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Samantha Martinez
Doze anos antes...
Me chamo Samantha Martinez, primeiro preciso dizer que nasci com síndrome de Down, isso quer dizer que ocorreu uma alteração genética caracterizada pela presença de um cromossomo extra nas minhas células, enquanto estava sendo gerada.
Esta modificação genética afeta o desenvolvimento do indivíduo, determinando algumas características físicas e cognitivas. Ao contrário de muita gente, eu afirmo, a síndrome de Down não é uma doença, sei que ela me dá algumas características físicas típicas e algum tipo de deficiência intelectual em um certo grau, mas isso não é uma doença.
Talvez seja por causa disto que minha mãe queria me abortar, mas meu pai não permitiu. Meu pai me amou antes mesmo de ter nascido, agora minha mãe não queria me ter, porque ela me falava que tentou muitas vezes me arrancar de dentro dela e meu pai sempre estava vigiando-a para isso não acontecesse.
Vamos esquecer disso, o que importa é que sou Down e me acho normal. Vou ao fonoaudiólogo todos os dias para melhorar minha dicção e faço aulas de balé, viu?
Faço muitas coisas como uma criança normal.
Além de praticar esporte como toda criança, preciso ir ao médico sempre para ver se estou bem de saúde. Meu pai fica todo preocupado se eu apresentar sintomas de um simples resfriado. Lembro-me que quando era bem pequena sempre vivia doente e meu paizinho sempre cuidou de mim.
Agora vou falar de algumas pessoas que se tornou muito importante para a minha vida. Tenho 8 anos e estou perto de completar 9 anos de idade.
Meu pai e minha mãe se mudaram para uma cidade que se chama São Paulo, ele comprou uma casa enorme e eu simplesmente amei meu quarto que é ainda maior que o da minha casa antiga. Na Alemanha aprendi a falar português, além do alemão que é minha língua materna e sempre pratico com meu pai meu idioma materno para não esquecer a minha origem.
Eu gostei muito do Brasil, só que a minha mãe parece que não gostou nada. Na verdade, ela não gosta de nada e isso inclui a mim, que sou sua única filha só porque sou diferente. Ela sempre deixa isso bem claro quando fala que eu sou horrível e que não sou nenhuma princesa.
Por esse motivo eu nunca assisti um filme de princesa e nem deixava meu pai me chamar de princesa. Não gostava da cor rosa, apesar de na escola ver as meninas amarem essa cor, a diferença é que elas tinham uma mãe que gostavam delas.
Por pior que seja, digo que minha mãe me odeia.
Teve uma certa vez que minha mãe falou muita coisa para mim e me deu um tapa que senti queimar o local de tão forte que ela bateu, ela fez tudo isso quando meu pai não estava em casa, mas Eunice viu e me tirou de perto dela.
Pedi para Eunice não falar nada para o meu pai, senão ele iria brigar muito com minha mãe e eu não quero isso.
Quem sabe ela muda um dia e venha gostar de mim...
Este é o meu sonho, que minha mãe gostasse pelo menos um pouquinho de mim, mas isso nunca acontecia, o que me deixava bem triste. Ser rejeitada pela própria mãe é muito ruim e dói no fundo do meu coraçãozinho.
Um certo dia meu pai foi trabalhar e eu fiquei em casa com uma moça muito legal, que me tratou super bem. Depois de horas brincado e me contando histórias acabei dormindo. No dia seguinte, acabei acordando em um outro lugar e não tenho a mínima ideia de como vim parar aqui.
Olhei ao redor, vi meu pai dormindo e uma linda mulher negra me olhando. Sorri para ela, me levantei e fechei a porta para o meu papai não acordar.
A moça bonita me perguntou se eu queria tomar café e respondi que sim, pois estava morrendo de fome.
Ela ainda me perguntou se tinha algo que não podia comer e respondi que não. Depois disso ela me falou que seu nome era Hadiya e passei a chamá-la de tia Hadi, pois é mais fácil. Sabe, eu gostei muito dela, ainda mais quando ela me chamou de flor e meu amor.
Tia Hadi, é uma linda moça.
Apaixonei-me por ela.
Minha mãe nunca me chamou de meu amor, ela só me maltrata falando palavras que machucam dentro do meu coraçãozinho. Eu só tenho 8 anos e ela fala coisas feias para mim.
Será que todas as mães são assim como a minha?
Espero que não, pois crianças precisam de atenção e muito amor.
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