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Capítulo

Hamad Zayed é um dos sheiks mais ricos, respeitados e influentes da Arábia Saudita, ele está prometido em casamento com uma das filhas de uma das famílias mais nobres do seu reino, mas isso iria mudar, quando uma estrangeira roubou seu coração e ele renega sua posição de Sheik para ficar com o amor de sua vida.

Capítulo 1 PRIMEIRO CAPÍTULO

O dia estava lindo naquela manhã de sexta-feira, eu ia começar no meu primeiro emprego na próxima semana, estava nervosa. Eu tinha conseguido um trabalho em uma loja de roupas no centro da cidade. Faziam poucos meses que eu tinha terminado o ensino médio e não tinha ideia do que eu ia fazer dali pra frente, mas resolvi então sair para procurar um emprego. Eu dei sorte, mas sorte não era o meu forte, na verdade eu era muito azarenta.

No fim de semana eu iria passar um tempinho com minha melhor amiga da vida, desde o fundamental que eu conhecia ela. Angela era uma menina doce e meiga, ela já trabalhava na loja e foi ela quem me indicou e por isso eu consegui uma vaga lá.

- Cecília! - ela gritou do outro lado da rua.

- Oi! - eu atravessei quando o sinal ficou vermelho. - Oi, amiga.

Eu estava ofegante.

- Meu Deus, você está toda vermelha e suada.

- Eu vi o mais rápido que eu pude, amiga.

- Estou vendo. - Ela debochou da minha fraqueza em correr, eu perdia o fôlego com muita facilidade.

- Não deboche por eu ter pulmões fracos.

Ela riu.

- Vamos logo, ou, vamos perder o horário do filme! - ela me puxou para dentro do shopping.

- Aí, amiga! Calma aí, o shopping está bem aí, ele não vai sair correndo da gente, né?!

- Anda logo, Cecília!

Entramos no shopping e logo compramos o ingresso do cinema, a gente já estava esperando por muito tempo esse lançamento.

- O que vai fazer amanhã? - Angela perguntou, com o braço preso ao meu.

- Humm... Amanhã? Sábado... - pus a minha mão livre sob meu queixo.

- Não se faça de ocupada! Eu sei que não tem nada pra fazer. - Ela me deu um leve empurrão que quase esbarrei numa mulher que andava do nosso lado a caminho da porta da sala do cinema.

- Angela! Tenha mais cuidado, quase que eu bato na moça.

A moça me olhou sorrindo.

- Não tem problema, moça. - Ela disse.

- Viu? Ela não é chata que nem você.

- Não liga pra minha amiga, moça.

Angela me mostrou a língua. Não me contive e ri.

Andamos um pouco mais rápido até a porta e quando vimos o filme já havia começado. Procuramos um lugar para sentarmos. Do nada a Angela me solta um grito.

- Angela! - murmurei - fica quieta, garota!

- É que eu esqueci de comprar pipoca!

- Então vai, ué.

- Nossa, como você é chata, hein? Vou lá rapidinho.

Acenei um sim e ela saiu correndo, toda desengonçada. Aiai, ela era doidinha, mas eu amava ela. O filme tinha praticamente acabado de começar, então não perdermos muita coisa. Passou um tempo considerável e eu já estava ficando preocupada.

- Meu Deus, ela foi fabricar o milho da pipoca?! Que demora. Já passou bastante tempo, eu vou lá procurar por ela. - Eu disse me levando da cadeira.

Me abaixei, enquanto andava, não queria atrapalhar as pessoas de assistirem o filme. Saindo da sala, andei a passos apressados até a parte onde vendia as pipocas e nossa, a fila estava enorme - como eu iria encontrar aquela garota?

Fiquei um tempão procurando por ela com os olhos semicerrados até que enfim a encontrei. Ela estava odiando estar ali, só pela expressão do rosto dela. Dei uma leve corridinha e cheguei até ela.

- Angela - murmurei, pra não assustá-la. - Coitada de você, tá aqui a bastante tempo e perdeu metade do filme.

- Amiga! - Angela era muito exagerada. - Não acredito que perdi metade do filme. Mas que droga!

- Pois é. Você gosta tanto de pipoca assim?

Ela fez que sim com a cabeça. A fila estava andando a passos de tartaruga. O shopping estava lotado, nunca tinha visto tanta gente naquele shopping. Devia ser por causa do lançamento do filme. Depois de tanto tempo e espera, finalmente chegou a vez dela, mas aquela altura o filme já havia acabado.

