apenas vinte por cento da população mundial.
E agora isso.
Estamos aprisionados no que um dia foi uma cidade mundialmente
conhecida. Mas que hoje não passa de uma carcaça do que um dia foi.
Não temos mais governo humano. Apenas uma família real de vampiros
originais no poder.
Respirei fundo.
A sede de toda a operação deles é aqui. Aqui que eles mantêm
uma boa parte dos humanos que sobraram. Como gado, prontos para o
abate.
Certa vez ouvi uma frase da minha amiga, falando que eles cuidam
de nós, nos alimentam. A minha vontade era dar um soco na cara dela. É
lógico que eles nos alimentam, ela não vê que somos apenas alimentos
para eles? Afinal, se toda raça humana acabasse, a deles também
acabaria, eles precisam do nosso sangue para sobreviver.
Suspirei, passando pela pequena viela antes de chegar no meu
conjunto. Éramos divididos em dez conjuntos, eu e minha mãe éramos
do nove, apenas um acima, da extrema pobreza.
Pessoas desses conjuntos, eram as que mais sofriam.
Certa vez vi um garoto ser brutalmente espancado em praça
pública por estar segurando um livro. Um livro! Um item que era usado
por todos. Mas que hoje é banido. Qualquer pessoa que for pega lendo, é
espancada até desmaiar, para servir de exemplo.
Sinto o cheiro de esgoto, o cheiro de morte pairando sobre o ar.
Subo cinco lances de escadas até chegar em casa, pelo menos temos
um lugar para dormir. Diferente de muitos outros que nem isso tem.
Quando entrei, encontrei minha mãe cozinhando algo no fogão, ao
me aproximar, vejo que são as batatas que consegui essa semana. Ao
me ver, ela sorri . Retirei o casaco pesado e muito gasto que estava
usando. Mas me protegia do frio, afinal, isso que era importante.
- Onde você estava? – Minha mãe perguntou impaciente.
Me aproximei dando a ela a sacola, ela a abre levantando uma
sobrancelha.
- Onde você conseguiu isso, Vitória?
- Com o Logan.
Ela respirou fundo olhando para mim. Eu sabia o que viria a seguir,
me preparei para o sermão.
- Não quero você envolvida com ele, todos sabemos que ele
mexe com coisas ilegais. E sabemos muito bem o que é feito com
pessoas que fazem isso. - Ela se sentou cansada. Olhei para a minha
mãe , eu sabia que ela estava certa, mas eu não tinha escolha.
- Eu sei mãe, mas a senhora estava tão fraca, eu estava com
medo que você passasse mal. E não me custou nada - minto. Afinal,
nada era de graça naquele lugar.
Minha mãe me encarou atentamente, eu sabia que ela não
acreditou em uma palavra que eu disse.
- Não te custou nada? - Ela perguntou, desconfiada.
- Não - Respondi, tentando não demonstrar que estava
mentindo. Ela me observou
- Irei fingir que acreditei nas suas palavras. - Ela respirou fundo
cansada. - Se senta, vamos almoçar.
Me sentei e começamos a comer aquelas batatas. Era a única
coisa que tínhamos. A ordem, como era chamado o governo dos
vampiros, tinham muitas regras e, a principal delas, era que todos que
completassem dezoito anos, tinham que se inscrever para se juntar a
eles, era definido o seu futuro aqui.
Ou você era escolhido para ser guarda, já que eles não podiam sair
durante o dia e nós fazíamos isso para eles, o que é cômico se você
parasse para pensar, ou... tinha os escravos de sangue, que se você
tivesse um sangue bom, poderia servir a eles como escravos pessoais.
Apenas um nome para bolsa de sangue com pernas, era o que eu
pensava. E se você não fosse escolhido para nenhuma dessas funções,
era apenas um peso morto, e assim, era designado para serviços de
limpeza ou qualquer coisa que eles quisessem.
Não se enganem achando que éramos muito valiosos para eles,
porque não éramos, afinal, o que eles queriam era sangue, nada mais
que isso.
E para a minha infelicidade, a minha hora estava chegando, daqui
a dois dias completarei dezoito anos, e irei saber o que irão fazer comigo.
Evitávamos falar deste dia, na esperança de que assim não aconteceria,
mas sabemos que não é bem assim.
A minha mãe é uma doadora. Eles não gostavam da palavra
escrava, mas todos usávamos, mesmo escondidos.
Na melhor das palavras, ela servia a um dos comandantes, um ser
desprezível que a sugava diariamente, não se importava com nada.
Certa vez minha mãe chegou tarde da noite, mal conseguindo ficar em
pé. Os seus olhos estavam fundos. E várias marcas no seu pescoço.
Ela estava fraca, por isso tentei conseguir essas vitaminas.
Ao olhar para o seu rosto, vejo o tanto que a minha mãe
envelheceu nesses dez anos que os vampiros tomaram conta de tudo.
