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Sequestrada por um Vampiro

Sequestrada por um Vampiro

Gabriela.B

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1
Capítulo

Uma história obscura do começo ao fim. Uma humana e um vampiro que são obrigados a conviverem juntos. Em um mundo destruído em uma guerra, entre humanos e vampiros, vamos conhecer a história de vitória, uma garota de dezessete anos que faz de tudo para proteger a sua mãe até mesmo cometer pequenos roubos, na cidade destruída de Nova York, ela vive cada dia com medo que chegasse o seu aniversário de dezoito anos, afinal quando isso acontecesse ela terá que passar por uma seleção para que eles escolham o seu destino, escrava de sangue ou guarda, no fundo ela sabia que seria escrava de sangue como a mãe dela. Mas tudo em sua vida muda quando elas decidem fugir, quando ela é pega só tem uma saída decidi ser escrava de sangue sem direito algum no castelo da família real de vampiros ou a morte. Em meio a conflitos, dor e sofrendo vitória conhecerá o príncipe herdeiro dos vampiros disposto a tudo para ser o rei, até mesmo usá-la para isso. Vitória descobrirá que também sabe lutar, algo no seu sangue faz com que ela seja capaz de fazer coisas impossíveis, e usará isso para matar todos os vampiros. Mas o que ela vai fazer quando descobre que realmente se sente em casa na escuridão do príncipe vampiro?

Capítulo 1 Vitória

Abaixei a cabeça ao passar pelo guarda, ele apenas me olhou com

nojo e seguiu o seu caminho. Apertei aquela sacola com força, sentindo

uma grande felicidade.

Nada ia me fazer ficar triste hoje.

Afinal, hoje era dia um, o primeiro dia do mês, hoje finalmente era o

dia de reposição, trabalhei muito para conseguir este remédio para minha

mãe.

Ao atravessar o que um dia foi Nova York, e que agora são

resquícios de uma cidade-fantasma, controlada por vampiros, dou um

sorriso de escárnio ao me lembrar do passado, em como a vida era, o

governo ao descobrir a existência dos vampiros, se reuniram, foi uma

coisa única.

Todos os países juntos pela mesma causa, mas... as coisas não

foram como eles imaginaram.

Houve bilhões de mortos, bombardeios às maiores capitais, guerra

e sangue. E no final... a destruição. Acabaram com o nosso governo,

sobraram apenas vinte por cento da população mundial.

E agora isso.

Estamos aprisionados no que um dia foi uma cidade mundialmente

conhecida. Mas que hoje não passa de uma carcaça do que um dia foi.

Não temos mais governo humano. Apenas uma família real de vampiros

originais no poder.

Respirei fundo.

A sede de toda a operação deles é aqui. Aqui que eles mantêm

uma boa parte dos humanos que sobraram. Como gado, prontos para o

abate.

Certa vez ouvi uma frase da minha amiga, falando que eles cuidam

de nós, nos alimentam. A minha vontade era dar um soco na cara dela. É

lógico que eles nos alimentam, ela não vê que somos apenas alimentos

para eles? Afinal, se toda raça humana acabasse, a deles também

acabaria, eles precisam do nosso sangue para sobreviver.

Suspirei, passando pela pequena viela antes de chegar no meu

conjunto. Éramos divididos em dez conjuntos, eu e minha mãe éramos

do nove, apenas um acima, da extrema pobreza.

Pessoas desses conjuntos, eram as que mais sofriam.

Certa vez vi um garoto ser brutalmente espancado em praça

pública por estar segurando um livro. Um livro! Um item que era usado

por todos. Mas que hoje é banido. Qualquer pessoa que for pega lendo, é

espancada até desmaiar, para servir de exemplo.

Sinto o cheiro de esgoto, o cheiro de morte pairando sobre o ar.

Subo cinco lances de escadas até chegar em casa, pelo menos temos

um lugar para dormir. Diferente de muitos outros que nem isso tem.

Quando entrei, encontrei minha mãe cozinhando algo no fogão, ao

me aproximar, vejo que são as batatas que consegui essa semana. Ao

me ver, ela sorri . Retirei o casaco pesado e muito gasto que estava

usando. Mas me protegia do frio, afinal, isso que era importante.

- Onde você estava? – Minha mãe perguntou impaciente.

Me aproximei dando a ela a sacola, ela a abre levantando uma

sobrancelha.

