Meu Casamento: Um Milhão de Mentiras

Meu Casamento: Um Milhão de Mentiras

Gavin

5.0
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Capítulo

Meu casamento com o gélido magnata paulistano, Enzo Almeida, deveria ser uma história de amor impossível. Eu era a artista rebelde que o perseguiu por continentes, acreditando ter encontrado minha alma gêmea. Então, ouvi uma conversa que despedaçou tudo. Nosso casamento de três anos era uma mentira, uma farsa arquitetada para proteger sua frágil cunhada, Kiara. Eu era apenas o "para-raios", forte o suficiente para aguentar os golpes destinados a ela. A pior parte? Ele havia feito uma vasectomia em segredo, deixando-me suportar o desprezo de sua família por ser "estéril", enquanto ele sabia da verdade o tempo todo. Tudo se encaixou: as humilhações públicas, os crimes financeiros forjados, os "acidentes" que me deixaram com cicatrizes. Eles me quebraram sistematicamente, forçando-me a doar um pedaço da minha própria pele para curar Kiara e encenando um acidente de carro que me levou para a prisão. A justificativa de Enzo era sempre a mesma: "Kiara é delicada. Não como você." Ele achava que eu era forte o suficiente para aguentar, que minha rebeldia era uma ferramenta que ele podia usar. Ele me exilou, pensando que eu estava quebrada e esquecida. Ele estava errado. Eu me reinventei como a célebre artista 'Cotovia'. E quando ele voltou rastejando, implorando por perdão em um palco global, eu soube que meu momento havia chegado. Minha vingança seria uma obra-prima.

Capítulo 1

Meu casamento com o gélido magnata paulistano, Enzo Almeida, deveria ser uma história de amor impossível. Eu era a artista rebelde que o perseguiu por continentes, acreditando ter encontrado minha alma gêmea.

Então, ouvi uma conversa que despedaçou tudo. Nosso casamento de três anos era uma mentira, uma farsa arquitetada para proteger sua frágil cunhada, Kiara. Eu era apenas o "para-raios", forte o suficiente para aguentar os golpes destinados a ela.

A pior parte? Ele havia feito uma vasectomia em segredo, deixando-me suportar o desprezo de sua família por ser "estéril", enquanto ele sabia da verdade o tempo todo.

Tudo se encaixou: as humilhações públicas, os crimes financeiros forjados, os "acidentes" que me deixaram com cicatrizes. Eles me quebraram sistematicamente, forçando-me a doar um pedaço da minha própria pele para curar Kiara e encenando um acidente de carro que me levou para a prisão.

A justificativa de Enzo era sempre a mesma: "Kiara é delicada. Não como você." Ele achava que eu era forte o suficiente para aguentar, que minha rebeldia era uma ferramenta que ele podia usar.

Ele me exilou, pensando que eu estava quebrada e esquecida. Ele estava errado. Eu me reinventei como a célebre artista 'Cotovia'. E quando ele voltou rastejando, implorando por perdão em um palco global, eu soube que meu momento havia chegado. Minha vingança seria uma obra-prima.

Capítulo 1

Ponto de Vista de Clarice Viana:

"Nosso casamento foi um para-raios, Clarice. Você sempre foi destinada a levar os golpes, não a proteger os vulneráveis." A voz de Enzo, fria e precisa, cortou os últimos vestígios da minha esperança como um bisturi.

Tentei dizer a mim mesma que ele estava mentindo. Eu queria negar, me agarrar à história de amor fabricada onde ele era meu herói e eu, sua artista vibrante e rebelde, o havia perseguido por continentes. Mas as palavras pairavam no ar, densas e sufocantes, muito mais pesadas que o verão úmido de São Paulo.

