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Meu delegado- Livro 3

Meu delegado- Livro 3

renata medeirosM

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20
Capítulo

Encolho as pernas abraçando os joelhos, apoio minhas costas contra o azulejo frio da parede. Fecho os olhos sentindo a ardência das lágrimas que descem por meu rosto. Só peço que pare, por favor. Mais, socos na porta me fazem pular assustada, amedrontada. — Por favor, por favor, pare Spencer — imploro. — Vadia desgraçada. Abre essa porta Cindy. — Socos, e mais socos. Sinto algo pingando, abaixo a cabeça e vejo as gotas de sangue manchando o chão de vermelho. Deslizo a mão limpando minha boca, e a vejo suja com as evidências de mais uma maldita noite. — Spencer, por favor — suplico, em meio às lágrimas. — Eu vou te matar, sua puta — grita alto. Com um último pontapé a porta se abre. Alucinado e fora de controle, ele entra no banheiro vindo diretamente em mim. Seus dedos enrolam em meus cabelos e os puxam me levantando do chão. Posso ver em seus olhos a fúria cega, e tenho certeza de que hoje será meu fim. Grito por socorro, enquanto sou arrastada como um animal nosso quarto. Os vizinhos não se intrometem em brigas de casais, não importa para eles se serei morta. Debato-me tentando fugir de suas mãos, mas é inútil. Além do mais fugir para onde? Não tenho ninguém, e ele nunca me deixaria partir com vida. Sou suspensa no ar, e jogada na cama. Seu grande corpo por cima do meu, me segurando presa entre ele e o colchão. Usando as pernas como reforço, abre as minhas pernas rasgando em seguida minha calcinha. Suplico encarando dentro dos olhos verdes, e o sorriso que nasce nos seus lábios ao enfiar seu pau, me traz a realidade de que ele é um monstro frio e sem coração. Suas mãos seguram meu pescoço com força, e a cada arremetida na minha boceta seus dedos apertam mais forte, me sufocando. Desisto de lutar, simplesmente aceito o destino. — Gosta assim, não é? Admite. Eu vi você olhando para o homem que coleta o lixo. Quer ser fodida igual uma piranha. — Uma mão solta o pescoço, e desce em direção ao rosto me esbofeteando. Deus, por favor, acabe com isso. Acabe com isso, por favor. Sem ar, sufocando aos poucos, pouco a pouco vou perdendo a consciência. Quando saio na rua, ando sempre de cabeça baixa, ele que escolhe minhas roupas, só posso sair em sua companhia, sair é quase um milagre. Quando o conheci na faculdade, gentil, amoroso, bondoso, não fazia ideia do tipo de pessoa que ele se tornaria. Às vezes acho que o amor me cegou para enxergar os sinais. Ciúmes, discussões, suas mãos quando seguravam firme meu braço, mas sempre em seguida um pedido de desculpas com flores, e lágrimas. E como uma tola apaixonada, aceitei seu pedido de casamento. Sempre fui sozinha criada em lares adotivos e ter alguém cuidando de mim desse jeito era algo maravilhoso, não podia perdê-lo. Os primeiros dias de recém- casados foram inesquecíveis. Mas quando engravidei tudo mudou. Do dia para noite meu príncipe encantado se tornou meu carrasco. Em sua primeira crise me espancou a ponto de perder o bebê. Sangrando e com fortes dores abdominais fui levada para a emergência e como uma boa esposa devotada, contei aos médicos como tinha caído da escada arrumando o sótão. Depois daquele dia as coisas só pioraram. Violência sexual, agressão física, humilhação verbal. Perdida em pensamentos, sou pega de surpresa quando Spencer gira meu corpo me colocando de bruços e monta por cima da minha bunda. Mordo os lábios a ponto de sangrá-los. Algo duro é enrolado em meu pescoço e sou montada como se fosse uma égua.

Capítulo 1 Meu delegado- Livro 3

Em frente ao espelho ajeito mais uma vez a gravata borboleta. Porra, Dylan. Quem se casa usando gravatinha igual de pet shop? Noção zero, sua sorte que gosto de você. Porque isso é pior que levar um tiro na bunda. Não é como se já tivesse levado, mas conheço alguns policiais que já levaram e dizem ser o inferno.

