Deixando Cinzas, Encontrando Seu Céu

Deixando Cinzas, Encontrando Seu Céu

Gavin

5.0
Comentário(s)
1.3K
Leituras
21
Capítulo

Eu dei um dos meus rins para o meu marido, Caio, para salvar a vida dele. Em troca, ele se casou comigo. Eu era uma garota de um orfanato; ele, um magnata de São Paulo. Eu tolamente acreditei que sua gratidão um dia se transformaria em amor. Então, seu primeiro amor, Krystal, voltou. Quando ela foi diagnosticada com uma doença sanguínea rara, Caio me arrastou para o hospital e exigiu que eu doasse minha medula óssea para ela. Meus médicos o avisaram que, com minha saúde em frangalhos, outra grande cirurgia seria uma sentença de morte. Ele me chamou de egoísta e me forçou a ir para a mesa de operação. Enquanto as portas se fechavam, eu vi Krystal, que deveria estar morrendo, sentar-se em sua cama. Um sorriso perverso e triunfante se espalhou por seu rosto. Através do vidro, ela articulou as palavras. "Eu não tenho nenhuma doença no sangue, sua imbecil." Uma enfermeira cravou uma agulha grossa na minha coluna. Eles estavam drenando minha vida para satisfazer uma mentirosa, tudo sob as ordens do meu marido. Eu morri naquela mesa, meu último pensamento sendo uma prece para que eu nunca mais o visse. Mas quando abri os olhos, não estava no céu. Estava em uma clínica particular, e meu amigo de infância há muito perdido, Elias, estava de pé ao meu lado. Ele me olhou, seus olhos queimando com um fogo protetor. "Eu forjei sua morte, Eva", ele disse, sua voz fria de raiva. "Agora, vamos fazê-los pagar."

Capítulo 1

Eu dei um dos meus rins para o meu marido, Caio, para salvar a vida dele. Em troca, ele se casou comigo. Eu era uma garota de um orfanato; ele, um magnata de São Paulo. Eu tolamente acreditei que sua gratidão um dia se transformaria em amor.

Então, seu primeiro amor, Krystal, voltou. Quando ela foi diagnosticada com uma doença sanguínea rara, Caio me arrastou para o hospital e exigiu que eu doasse minha medula óssea para ela.

Meus médicos o avisaram que, com minha saúde em frangalhos, outra grande cirurgia seria uma sentença de morte. Ele me chamou de egoísta e me forçou a ir para a mesa de operação.

Enquanto as portas se fechavam, eu vi Krystal, que deveria estar morrendo, sentar-se em sua cama. Um sorriso perverso e triunfante se espalhou por seu rosto.

Através do vidro, ela articulou as palavras.

"Eu não tenho nenhuma doença no sangue, sua imbecil."

Uma enfermeira cravou uma agulha grossa na minha coluna. Eles estavam drenando minha vida para satisfazer uma mentirosa, tudo sob as ordens do meu marido. Eu morri naquela mesa, meu último pensamento sendo uma prece para que eu nunca mais o visse.

Mas quando abri os olhos, não estava no céu. Estava em uma clínica particular, e meu amigo de infância há muito perdido, Elias, estava de pé ao meu lado.

Ele me olhou, seus olhos queimando com um fogo protetor.

"Eu forjei sua morte, Eva", ele disse, sua voz fria de raiva. "Agora, vamos fazê-los pagar."

Capítulo 1

Hoje é nosso terceiro aniversário de casamento. É também o dia em que Krystal Palmer, o primeiro amor do meu marido, voltou.

Ela parou na minha porta, usando um vestido que custava mais que meu primeiro Celta, e deslizou um cheque em branco sobre a mesa.

"Diga o seu preço, Eva."

Sua voz era suave, confiante.

"Eu quero que você desapareça da vida do Caio."

Eu olhei para o cheque, depois para ela. Não senti nada. O choque e a dor haviam sido queimados de mim há muito tempo.

Ela sorriu, um sorriso afiado e cruel. "Você tem uma semana para assinar os papéis do divórcio e ir embora. Não torne isso mais difícil do que precisa ser."

Eu apenas assenti.

"Boa menina", ela disse, e saiu.

Fiquei sentada ali no silêncio, o cheque um retângulo branco e gritante na madeira barata da minha mesa de jantar. Por que eu pensei que este casamento seria algo mais do que uma transação? Uma dívida paga com meu corpo e minha vida.