- Onde você conseguiu isso, Vitória?

- Com o Logan.

Ela respirou fundo olhando para mim. Eu sabia o que viria a seguir,

me preparei para o sermão.

- Não quero você envolvida com ele, todos sabemos que ele

mexe com coisas ilegais. E sabemos muito bem o que é feito com

pessoas que fazem isso. - Ela se sentou cansada. Olhei para a minha

mãe , eu sabia que ela estava certa, mas eu não tinha escolha.

- Eu sei mãe, mas a senhora estava tão fraca, eu estava com

medo que você passasse mal. E não me custou nada - minto. Afinal,

nada era de graça naquele lugar.

Minha mãe me encarou atentamente, eu sabia que ela não

acreditou em uma palavra que eu disse.

- Não te custou nada? - Ela perguntou, desconfiada.

- Não - Respondi, tentando não demonstrar que estava

mentindo. Ela me observou

- Irei fingir que acreditei nas suas palavras. - Ela respirou fundo

cansada. - Se senta, vamos almoçar.

Me sentei e começamos a comer aquelas batatas. Era a única

coisa que tínhamos. A ordem, como era chamado o governo dos

vampiros, tinham muitas regras e, a principal delas, era que todos que

completassem dezoito anos, tinham que se inscrever para se juntar a

eles, era definido o seu futuro aqui.

Ou você era escolhido para ser guarda, já que eles não podiam sair

durante o dia e nós fazíamos isso para eles, o que é cômico se você

parasse para pensar, ou... tinha os escravos de sangue, que se você

tivesse um sangue bom, poderia servir a eles como escravos pessoais.

Apenas um nome para bolsa de sangue com pernas, era o que eu

pensava. E se você não fosse escolhido para nenhuma dessas funções,

era apenas um peso morto, e assim, era designado para serviços de

limpeza ou qualquer coisa que eles quisessem.

Não se enganem achando que éramos muito valiosos para eles,

porque não éramos, afinal, o que eles queriam era sangue, nada mais

que isso.

E para a minha infelicidade, a minha hora estava chegando, daqui

a dois dias completarei dezoito anos, e irei saber o que irão fazer comigo.

Evitávamos falar deste dia, na esperança de que assim não aconteceria,

mas sabemos que não é bem assim.

A minha mãe é uma doadora. Eles não gostavam da palavra

escrava, mas todos usávamos, mesmo escondidos.

Na melhor das palavras, ela servia a um dos comandantes, um ser

desprezível que a sugava diariamente, não se importava com nada.

Certa vez minha mãe chegou tarde da noite, mal conseguindo ficar em

pé. Os seus olhos estavam fundos. E várias marcas no seu pescoço.

Ela estava fraca, por isso tentei conseguir essas vitaminas.

Ao olhar para o seu rosto, vejo o tanto que a minha mãe

envelheceu nesses dez anos que os vampiros tomaram conta de tudo.

Os seus olhos estão fundos, o cabelo que já foi brilhante, agora não

passa de fios ralos e opacos. E magra, muito magra.

O ódio domina o meu corpo, sinto as minhas mãos tremerem. Uma

incrível vontade de gritar faz com que eu aperte com força a minha mão,

sentindo as unhas machucarem a pele. Sinto um pequeno tremor.

A minha mãe me olha, com os olhos arregalados.

- Esses tremores de terra estão cada vez piores. - Ela fala se

levantando, observei a sua mão tremer.

Me levantei, ficando ao seu lado. Coloquei a minha cabeça no seu

ombro, sentindo o seu cheiro, fechei os meus olhos tentando manter

esse cheiro na minha memória. Ela passou as mãos pelos meus cabelos

delicadamente.

- O seu cabelo está tão grande.

Abri os olhos, e vejo aqueles olhos azuis olhando para mim. Os

mesmos olhos que vejo no espelho de manhã.

- Acho que vou cortar. - Falei pegando uma mecha do meu

cabelo com a mão.

- Você sempre fala isso, mas nunca cortou. - Minha mãe sorriu.

-. E você fica muito mais linda com ele grande. - Ela me deu um beijo

no rosto se afastando.

- Vou descansar, me acorde mais tarde.

Ela saiu da nossa pequena cozinha, e entrou no quarto que

dividimos. Mais tarde ela tinha que ir para a casa do comandante

novamente.