E para piorar a situação, me colocaram com aquela Camilly. Sinto até calafrios só de pensar naquela mulher. Claramente não nos suportamos, ela é abusada, depravada e sem educação. O estereotipo feminino que não me agrada nem um pouco. Mas, prometi para Dylan e Alyssa que não iria discutir com aquela modelo de Dercy Gonçalves. Sim, não é porque sou americano que não conheço celebridade famosa internacional. Sou culto, educado, cavalheiro à moda antiga.

Aquela... Criatura de saia, fode meu psicológico. Ela tem o poder de acabar com meu dia, só por hoje irei ter paciência. Depois não preciso mais ver a cara dela e nem seu sorriso largo, os lábios carnudos e rosados. Caralho, foco Brian. Não faz seu tipo, lembra? Esborrifo mais uma vez o perfume. Ajeito o casaco do terno e sigo em direção a saída para a garagem. No parafuso da parede, pego a chave pendurada.

Sento-me atrás do volante, e sigo em direção à igreja. O rádio instalado com a frequência da polícia anuncia várias ocorrências. Hoje estou de folga, mas não consigo desligar. Preciso saber o que está acontecendo na minha área, e o que me aguardará no outro dia.

“Assalto armado com vítima no local. Rua: Barrow street, West village. Q.A.P?”

Ah qual é? Meu amigo vai casar preciso de um tempo. Sinto muito, mas não vou atender nenhuma ocorrência. Desligo o aparelho e o silêncio reina dentro do automóvel.

Conforme me aproximo da igreja, noto a movimentação de carros, pessoas com trajes de festas. Isso porque seria uma pequena cerimônia para os mais chegados. É meu chapa, nossa percepção de pequeno e íntimo é totalmente diferente.

Procuro um local para estacionar, mas não encontro. E como se fosse um milagre divino, vejo quando um carro acende à seta indicando que está saindo. Imediatamente giro o volante direcionando na entrada, quando um híbrido branco entra com tudo na vaga, e pior não se deu o trabalho de dar seta, roubando meu lugar. Anoto mentalmente a placa.

Ah mas isso não vai ficar assim, eu vou pegar esse desgraçado e ele...

Calo-me na mesma hora que a porta se abre.

Seus cabelos negros e soltos caem sobre os ombros criando uma cortina sedosa sobre a pele. O vestido vermelho justo ao corpo, marcando cada curva como se fosse uma segunda pele em contraste com a obra perfeita, bem diante dos meus olhos.

Meus olhos percorrem da ponta do pé até o último fio de cabelo. Remexo-me inquieto no banco, mas não consigo desviar o olhar daquela mistura de deusa com filha do capiroto. Por algum motivo desconhecido, sinto minha calça ficar apertada ou seria a porra do meu pau inchado e duro?

Amigo, você é um traidor. Está proibido de ficar desse jeito por causa dela, vai por mim, não vale a pena.

— Oh babaca anda logo. — Ouço o som de buzina e uma voz gritando.

Encaro o retrovisor e vejo a longa fila que se formou atrás de mim. Coloco a mão para fora e não resisto o impulso de erguer o dedo do meio. Babaca é você, cretino. Acelero liberando a passagem. Camilly definitivamente é problema, além do mais ela foge de mim como diabo foge da cruz. Será que é meu perfume? Ah que se foda essa maluca.

Depois de dez minutos e três quarteirões abaixo da localização da igreja consigo estacionar. Enquanto subo a ladeira sinto olhares sobre mim,

cochichos, e de canto de olho consigo ver que são mulheres de bochechas coradas e sorrisos bobos.

Estão rindo de mim ou para mim? Cada dia que passa entendo menos essas mulheres. Minha doce Sheron era tão fácil de lidar, amorosa, gentil, educada. Nunca irei me conformar de como ela escapou por entre meus dedos. Ainda me pergunto se eu poderia ter feito algo para evitar sua morte. Sempre carregarei essa incerteza dentro da minha alma, e jamais me perdoarei.

— Ouuu está garanhão hein? — Ethan se aproxima, sorrindo e assobiando.

— E aí, poderia não ficar gritando isso? Já não estou me sentindo confortável e você não ajuda.

— Ahhhhh qual é? Um delegado fodão com vergonha, cena épica.