Três anos. Três anos acreditando que eu havia encontrado meu amor impossível com o disciplinado e frio magnata paulistano, Enzo Almeida. Três anos navegando por sua família antiga e tradicional, uma gaiola dourada na qual eu entrei de bom grado, pensando que era o preço da verdadeira paixão. Eu me apaixonei profundamente, completamente, quando ele me salvou de um assalto, um ato que pareceu destino. Agora, a verdade amarga cobria minha língua, com gosto de cinzas e traição.

Enzo, o homem que havia prometido a eternidade, o homem cujo toque eu desejava como o ar, estava diante de mim, seu rosto uma máscara de sua habitual compostura controlada. Mas desta vez, eu vi de forma diferente. Não era disciplina; era cálculo. Não era frieza; era um muro construído especificamente para me manter do lado de fora.

Eu era a artista vibrante e rebelde de uma família rica do Rio de Janeiro. Ele era o CEO do Grupo Almeida, dinheiro antigo, regras antigas. Nossos mundos deveriam colidir e criar algo belo, algo novo. Em vez disso, eles foram meramente explorados.

Meus primeiros dias em seu mundo foram uma batalha constante. Pintei um mural em uma parede branca imaculada em nossa mansão em Campos do Jordão, uma explosão de cor e caos que espelhava minha alma. A mãe de Enzo, Elisa, recuou, seus lábios se afinando em uma linha pálida. "As mulheres Almeida mantêm a tradição, Clarice, não a... desfiguram." Eu zombei, procurando o apoio de Enzo, mas ele apenas deu um sorriso contido, quase imperceptível. Pensei que era diversão, um segredo compartilhado entre nós contra sua família rígida. Agora, eu sabia que era aprovação pelo meu papel como sua rebelde designada.

Depois vieram minhas tentativas de introduzir arte moderna no baile de caridade anual da família, um movimento que pensei que mostraria minha paixão e traria uma nova perspectiva. Elisa interveio, cancelando meus arranjos de última hora, substituindo-os por esculturas clássicas empoeiradas. "É assim que fazemos as coisas", ela declarou, sua voz tão inflexível quanto granito. Eu revidei, em voz alta e publicamente, causando uma cena que Enzo habilmente contornou. Ele colocou um braço ao meu redor, sussurrando palavras apaziguadoras, mas seus olhos, percebi agora, estavam varrendo a sala, avaliando o dano que eu havia absorvido.

A ferida mais profunda, no entanto, era a pressão constante por um herdeiro. A família de Enzo, obcecada por legado e linhagens "apropriadas", nos perseguiu desde o dia do nosso casamento. Eu me irritei com suas expectativas, defendendo a escolha, nosso próprio tempo. Enzo sempre pareceu ficar do meu lado, desviando de suas perguntas com respostas vagas, um aperto gentil em minha mão. Pensei que ele estava me protegendo de suas exigências arcaicas.

O ponto de ruptura veio semanas atrás, uma discussão acalorada com Elisa sobre minha suposta "falha" em conceber. Ela insinuou que minhas atividades artísticas eram frívolas, me distraindo de meus deveres de esposa. Eu explodi, minha voz ecoando pela mansão silenciosa, declarando que meu corpo era meu, minhas escolhas eram minhas. Enzo entrou então, seu rosto indecifrável. Eu esperava sua diplomacia calma de sempre, ou talvez até um raro momento de apoio genuíno. Em vez disso, seu olhar estava distante, quase calculista.

Suas próximas palavras, ditas suavemente em nosso quarto, foram como um soco no estômago. "Sabe, Clarice, às vezes você é demais. Barulhenta demais, desafiadora demais."

Eu o encarei, meu fôlego preso na garganta. Este era o homem que eu amava, o homem que eu persegui, o homem em quem eu acreditava. Ele estava criticando minha própria essência, o fogo que ele uma vez alegou adorar. Meu espírito, antes tão brilhante, parecia uma vela apagada por uma rajada de vento súbita e fria.

