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Meu mercenário- Livro 4

Meu mercenário- Livro 4

renata medeirosM

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21
Capítulo

Continuo escondido atrás da sombra nebulosa do prédio que fica no beco. Inverno, em Paris, definitivamente não gosto do frio. Junto as mãos aproximando da boca para soprá-las. Encosto na pilastra, observando os casais supostamente apaixonados. Mãos dadas, abraçados, sorrindo com olhares carinhosos. Diria que é patético, mas como estamos em uma das cidades mais românticas do mundo “Vivre l'amour.’’ Aguardo o homem para matá-lo. É, meu caro amigo, não é nada pessoal, mas fazer lua de mel com a amante mais jovem que sua esposa, não foi uma boa ideia. Os homens não têm noção de como uma mulher traída, e pior, por uma mais jovem, pode se tornar perigosa e vingativa. Esse ano é o quarto trabalho que aceito, onde tenho que dar fim a vida do marido traidor. Homens, se querem tanto aproveitar a liberdade, porque se casam? Aprendam comigo, pego e não se apego. Quem sabe um dia crie um manual com dicas, o título será: como não ser assassinado por minha esposa. Confiro mais uma vez o relógio, completamente entediado. Quanto tempo essa porra leva para comer um prato com tão pouca comida? Se tiver que esperar muito mais, irei mudar a cláusula do contrato de morte limpa e rápida, para lentamente torturante. Bom, vamos às opções : Primeira opção: Usar o silenciador com um tiro certeiro na cabeça de ambos. Segunda opção: Usar o fio que está guardado no bolso da minha jaqueta para enforcá-los. Ou atirar na cabeça da vadia, e espancá-lo até ficar irreconhecível. Assim iria dificultar um pouco o lado da polícia. Qual é? Ninguém nunca me falou que nessa profissão tenho que ser complacente com a polícia. Como dizem, cada qual com seus problemas. Mudo o peso do corpo de uma perna para outra. Bato o pé impacientemente no chão. A ponta do meu nariz está congelando, junto com a pele do rosto. Juro que esse velhote safado irá pagar bem caro por isso. Ouço vozes de longe, escondo o corpo ainda mais para a escuridão. Como esperado o pacote caminha em minha direção tropeçando nos próprios pés. Alguém se excedeu na bebida. Então, opto por usar o primeiro método, só quero acabar logo e ir para o hotel degustar de uma boa taça de vinho à beira da lareira, antes de partir. Abro o casaco enfiando as mãos nos bolsos internos. Pego a pistola, juntamente com o silenciador. Encaixo-o na ponta, deixando o equipamento preparado. Essa é minha última encomenda do ano, preciso de férias. Quero um lugar quente, isolado, onde possa ouvir o som da minha própria respiração. Engulo em seco, ajeito o corpo na posição mais confortável, e aguardo que se aproximem ainda mais. Balanço a cabeça ao observar o casal sensação abraçados. A jovem não tem mais de vinte e quatro anos, e o adúltero cinquenta e cinco anos, o dobro da idade. Admiro a coragem dessa princesa, mas sinto muito, você entrou em um jogo perigoso demais. Repito, não é nada pessoal. Cubro a cabeça com a touca do casaco, escondendo ainda mais minha presença. Ergo o cano da arma, miro diretamente na testa da garota, e sem dó nem piedade, faço o primeiro disparo. Certeiro e limpo. Seu corpo magro cambaleia para trás, caindo no chão como se fosse uma boneca de pano. O porco bêbado, sem entender nada a encara. Após uns segundos, recobra sua consciência e percebe que a mulher está morta com sangue escorrendo da testa. Assustado, acelera os passos olhando para todos os lados. Tenho um recado da esposa que não posso esquecer de transmitir. Antes que ele possa se afastar demais, avanço alguns passos parando em sua frente. Não sei se dou risada da sua expressão, ou se meto logo a bala nesse filho da puta. Espera. Qual era o recado mesmo? Ah, lembrei.

Capítulo 1 Meu mercenário- Livro 4

Prólogo

Continuo escondido atrás da sombra nebulosa do prédio que

fica no beco. Inverno, em Paris, definitivamente não gosto do frio.

Junto as mãos aproximando da boca para soprá-las. Encosto na

pilastra, observando os casais supostamente apaixonados. Mãos

dadas, abraçados, sorrindo com olhares carinhosos. Diria que é

patético, mas como estamos em uma das cidades mais românticas

do mundo “Vivre l'amour.’’