Os seus olhos estão fundos, o cabelo que já foi brilhante, agora não
passa de fios ralos e opacos. E magra, muito magra.
O ódio domina o meu corpo, sinto as minhas mãos tremerem. Uma
incrível vontade de gritar faz com que eu aperte com força a minha mão,
sentindo as unhas machucarem a pele. Sinto um pequeno tremor.
A minha mãe me olha, com os olhos arregalados.
- Esses tremores de terra estão cada vez piores. - Ela fala se
levantando, observei a sua mão tremer.
Me levantei, ficando ao seu lado. Coloquei a minha cabeça no seu
ombro, sentindo o seu cheiro, fechei os meus olhos tentando manter
esse cheiro na minha memória. Ela passou as mãos pelos meus cabelos
delicadamente.
- O seu cabelo está tão grande.
Abri os olhos, e vejo aqueles olhos azuis olhando para mim. Os
mesmos olhos que vejo no espelho de manhã.
- Acho que vou cortar. - Falei pegando uma mecha do meu
cabelo com a mão.
- Você sempre fala isso, mas nunca cortou. - Minha mãe sorriu.
-. E você fica muito mais linda com ele grande. - Ela me deu um beijo
no rosto se afastando.
- Vou descansar, me acorde mais tarde.
Ela saiu da nossa pequena cozinha, e entrou no quarto que
dividimos. Mais tarde ela tinha que ir para a casa do comandante
novamente.
Me sentei, cansada de tudo isso. Várias vezes me peguei
pensando como estaria o mundo depois das muralhas, será que existe
algo a mais, alguém que esteja lutando por nós. Qualquer coisa.
Às vezes sinto que a minha mãe está escondendo algo. Mas nunca
descobri o que seria. Ela certa vez me disse que eu era especial, mas
sinceramente nunca vi nada de especial em mim, sou apenas uma
adolescente comum. Que nutre uma grande vontade de exterminar essa
raça maldita de vampiros da face da terra.
Ao sair de casa nessa manhã, deixei a minha mãe dormindo, ela
chegou quase cinco da manhã, machucada e exausta.
Fui à casa de Sarah, ela é uma amiga. E ontem ela tinha
completado dezoito anos, quero saber o que aconteceu.
Após um tempo, cheguei ao setor seis, aqui já são casas, nada de
minúsculos apartamentos, e não tem o cheiro desagradável de esgoto
que tem onde eu moro. Bati na porta da sua casa, e depois de um tempo,
sua mãe atendeu.
Ela me olhou de cima a baixo com nojo. Mas tentei ignorar, isso já é
normal, não me magoava mais como antigamente.
- Sarah! - Ela gritou. - A Vitória está aqui fora. - Falou isso e
entrou novamente. Não saí do lugar. Sei que a mãe da minha amiga não
quer que eu entre. Então esperei a Sarah sentada na calçada.
Após uns minutos ela apareceu.
A Sarah era linda, loira de olhos verdes-esmeraldas.
Mas hoje ela estava diferente, os seus olhos estavam inchados,
como se estivesse chorando. Ela se aproxima, sentando-se ao meu lado.
- O que aconteceu? - Perguntei sentindo as minhas mãos
suando.
A minha amiga fica parada olhando para um ponto mais além na
rua agora vazia.
- Eu virei doadora.
Mesmo sabendo que isso era possível, o meu coração dói de saber
o que vai acontecer. Passei o meu braço pelo seu ombro consolando-a.
- Eu sinto muito.
Ela me encarou, mas balançou a cabeça.
- Como foi?
Eu sei que pode ser insensível da minha parte, mas eu queria
saber como é, e a Sarah é a única que pode me falar.
Ela suspirou.
- Quando cheguei ao castelo, fui encaminhada para uma pequena
sala, que mais parecia uma sala de hospital. Eles me mandaram retirar
as roupas, me observaram por um momento, depois retiraram um pouco
do meu sangue... e saíram, fiquei lá na maca nua, morrendo de medo...,
sozinha.
Ela chora, a abracei mais forte.
- Eles voltaram depois de mais ou menos uma hora. E me falaram
que o meu sangue era bom, que eu seria uma doadora. Mas isso não foi
o pior.
- O que você quer dizer com isso? - Levantei uma sobrancelha.
Ela suspirou, limpando os olhos.
- Eles me entregaram um papel. E nele estava escrito que fui
selecionada para ser uma das doadoras do castelo.
O meu sangue gelou, era como se o meu peito afundasse, quando
você é selecionada para o castelo, você tem que morar lá, servir a eles, a
tudo que for mandado, e para piorar, nunca vi ninguém que foi
selecionado para lá voltar. Não era como a minha mãe que voltava todos
os dias.
- Eu não entendo, por que você?