Eu já sabia como essa história terminava. Eu sabia há três anos.

A memória estava sempre lá, esperando nos momentos de silêncio. Era a noite da festa de recuperação do Caio. Ele havia sobrevivido, graças ao meu rim. A mansão da família Rothmann estava cheia da elite de São Paulo, o champanhe correndo solto.

Eu não fazia parte da celebração. Estava nas sombras do corredor, meu corpo ainda fraco, ouvindo. Ouvindo meu novo marido e sua avó, Dona Doralice Rothmann, na biblioteca.

"Você não pode estar falando sério, Caio", a voz de Doralice era como gelo. "Krystal te abandonou quando você estava no seu leito de morte. Ela fugiu para a Europa com aquele jogador de polo. Eva foi quem ficou. Eva te deu um pedaço literal de si mesma para te salvar."

"Eu sei o que a Eva fez", a voz de Caio estava tensa. "Sou grato."

"Grato? Você deve sua vida a ela!"

"Mas não é a mesma coisa, vovó. Krystal... quando ela chora, eu não consigo... Eu ainda a amo."

As palavras me atingiram com mais força do que qualquer golpe físico. Apoiei-me na parede, minha mão cobrindo a boca para abafar o som.

"E a Eva?", Doralice pressionou, sua voz afiada de incredulidade. "O que ela é para você? Sua esposa?"

Houve uma longa pausa. Prendi a respiração, rezando por uma resposta que não me quebrasse.

"O que eu sinto pela Eva", disse Caio, sua voz baixa, mas clara, "é gratidão. Não é amor."

Gratidão. Não amor.

A memória se desvaneceu, me deixando de volta no meu pequeno e solitário apartamento, aquele que Caio alugou para mim a poucas quadras da mansão Rothmann. Era mais conveniente assim. Ele não precisava ver a lembrança viva de sua dívida todos os dias.

Meu celular vibrou. Uma mensagem de Krystal. Era uma foto. Ela, enrolada nos lençóis da cama de Caio, um sorriso triunfante no rosto. A data e hora eram da noite passada. Véspera do nosso aniversário.

Uma única lágrima escorreu pela minha bochecha, quente e úmida. Depois outra. Eu não conseguia pará-las. Meu corpo tremia com soluços silenciosos.

Eu era uma garota de um bairro operário da Mooca. Ele era o herdeiro de um império financeiro de São Paulo. Nós nunca deveríamos ter nos conhecido. Mas quando eu era uma criança assustada e solitária em um orfanato, um menino de olhos gentis me deu sua barra de chocolate e me disse para não chorar. Aquele menino era Caio. Eu o amei desde aquele momento.

Anos depois, quando soube que ele estava morrendo de insuficiência renal, não hesitei. Eu era compatível. Dei a ele meu rim e, com ele, minha saúde. Desenvolvi uma grave condição cardíaca devido ao esforço de viver com um único rim, um segredo que guardei para mim.

Ele me pediu em casamento em sua cama de hospital após a cirurgia. Não houve anel, nem romance. Apenas um silencioso: "Case-se comigo, Eva. É a única forma de eu poder te pagar."

Eu me iludi pensando que sua gratidão um dia se transformaria em amor. Acreditei que meu sacrifício significaria algo.

Eu fui uma tola.

A dor no meu peito era aguda agora, uma agonia familiar. Agarrei meu coração, minha respiração saindo em arquejos irregulares.

Meu celular tocou. Era Caio.

"Você viu, Eva?", sua voz era alegre, distante.

"Vi o quê?", sussurrei.

"Olhe pela sua janela."

Arrastei-me até a janela. No céu acima de São Paulo, uma frota de drones estava escrevendo uma mensagem com nuvens de pétalas de rosas vermelhas.

EU TE AMO EVA.

Estava nos noticiários, um espetáculo grandioso e público de um amor que não existia.

"Você gostou?", ele perguntou, esperando elogios.

Meu último pingo de esperança vacilou. "Caio", implorei, minha voz falhando. "Por favor, só venha para casa."

"Não posso agora, meu bem. Estou em uma reunião."

Então ouvi a voz dela ao fundo, uma risada leve e musical. Krystal.

"Falo com você mais tarde", ele disse rapidamente, e a linha ficou muda.

