Minha Filha, Minha Dor, Minha Força

Minha Filha, Minha Dor, Minha Força

Gavin

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Capítulo

Finalmente recebi alta. Um ano de depressão pós-parto, agora curada. Hoje eu buscaria minha Sofia. Mas ao chegar na mansão dos meus sogros, a Clara, ex-namorada do meu marido, abriu a porta com um sorriso satisfeito. Ela cuidava da minha filha, supostamente. Mas Sofia estava pálida, magra, com a roupa suja e um hematoma no bracinho. Meu coração gritou quando a vi encolhida no chão frio, parecendo um animal assustado. Exigi explicações ao Pedro, meu marido, que desceu as escadas impecável, alheio a tudo. "Pedro, olhe para a nossa filha!" , implorei. "Ela está sendo maltratada!" Ele sequer olhou direito, mas defendeu Clara: "Não diga bobagens. A Clara está fazendo um ótimo trabalho. Sofia está ótima." Ele me chamou de louca, de exagerada, usando minha própria doença contra mim. E então, Clara, com aquela voz falsamente doce, usou o apelido da minha filha. "Vem, Tong Tong, meu amorzinho. A titia Clara vai te levar lá pra cima." Pedro segurou meu ombro com tanta força que não pude impedi-la de levar minha filha, que chorava nos braços dela. Não tive tempo de processar a cena, pois fomos interrompidos por um grito e um "splash" vindo do quintal. Meu sangue gelou. Corri para a piscina, e lá estava ela. minha Sofia, boiando na água. No hospital, o tempo parou ao saber que Sofia havia morrido. E Pedro chegou, preocupado apenas com Clara: "Onde está a Clara? Ela deve estar arrasada." Minha filha estava morta, e ele só pensava na mulher que a matou. Naquele hospital, com a dor me rasgando por dentro, uma certeza se formou: "Eu quero o divórcio, Pedro." No funeral, Dona Silva, minha sogra, veio me propor um acordo financeiro para eu voltar com Pedro. "Você realmente acha que pode consertar tudo com dinheiro?" "O dinheiro conserta a maioria das coisas" , ela respondeu, com um sorriso de desprezo. Mas a única coisa que eu queria era a minha liberdade. "Nunca imaginei que nossa filha poderia ser um obstáculo para eles." Tia Lúcia, uma das poucas pessoas decentes que conheci, me contou a verdade: "Eu vi como a menina estava, Senhor Pedro. Magra, assustada. A Senhora Clara não tinha paciência com ela." A raiva me impulsionou a confrontar Clara no cemitério. Ela, com um sorriso triunfante, confessou: "Eu admito, eu não gostava da menina. Eu fiz o que pude para... acelerar as coisas. Deixei a porta do quintal aberta de propósito. Eu sabia que ela gostava de ir perto da piscina." Minha filha não foi apenas vítima de negligência. Ela foi assassinada.

Introdução

Finalmente recebi alta. Um ano de depressão pós-parto, agora curada.

Hoje eu buscaria minha Sofia.

Mas ao chegar na mansão dos meus sogros, a Clara, ex-namorada do meu marido, abriu a porta com um sorriso satisfeito.

Ela cuidava da minha filha, supostamente.

Mas Sofia estava pálida, magra, com a roupa suja e um hematoma no bracinho.

Meu coração gritou quando a vi encolhida no chão frio, parecendo um animal assustado.

Exigi explicações ao Pedro, meu marido, que desceu as escadas impecável, alheio a tudo.

"Pedro, olhe para a nossa filha!" , implorei. "Ela está sendo maltratada!"

Ele sequer olhou direito, mas defendeu Clara: "Não diga bobagens. A Clara está fazendo um ótimo trabalho. Sofia está ótima."

Ele me chamou de louca, de exagerada, usando minha própria doença contra mim.

E então, Clara, com aquela voz falsamente doce, usou o apelido da minha filha. "Vem, Tong Tong, meu amorzinho. A titia Clara vai te levar lá pra cima."

Pedro segurou meu ombro com tanta força que não pude impedi-la de levar minha filha, que chorava nos braços dela.

Não tive tempo de processar a cena, pois fomos interrompidos por um grito e um "splash" vindo do quintal.

Meu sangue gelou.

Corri para a piscina, e lá estava ela. minha Sofia, boiando na água.

No hospital, o tempo parou ao saber que Sofia havia morrido.

E Pedro chegou, preocupado apenas com Clara: "Onde está a Clara? Ela deve estar arrasada."

Minha filha estava morta, e ele só pensava na mulher que a matou.

Naquele hospital, com a dor me rasgando por dentro, uma certeza se formou: "Eu quero o divórcio, Pedro."

No funeral, Dona Silva, minha sogra, veio me propor um acordo financeiro para eu voltar com Pedro.

"Você realmente acha que pode consertar tudo com dinheiro?"

"O dinheiro conserta a maioria das coisas" , ela respondeu, com um sorriso de desprezo.

Mas a única coisa que eu queria era a minha liberdade.

"Nunca imaginei que nossa filha poderia ser um obstáculo para eles."

Tia Lúcia, uma das poucas pessoas decentes que conheci, me contou a verdade: "Eu vi como a menina estava, Senhor Pedro. Magra, assustada. A Senhora Clara não tinha paciência com ela."

A raiva me impulsionou a confrontar Clara no cemitério.

Ela, com um sorriso triunfante, confessou: "Eu admito, eu não gostava da menina. Eu fiz o que pude para... acelerar as coisas. Deixei a porta do quintal aberta de propósito. Eu sabia que ela gostava de ir perto da piscina."

Minha filha não foi apenas vítima de negligência. Ela foi assassinada.

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Oito anos de casamento. No dia do nosso aniversário, Pedro Silva me presenteou com novecentas e noventa e nove rosas vermelhas, quase sufocando a sala com seu perfume. Qualquer outra mulher choraria de emoção, mas meu coração estava frio como uma pedra de gelo, afinal, eu acabara de receber alta do hospital após uma cirurgia. Disquei o número dele e uma jovem atendeu, a voz de Ana, sua secretária, chorosa e acusatória: "Dona Silva... me desculpe... foi tudo culpa minha." Ao fundo, a voz de Pedro, terna e consoladora: "Não chore, não foi culpa sua. Fique tranquila, eu resolvo." Minutos depois, ele finalmente atendeu, mas sua voz era fria, desprovida de qualquer afeto: "O que você quer?" Foi então que a bomba explodiu: "Pedro, vamos nos divorciar." Ele não hesitou, apenas respondeu com uma indiferença cortante: "Como você deseja." E desligou. Naquela noite, o cheiro de álcool caro e o perfume feminino de Ana impregnavam seu terno. Ele se sentou ao meu lado, oferecendo uma bolsa de grife como um suborno por sua ausência. Eu o confrontei diretamente: "Você está tendo um caso com a Ana?" Ele negou, desdenhando da minha desconfiança, me acusando de ser amarga, de afastar até nosso filho. A humilhação de ter sido impedida de buscar João na escola por sua ordem, porque "eu faria uma cena", ainda ardia. Ele se inflamou em raiva, gritando que eu não sabia "ser a esposa de Pedro Silva", que eu o envergonhava. Em meio à fúria dele, uma clareza fria me atingiu: não havia mais dor, apenas um vazio profundo. Então, com a voz mais calma e firme que consegui reunir, revelei a verdade que o mergulhou no mais absoluto silêncio: "Eu tive um aborto espontâneo hoje."

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