Não foram apenas suas palavras. Foi o completo descaso com meus sentimentos, as dicas sutis de que minha dor era um inconveniente. Foi a maneira como ele me deixou ser humilhada, a maneira como ele permitiu que eu fosse incriminada por crimes que não cometi, tudo isso enquanto ficava em silêncio. Todas as vezes, eu racionalizei, convencida de que ele estava secretamente do meu lado, que ele eventualmente me tiraria de seu aperto sufocante.

Mas agora, de pé na opulenta, porém estéril, sala de estar da cobertura de sua família em São Paulo, a verdade estava nua e crua. Eu tinha ouvido uma conversa sem querer, uma troca de sussurros entre Enzo e o advogado de sua família. Meu coração batia um ritmo frenético contra minhas costelas enquanto eu pressionava meu ouvido mais perto da pesada porta de mogno.

"Ela cumpriu seu propósito, Enzo. Três anos é tempo suficiente para desviar a atenção deles de Kiara. Agora, precisamos finalizar a estrutura para o eventual divórcio", o advogado declarou, sua voz baixa, mas clara.

Kiara? Meu propósito? As palavras giraram na minha cabeça, uma percepção vertiginosa e doentia.

A resposta de Enzo foi ainda pior. "Clarice sempre foi forte o suficiente para aguentar. Ela prospera no desafio. Kiara, por outro lado... ela precisa de proteção."

Meu sangue gelou. Forte o suficiente para aguentar? Prospera no desafio? Era só isso que eu era para ele? Um escudo? Um peão em seu drama familiar distorcido?

Então o advogado continuou: "E a vasectomia? Ainda firme, presumo? Sem complicações bagunçadas de herdeiros?"

O mundo girou em seu eixo. Uma vasectomia. Enzo havia feito uma vasectomia em segredo. Todos aqueles anos de anseio por um filho, de me sentir inadequada sob os olhos atentos da família, de lágrimas silenciosas derramadas no silêncio estéril de nosso quarto. Ele sabia. Ele sabia e me deixou acreditar que a culpa era minha, que meu corpo estava nos falhando.

Meu fôlego engasgou, um suspiro agudo e irregular. Meus joelhos pareciam fracos, ameaçando ceder. Isso não era apenas traição; era uma profanação calculada e hedionda de tudo que eu pensei que tínhamos.

Eu cambaleei para trás, minha mente girando, minha visão embaçada. Os padrões ornamentados no tapete persa pareciam se contorcer, zombando de minhas ilusões despedaçadas. Meu amor por Enzo, antes um inferno ardente, esfriou instantaneamente, solidificando-se em um bloco de gelo no meu peito. Não era apenas gelo; era uma lâmina fria e afiada, pronta para esculpir um novo caminho.

Eu ansiava que ele negasse, que me olhasse com ternura, que me dissesse que tudo era um terrível mal-entendido. Mas enquanto eu o observava, seu olhar ainda impassível, eu soube. Não havia negação, apenas uma confirmação arrepiante.

Seu olhar piscou para o meu rosto, depois se desviou, desdenhoso. Ele nem tinha me visto até aquele momento, tão consumido estava por sua conversa insensível. Seus olhos, desprovidos de qualquer calor, de qualquer arrependimento por minha dor, cimentaram a verdade. Eu era uma ferramenta, um meio para um fim.

Meu coração não se partiu; ele se estilhaçou em um milhão de fragmentos afiados, cada um deles uma arma. A ingenuidade que eu carregava, acreditando em nosso amor fabricado, se dissolveu, substituída por um gosto metálico e ardente de vingança. Meu rosto, meus músculos, tornaram-se pedra. Meus olhos, antes brilhantes de amor, agora continham um brilho perigoso e arrepiante. Ele me usou. Ele me quebrou. E agora, ele pagaria. Cada abuso psicológico, cada humilhação pública, cada falsa acusação - eu retribuiria mil vezes mais.

Eu o faria se arrepender do dia em que pensou que eu era "forte o suficiente para aguentar".

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