Foi isso. O corte final. O mundo escureceu nas bordas. A dor no meu peito explodiu, e eu caí no chão.

Meu coração. Estava desistindo.

Rastejei até minha bolsa, meus dedos desajeitados procurando o pequeno frasco de pílulas. As palavras do médico ecoaram em minha cabeça da minha última visita.

"Seu coração não aguenta o estresse, Eva. Seu rim restante está falhando. Você tem talvez seis meses. Um ano, se tiver sorte e evitar todo o estresse."

Estresse. Minha vida não era nada além de estresse.

Engoli as pílulas a seco, o gosto amargo um reflexo da minha vida. Tinha acabado. Tudo. A esperança, a dor, o amor.

Meus dedos, tremendo, digitaram uma última mensagem. Não para Caio. Para Krystal.

Pode ficar com ele.

Então, adicionei uma última e desesperada condição. Uma última barganha pela vida que eu havia jogado fora.

Só me deixe morrer em paz.

Continuar lendo

Outros livros de Gavin

Ver Mais
Da Noiva Indesejada à Rainha da Cidade

Da Noiva Indesejada à Rainha da Cidade

Máfia

5.0

Eu era a filha reserva da família criminosa Almeida, nascida com o único propósito de fornecer órgãos para minha irmã de ouro, Isabela. Quatro anos atrás, sob o codinome "Sete", eu cuidei de Dante Medeiros, o Don de São Paulo, até ele se recuperar em um esconderijo. Fui eu quem o amparou na escuridão. Mas Isabela roubou meu nome, meu mérito e o homem que eu amava. Agora, Dante me olhava com nada além de um nojo gélido, acreditando nas mentiras dela. Quando um letreiro de neon despencou na rua, Dante usou seu corpo para proteger Isabela, me deixando para ser esmagada sob o aço retorcido. Enquanto Isabela chorava por um arranhão em uma suíte VIP, eu jazia quebrada, ouvindo meus pais discutirem se meus rins ainda eram viáveis para a colheita. A gota d'água veio na festa de noivado deles. Quando Dante me viu usando a pulseira de pedra vulcânica que eu usara no esconderijo, ele me acusou de roubá-la de Isabela. Ele ordenou que meu pai me punisse. Levei cinquenta chibatadas nas costas enquanto Dante cobria os olhos de Isabela, protegendo-a da verdade feia. Naquela noite, o amor em meu coração finalmente morreu. Na manhã do casamento deles, entreguei a Dante uma caixa de presente contendo uma fita cassete — a única prova de que eu era a Sete. Então, assinei os papéis renegando minha família, joguei meu celular pela janela do carro e embarquei em um voo só de ida para Lisboa. Quando Dante ouvir aquela fita e perceber que se casou com um monstro, eu estarei a milhares de quilômetros de distância, para nunca mais voltar.

Contrato com o Diabo: Amor em Grilhões

Contrato com o Diabo: Amor em Grilhões

Máfia

5.0

Observei meu marido assinar os papéis que poriam fim ao nosso casamento enquanto ele trocava mensagens com a mulher que realmente amava. Ele nem sequer olhou o cabeçalho. Apenas rabiscou a assinatura afiada e irregular que já havia selado sentenças de morte para metade de São Paulo, jogou a pasta no banco do passageiro e tocou na tela do celular novamente. "Pronto", disse ele, a voz vazia de qualquer emoção. Esse era Dante Moretti. O Subchefe. Um homem que sentia o cheiro de uma mentira a quilômetros de distância, mas não conseguiu ver que sua esposa acabara de lhe entregar um decreto de anulação de casamento, disfarçado sob uma pilha de relatórios de logística banais. Por três anos, eu esfreguei o sangue de suas camisas. Eu salvei a aliança de sua família quando sua ex, Sofia, fugiu com um civil qualquer. Em troca, ele me tratava como um móvel. Ele me deixou na chuva para salvar Sofia de uma unha quebrada. Ele me deixou sozinha no meu aniversário para beber champanhe com ela em um iate. Ele até me entregou um copo de uísque — a bebida favorita dela — esquecendo que eu desprezava o gosto. Eu era apenas um tapa-buraco. Um fantasma na minha própria casa. Então, eu parei de esperar. Queimei nosso retrato de casamento na lareira, deixei minha aliança de platina nas cinzas e embarquei em um voo só de ida para Florianópolis. Pensei que finalmente estava livre. Pensei que tinha escapado da gaiola. Mas eu subestimei Dante. Quando ele finalmente abriu aquela pasta semanas depois e percebeu que havia assinado a própria anulação sem olhar, o Ceifador não aceitou a derrota. Ele virou o mundo de cabeça para baixo para me encontrar, obcecado em reivindicar a mulher que ele mesmo já havia jogado fora.

