A Vingança Dela Nasce do Manicômio

A Vingança Dela Nasce do Manicômio

Gavin

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Capítulo

Entrei na boutique de luxo na Rua Oscar Freire, e o ar-condicionado gelado arrepiou minha pele. Lá estava ela - Alice, minha irmã adotiva - passando o Cartão Black do meu marido para pagar seu vestido de noiva. Três anos atrás, ela sabotou o equipamento neonatal durante meu parto em casa, asfixiando meu filho recém-nascido. Depois, disse a todos que eu era uma viciada em drogas que matou o próprio bebê durante uma alucinação. Meu marido, Caio, não apenas acreditou nela; ele me trancou em uma clínica psiquiátrica de segurança máxima no interior para me "consertar". Por três anos, apodreci no isolamento enquanto ela roubava minha vida, meu marido, e desfilava com uma criança que nem era dele como se fosse o herdeiro dos Ferraz. Até meus pais ficaram do lado dela, protegendo a imagem da família em vez da sanidade da própria filha. Eles acham que ainda sou a socialite frágil que desmoronaria sob a manipulação psicológica deles. Eles acham que estou aqui para implorar perdão. Tirei um pen drive prateado da minha bolsa e dei um passo para a luz. "Comprando vestido de noiva, Alice?" sussurrei, minha voz cortando a risada dela. "Espero que combine com o laudo forense provando que você assassinou meu filho." O jogo acabou, Caio. Não estou aqui para reconciliação. Estou aqui para reduzir seu império a cinzas.

Capítulo 1

Entrei na boutique de luxo na Rua Oscar Freire, e o ar-condicionado gelado arrepiou minha pele.

Lá estava ela - Alice, minha irmã adotiva - passando o Cartão Black do meu marido para pagar seu vestido de noiva.

Três anos atrás, ela sabotou o equipamento neonatal durante meu parto em casa, asfixiando meu filho recém-nascido.

Depois, disse a todos que eu era uma viciada em drogas que matou o próprio bebê durante uma alucinação.

Meu marido, Caio, não apenas acreditou nela; ele me trancou em uma clínica psiquiátrica de segurança máxima no interior para me "consertar".

Por três anos, apodreci no isolamento enquanto ela roubava minha vida, meu marido, e desfilava com uma criança que nem era dele como se fosse o herdeiro dos Ferraz.

Até meus pais ficaram do lado dela, protegendo a imagem da família em vez da sanidade da própria filha.

Eles acham que ainda sou a socialite frágil que desmoronaria sob a manipulação psicológica deles.

Eles acham que estou aqui para implorar perdão.

Tirei um pen drive prateado da minha bolsa e dei um passo para a luz.

"Comprando vestido de noiva, Alice?" sussurrei, minha voz cortando a risada dela.

"Espero que combine com o laudo forense provando que você assassinou meu filho."

O jogo acabou, Caio.

Não estou aqui para reconciliação.

Estou aqui para reduzir seu império a cinzas.

Capítulo 1

Meu retorno a São Paulo depois de três anos não foi silencioso.

Foi uma detonação calculada, cronometrada para o momento exato em que Alice Marques estaria na boutique de luxo da Oscar Freire, passando o Cartão Black de Caio Ferraz.

O mundo precisava vê-la. Eles precisavam me ver.

Desci do carro preto blindado, a pulsação da cidade batendo num ritmo familiar e frenético contra minha pele.

Três anos em uma clínica psiquiátrica de segurança máxima haviam arrancado minha suavidade, deixando apenas arestas cortantes.

Meu vestido de grife, um verde esmeralda afiado que contrastava com minha pele pálida e olhos escuros, parecia uma armadura.

A equipe de Jonas cuidou de cada detalhe, do cabelo perfeitamente penteado ao ponto eletrônico sutil, quase imperceptível em meu ouvido.

A boutique era uma gaiola dourada de alta costura, silenciosa e exclusiva.

Alice, uma visão de falsa inocência em uma cascata de renda marfim, virou-se de um espelho de três faces, sua risada tilintando como vidro quebrado.