Me sentei, cansada de tudo isso. Várias vezes me peguei

pensando como estaria o mundo depois das muralhas, será que existe

algo a mais, alguém que esteja lutando por nós. Qualquer coisa.

Às vezes sinto que a minha mãe está escondendo algo. Mas nunca

descobri o que seria. Ela certa vez me disse que eu era especial, mas

sinceramente nunca vi nada de especial em mim, sou apenas uma

adolescente comum. Que nutre uma grande vontade de exterminar essa

raça maldita de vampiros da face da terra.

Ao sair de casa nessa manhã, deixei a minha mãe dormindo, ela

chegou quase cinco da manhã, machucada e exausta.

Fui à casa de Sarah, ela é uma amiga. E ontem ela tinha

completado dezoito anos, quero saber o que aconteceu.

Após um tempo, cheguei ao setor seis, aqui já são casas, nada de

minúsculos apartamentos, e não tem o cheiro desagradável de esgoto

que tem onde eu moro. Bati na porta da sua casa, e depois de um tempo,

sua mãe atendeu.

Ela me olhou de cima a baixo com nojo. Mas tentei ignorar, isso já é

normal, não me magoava mais como antigamente.

- Sarah! - Ela gritou. - A Vitória está aqui fora. - Falou isso e

entrou novamente. Não saí do lugar. Sei que a mãe da minha amiga não

quer que eu entre. Então esperei a Sarah sentada na calçada.

Após uns minutos ela apareceu.

A Sarah era linda, loira de olhos verdes-esmeraldas.

Mas hoje ela estava diferente, os seus olhos estavam inchados,

como se estivesse chorando. Ela se aproxima, sentando-se ao meu lado.

- O que aconteceu? - Perguntei sentindo as minhas mãos

suando.

A minha amiga fica parada olhando para um ponto mais além na

rua agora vazia.

- Eu virei doadora.

Mesmo sabendo que isso era possível, o meu coração dói de saber

o que vai acontecer. Passei o meu braço pelo seu ombro consolando-a.

- Eu sinto muito.

Ela me encarou, mas balançou a cabeça.

- Como foi?

Eu sei que pode ser insensível da minha parte, mas eu queria

saber como é, e a Sarah é a única que pode me falar.

Ela suspirou.

- Quando cheguei ao castelo, fui encaminhada para uma pequena

sala, que mais parecia uma sala de hospital. Eles me mandaram retirar

as roupas, me observaram por um momento, depois retiraram um pouco

do meu sangue... e saíram, fiquei lá na maca nua, morrendo de medo...,

sozinha.

Ela chora, a abracei mais forte.

- Eles voltaram depois de mais ou menos uma hora. E me falaram

que o meu sangue era bom, que eu seria uma doadora. Mas isso não foi

o pior.

- O que você quer dizer com isso? - Levantei uma sobrancelha.

Ela suspirou, limpando os olhos.

- Eles me entregaram um papel. E nele estava escrito que fui

selecionada para ser uma das doadoras do castelo.

O meu sangue gelou, era como se o meu peito afundasse, quando

você é selecionada para o castelo, você tem que morar lá, servir a eles, a

tudo que for mandado, e para piorar, nunca vi ninguém que foi

selecionado para lá voltar. Não era como a minha mãe que voltava todos

os dias.

- Eu não entendo, por que você?

Ela se virou me encarando.

- Você sabe o que acontece com todos que são selecionados

para lá? - Não respondi, ela continuou... - Uma vez a amiga da minha

mãe me disse que elas, além de dar o sangue, eram obrigadas a

manterem relações sexuais com o seu dono, ou com quem eles

quisessem.

Abaixei a cabeça com raiva, e mais uma vez apertei a minha mão

em punho, sentindo o ódio dominar. Dono, eles eram os nossos donos,

os meus olhos arderam de vontade de chorar, porque provavelmente não

verei a minha única amiga novamente.

Ela chorou sem parar no meu ombro, e eu não pude fazer nada,

hoje mesmo ela iria ser levada para lá, eu nunca mais ia vê-la. E para

piorar, amanhã era o meu dia de saber qual destino eu teria.

Me sentia uma inútil, eu queria poder mudar tudo, absolutamente

tudo.