Casar com o Rival: O Desespero do Meu Ex-Marido

Casar com o Rival: O Desespero do Meu Ex-Marido

Máfia

5.0

Eu estava do lado de fora do escritório do meu marido, a esposa perfeita da máfia, apenas para ouvi-lo zombar de mim como uma "estátua de gelo" enquanto ele se divertia com sua amante, Sofia. Mas a traição ia além da infidelidade. Uma semana depois, minha sela quebrou no meio de um salto, me deixando com uma perna estraçalhada. Deitada na cama do hospital, ouvi a conversa que matou o que restava do meu amor. Meu marido, Alexandre, sabia que Sofia havia sabotado meu equipamento. Ele sabia que ela poderia ter me matado. No entanto, ele disse a seus homens para deixar para lá. Ele chamou minha experiência de quase morte de uma "lição" porque eu havia ferido o ego de sua amante. Ele me humilhou publicamente, congelando minhas contas para comprar joias de família para ela. Ele ficou parado enquanto ela ameaçava vazar nossas fitas íntimas para a imprensa. Ele destruiu minha dignidade para bancar o herói para uma mulher que ele pensava ser uma órfã indefesa. Ele não tinha ideia de que ela era uma fraude. Ele não sabia que eu havia instalado microcâmeras por toda a propriedade enquanto ele estava ocupado mimando-a. Ele não sabia que eu tinha horas de filmagens mostrando sua "inocente" Sofia dormindo com seus guardas, seus rivais e até mesmo seus funcionários, rindo de como ele era fácil de manipular. Na gala de caridade anual, na frente de toda a família do crime, Alexandre exigiu que eu pedisse desculpas a ela. Eu não implorei. Eu não chorei. Eu simplesmente conectei meu pen drive ao projetor principal e apertei o play.

Você deve gostar

SEU AMOR, SUA CONDENAÇÃO (Um Romance Erótico com um Bilionário)

SEU AMOR, SUA CONDENAÇÃO (Um Romance Erótico com um Bilionário)

Viviene
5.0

Aviso de conteúdo/sensibilidade: Esta história contém temas maduros e conteúdo explícito destinado a audiências adultas (18+), com elementos como dinâmicas BDSM, conteúdo sexual explícito, relações familiares tóxicas, violência ocasional e linguagem grosseira. Aconselha-se discrição por parte do leitor. Não é um romance leve - é intenso, cru e complicado, explorando o lado mais sombrio do desejo. ***** "Por favor, tire o vestido, Meadow." "Por quê?" "Porque seu ex está olhando", ele disse, recostando-se na cadeira. "E quero que ele perceba o que perdeu." ••••*••••*••••* Meadow Russell deveria se casar com o amor de sua vida em Las Vegas, mas, em vez disso, flagrou sua irmã gêmea com seu noivo. Um drink no bar virou dez, e um erro cometido sob efeito do álcool tornou-se realidade. A oferta de um estranho transformou-se em um contrato que ela assinou com mãos trêmulas e um anel de diamante. Alaric Ashford é o diabo em um terno Tom Ford, símbolo de elegância e poder. Um homem nascido em um império de poder e riqueza, um CEO bilionário, brutal e possessivo. Ele sofria de uma condição neurológica - não conseguia sentir nada, nem objetos, nem dor, nem mesmo o toque humano. Até que Meadow o tocou, e ele sentiu tudo. E agora ele a possuía, no papel e na cama. Ela desejava que ele a arruinasse, tomando o que ninguém mais poderia ter. E ele queria controle, obediência... vingança. Mas o que começou como um acordo lentamente se transformou em algo que Meadow nunca imaginou. Uma obsessão avassaladora, segredos que nunca deveriam vir à tona, uma ferida do passado que ameaçava destruir tudo... Alaric não compartilhava o que era dele. Nem sua empresa. Nem sua esposa. E definitivamente nem sua vingança.

Capítulo
Ler agora
Baixar livro