— Ethan — resmungo entre dentes.

—OK. OK. — Erguendo as mãos em sinal de rendição, anda ao meu lado. — Cara acabei de ver Camilly, se eu pego uma mulher dessa esfolo a cabeça do gandalf.

— Gandalf? — questiono confuso. Ou seria melhor não pensar no que significa.

— É meu pau, sabe, coloquei um apelido carinhoso.

— Você me assusta. Juro, e muito. — Recuo dois passos criando certa distância entre nós.

Enfim chegamos à frente e longa da escadaria da igreja. Subimos pulando de dois em dois, a cada passo tenho a sensação de que essa maldita borboleta irá me sufocar. Contornamos a entrada principal procurando a porta da lateral para os padrinhos. Encontramos e mais que depressa a empurramos para fugir do calor escaldante. Assim que colocamos o pé dentro da sala o ar gélido toca minha face, me fazendo suspirar de alívio com os olhos fechados.

Ethan parado ao meu lado, me cutuca com o cotovelo. Observo ao redor percebo o quanto chamamos atenção irrompendo pela porta daquela maneira. Envergonhado, balanço a cabeça cumprimentando os demais.

Minha acompanhante disfarça rindo. Os meses em que Dylan permaneceu no hospital em coma, esbarrei várias vezes com essa mulher, e uma única vez conseguimos conversar por cinco minutos e para ser sincero não parecia a mesma pessoa.

— Está charmoso senhor delegado. — Colocando um pé na frente do outro como se estivesse desfilando, Camilly se aproxima puxando meu braço para entrelaçar ao seu.

E agora, ferrou tudo. Quem desligou o ar condicionado? Está esquentando aqui dentro também.

— É... Hum... Você está muito elegante, bonita, sabe. Bonita.

O som da sua gargalhada entra por meus ouvidos, desce por meu corpo penetrando minha pele, causando arrepios.

— Entendi gracinha. Não precisa ficar envergonhado, sei que me acha uma tentação. — Piscando, ela sorri com seus lábios carnudos pintado de vermelho.

Puta merda! Foco Brian, lembre-se que ela não faz seu tipo.

Encaro sua boca, imaginando como seria tê-los em volta de algo grosso e grande, sentindo a maciez e suavidade. Não, não, agora. Tento afastar os pensamentos para coelhinhos fofos na fazenda. Engulo em seco, sem saber o que responder, na verdade sei bem o que gostaria de fazer. Colocá-la de joelhos e observar sua boca engolindo meu pau. PORRA BRIAN! Não.

Seus olhos escuros e brilhantes encaram os meus de um jeito profundo e sensual. E sou salvo pela cerimonialista que surge com a prancheta em mãos, organizando os casais para a entrada. Seguimos a organizadora até a porta de entrada e ficamos em fila, aguardando o sinal para cada um entre com seu par.

Mantenho o olhar firme para frente, mas o perfume de Camilly atingi em cheio meu nariz. Adocicado, suave.

Qual é Brian? Esqueceu Sheron, sua esposa?

Como um flash de memória, relembro o dia do nosso casamento. A empolgação dela era contagiante, a dedicação com cada detalhe. Fez questão de acompanhar os decoradores, o Buffet, ela era muito detalhista. Todos amavam minha Sheron. Usando vestido branco de renda, com um detalhe singelo no cabelo e um simples buquê de flores do campo.

— Brian. Brian. Vamos. — A voz feminina me traz dos pensamentos perdidos.

— Sim, vamos — respondo, afastando as dolorosas lembranças.

Como todos os casamentos a noiva está atrasada e pude sentir a agonia de Dylan enquanto aguarda no altar. O clima tenso impregnou o ambiente.

Ando alguns passos sutilmente e me aproximo o suficiente para que ele possa me ouvir. — Desfaz essa cara, sua mulher está chegando ok. Ou vou te dar um soco.

Objetivo alcançado com sucesso. Consigo tirar um sorriso tímido do famoso agente do FBI.

De repente a marcha nupcial soa alto dentro da igreja, as portas se abrem. Alyssa está maravilhosa usando seu vestido branco. E ao lado da noiva dona Emilia, a sogra. Não sei como, mas com o passar do tempo Aly conseguiu convencer Dylan sobre sua mãe ser tão inocente quanto eles, e aparentemente fizeram as pazes.