Ao voltar para casa passei pelo mercado, não me orgulho disso,

mas mesmo assim, procurei por algo ou alguém para roubar, e não deu,

porque o mercado estava cheio de guardas, e eu não podia ser pega,

afinal, não seria somente eu a pagar, quando você é pego roubando toda

a sua família é presa.

Voltei para casa, minha mãe estava sentada no nosso velho sofá

que um dia já foi marrom, mas agora era uma cor que não dava para

identificar.

Me aproximei, me sentado ao seu lado. E mesmo tentando me

controlar, chorei, ela me abraçou e assim, nos seus braços, eu contei o

que aconteceu com a Sarah. Mas ela não falou nada, apenas ficou

quieta, quieta como há muito tempo eu não via.

Na manhã seguinte eu não conseguia ficar quieta, hoje era o meu

aniversário, hoje, eu saberia o que me aguardava.

Um dia que em outra época seria um motivo para comemorações,

mas hoje é um peso para cada um.

Às vinte e uma horas era o meu teste, e essa espera estava me

matando, quando acordei não vi a minha mãe em nenhum lugar, quando

cheguei na cozinha apenas um bilhete falando que estava resolvendo

algo.

As horas foram passando e nada dela chegar, já estava pegando o

casaco para ir atrás dela quando a vi chegando, já eram oito horas da

noite, faltava só uma hora para o teste, ela chegou toda ofegante. Me

aproximei dela.

- O que aconteceu? - Perguntei preocupada.

Mas a minha mãe não respondeu nada, apenas foi para o nosso

quarto, pegou duas mochilas e me entregou uma. Fiquei olhando para

ela sem saber o que fazer.

- O que você está fazendo, mãe? - Minha mãe abrir as gavetas

da pequena cômoda que tinham e começou a tirar o pouco de roupas

que estavam ali.

Ela parou, e se aproximou de mim. Segurou os meus ombros e

olhou diretamente nos meus olhos.

- Vamos embora daqui!

Olhei para ela espantada com sua determinação. O que era estava

falando.

- Embora? Mas como mãe? Não podemos simplesmente ir

embora, você ficou doida, e se nos pegarmos. - Balancei a cabeça

nervosa. - Não, não, não. - A minha mão se fechou em punho mais

uma vez. E senti a casa mexendo novamente. Mais um tremor de terra.

Ela me encarava, suor se formava no seu rosto, o seu peito subia e

descia rapidamente, a vi engolindo em seco antes de falar.

- Nós precisamos sair daqui, eles não podem saber, eles não

podem fazer o teste em você.

Balancei a cabeça sem entender.

- Eu entendo, - Tentei mantê-la mais calma. - Você acha que

serei escondida como a Sarah, mas as chances são muito pequenas, eu

não tenho nada de especial, não sou bonita como ela mãe, posso ser

igual a você, e poderia te ajudar, assim a senhora poderá descansar. -

Este era o meu plano desde o começo; ficar no lugar da minha mãe para

que ela tenha uma vida melhor.

Mas ela balançou a cabeça, as suas mãos continuam no meu

ombro. A vejo chorando. E isso partiu o meu coração.

- Você tem que entender filha. Eu tenho certeza que você será

escolinha para ficar no castelo, eu não quero você lá. Por isso vamos

fugir.

Eu não perguntei o motivo da sua certeza, não questionei, apenas

a ajudei a pegar umas poucas roupas. E o restante de comida que ainda

temos.

Em menos de trinta minutos já estávamos andando para a muralha,

eu já tinha vindo aqui antes. Mas nunca tão perto. Ela era enorme,

estamos em um prédio abandonado, a minha mãe, a todo o momento,

olhava de um lado para o outro.

Ela não falou como iríamos sair, apenas segurou a minha mão

firmemente e viemos para este lugar, eu tinha tantas perguntas, mas ao

olhar para ela, eu percebi que não era o momento de fazer as perguntas,

eu nunca tinha visto a minha mãe desse jeito, e isso me assustava.

Já passava das vinte e uma horas, a uma hora dessa,

provavelmente um guarda já estava na minha casa me procurando. E

esse fato faz o meu corpo tremer, o meu coração está tão acelerado que

por um momento não sei se vou conseguir.

Depois de um tempo, vejo uma sombra se movimentando até parar

ao nosso lado. Um homem, beirando os trinta anos, com uma cicatriz no

rosto que ia do olho direito até a boca, engoli em seco, percebendo que a

minha mãe se meteu em algo grande demais.