Ela se virou me encarando.
- Você sabe o que acontece com todos que são selecionados
para lá? - Não respondi, ela continuou... - Uma vez a amiga da minha
mãe me disse que elas, além de dar o sangue, eram obrigadas a
manterem relações sexuais com o seu dono, ou com quem eles
quisessem.
Abaixei a cabeça com raiva, e mais uma vez apertei a minha mão
em punho, sentindo o ódio dominar. Dono, eles eram os nossos donos,
os meus olhos arderam de vontade de chorar, porque provavelmente não
verei a minha única amiga novamente.
Ela chorou sem parar no meu ombro, e eu não pude fazer nada,
hoje mesmo ela iria ser levada para lá, eu nunca mais ia vê-la. E para
piorar, amanhã era o meu dia de saber qual destino eu teria.
Me sentia uma inútil, eu queria poder mudar tudo, absolutamente
tudo.
Ao voltar para casa passei pelo mercado, não me orgulho disso,
mas mesmo assim, procurei por algo ou alguém para roubar, e não deu,
porque o mercado estava cheio de guardas, e eu não podia ser pega,
afinal, não seria somente eu a pagar, quando você é pego roubando toda
a sua família é presa.
Voltei para casa, minha mãe estava sentada no nosso velho sofá
que um dia já foi marrom, mas agora era uma cor que não dava para
identificar.
Me aproximei, me sentado ao seu lado. E mesmo tentando me
controlar, chorei, ela me abraçou e assim, nos seus braços, eu contei o
que aconteceu com a Sarah. Mas ela não falou nada, apenas ficou
quieta, quieta como há muito tempo eu não via.
Na manhã seguinte eu não conseguia ficar quieta, hoje era o meu
aniversário, hoje, eu saberia o que me aguardava.
Um dia que em outra época seria um motivo para comemorações,
mas hoje é um peso para cada um.
Às vinte e uma horas era o meu teste, e essa espera estava me
matando, quando acordei não vi a minha mãe em nenhum lugar, quando
cheguei na cozinha apenas um bilhete falando que estava resolvendo
algo.
As horas foram passando e nada dela chegar, já estava pegando o
casaco para ir atrás dela quando a vi chegando, já eram oito horas da
noite, faltava só uma hora para o teste, ela chegou toda ofegante. Me
aproximei dela.
- O que aconteceu? - Perguntei preocupada.
Mas a minha mãe não respondeu nada, apenas foi para o nosso
quarto, pegou duas mochilas e me entregou uma. Fiquei olhando para
ela sem saber o que fazer.
- O que você está fazendo, mãe? - Minha mãe abrir as gavetas
da pequena cômoda que tinham e começou a tirar o pouco de roupas
que estavam ali.
Ela parou, e se aproximou de mim. Segurou os meus ombros e
olhou diretamente nos meus olhos.
- Vamos embora daqui!
Olhei para ela espantada com sua determinação. O que era estava
falando.
- Embora? Mas como mãe? Não podemos simplesmente ir
embora, você ficou doida, e se nos pegarmos. - Balancei a cabeça
nervosa. - Não, não, não. - A minha mão se fechou em punho mais
uma vez. E senti a casa mexendo novamente. Mais um tremor de terra.
Ela me encarava, suor se formava no seu rosto, o seu peito subia e
descia rapidamente, a vi engolindo em seco antes de falar.
- Nós precisamos sair daqui, eles não podem saber, eles não
podem fazer o teste em você.
Balancei a cabeça sem entender.
- Eu entendo, - Tentei mantê-la mais calma. - Você acha que
serei escondida como a Sarah, mas as chances são muito pequenas, eu
não tenho nada de especial, não sou bonita como ela mãe, posso ser
igual a você, e poderia te ajudar, assim a senhora poderá descansar. -
Este era o meu plano desde o começo; ficar no lugar da minha mãe para
que ela tenha uma vida melhor.
Mas ela balançou a cabeça, as suas mãos continuam no meu
ombro. A vejo chorando. E isso partiu o meu coração.
- Você tem que entender filha. Eu tenho certeza que você será
escolinha para ficar no castelo, eu não quero você lá. Por isso vamos
fugir.
Eu não perguntei o motivo da sua certeza, não questionei, apenas
a ajudei a pegar umas poucas roupas. E o restante de comida que ainda
temos.
Em menos de trinta minutos já estávamos andando para a muralha,
eu já tinha vindo aqui antes. Mas nunca tão perto. Ela era enorme,
estamos em um prédio abandonado, a minha mãe, a todo o momento,
olhava de um lado para o outro.
Ela não falou como iríamos sair, apenas segurou a minha mão
firmemente e viemos para este lugar, eu tinha tantas perguntas, mas ao
olhar para ela, eu percebi que não era o momento de fazer as perguntas,
eu nunca tinha visto a minha mãe desse jeito, e isso me assustava.