Aguardo o homem para matá-lo. É, meu caro amigo, não é nada

pessoal, mas fazer lua de mel com a amante mais jovem que sua

esposa, não foi uma boa ideia. Os homens não têm noção de como

uma mulher traída, e pior, por uma mais jovem, pode se tornar

perigosa e vingativa. Esse ano é o quarto trabalho que aceito, onde

tenho que dar fim a vida do marido traidor. Homens, se querem tanto

aproveitar a liberdade, porque se casam? Aprendam comigo, pego e

não se apego. Quem sabe um dia crie um manual com dicas, o título

será: como não ser assassinado por minha esposa.

Confiro mais uma vez o relógio, completamente entediado.

Quanto tempo essa porra leva para comer um prato com tão pouca

comida? Se tiver que esperar muito mais, irei mudar a cláusula do

contrato de morte limpa e rápida, para lentamente torturante. Bom,

vamos às opções :

Primeira opção: Usar o silenciador com um tiro certeiro na

cabeça de ambos.

Segunda opção: Usar o fio que está guardado no bolso da minha

jaqueta para enforcá-los. Ou atirar na cabeça da vadia, e espancá-lo

até ficar irreconhecível. Assim iria dificultar um pouco o lado da

polícia. Qual é? Ninguém nunca me falou que nessa profissão tenho

que ser complacente com a polícia. Como dizem, cada qual com

seus problemas.

Mudo o peso do corpo de uma perna para outra. Bato o pé

impacientemente no chão. A ponta do meu nariz está congelando,

junto com a pele do rosto. Juro que esse velhote safado irá pagar

bem caro por isso. Ouço vozes de longe, escondo o corpo ainda

mais para a escuridão. Como esperado o pacote caminha em minha

direção tropeçando nos próprios pés. Alguém se excedeu na bebida.

Então, opto por usar o primeiro método, só quero acabar logo e ir

para o hotel degustar de uma boa taça de vinho à beira da lareira,

antes de partir. Abro o casaco enfiando as mãos nos bolsos internos.

Pego a pistola, juntamente com o silenciador. Encaixo-o na ponta,

deixando o equipamento preparado.

Essa é minha última encomenda do ano, preciso de férias. Quero

um lugar quente, isolado, onde possa ouvir o som da minha própria

respiração. Engulo em seco, ajeito o corpo na posição mais

confortável, e aguardo que se aproximem ainda mais. Balanço a

cabeça ao observar o casal sensação abraçados. A jovem não tem

mais de vinte e quatro anos, e o adúltero cinquenta e cinco anos, o

dobro da idade. Admiro a coragem dessa princesa, mas sinto muito,

você entrou em um jogo perigoso demais. Repito, não é nada

pessoal.

Cubro a cabeça com a touca do casaco, escondendo ainda mais

minha presença. Ergo o cano da arma, miro diretamente na testa da

garota, e sem dó nem piedade, faço o primeiro disparo. Certeiro e

limpo. Seu corpo magro cambaleia para trás, caindo no chão como

se fosse uma boneca de pano. O porco bêbado, sem entender nada

a encara. Após uns segundos, recobra sua consciência e percebe

que a mulher está morta com sangue escorrendo da testa.

Assustado, acelera os passos olhando para todos os lados. Tenho

um recado da esposa que não posso esquecer de transmitir. Antes

que ele possa se afastar demais, avanço alguns passos parando em

sua frente. Não sei se dou risada da sua expressão, ou se meto logo

a bala nesse filho da puta. Espera. Qual era o recado mesmo? Ah,

lembrei.

Você pensa demais com a cabeça de baixo, morre seu traidor

desgraçado.

Confesso que soou estranho, mas quem está pagando sempre

tem razão. E em fração de segundos, finalizo o trabalho atirando na

cabeça careca do meliante traidor. Guardo o equipamento de

trabalho rapidamente. Afasto-me com passos rápidos saindo do beco

indo em direção ao movimento. Abaixo a touca que cobria meu rosto

para deixá-lo visível, e não levantar suspeitas. Enfio as mãos no

bolso, enquanto caminho calmamente aproveitando a paisagem

como qualquer turista.

— Ei, você, ei... Ei... eu vi tudo. — Encaro a figura feminina que

está atrapalhando meu caminho e apontando o dedo para mim.

Olho de um lado para o outro para ter certeza de que essa

maluca está falando comigo mesmo. Sua voz está estranha, falando

enrolado como se estivesse bêbada. Será que ela me viu no beco.

Porra, três cadávares na mesma noite.

— Não sei do que está falando. — Disfarço, tentando desviar

contornando o corpo por trás.