- Você quer ficar pra próxima sessão? - perguntei.

- Você tem certeza?

- Sim. Eu vi, não vai acabar tão tarde.

- Então tá bom.

Compramos os ingressos para a próxima sessão que já estava perto de começar. Enquanto esperávamos, sentamos a uma mesa e ficamos jogando papo fora, quando do nada um garoto que estava sentado a uma distância considerada perto estava nos olhando. A Angela já havia notado e claro que ela ia comentar e eu rezei para que ela falasse baixo, o que era impossível.

- Amiga - ela sussurrou, por um milagre. Eu realmente fiquei aliviada. - Olha aquele garoto, ele tá há uns minutos olhando pra gente. Ele é bem gatinho, não acha?

Eu revirei os olhos.

- Angela, sério?!

- O quê? Vai me dizer que não achou ele bonito?

Dei um suspiro, era tão irritante isso.

- Não, não achei.

- Nossa, amiga. Você precisa usar óculos, sabia?

Dei uma espiadinha pelo canto do olho e quando forcei a vista, percebi que aquele garota estudou na mesma escola que a nossa.

- Ele não era aluno da nossa escola? - ingaguei.

- O quê? Sério? Deixa eu ver!

- É, mas pelo amor de Deus, disfarça. Não faça tanto escândalo pra não chamar a atenção dele!

Ela se virou bruscamente. Eu pus a mão no meu rosto. Era inútil pedi para ela olhar disfarçadamente. Era mais fácil pedir para um gato e ele obedecer.

- É o Bruno!

- Shhhh! - tapei rapidamente a boca dela. Droga, ele havia olhado para a gente. Foi tudo por água a baixo. - Caramba, Angela! Pronto, já era. Agora ele sabe que a gente tá falando dele e vai vim pra cá.

Bruno era o valentão da escola. Na época da escola, ele implicava com todo mundo. Uma vez ele tocou fogo no material de um garoto do primeiro ano, só porque o coitado olhou por um segundo para ele. Estávamos ferradas, mas estávamos no shopping, ele seria capaz de fazer alguma travessura com a gente com tantas pessoas ao redor? Melhor nem querer saber.

Soltei minha respiração e não olhei mais na direção dele.

- Cecília - ela cochichou e me cutucou no ombro.

- Oi.

- Olha.

Ela apontou para a esquerda e lá estava ele, se levanta do da cadeira e vindo em nossa direção.

Ferrou, pensei.

- Ei, vocês! - ele rosnou.

Fingi que não escutei, fiz sinal para a Angela ignorá-lo, para a minha sorte ela entendeu.

- Cecília... - ela murmurou, parecia assustada. Era só ela se manter firme e continuar ignorando.

- Shhhh. Fica quietinha, qualquer coisa a gente grita, tem bastante gente aqui.

- Oh, vocês são surdas?! - ele estava perto demais agora. Fechei os olhos com força. Eu teria que encará-lo e confrontá-lo.

- O que você quer?! - rosnei e levantei da cadeira.

- Calma, moça. Eu só ia perguntar se vocês iam ver o filme. Ei! Vocês eram da mesma escola que a minha, não é?

- Ah, sim. - Tentei ser amigável, quem sabe assim ele não ia aprontar com a gente. - Eu sou a Cecília e ela é a Angela da classe 1001.

- Eu lembro de vocês. Eu era da classe 1002. Ah... Então, vocês vão ver o filme?

Engoli em seco.

- Sim, nós vamos. - Eu ia fazer uma pergunta idiota. - Você também vai?

- Sim. Que bom que nos encontramos, assim não vou ficar sozinho.

Dei um sorriso amarelo. A Angela estava quieta, não a culpava. Para o nosso azar deu a hora do filme e então andamos juntos até a sala. Para minha surpresa, o Bruno não fez nada de errado, ele assistiu ao filme quieto e comportado, mas foi estranho. Depois que o filme acabou ele nos convidou para tomarmos um sorvete, achei arriscado e estranho e recusei com toda educação possível, já estava tarde, quem sabe o que ele realmente queria, eu não sabia das suas verdadeiras intenções, então para minha segurança e da Ângela, achei melhor não.

Dei um jeito de despista-lo no shopping. Fomos ao banheiro e ficamos um tempo lá. Depois saímos e eu dei uma vasculhada pela área pra ver se eu via ele em algum lugar. Nada. Por segurança eu pedi um Uber. A Angela e eu descemos na nossa rua.