Já passava das vinte e uma horas, a uma hora dessa,
provavelmente um guarda já estava na minha casa me procurando. E
esse fato faz o meu corpo tremer, o meu coração está tão acelerado que
por um momento não sei se vou conseguir.
Depois de um tempo, vejo uma sombra se movimentando até parar
ao nosso lado. Um homem, beirando os trinta anos, com uma cicatriz no
rosto que ia do olho direito até a boca, engoli em seco, percebendo que a
minha mãe se meteu em algo grande demais.
- Conseguiu? - Ele perguntou a minha mãe.
Ela, por sinal, balançou a cabeça concordando, retirou de dentro da
sua bolsa uma pequena caixa e o entregou, vejo o homem a abrindo, e
deu para ver que se tratava de pequenos frascos de vidro, com um
líquido transparente dentro.
Queria perguntar o que era, o que ela tinha feito para conseguir
aquilo. Mas não deu tempo. Ouvimos um estrondo fazendo com que
caíssemos no chão, tossir sem parar, ao tentar respirar, a poeira estava
para todos os lados, o que estava acontecendo, tentei vê mas estava
praticamente impossível eu não conseguir ver nada, uma poeira densa
demais. Procurei pela minha mãe, comecei a gritar por ela e nada.
Tentei procurar por ela, mas não estava conseguindo, nem ela e
nem o homem que estava aqui conosco.
Ouço barulhos de tiros, corri na direção dos tiros, rezando para que
a minha mãe não estivesse no meio.
Mas ao chegar finalmente na rua, vejo-a sendo arrastada por um
demônio. Os meus olhos ardiam sem parar, a minha garganta estava
seca, eu tossir tentando colocar ar nos meus pulmões, me levantei
ficando em pé, as minhas pernas estavam tremendo, Olhei para um
vampiro que estava a arrastando pelos cabelos. Vejo mais cinco
chegando em uma velocidade impressionante. A minha mãe tentou se
defender para sair do seu aperto, mas não conseguiu. Corri para ajudar,
mesmo tropeçando em meus próprios pés eu corri, mas ao chegar perto
dela, sinto alguém me pegando pelo pescoço, me levantando, tentei sair,
o arranhei, fiz de tudo para me soltar, mas ele apenas me encarou, com
aqueles olhos vermelhos como sangue.
Não estava conseguindo respirar, ouço a minha mãe gritando que
eu não sabia, que foi ideia dela, de roubar o veneno.
Neste momento o vampiro me jogou no chão com força, sinto todo
o meu corpo doendo, mas mesmo assim me arrastei para chegar perto
da minha mãe, gritando para que ele parasse de segurar ela pelo
pescoço. Mas ele não parou, vejo os olhos da minha mãe olhando para
mim. E mesmo sofrendo, ela deu um pequeno sorriso para mim.
A minha visão estava embaçada pelas lágrimas que inundavam os
meus olhos, eu só queria chegar até ela, só isso.
O vampiro deu um soco no peito da minha mãe.
Eu não conseguia ouvir nada, era como se o tempo tivesse parado,
o vejo arrancando o coração da caixa torácica dela. Ele segurou o
coração da minha mãe com força, o esmagando em frente aos meus
olhos.
Não, não, não, não. - NÃOOOOO. - Gritei o mais alto que
consegui. O chão começou a tremer, ao abrir os olhos vejo o corpo sem
vida da minha mãe no chão, uma poça de sangue ao seu redor. Ela
continuava olhando para mim. Mas nesse instante, não consigo fazer
nada, sinto uma forte dor na cabeça e tudo ficou no mais completo
escuro.
Aos poucos vou abrindo os olhos, o lugar tem pouca iluminação,
estou em um lugar úmido e frio, minha cabeça dói sem parar, e minha
garganta está seca.
Tentei me levantar, mas não consegui. Ao tentar fazer isso acabei
caindo novamente.
Ouço uns soluços, e vejo várias pessoas aqui, todas sujas, não que
eu esteja melhor.
Minha mãe...
Então me lembrei de tudo que aconteceu. Meus olhos ardem sem
parar, e fico ali, naquele lugar escuro, só com imagens do seu olhar sem
vida, na minha mente.
Eu não acredito, não consigo acreditar. Eu tremo toda, já chorei
tanto que acho que não tenho mais lágrimas.
Já se passaram horas que estou aqui, que aos poucos percebi ser
uma sela.
Mais cedo um guarda jogou uns pedaços de pães aqui dentro,
como se fossemos cachorro, algo sem serventia nenhuma.
As pessoas que estão comigo aqui começaram a brigar para ver
quem pegava mais. Mas eu não me movi, apenas fiquei quieta no lugar
que acordei, lembrando de tudo que aconteceu.
Capítulo 1 Vitória
25/02/2024
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