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Consultei o relógio, olhei mais uma vez em volta e caminhei rapidamente em direção a porta. Queria sair logo daquele lugar, nunca achei fáceis as despedidas, mas com tanta coisa que aconteceu nesta casa, isso é irrelevante agora.
Recomeçar vai ser tranquilo, tenho estado mais na minha depois de tudo que aconteceu, eu sempre preferi ficar sozinha desde mais nova, então as coisas não vão mudar tanto quanto meus pais esperam. Sharon sempre diz que sou boa em aceitar as coisas muito facilmente.
Iremos para uma cidade pequena, mais retirada de tudo e de todos, que aceita o simples fato de que os vampiros ganharam direitos depois da guerra, e que eles existem e querem estudar e participar da sociedade como “iguais”, mesmo não sendo assim tão iguais a nós humanos.
Para falar a verdade, não sei se vou poder lidar com isso tão facilmente assim, aqui em New City, existe escolas, mercados, postos de gasolina e até mesmo igrejas separadas para vampiros, para que não exista conflito ou até mesmo mortes desnecessárias; mas onde irei morar é diferente. Quem é que consegue se controlar sabendo que tem um “sugador de sangue” bem ao seu lado? E que se bater a fome nele, você pode virar só mais um lanchinho ou o café da manhã, isso se você acabar por descobrir só na hora em que ele te mostra como quer drenar toda a sua vida. Com isso eu não consigo lidar.
Nas cidades maiores o problema de mortes por vampiros é quase nulo, ou seja, o problema não existe, porém, nas cidades pequenas o problema é visto e ignorado por culpa do dinheiro que rola entre vampiros cheios da grana e políticos famintos por “poder” mesmo esse poder sendo uma ilusão na cabeça deles. Ações para o governo de “múmias” podres de ricas, para “ajudar” os cidadãos humanos em condições precárias.
Alguns vampiros são fáceis de reconhecer: cheiram mal e tem suas presas sempre a mostra, gostam de se jogar em cima das meninas e acham que só porque são vampiros podem ter o que querem e quando querem. Já outros, são iguais aos contos e filmes antigos: pele lisa e sem deformidades, brancos como porcelana, bonitos de morrer e claro, por causa da sua pele sensível eles não podem se expor muito ao sol, pois podem se “ferir” com os raios UV, esses são ditos como vegetarianos, pois adotaram a dieta de não humanos e se alimentam só de animais, são os mais fracos, podendo ser comparados até mesmo com a força humana media. O terceiro e último tipo de vampiro, é o mais perigoso, mas quase não são vistos, ou seja, são raríssimos, e se passam por humanos com muita facilidade, você só descobre quando já estão te arrastando para algum lugar, o que se sabe sobre eles é que adoram uma caçada, brincam com a presa até enjoarem e que se movimentam em volta de uma crença que afeta diretamente nós seres humanos, na qual todos temos medo, dizem que é um ritual, mas não sabemos ao certo o que é e nem o que acontece, pois todos os que tentaram descobrir ou que acabaram por passar por esse ritual, nunca mais voltam.
Assim que saio do pátio da casa, me dirijo aos meus pais, na qual me observam com certa curiosidade pelo meu pequeno devaneio momentâneo ao me despedir da casa, acabo por soltar um comentário besta para descontrair e acalmá-los.
- Espero que tenha internet lá, ou o resto da minha juventude acaba aqui mesmo e viro uma velhinha que coleciona gatos. -
- Fica tranquila querida, você vai poder dançar na frente do computador para suas amigas o dia inteiro se quiser. - diz Mike, marido de Sharon.
Ok! Isso foi jogo sujo, todo mundo tem o direito de dançar sua música favorita ou cantá-la, mesmo que esteja parecendo alguém sendo atacado por uma barata gigante comedora de gente.
- Há Mike, ... há, há, sem graça! - Digo revirando os olhos e sentando no banco de trás do carro. Mike disse que esse é uma boa escolha para o recomeço em outro lugar.
- Não se preocupe Ada, você vai poder ler, escrever, dançar e cantar e se quiser dar voltas na floresta aonde vamos ficar. - Consola Sharon, sempre cuidando de mim.
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