Inquieto ao ver sua mãe, o pequeno Dominic se remexe no colo de uma senhora e estica os braços na direção dos seus pais. O pequeno está crescendo rápido.

Percorro meus olhos pela igreja enquanto a marcha ainda toca para a entrada triunfal da noiva, me pego encarando a senhorita encrenca. E para minha surpresa, ela me encara de volta com um brilho especial no olhar.

Fique longe tentação, bem longe.

Alyssa está maravilhosa em seu vestido especial de noiva. Lembranças dolorosas invadem meus pensamentos, engulo em seco sentindo o sabor amargo da saliva. Mas, minha amiga teve sorte, reencontrou seu grande amor do passado e mesmo com tudo que aconteceu, agora, estão juntos e serão felizes para sempre ou até que dure. Depois de tudo que passei só quero viver minha vida em paz, e sozinha. O amor entre um casal é só um sentimento ilusório da mais plena satisfação. Infelizmente descobri isso de uma forma cruel, com muita dor e sofrimento. Mudar de nome, país e fugir das consequências dos meus atos me custaram um alto preço. Com sorte uma amiga da época da faculdade conseguiu me emprestar um dinheiro, e pude recomeçar em um país novo, mas como nada vem fácil, por vezes adormeci sentada no banco da praça por não ter onde passar à noite. Fome, às vezes uma refeição por dia ou até mesmo nenhuma.

Já tinha perdido minhas esperanças e só desejava que a morte viesse ao meu encontro, aquele mundo não tinha mais nada para me oferecer. Nunca acreditei em milagres, mas a senhora Josefy foi um anjo enviado até mim como um grande milagre. Ela estava caminhando na praça com seus filhotes, ao me ver praticamente desmaiada no banco, suja, com fome, e semiviva. Sentou-se ao meu lado. Permaneci com os olhos fechados, não tinha força suficiente para reagir. Suas mãos enrugadas ergueram uma garrafa d’água e um sanduíche na minha direção. Relutei por uns minutos para aceitar a ajuda de um estranho, mas o que mais eu poderia fazer?

Esquecendo quaisquer resquícios de educação, tomei de suas mãos rapidamente o que estava oferecendo. Sem cerimônias devorei em pouco tempo o sanduíche.

— Obrigada — agradeci educadamente com a voz trêmula.

— Não precisa agradecer querida. Faz dias que há vejo sentada aqui nesse mesmo banco. — Seu olhar terno e gentil, aqueceu meu coração.

— Hum... É obrigada novamente. — Abro um sorriso tímido e envergonhado.

— Querida, por que está morando na rua? — Calada, encaro o rosto da senhora. — Desculpe minha intromissão, mas uma mulher jovem e bonita, assim na rua.

— Tudo bem, é complicado. Problemas familiares. — Colocando sua mão marcada pela idade por cima, me surpreendi. E pela primeira vez, sinto vontade de contar o que aconteceu para alguém.

Comecei a história desde o primeiro dia que conheci o Spencer, as agressões, o cárcere privado, a perda do bebê, mas pulei a parte do assassinato. Não queria que essa senhorinha bondosa sentisse medo de mim, a assassina do próprio marido.

Então, um milagre chamado Josefy Carter surgiu na minha vida. Sem filhos, irmãos ou parentes, ela era uma pessoa sozinha. Comovida, abriu seu grande coração e as portas de sua casa para mim. Ajudou-me a mudar de nome acrescentando seu sobrenome, assim me tornando sua filha. Durante três anos pude sentir como era ter o amor de uma mãe, infelizmente Josefy morreu com câncer de pulmão. O que tinha em abundância de bondade tinha em teimosa. Pedi inúmeras vezes para fazer o tratamento e largar o vício do cigarro, mas ela só respondia.

“Filha estou velha e cansada, quero morrer feliz fazendo algo que gosto.”

Como sua única herdeira, sou responsável pelo dinheiro e seus investimentos. Camilly Carter, dona de uma pequena fortuna.