De repente sou pego de surpresa, quando sua mão aperta firme

meu braço, segurando-me no lugar. Claro que se quisesse poderia

escapar, e ainda quebrar o braço dessa bêbada maluca. Mas bater

em mulher é contra meus princípios, matá-las é diferente.

— Senhorita, por favor, está me confundindo com alguém. —

Respiro fundo, tentando manter a calma.

— É você, estava de capuz, eu vi... Nossa, seus olhos são lindos.

Tem umas pintinhas coloridas.

— O quê? — questiono confuso.

Reagindo rapidamente, seguro o corpo da mulher que despenca

em direção ao chão. Além de bêbada, a criatura ainda fica

inconsciente. Preciso ter certeza se ela realmente viu algo, ou foi só

delírio alucinado. Suspendo-a no ar e a carrego nos braços. Não faço

ideia do que fazer com esse fardo, já que não estava nos meus

planos. Droga. A única opção é levá-la comigo para o hotel e tentar

descobrir mais sobre essa estranha. E assim que estiver sóbria,

decido o que realmente farei com sua vida.

Capítulo 1

Mal conheço a mulher e já estou levando prejuízo.

Desembolsei alguns euros para que a camareira me deixasse usar o

elevador dos empregados. Seria arriscado subir com ela desmaiada

em meus braços no elevador principal do hotel, sem contar o fato de

atravessar o saguão repleto de câmeras de segurança, realizando

vários closes da situação. Quando se está em um país onde milhares

de turistas circulam todos os dias, os funcionários dos hotéis, estão

acostumados com cenas como essas. Mulheres bêbadas, casais

bêbados, o que importa é o quanto você paga para que possa

receber ajuda. Salto para fora do elevador no quinto andar,

chacoalho o corpo mole e desfalecido para ver se a maluca

ressuscita, ou dê qualquer sinal de vida, mas nada. O que essa

criatura bebeu?

Por um momento sinto a fragrância exalando dos cabelos,

cheiro adocicado de tutti frutti. Seus lábios são largos e grossos, em

contraste com a estrutura óssea não muito delicada do rosto. O

corpo é magro, esguio, mas confesso que a comissão de frente é

bem satisfatória. Não tem o estereótipo de moça bêbada, drogada.

Posso estar sendo precipitado em meu julgamento, mas arrisco

dizer, que essa pessoa em meus braços totalmente inconsciente, é

uma mulher cem por cento certinha. Com uma família grande e

unida, deve ter no mínimo três gatos, isso se não tiver um cachorro

com aqueles nomes fofinhos e cheios de frescura.

Acelero os passos pelo corredor, evitando esbarrar com outros

hóspedes. Em frente à porta, não consigo pegar a porra do cartão

para abrir a fechadura. Posso deitá-la no chão por alguns segundos.

Ah, qual é, Jhon? Você é um assassino frio e calculista, mas, ainda

assim, é um cavalheiro. Respiro fundo, conto até três, suspendo-a no

ar e jogo-a por cima do ombro como um grande saco de batatas. Se

fosse batatas não daria tanto trabalho, já que não tem olhos, e muito

menos podem ser testemunhas de um crime.

Com uma mão apoio segurando sua bunda, e com a outra

enfio dentro do casaco procurando o cartão nos bolsos internos.

Sinto que estou começando suar com todo o esforço. Acho bom essa

desgraçada valer de alguma coisa, senão, realmente ficarei muito

bravo. Enfio o cartão na tranca, em seguida a luz verde ilumina o

mini painel seguido do som da trava sendo liberada. Empurro com o

corpo a porta, e entro no meu espaço seguro. Jogo o corpo da

mulher no sofá rapidamente me livrando do peso morto.

Estralo o pescoço para os dois lados balançando os braços

alongando o corpo. Depois dessa precisarei de uma massagem.

Quem diria que tão magra, poderia pesar tanto. Bom, costumam

dizer que osso também pesa. Trocadilho idiota, mas nesse momento

faz todo sentindo. Aproximo-me cuidadosamente, seguro seu pulso,

checando os batimentos cardíacos. A infeliz está bem viva, e

babando no lindo sofá do hotel.

— Preciso de uma bebida — digo em voz alta.

Sigo em direção à cozinha, abro a pequena geladeira e não

encontro nada que me agrade. Ok. Serviço de quarto. Além da

bebida, preciso de algo para comer, não tive tempo para jantar

esperando aquele casal lindo. Se os desgraçados não tivessem

demorado tanto naquela porra de restaurante.

Pelo menos morreram de barriga cheia.