Era minha deixa.

"Alice."

Minha voz, embora suave, cortou o ar como uma lâmina.

Os olhos dela, grandes e azuis, cravaram-se nos meus.

Reconhecimento, depois um lampejo de puro terror, retorceu suas feições de porcelana.

Ela apertou o vestido de noiva contra o peito, como se eu pudesse arrancá-lo dela.

As vendedoras, treinadas para a discrição, congelaram.

"Camila? O que você está fazendo aqui?" A voz dela era um sussurro trêmulo, perfeitamente afinada para parecer frágil.

Ignorei a pergunta.

"Comprando um vestido de noiva, vejo."

Meu olhar varreu o tecido opulento, depois voltou para o rosto dela, desprovido de qualquer calor.

"Suponho que, depois de três anos, se espere um guarda-roupa novo para a nova Sra. Ferraz."

As palavras pairaram no ar, frias e afiadas.

As vendedoras trocaram olhares nervosos.

As outras clientes, inicialmente incomodadas pela intrusão, agora se inclinavam, a curiosidade aguçada.

Sussurros começaram, um zumbido baixo de fofoca.

Nesse momento, um menino pequeno, de não mais que dois anos, saiu cambaleando de trás de uma arara de vestidos de festa.

Seu cabelo tinha a cor de folhas de outono, seus olhos um tom surpreendente de azul.

O filho de Alice. Aquele que ela exibia por São Paulo, o suposto herdeiro do legado Ferraz.

Ele olhou para mim, depois para Alice, o rosto sem compreender nada.

Ele estendeu a mão para Alice, uma acusação silenciosa em sua inocência.

Alice o pegou no colo, pressionando-o contra o lado do corpo como um escudo.

"Fique longe de nós, Camila! Você não está bem. Você não deveria estar aqui."

A voz dela subiu, um tremor de medo ensaiado.

"Ela é instável! Ela me atacou antes!"

Os murmúrios se intensificaram.

As pessoas estavam pegando seus celulares, tirando fotos, gravando trechos.

Era exatamente o que eu queria. Um palco público, uma plateia.

Eu a observei, um fantasma da antiga Camila, a socialite de fala mansa que teria desmoronado sob tal acusação.

Mas aquela Camila se foi, enterrada sob o peso de três anos no inferno.

Ela estava se fazendo de vítima, como sempre.

Pintando-me como a ex-esposa louca, recém-fugida do manicômio.

Era o roteiro padrão dela, aquele que Caio e meus próprios pais a ajudaram a escrever.

Mas eu havia reescrito o final.

"Instável?" Deixei um sorriso pequeno e sem alegria tocar meus lábios.

"É assim que estamos chamando agora, Alice? Ou é simplesmente inconveniente que eu tenha lembrado onde o Cartão Black do Caio estava escondido? Assim como lembrei que você convenientemente 'esqueceu' de pagar a conta do equipamento médico da clínica particular quando nosso filho estava nascendo."

O ar parou.

As vendedoras arfaram.

O rosto de Alice, geralmente tão composto, fraturou.

Seus olhos disparavam descontroladamente, o aperto na criança aumentando.

Uma veia pulsava em sua têmpora. Ela parecia um animal encurralado.

"Do que você está falando?" ela gaguejou, a voz fina e estridente.

O tremor ensaiado sumiu, substituído por pânico genuíno.

Tirei um pequeno pen drive prateado da minha bolsa. Sua superfície brilhava sob os holofotes da boutique.

"Isto, Alice," eu disse, erguendo-o, "é uma cópia das faturas não pagas da clínica. Aquelas do equipamento de ressuscitação neonatal que 'falhou' durante meu parto em casa."

Minha voz caiu para um sussurro arrepiante.

"E o laudo forense que mostra que o equipamento foi sabotado antes de chegar à minha cabeceira."

O rosto de Alice perdeu toda a cor.

A criança em seus braços choramingou, sentindo a mudança repentina na atmosfera.

A boca dela se abriu, mas nenhum som saiu.

