Não Olhei Para Trás

Não Olhei Para Trás

Gavin

5.0
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Capítulo

O telefone tocou e a voz do meu marido, Pedro, era urgente: "A Sofia sofreu um acidente de carro! Vai para o hospital, leva o cartão do banco, não te preocupes com o dinheiro." Larguei a espátula, o coração aos saltos, enquanto ele desligava apressadamente. A minha mãe estava a dias de uma cirurgia cardíaca importante e eu cozinhava para ela, mas a urgência na voz de Pedro, e o facto de a Sofia ser filha do chefe dele, fez-me correr. No hospital, encontrei a Sofia com um arranhão e um susto, nada grave. Respirei de alívio, até que o meu telemóvel tocou: era a enfermeira da minha mãe. "A sua mãe está com uma forte dor no peito, o ritmo cardíaco está instável. O médico precisa de falar consigo com urgência." O meu sangue gelou. Mas, ao tentar sair, Sr. Almeida e Pedro puseram-se à minha frente. "Não sejas egoísta, Ana. A Sofia precisa de ti. Pensa na minha carreira, na minha promoção!" Pedro apertou o meu braço, a sua voz baixa e carregada de pressão. A vida da minha mãe, uma emergência médica, era um mero "capricho" na mira da sua promoção. Como é que a minha mãe, à beira da morte, valia menos do que a promoção do meu marido? Como pude estar cega por tanto tempo? Decidir naquele instante não foi difícil. A minha mãe precisava de mim. Mas ele, em vez de se preocupar, envia uma mensagem fria: "Acabou. Quando eu chegar a casa, quero as tuas coisas fora de lá." Fui varrida da minha própria casa, com as minhas malas atiradas à porta e uma moldura partida. O que eu fiz para merecer isto? O que faria agora? Como se sobrevive a uma traição tão cruel do homem que jurou amar-te, quando tudo o que fizeste foi tentar salvar a tua mãe?

Introdução

O telefone tocou e a voz do meu marido, Pedro, era urgente: "A Sofia sofreu um acidente de carro! Vai para o hospital, leva o cartão do banco, não te preocupes com o dinheiro."

Larguei a espátula, o coração aos saltos, enquanto ele desligava apressadamente.

A minha mãe estava a dias de uma cirurgia cardíaca importante e eu cozinhava para ela, mas a urgência na voz de Pedro, e o facto de a Sofia ser filha do chefe dele, fez-me correr.

No hospital, encontrei a Sofia com um arranhão e um susto, nada grave.

Respirei de alívio, até que o meu telemóvel tocou: era a enfermeira da minha mãe.

"A sua mãe está com uma forte dor no peito, o ritmo cardíaco está instável. O médico precisa de falar consigo com urgência."

O meu sangue gelou.

Mas, ao tentar sair, Sr. Almeida e Pedro puseram-se à minha frente.

"Não sejas egoísta, Ana. A Sofia precisa de ti. Pensa na minha carreira, na minha promoção!" Pedro apertou o meu braço, a sua voz baixa e carregada de pressão.

A vida da minha mãe, uma emergência médica, era um mero "capricho" na mira da sua promoção.

Como é que a minha mãe, à beira da morte, valia menos do que a promoção do meu marido?

Como pude estar cega por tanto tempo?

Decidir naquele instante não foi difícil. A minha mãe precisava de mim.

Mas ele, em vez de se preocupar, envia uma mensagem fria: "Acabou. Quando eu chegar a casa, quero as tuas coisas fora de lá."

Fui varrida da minha própria casa, com as minhas malas atiradas à porta e uma moldura partida.

O que eu fiz para merecer isto? O que faria agora?

Como se sobrevive a uma traição tão cruel do homem que jurou amar-te, quando tudo o que fizeste foi tentar salvar a tua mãe?

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