Digito a senha no painel preso à parede. Claro, hotel de cinco

estrelas no mínimo tem que ter conforto e tecnologia de primeira

para satisfazer os clientes. Seleciono o cardápio na aba refeições.

Percorro a lista procurando pratos que sejam simples sem muito

requinte e nomes estranhos. Gosto do tradicional, comida típica. Não

é como se eu não soubesse aproveitar uma vida luxuosa. É que,

tudo que é demais uma hora cansa.

Ouço um barulho alto vindo da sala, não consigo identificar o

som. Em alerta, caminho nas pontas dos pés, e sou surpreendido ao

perceber que a maluca rolou para fora do sofá, caindo em cima do

tapete felpudo, virou para o lado e permaneceu dormindo. Mordo os

lábios segurando a risada que tenta escapar por entre eles. Retorno

para a cozinha e continuo na missão de encontrar algo para comer.

A cena dela caída no chão, dormindo com a boca aberta,

surge em meus pensamentos fazendo-me rir. Espero que

consigamos ter uma conversa amigável quando recuperar a

consciência. Não tenho a pretensão de matá-la, tudo vai depender

de como será ao despertar do seu sono de branca de neve.

Após uns minutos, enfim, decido qual prato irei pedir. Escolho

Galettes Bretonnes é como se fossem crepes salgados com

recheios de Fiambre, queijo e ovo. Agora, para beber, uma garrafa

de vinho Château Lagrance 2008.

O prazo para a refeição ficar pronta é de aproximadamente

quarenta minutos. Ando pelo quarto de um lado para outro. Preciso

de um banho quente para tirar o frio congelante dos ossos. Posso

confiar que ela não irá acordar, enquanto estou no chuveiro e fugir?

Posso levar o cartão de acesso comigo para o banheiro. Se mesmo

assim ainda tentar fugir pela janela e cair do quinto andar do prédio,

será lamentável, pobrezinha. Antes de sair da sala, cutuco-a sua

perna com a ponta do pé, e nada.

Sigo até o quarto, coloco o casaco em cima da cama, retiro a

arma, e outros equipamentos para guardar no cofre. Digito a senha

no pequeno quadrado de metal, abrindo-o e guardando-os. Respiro

aliviado que enfim posso relaxar. Abro o botão da calça, desço-a

levando junto a cueca até os pés. Empurro o conjunto para o canto.

Puxo por cima da cabeça meu suéter de lã, ficando completamente

nu.

Avanço os passos até o banheiro, atravesso o box de vidro,

abro a ducha deixando na temperatura mais quente. Entro embaixo

d’água. Levanto a cabeça deixando que a água aqueça minha pele,

levando quaisquer resquícios da noite. Não sinto remorso, nadinha,

quando finalizo o trabalho para qual sou contratado. Meu pai diz que

não tenho um coração batendo dentro do peito, eu diria que encaro

minha profissão como qualquer outra. Não vejo pessoas, e sim,

cifrões piscando como letreiros luminosos em suas testas. Agora, se

pagam para matá-los, vos pergunto: Quem realmente é o criminoso?

Esfrego as mãos nos cabelos, encharcando-os. Pego o frasco

de sabonete líquido preso na parede, esborrifo na mão. Fecho os

olhos, enquanto minha mão percorre o pescoço descendo para o

peito nu, aprecio a sensação do toque, mantenho os olhos

pressionados, pronto para descer a mão até tocar meu pau duro.

— O QUE É ISSO? — Ouço uma voz feminina gritando dentro

do banheiro.

Abro os olhos rapidamente girando o corpo, através do vidro,

vejo a maluca em pé segurando uma faca de cortar pão nas mãos

trêmulas. O que ela pretende com essa faca? Passar manteiga na

minha torrada?

Assustada, desnorteada, encara-me. Os olhos castanhos

nublados percorrem meu corpo até chegar a um local de suma

importância, a porra do pau duro. Arregalando ainda mais os olhos

como se fossem saltar da órbita craniana. A maluca joga a faca no

chão, e sai do banheiro, gritando.

Não tenho tempo para pensar em nada, somente reagir. Corro

para fora, atrás dela. Antes que ela possa alcançar a porta do quarto,

pulo sobre seu corpo, derrubando-a na cama. Pressiono o peso do

corpo por cima do seu, impossibilitando que fuja. Mantenho a mão

sobre sua boca para silenciá-la. Logo percebo que é do Brasil,

conheço a língua portuguesa, digamos que, tenho alguns negócios

naquele país tropical.

— Eu não vou te machucar, okay? Se quisesse fazer isso, já

teria feito há muito tempo.

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