Eu era a herdeira da Agrosul, mas vivia como uma sombra ao lado do meu noivo, Ricardo. Ele, o CEO, me pedia para ser discreta, para não "atrapalhar" sua imagem. Em um evento de caridade, a humilhação foi pública. Ele posou para as câmeras como uma "família perfeita" ao lado da minha prima, Carina, e do filho dela. A noite se tornou um pesadelo quando o filho de Carina agrediu meu irmão vulnerável, Álvaro, que acabou no hospital com costelas quebradas. Ricardo, em vez de defender Álvaro, defendeu o menino. "Não seja tão dramática, Heloísa. Crianças brigam", ele disse com desprezo, antes de me empurrar no chão na frente de todos. Fui chamada de louca e histérica enquanto o sangue escorria pelo meu rosto, e todos ao redor filmavam minha desgraça. O que ele não sabia era que eu era a verdadeira presidente da Agrosul. E enquanto ele ria, meu advogado entrou no salão com os papéis que iriam tirar tudo dele: o cargo, o dinheiro e a dignidade. A vingança estava apenas começando.
Eu era a herdeira da Agrosul, mas vivia como uma sombra ao lado do meu noivo, Ricardo. Ele, o CEO, me pedia para ser discreta, para não "atrapalhar" sua imagem.
Em um evento de caridade, a humilhação foi pública. Ele posou para as câmeras como uma "família perfeita" ao lado da minha prima, Carina, e do filho dela.
A noite se tornou um pesadelo quando o filho de Carina agrediu meu irmão vulnerável, Álvaro, que acabou no hospital com costelas quebradas.
Ricardo, em vez de defender Álvaro, defendeu o menino.
"Não seja tão dramática, Heloísa. Crianças brigam", ele disse com desprezo, antes de me empurrar no chão na frente de todos.
Fui chamada de louca e histérica enquanto o sangue escorria pelo meu rosto, e todos ao redor filmavam minha desgraça.
O que ele não sabia era que eu era a verdadeira presidente da Agrosul. E enquanto ele ria, meu advogado entrou no salão com os papéis que iriam tirar tudo dele: o cargo, o dinheiro e a dignidade. A vingança estava apenas começando.
Capítulo 1
Heloísa Caldeira POV:
A dor de ser vista como um fantasma, uma sombra ao lado do meu próprio noivo, era uma ferida aberta. Ricardo estava no centro do salão de eventos da Agrosul, um sorriso perfeito moldado para as câmeras, mas não para mim. Meus olhos seguiram cada movimento dele. Ele estava com Carina, minha prima, e o filho dela, Kevin. Uma imagem de "família perfeita" que não incluía a mim, muito menos Álvaro.
Ricardo havia me dito que aquele evento de caridade era crucial para a imagem da Agrosul.
Ele precisava "representar" com a família, e eu, como herdeira majoritária, deveria estar ao lado dele. Mas ele me manteve à distância. Ele me pediu para ser discreta.
"Heloísa, querida, você sabe como são esses eventos. Preciso criar uma imagem de acessibilidade, de que estou presente na comunidade. Com Álvaro... bem, ele pode ser um pouco... imprevisível, não é?"
Ele usou um tom de voz que me fez sentir um nó na garganta.
Um tom que transformava a condição do meu irmão em um fardo, uma vergonha a ser escondida.
Álvaro estava ali, no canto, tentando montar um quebra-cabeça que eu mesma havia trazido para ele. Seu sorriso ingênuo era a única luz verdadeira naquele salão hipócrita. Minha missão era protegê-lo, sempre.
Ricardo ria com Carina, um riso alto demais. Kevin, o filho de Carina, se pendurava no pescoço de Ricardo.
"Papai Ricardo é o melhor! Ele me prometeu aquele novo helicóptero de brinquedo!" Kevin exclamou, alto o suficiente para que vários convidados ouvissem.
Ricardo apenas bagunçou os cabelos de Kevin, complacente.
Meu estômago embrulhou. Papai Ricardo?
Ele nunca havia mostrado tanto afeto por Álvaro.
Um pavor frio começou a se espalhar pelo meu peito.
Caminhei em direção a eles, meus saltos altos batendo no chão de mármore, o som ecoando em meus ouvidos como um tambor de guerra. Ricardo me viu se aproximando e seu sorriso vacilou, apenas por um instante, antes de ele se recompor.
"Heloísa, querida! Que surpresa! Pensei que estivesse com Álvaro," ele disse, com uma falsa cordialidade que me fez querer vomitar.