- Conseguiu? - Ele perguntou a minha mãe.

Ela, por sinal, balançou a cabeça concordando, retirou de dentro da

sua bolsa uma pequena caixa e o entregou, vejo o homem a abrindo, e

deu para ver que se tratava de pequenos frascos de vidro, com um

líquido transparente dentro.

Queria perguntar o que era, o que ela tinha feito para conseguir

aquilo. Mas não deu tempo. Ouvimos um estrondo fazendo com que

caíssemos no chão, tossir sem parar, ao tentar respirar, a poeira estava

para todos os lados, o que estava acontecendo, tentei vê mas estava

praticamente impossível eu não conseguir ver nada, uma poeira densa

demais. Procurei pela minha mãe, comecei a gritar por ela e nada.

Tentei procurar por ela, mas não estava conseguindo, nem ela e

nem o homem que estava aqui conosco.

Ouço barulhos de tiros, corri na direção dos tiros, rezando para que

a minha mãe não estivesse no meio.

Mas ao chegar finalmente na rua, vejo-a sendo arrastada por um

demônio. Os meus olhos ardiam sem parar, a minha garganta estava

seca, eu tossir tentando colocar ar nos meus pulmões, me levantei

ficando em pé, as minhas pernas estavam tremendo, Olhei para um

vampiro que estava a arrastando pelos cabelos. Vejo mais cinco

chegando em uma velocidade impressionante. A minha mãe tentou se

defender para sair do seu aperto, mas não conseguiu. Corri para ajudar,

mesmo tropeçando em meus próprios pés eu corri, mas ao chegar perto

dela, sinto alguém me pegando pelo pescoço, me levantando, tentei sair,

o arranhei, fiz de tudo para me soltar, mas ele apenas me encarou, com

aqueles olhos vermelhos como sangue.

Não estava conseguindo respirar, ouço a minha mãe gritando que

eu não sabia, que foi ideia dela, de roubar o veneno.

Neste momento o vampiro me jogou no chão com força, sinto todo

o meu corpo doendo, mas mesmo assim me arrastei para chegar perto

da minha mãe, gritando para que ele parasse de segurar ela pelo

pescoço. Mas ele não parou, vejo os olhos da minha mãe olhando para

mim. E mesmo sofrendo, ela deu um pequeno sorriso para mim.

A minha visão estava embaçada pelas lágrimas que inundavam os

meus olhos, eu só queria chegar até ela, só isso.

O vampiro deu um soco no peito da minha mãe.

Eu não conseguia ouvir nada, era como se o tempo tivesse parado,

o vejo arrancando o coração da caixa torácica dela. Ele segurou o

coração da minha mãe com força, o esmagando em frente aos meus

olhos.

Não, não, não, não. - NÃOOOOO. - Gritei o mais alto que

consegui. O chão começou a tremer, ao abrir os olhos vejo o corpo sem

vida da minha mãe no chão, uma poça de sangue ao seu redor. Ela

continuava olhando para mim. Mas nesse instante, não consigo fazer

nada, sinto uma forte dor na cabeça e tudo ficou no mais completo

escuro.

Aos poucos vou abrindo os olhos, o lugar tem pouca iluminação,

estou em um lugar úmido e frio, minha cabeça dói sem parar, e minha

garganta está seca.

Tentei me levantar, mas não consegui. Ao tentar fazer isso acabei

caindo novamente.

Ouço uns soluços, e vejo várias pessoas aqui, todas sujas, não que

eu esteja melhor.

Minha mãe...

Então me lembrei de tudo que aconteceu. Meus olhos ardem sem

parar, e fico ali, naquele lugar escuro, só com imagens do seu olhar sem

vida, na minha mente.

Eu não acredito, não consigo acreditar. Eu tremo toda, já chorei

tanto que acho que não tenho mais lágrimas.

Já se passaram horas que estou aqui, que aos poucos percebi ser

uma sela.

Mais cedo um guarda jogou uns pedaços de pães aqui dentro,

como se fossemos cachorro, algo sem serventia nenhuma.

As pessoas que estão comigo aqui começaram a brigar para ver

quem pegava mais. Mas eu não me movi, apenas fiquei quieta no lugar

que acordei, lembrando de tudo que aconteceu.

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