- Vá com cuidado, Angela! - eu disse, quando ela já estava um pouco distante.

- Você também!

Chegando em casa, minha mãe me recebeu.

- Oi, mãe. Cheguei muito tarde? - dei uma espiada para o relógio pendurado na parede da sala. Eram dez e quinze. Era tarde, mas eu já tinha dezoito, há poucos dias, mas tinha.

- Eu estava preocupada, filha.

- Oh, mãe - eu lhe dei um abraço. - Você é muito fofa, sabia? Toda preocupada comigo. Eu já estou bem crescidinha.

- Você pode tá com quarenta anos, mas sempre vai ser meu nenenzinho.

- Fofa. - Lhe dei um beijo e subi para o meu quarto.

Estava pronta para um banho. Separei minha roupa de dormir, mas antes de entrar no chuveiro, mandei mensagem para a Angela, perguntando se ela chegou em casa bem. Ela não me respondeu de imediato como sempre fazia, mas logo que desliguei a tela, chegou notificação dela. Fiquei aliviada. Entrei no banheiro e fui para o chuveiro. Meu Deus, como eu precisava de um banho, desde não sei que horas na rua.

Depois do banho, sequei meu cabelo e passei um hidratante no corpo. Como eu ia descer para fazer uma boquinha, não escovei logo os dentes.

- Mãe, tem alguma coisa pra comer? - perguntei, passando da sala para a cozinha.

- Deixei um frango pra você, filha! - ela disse da sala, onde estava assistindo TV.

Preparei meu prato e coloquei no microondas para esquentar. Peguei um suco na geladeira e esperei minha comida esquentar. Depois que esquentou fui direto para a sala e sentei ao lado da minha mãe no sofá. Ela estava assistindo um filme de ação. Era típico dela.

- Está ansiosa para começar a trabalhar semana que vem?

- Sim.

- Vai ser seu primeiro emprego, estou tão orgulhosa de você, filha.

- Obrigada, mãe. - Limpei minha garganta com o suco. - Alguma notícia do papai?

- Nenhuma, filha.

Meu pai havia viajado a trabalho para Dubai, mas fazia muito tempo que ele não mandava notícias, mais de um ano. Já estávamos sem esperança. Ele viajava muito para esses países árabes, não sabíamos se ele ainda estava em Dubai, ou, em outro país. Se estava vivo, morto. Nem do seu assistente Billy não tínhamos notícias, a família dele estava investigando para ver se descobriam alguma coisa, mas nada. Minha mãe já tinha ido a polícia pra ver se conseguia alguma coisa, mas eles também estavam demorando no caso. As redes sociais do meu pai não eram atualizadas já faziam anos. Mas eles estavam fora do país fazia um ano.

- Acha que vamos ver ele algum dia?

- Claro que sim, minha querida.

- Tomara, mãe, tomara.

Comi meu jantar e depois subi para o meu quarto, minha mãe ainda ficou na sala assistindo TV. Como eu estava supercansada cai logo na cama. Peguei meu celular e fui dar uma olhada no Instagram do meu pai e fiquei um tempo olhando suas fotos, eu chorei um pouco, estava com muitas saudades dele. Eu esperava que onde ele estivesse, estivesse bem. Também fiquei vendo vídeos no YouTube até pegar no sono.

Acordei três horas da madrugada e desci na cozinha para beber água, estava com muita sede, quando desci, vi que minha tinha apagado no sofá com a televisão ligada. Fui até seu quarto e peguei um edredom e a cobri, estava fazendo muito frio. Desliguei a TV e fui beber minha água. Aquela casa ficava tão fazia sem meu pai ali, se tornava muito grande.

- Pai, volte logo. - Falei para mim mesma no escuro.

Subi as escadas e pulei na cama. Demorei a pegar no sono, então novamente fiquei fuçando meu celular. Na manhã seguinte eu ia levantar um pouco cedo, queria preparar o café para minha mãe, ela ia trabalhar naquele sábado. Depois que meu pai sumiu, ela precisou arrumar um trabalho. Éramos só ela e eu. Ela não recebia nada pela parte do meu pai, mesmo com o trabalho dele render um bom dinheiro para nós, quando ele vivia com a gente, depois de um tempo o dinheiro não caia mais na conta da família. Era muito estranho.

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