Ela parecia menos uma filantropa frágil agora e mais uma cobra encurralada.

A multidão, inicialmente simpática a ela, agora zumbia com uma energia diferente - uma curiosidade faminta e julgadora.

Nesse momento, uma voz forte e ressonante cortou o caos.

"O que diabos está acontecendo aqui?"

Caio.

Ele entrou na boutique, seu terno sob medida exalando poder e intimidação.

Seus olhos, do mesmo azul penetrante que um dia me atraiu, agora estavam afiados de fúria.

Ele viu Alice, pálida e tremendo com a criança, então seu olhar pousou em mim, frio e condenatório.

A visão dele, ainda tão bonito, tão imponente, enviou uma dor familiar pelo meu peito, rapidamente seguida por uma onda de gelo derretido.

Ele foi direto para Alice, puxando-a protetoramente para seus braços.

Acariciou o cabelo dela, o toque gentil, tranquilizador.

"Você está bem, querida? O que ela fez?"

A voz dele, geralmente tão controlada, estava carregada de preocupação.

Era uma preocupação que ele nunca mostrara por mim, nem quando eu estava quebrando, nem quando eu estava implorando.

Meu estômago revirou.

Quinze anos de devoção, apagados num instante por essa mulher, essa mentira.

Eu o vi mimar ela, mimar a criança, a criança que ele acreditava ser seu herdeiro.

A ironia tinha um gosto amargo na minha boca.

Ele era o CEO das Empresas Ferraz, um homem que acreditava em linhagens ancestrais, em legado.

Ele acreditava que Alice era seu verdadeiro amor, sua salvadora.

Ele acreditava que ela lhe dera um filho.

A atenção da multidão mudou, agora totalmente cativada pelo quadro dramático: a "noiva" perturbada, o "herói" protetor e a "louca" que ousou perturbar o mundo perfeito deles.

Celulares eram erguidos mais alto, gravando cada respiração tensa.

O olhar de Caio, agora fixo em mim, era uma arma.

"Camila," ele disse, a voz baixa, perigosa. "Esqueceu seu tratamento tão cedo? Está tentando provar a todos que ainda pertence a um quarto acolchoado?"

Ele usava sua riqueza, a influência de sua família, contra mim, exatamente como sempre fez.

Alegando que eu era mentalmente instável, tentando desacreditar minhas palavras antes mesmo que pudessem se formar completamente.

Era manipulação pura e arrepiante, uma tática que eu conhecia intimamente. Era o ar que respirei por anos.

"Pertencer a um quarto acolchoado?" ecoei, minha voz plana, desprovida de emoção.

"Não, Caio. Lembro muito bem do meu tratamento. Três anos dele. Tempo suficiente para ter muita, muita clareza sobre quem pertence aonde."

Meus olhos piscaram para Alice, que agora escondia o rosto no ombro de Caio, seus soluços suaves uma performance para as câmeras.

O menininho nos braços dela olhou do rosto manchado de lágrimas dela para o meu rosto impassível.

Ele apontou um dedo pequeno para mim.

"Moça má!" ele gritou, a voz surpreendentemente alta na boutique silenciosa. "Não machuca a mamãe!"

Alice o apertou mais, um triunfo silencioso em seus olhos.

"Viu? Até o Leo sabe," ela sussurrou, a voz embargada por lágrimas fabricadas.

Senti uma pontada súbita e aguda, uma sensação que pensei ter enterrado.

A inocência daquela criança, usada como peão no jogo cruel dela.

Meu próprio filho, meu menininho, teria a idade dele agora.

Mas Alice garantiu que ele nunca respirasse.

O aperto de Caio em Alice aumentou.

Ele me fuzilou com o olhar, o rosto uma máscara de fúria fria.

"Camila, estou te avisando. Saia agora. Volte para onde quer que Jonas Carvalho tenha te desenterrado. Caso contrário, garantirei que você se arrependa disso, cada segundo."

Ele puxou Alice e a criança para mais perto, uma mensagem clara de proteção e posse.