Só posso agradecer por ter encontrado um anjo em meu caminho, graças a ela tive um recomeço. Confesso que tenho medo, sinto como se a qualquer momento a polícia fosse invadir o apartamento e me prender pela morte daquele cretino. Quando deito na cama e fecho os olhos, ainda posso vê-lo com o cinto na mão. O ódio queimando em seus olhos, suas mãos estrangulando meu pescoço enquanto me violentava. Já se passaram cinco anos, mas tenho a impressão de que mesmo morto aquele desgraçado nunca irá me dar paz.

Ergo a cabeça e sinto o olhar do delegado Brian sobre mim. Como não iria notar um Deus em formato de homem? Moreno, alto, forte e com um sorriso que molharia a calcinha de qualquer mulher. Seu único defeito é ser policial. Impossível se envolver com aquilo que venho fugindo por anos, e sei como esses policiais podem ser persuasivos quando querem descobrir algo. Então, melhor manter distância e torcer a calcinha no banheiro.

Minha nova personalidade é descontraída, apaixonada pela vida. E sim, descobri a sensação de gozar, coisa que o Spencer jamais conseguiu. É típico a mulher fingir que está satisfeita para agradar o companheiro, mas se tem algo que aprendi nisso tudo, jamais finja um orgasmo, deixe o homem saber que ele fode mal, quem sabe assim aprende não pensar só no prazer e satisfação pessoal.

Encaro os olhos escuros do delegado que desconfortavelmente se remexe desviando sua atenção. Sinto um calor crescente percorrendo meu corpo, não consigo evitar percorrer os olhos desde a ponta do seu sapato másculo até o último fio de cabelo.

Como dizia Josefy: Filha tem que transar muito. Porque depois a terra vai comer mesmo. Homem é objeto de prazer filha, o deixe pensar que está te usando, mas na verdade quem está usando alguém é você.

Acatei cada conselho, Josefy era sábia. Em pouco tempo aprendi muita coisa com ela, desde como investir o dinheiro até como ser feliz na vida sexual, sem me machucar.

Dominic inquieto estica seus pequenos braços para os pais a todo o momento, o que faz o padre acelerar os votos matrimoniais. Meus pés doem dentro do sapato apertado, e logo ouvimos o sonoro SIM do casal de

pombinhos e o DECLARO MARIDO E MULHER. Aplausos seguidos de gritos de felicitações ecoam dentro da igreja.

A cerimonialista surge das profundezas com sua prancheta e o cabelo lambido, relembrando com gestos como devemos proceder. Aguardamos a saída dos noivos, em seguida cada padrinho se encontra no meio do altar com sua parceira dando os braços para seguir em direção a saída.

Enlaço o antebraço do gostosão, seu perfume atingi meu nariz me deixando entorpecida. De canto de olho consigo ver sua barba grossa por fazer, e imagino como seria senti-la no meio das pernas roçando na minha boceta. Respiro fundo tentando manter o controle.

Lembre-se P.O.L.Í.C.I.A.

Droga, a voz da minha deusa da depravação grita alto como sinal de alerta vermelho.

OKAY! Não precisa gritar, já entendi. Brian Garcia tem uma enorme placa grudada nas costas com os dizeres: MANTENHA DISTÂNCIA.

Os convidados se agitam na escadaria da igreja dificultando a passagem dos padrinhos, tento desviar das pessoas para me aproximar dos noivos, mas só ouço gritos de mulheres desesperadas para pegar o buquê.

— Vai lá Cami. — Não sei de onde e nem como Ethan surgiu ao meu lado me empurrando no meio da bagunça.

Empurra, empurra, pisam no pé, cotoveladas. Parece que estou em uma zona de guerra, e a missão se chama AGARRE O BUQUÊ. Determinada a fugir do olho do furacão, empurro algumas mulheres até que algo acerta meu rosto. Involuntariamente ergo as mãos me defendendo, e então, o vejo. Droga, envolto com uma fita de cetim vermelha e flores brancas, o infeliz caiu diretamente em mim. Isso não é sorte, é azar puro e simples.

Semicerro os olhos com vontade de jogá-lo de volta para Alyssa. E como se entendesse minhas intenções, minha amiga balança a cabeça em sinal de negativa. Sei o que essa noiva safada está pensando, e não quero destruir seu momento de felicidade. Revirando os olhos, saio pela lateral da igreja, pisando em todos os pés que estão no caminho. Pisando duro e resmungando baixo, sigo em direção do carro. Chega dessa coisa, quero só ir para festa, beber, comer e me divertir.