Carina se virou, um sorriso doce e falso estampado no rosto.
"Heloísa! Que bom que se juntou a nós. Ricardo estava sendo tão atencioso com Kevin, ele é um amor com crianças." Ela lançou um olhar significativo para mim, como se dissesse: "Algo que você não é."
Meus olhos encontraram os de Ricardo. Ele desviou o olhar.
"Não é surpresa alguma, Ricardo. Eu sou sua noiva. E Álvaro é meu irmão. Achei que deveríamos estar juntos." Minha voz saiu mais fria do que eu esperava.
Kevin, que ainda estava abraçado à perna de Ricardo, me olhou com uma curiosidade atrevida.
"Você é a moça esquisita que o Papai Ricardo disse que não se importava comigo?" A voz infantil soou inocente, mas as palavras eram uma adaga.
O sorriso de Ricardo congelou. Carina empalideceu.
Minha respiração ficou presa na garganta.
"Kevin, querido, não diga bobagens," Carina tentou intervir, mas era tarde demais.
Meus olhos se fixaram em Ricardo. Eu não precisava de explicações. A verdade, nua e crua, estava ali. Ele me traíra, não apenas com Carina, mas em seu coração, na frente de todos.
Ricardo, recuperando a compostura, tentou minimizar.
"Heloísa, por favor. Não crie uma cena. Kevin é apenas uma criança. Você sabe que amo Álvaro como um irmão."
A fúria subiu à minha garganta. Amar Álvaro como um irmão? Ele mal o olhava!
"Ah, sim, Ricardo. Amas Álvaro como um irmão? Onde está esse amor quando ele te procura, quando precisa de você?" Minha voz subiu um tom, atraindo olhares.
Carina interveio, sua voz um pouco mais estridente.
"Heloísa, não seja tão dura! Ricardo tem tantas responsabilidades na empresa! Ele está fazendo um trabalho maravilhoso!" Ela me ignorou e se virou para Ricardo, com um sorriso de admiração. "Não é, Ricardo? Todos estão elogiando sua gestão."
Ricardo inchou o peito, a raiva momentânea substituída pelo orgulho. Ele me lançou um olhar de desdém.
"Heloísa, sua histeria está prejudicando a imagem que estamos tentando construir. Você está sendo irracional. Álvaro é um adulto, ele pode se virar."
Minha cabeça começou a pulsar. Irracional. Histeria.
Ele sempre usava essas palavras quando queria me diminuir, me controlar.
Mas a palavra "adulto" para Álvaro me quebrou. Ele era um homem, mas com a mente de uma criança. Ele não podia se virar. Ele precisava de mim.
"Você não se importa com Álvaro. Você nunca se importou!" As palavras saíram como um rugido, mas quase inaudíveis em meio à minha fúria.
Ricardo deu um passo à frente, seu rosto contorcido.
"Cuidado com o que você diz, Heloísa. Suas ações têm consequências. E você não quer que as pessoas saibam dos seus... problemas, não é?" Sua voz baixou, tornando a ameaça mais sinistra. "Principalmente quando se trata de quem você ama."
Ele piscou, um aviso claro de que Álvaro era o alvo.
Meu sangue gelou. A ameaça não era para mim, mas para o meu irmão.
Álvaro, que estava a alguns metros, olhou para nós com os olhos arregalados, a confusão e o medo estampados em seu rosto. Ele havia ouvido seu nome. Ele havia sentido a tensão.
Corri até ele, abraçando-o. Seu corpo tremia.
"Não se preocupe, meu amor. A irmã está aqui. Ninguém vai te machucar," sussurrei em seu cabelo, meus olhos fixos em Ricardo.
Eu podia sentir os olhares dos outros convidados, os sussurros. Eu estava sendo humilhada, feita de louca. Mas, naquele momento, a única coisa que importava era Álvaro.
Ricardo, vendo a plateia, recompôs-se rapidamente, um sorriso suave no rosto.
"Heloísa, querida, não há necessidade de drama. Apenas um mal-entendido. Volte para o seu irmão, e eu continuarei a socializar."
Ele se virou para Carina e Kevin, que o seguraram como se fossem sua verdadeira família.
Meu coração parecia feito de pedra, mas uma chama perigosa acendeu dentro de mim. O jogo de ser discreta, de agir nos bastidores, havia acabado.
Ele havia tocado no meu ponto mais vulnerável.
E ele pagaria por isso.
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