A dinâmica de poder era gritante, brutal. Ele acreditava que ainda tinha todas as cartas.

Uma risada amarga escapou dos meus lábios. Era um som que eu não fazia há anos, algo cru e quebrado.

"Arrepender?"

Minha voz era apenas um sussurro, mas carregava uma intensidade que fez a multidão se inclinar ainda mais.

"Você quer falar sobre arrependimento, Caio? Eu me arrependo de quinze anos. De cada um deles."

Meus olhos queimaram nos dele, um apelo final e desesperado para que ele visse além da manipulação, para lembrar da garota que o amara incondicionalmente.

Mas ele apenas olhou de volta, o rosto duro, inflexível.

O homem que eu amei tinha realmente desaparecido, substituído por esse estranho frio e arrogante.

"Eu me arrependo de ter amado você," declarei, minha voz ganhando força, cada palavra uma pedra caindo em um poço profundo e escuro.

"Nós acabamos. E não vou sair até que você entenda isso."

O rosto dele se contorceu, um lampejo de algo que não consegui decifrar - surpresa? Irritação?

Ele não acreditava em mim. Não podia.

Ele achava que eu ainda era a mulher fraca e dependente que ele trancafiou.

"Não seja dramática, Camila. Isso é só mais um dos seus shows para chamar atenção. Não vai funcionar. Nós dois sabemos que você ainda me quer. Sempre quis."

Ele estendeu a mão, movendo-se em minha direção, uma tentativa sutil de me guiar fisicamente para longe, de me conter sutilmente como se eu fosse uma criança fazendo birra.

Era o movimento característico dele, a contenção gentil disfarçada de preocupação, projetada para me fazer sentir irracional e fora de controle.

Mas eu me esquivei, meu movimento fluido, praticado.

Respirei fundo, deixando a determinação gélida inundar minhas veias.

Isso não era mais sobre amor. Era sobre justiça.

"Não, Caio. Isso não é um show. Isso é um anúncio."

Meus olhos, secos e afiados, encontraram os dele.

"Eu quero a anulação. Agora."

Minha voz era firme, inabalável.

Uma onda percorreu a multidão. Uma anulação, não apenas um divórcio. Implicava que o casamento nunca foi válido, um rompimento mais profundo.

Alice, ainda agarrada a Caio, levantou a cabeça. Um sorriso cruel tocou seus lábios.

"Ela só está com ciúmes, Caio. Ela sabe que este é o nosso momento. Ela está desesperada."

Ela olhou para a multidão, seu olhar inocente apelando para a compreensão deles.

"Ela sempre foi um pouco instável, sabem. Coitadinha. É tão triste."

A voz dela pingava falsa piedade, insinuando meu uso fabricado de drogas e o colapso mental que levou ao manicômio.

Aquele era o padrão. A manipulação, as dicas sutis de que eu era o problema.

Os mesmos sussurros que levaram ao meu confinamento, à morte do meu filho sendo culpada em mim.

Vi a armadilha, a teia familiar de manipulação que ela estava tecendo novamente.

Mas desta vez, eu não cairia.

Uma única lágrima, fria e precisa, escapou do meu olho e traçou um caminho pela minha bochecha.

Não era uma lágrima de tristeza por mim mesma, mas uma performance, uma arma cuidadosamente implantada.

Deixei meus ombros caírem, apenas um pouco, meu olhar fixo em Caio.

"É nisso que você acredita, Caio? Que eu sou apenas 'triste'?"

Minha voz, embora suave, estava carregada com uma ponta quase imperceptível de dor crua.

"Depois de tudo... depois que você me trancou, depois que deixou ela contar para todo mundo... depois que nosso filho morreu, e você simplesmente acreditou nela."

Minha voz quebrou, uma falha cuidadosamente fabricada que soou totalmente genuína.

"Você me culpou."

A lágrima brilhou, refletindo as luzes da boutique.

A multidão silenciou.

Seus murmúrios mudaram de especulação para simpatia, seus olhares suavizando em minha direção, endurecendo em direção a Alice e Caio.