Enfio a chave na porta e sento no banco do motorista, encaro o buquê, e o jogo no banco de trás, em casa seu destino será o lixo.

Procuro a mesa com meu nome, e como já esperava estou sentada com Ethan, Brian e mais uma pessoa que não conheço. Puxo a cadeira e me sento. Aos poucos os convidados entram no salão. Boquiaberta, vislumbro o delegado caminhando com um pé na frente do outro. Uauuuu esse homem podia ser modelo de cueca, ou talvez nu, mas só para mim.

— É aqui. Hum, legal. — Qual é senhor policial? Posso sentir a tensão sexual emanando do seu corpo.

Apoio os cotovelos na mesa apertando meus seios com os braços deixando o decote em evidência. Incomodado com a situação, ele se remexe na cadeira afrouxando o nó da gravata. Posso ver seu pomo de adão subindo e descendo enquanto engole em seco.

Levanto sensualmente ficando em pé. Deslizo as mãos esticando o tecido do vestido mais ao mesmo tempo acariciando meu corpo para provocá-lo. Como se não conseguisse desviar os olhos, ele me observa com desejo estampado no rosto. Sorrindo maliciosamente, umedeço os lábios com a ponta da língua.

Brian empurra a cadeira para trás com violência, derrubando-a. Esfregando as mãos no rosto e de cabeça baixa, se afasta seguindo em direção do banheiro.

Covarde! Sinto vontade de rir. Se soubesse que causa o mesmo efeito.

— Servida, senhorita? — Pego uma taça de champanhe com o garçom e a viro de uma vez, devolvendo-a para a bandeja.

Por que esse homem foge de mim desse jeito? Eu sei por que fujo dele, mas e ele? Alyssa me contou em uma de nossas conversas o quanto é conservador, turrão. Agora quero saber, algo nele me instiga ao desafio e gosto disso.

— Oh! Aonde você vai? — Esbarro em Ethan que chega à mesa.

— Já venho — respondo.

Encosto na parede da porta do banheiro masculino, e espero que abra a porta. Ouço o som do trinco e logo Brian surgi na minha frente. Espalmo as mãos no seu peito grande e largo, empurrando-o para dentro de novo. Sem entender nada permanece calado. Giro a chave na fechadura, e a tranco.

— Camilly o que está fazendo? — Como até a voz desse homem pode ser sexy. Grossa, máscula, firme?

— Shiii. — Coloco um dedo por cima dos seus lábios silenciando-o.

A cada passo que avanço me aproximando, ele recua dois até não ter como fugir.

— Você está louca. — Sua mão grossa segura meu braço me puxando para mais perto.

— Quer tanto quanto eu. — Ergo uma perna, e esfrego o joelho no meio das suas pernas, roçando no seu pau.

Com os lábios apertados de raiva e os olhos injetados de desejo. Brian toma minha boca em um beijo desesperado e ardente. Minhas mãos abrem os botões da camisa dele de forma desesperada, então, decido fazer algo diferente. Posso tornar esse jogo bem interessante, vou amaciar primeiro.

Rapidamente abro os botões da calça. Afasto-me dos seus braços musculosos, posso ver a expressão confusa no seu rosto. Ergo a barra do vestido para cima ganhando mobilidade. Ajoelho-me no pequeno espaço. Puxo a cueca para baixo liberando seu membro duro e excitado.

Seguro seu pau entre as mãos, aperto os dedos envolvendo-o fortemente. Lentamente começo fazer movimentos subindo e descendo.

— Camilly? — ofegante, me chama.

Sem se importar com o que está ao redor, coloco ponta da língua para fora e lambo a cabeça rosada, descendo suavemente. Seus gemidos me instigam a continuar. Substituo as mãos pela boca, engolindo seu pau. Grande, grosso, sinto batendo no fundo da garganta. Mãos fortes agarram meus cabelos entrelaçando os dedos no emaranhado do penteado.

Meus lábios envolvem o membro com força, chupo devagar, rápido, com força. Com uma mão acaricio suas bolas inchadas. A cada sugada Brian remexe o quadril arremetendo minha boca.

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