Não Há Volta Para Nós

Não Há Volta Para Nós

Gavin

5.0
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Capítulo

Quando acordei, o cheiro a desinfetante invadiu as minhas narinas. O meu filho, Leo, já não estava na minha barriga. O meu marido, Pedro, não estava lá. Liguei-lhe inúmeras vezes quando as contrações começaram, muito antes do tempo. Ele não atendeu. Em vez disso, recebi uma mensagem: "Eva está a ter um ataque de pânico. Preciso de ficar com ela. Chama uma ambulância." Naquele momento, no chão da nossa casa, a suar e a lutar contra a dor, a sua mensagem selou o destino do nosso filho. E do nosso casamento. Quando finalmente atendeu, a sua voz estava cheia de irritação. "O que é que se passa agora, Sofia? Não te disse que estou ocupado? A Eva ainda não está bem!" E lá estava a voz suave e chorosa da Eva, a minha melhor amiga, ao fundo. "Pedro, é a Sofia? Diz-lhe que não precisa de se preocupar. Ela está prestes a dar à luz." Ele respondeu-lhe: "Não sejas tola. Tu precisas de mim aqui. Ela é uma mulher adulta." Uma mulher adulta. Eu era isso para ele. Não a sua esposa de nove meses, a carregar o seu filho. Com a voz mais firme do que esperava, disse-lhe: "Pedro, vamos divorciar-nos." Ele explodiu, incrédulo. "Divórcio? A sério? Só porque eu estava a ajudar a Eva?" A sua raiva era uma facada. Mas a minha dor era maior. "O nosso bebé morreu, Pedro." O choque na sua voz foi breve, seguido por uma acusação fria: "O quê? O que é que fizeste?" Senti o meu mundo em colapso. Fui abandonada. Traída. E agora culpada pela perda do meu próprio filho. A sua voz ainda me ressoa na mente: "Eu não podia ir! A Eva precisava de mim! Isto é culpa tua!" Como ele podia? Porquê a Eva? As lágrimas que eu tinha guardado desceram, quentes e amargas. O meu filho. O nosso Leo. Era tudo o que tínhamos. E agora, estava para sempre perdido. Mas não estava desamparada. "Mãe," disse, enquanto as lágrimas continuavam. "Liga a um advogado. Eu quero o divórcio. E quero tudo a que tenho direito."

Introdução

Quando acordei, o cheiro a desinfetante invadiu as minhas narinas.

O meu filho, Leo, já não estava na minha barriga.

O meu marido, Pedro, não estava lá.

Liguei-lhe inúmeras vezes quando as contrações começaram, muito antes do tempo.

Ele não atendeu.

Em vez disso, recebi uma mensagem: "Eva está a ter um ataque de pânico. Preciso de ficar com ela. Chama uma ambulância."

Naquele momento, no chão da nossa casa, a suar e a lutar contra a dor, a sua mensagem selou o destino do nosso filho.

E do nosso casamento.

Quando finalmente atendeu, a sua voz estava cheia de irritação.

"O que é que se passa agora, Sofia? Não te disse que estou ocupado? A Eva ainda não está bem!"

E lá estava a voz suave e chorosa da Eva, a minha melhor amiga, ao fundo.

"Pedro, é a Sofia? Diz-lhe que não precisa de se preocupar. Ela está prestes a dar à luz."

Ele respondeu-lhe: "Não sejas tola. Tu precisas de mim aqui. Ela é uma mulher adulta."

Uma mulher adulta. Eu era isso para ele.

Não a sua esposa de nove meses, a carregar o seu filho.

Com a voz mais firme do que esperava, disse-lhe: "Pedro, vamos divorciar-nos."

Ele explodiu, incrédulo. "Divórcio? A sério? Só porque eu estava a ajudar a Eva?"

A sua raiva era uma facada.

Mas a minha dor era maior.

"O nosso bebé morreu, Pedro."

O choque na sua voz foi breve, seguido por uma acusação fria: "O quê? O que é que fizeste?"

Senti o meu mundo em colapso.

Fui abandonada. Traída. E agora culpada pela perda do meu próprio filho.

A sua voz ainda me ressoa na mente: "Eu não podia ir! A Eva precisava de mim! Isto é culpa tua!"

Como ele podia? Porquê a Eva?

As lágrimas que eu tinha guardado desceram, quentes e amargas.

O meu filho. O nosso Leo. Era tudo o que tínhamos.

E agora, estava para sempre perdido.

Mas não estava desamparada.

"Mãe," disse, enquanto as lágrimas continuavam. "Liga a um advogado. Eu quero o divórcio. E quero tudo a que tenho direito."

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No dia do terceiro aniversário do meu filho, Lucas, o meu marido, Pedro, simplesmente não voltou para casa. Preparei o seu bolo favorito e enchi a sala com balões azuis, enquanto Lucas esperava, adormecendo no sofá com o seu pequeno carro de corrida. Liguei para o Pedro dezenas de vezes, mas só encontrei o silêncio do telemóvel desligado. O meu coração afundava a cada tentativa falhada, até que a campainha tocou, já perto da meia-noite. Corri para a porta, com a esperança a reacender-se, mas não era ele. Eram dois polícias, com expressões sérias, que trouxeram a notícia: Pedro sofrera um acidente de carro, estado crítico. O mundo parou, as palavras ecoavam na minha cabeça: "crítico", "acidente". Mas a próxima frase atingiu-me como um raio: "Havia outra pessoa no carro... uma mulher. Infelizmente, ela não sobreviveu." O nome dela? Clara Bastos. A ex-namorada de Pedro, aquela que ele jurou ter ficado no passado. Antes que eu pudesse processar a traição, a minha sogra, Dona Alice, subiu as escadas, o seu medo transformado em raiva pura. "A culpa é tua! Tu nunca o fizeste feliz! A Clara era o verdadeiro amor da vida dele! Se ele morrer, a culpa é tua!" As palavras dela, o facto de que toda a minha vida tinha sido uma farsa, atingiram-me mais do que qualquer golpe físico. O nosso casamento, o nosso filho... Seríamos apenas um obstáculo? Uma mentira? Senti o meu telemóvel vibrar no bolso: uma notificação de transferência bancária. Pedro tinha transferido quase todo o nosso dinheiro da conta conjunta para a sua conta pessoal, horas antes do acidente. Ele não me estava apenas a deixar; estava a deixar-me sem nada. Num piscar de olhos, a minha vida desmoronou-se. Mas eu não me ajoelharia. Enquanto a minha sogra me amaldiçoava, senti uma raiva fria a crescer. Não olhei para trás. A batalha pela minha vida e pela do meu filho tinha acabado de começar.

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