Eles viram a dor, a traição, não a "mulher instável" que Alice queria que vissem.

Alice, vendo a mudança na percepção pública, entrou em pânico.

"Não é verdade! Ela está mentindo! Ela sempre foi manipuladora, Caio, você sabe disso! Ela é doente!"

Ela se virou para Caio, os olhos arregalados de desespero.

"Diga a eles, Caio! Diga a eles que ela é louca!"

Caio, preso entre minha vulnerabilidade cuidadosamente orquestrada e a histeria crescente de Alice, visivelmente endureceu.

Seu maxilar trincou.

Ele examinou a multidão, depois a mim, sua expressão ilegível por um momento.

A opinião pública, o nome Ferraz, importava para ele acima de tudo.

Ele não podia arcar com um escândalo público, não agora, não quando estava prestes a cimentar seu legado.

Ele deu um passo em minha direção, a mão estendida, não em conforto, mas em uma demonstração de controle.

"Camila, pare com isso. Agora."

A voz dele era baixa, ameaçadora, uma ordem clara.

Sem esperar minha resposta, ele agarrou meu braço, os dedos cravando na minha carne com força surpreendente.

"Nós vamos embora. Você e eu. Vamos conversar. Neste instante."

Ele começou a me puxar em direção à saída, o rosto uma nuvem de tempestade.

Não resisti.

Deixei meu corpo ficar mole por um momento, fazendo parecer que ele estava arrastando uma mulher frágil e quebrada.

Mas enquanto ele me puxava, meus olhos encontraram os dele, um desafio silencioso e cúmplice.

Uma faísca de fogo frio passou entre nós.

Ele achava que estava no controle. Estava errado.

"Caio, por favor," sussurrei, alto o suficiente para os repórteres próximos captarem. "Apenas... por favor, me diga. É verdade? Foi tudo uma mentira?"

Minha voz estava espessa com um desgosto fingido, jogando diretamente na narrativa da esposa injustiçada.

Ele parou, um lampejo de algo, talvez culpa, talvez aborrecimento, cruzando seu rosto.

Mas antes que pudesse responder, Alice soltou um grito agudo atrás de nós.

"Leo! Meu bebê! Ele está engasgando!"

A cabeça de Caio virou bruscamente.

Ele soltou meu braço imediatamente, o rosto empalidecendo enquanto corria de volta para Alice, que agora embalava a criança, o pequeno corpo convulsionando em seus braços.

A criança estava de fato tossindo, o rosto ficando de um tom alarmante de vermelho.

A cena desceu ao caos instantâneo.

Vendedoras gritavam por ajuda, outros clientes se dispersavam, e Alice gemia: "Ele precisa de um médico! Ele está doente! É culpa dela, Caio! Ela o perturbou!"

Observei Caio, o rosto retorcido de medo e pânico genuínos enquanto tentava cuidar da criança.

Seu "complexo de salvador" entrou em ação, a todo vapor.

Ele era um homem que precisava consertar as coisas, controlar, resgatar.

E Alice, sociopata e manipuladora como era, sabia exatamente como acionar isso.

Meu coração, que momentos atrás ansiava por um lampejo de reconhecimento, agora parecia um pedaço de gelo.

Ele nunca olhou para trás, para mim, a mulher que um dia jurou proteger, a mãe de seu filho falecido.

Seu universo inteiro girava em torno de Alice e da criança que ele acreditava ser dele.

Não. Não dele. Nunca dele.

O pensamento foi um conforto frio e duro. Solidificou minha determinação.

Eu o amara tanto que a validação dele era minha autoestima. Isso quase me destruiu.

Mas os anos de isolamento, a introspecção forçada, o processo lento e agonizante de me reconstruir, me mostraram a verdade.

Meu valor nunca dependeu dele.

Foi uma lição cruel, aprendida nas sombras e no desespero, mas era minha. E era irreversível.

Ele era um homem quebrado, agarrado a um sonho quebrado, manipulado por um monstro.

E eu, Camila Rodrigues, era a arquiteta de sua ruína iminente.

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