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Desejada por um Principe

Desejada por um Principe

Steven Guimaraes

5.0
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5.1K
Leituras
5
Capítulo

Katy é apenas uma camareira de hotel renomado,uma mulher interessante , linda .um belo dia, chamou a atenção do arrogante príncipe Xavier. Um homem lindo porém como dito Arrogante . Se conhecem, Ele estabelece uma regra: uma vez que tenha lhe ensinado tudo que sabe sobre a arte de fazer amor, seu romance acaba. Mas quando o rei do seu reino sofre um acidente, Xavier é forçado a assumir a função de príncipe regente. As curvas e o jeito de Katy ainda ficam em sua mente e em seus sonhos, e ele pretende manter sua amante consigo. Afinal, ela e sua paixão são as únicas coisas em que Xavier pode confiar História Bônus : Até que a morte nos separe Kerry queria que seu amado filho tivesse uma infância diferente, ela imaginava que Theo lhe daria o amor e a estabilidade que ela buscava. Theo descobriu seu herdeiro, e forçará Kerry a fazer outro juramento ate o fim de suas vidas.

Capítulo 1 Por UM momento

POR UM momento, ela imaginou ter ouvido errado. Ou então, enlouquecera. Afinal, seus tolos sonhos de amor acabavam de ser destruídos da maneira mais antiquada...

Sentada atrás do balcão da recepção, onde substitui a recepcionista que fora almoçar, katy olhou para o patrão, espantada, e tentou não pensar na carta amassada no fundo de sua bolsa, nem na sua autoestima arrasada, sentindo-se solitária e magoada. Desculpe-ela pigarreou, achando que ele fizera uma

piada. Por um instante pensei que você havia dito... Um príncipe? Sim.-Rupert deu um sorriso orgulho so, carregou no sotaque inglês e fez uma pausa para que ela digerisse a novidade. Um príncipe vai dar a honra de sua

presença no nosso hotel. O que acha, katy? -Um príncipe?-ela repetiu, incrédula.

- O príncipe Xavier de Gênovia. Suponho que você não o conheça?

Katy engoliu a resposta malcriada que lhe ocorreu. Só porque era camareira e não estudara, não significava que ele podia rebaixá-la. Ele insinuara que alguém como ela jamais reconheceria um nome da família real inglesa e, muito me nos, de um príncipe estrangeiro. Porém, Rupert estava certo,maldição. Embora fizesse de tudo para se manter atualizada

por meio dos jornais e dos livros, o nome Genovios lhe cra totalmente estranho. -N-não-ela respondeu, envergonhada. -Não conheço. Deixe que eu a ilumine. Ele é o próximo na linha de su

cessão de um reino que fica em uma ilha, é jogador de polo...

E adora mulheres bonitas-disse Rupert, estufando o peito.

É o VIP mais famoso que já recebemos. Katy ficou confusa, aquilo não fazia sentido. Os dois sa biam que os hóspedes importantes passavam longe, apesar de haver um famoso clube de polo nas vizinhanças e alguns magníficos haras. Porém, também havia hotéis mais cotados e ela não imaginava por que um principe escolheria se hospedar num lugar como aquele. O hotel estava no guia de indicações e fora uma elegante casa particular antes de ser reformado, mas a negligência administrativa de Rupert e o número de crescente de hóspedes haviam levado as instalações e o jardim a um estado de ruína que não costumava atrair os VIPS. Mas por quê?-ela perguntou. Quer dizer, por que

ele vem para cá? O sorriso de Rupert desapareceu rapidamente.

Por que não é da sua conta - ele explodiu, e depois pareceu se acalmar. Tentou parecer discreto e olhou em vol ta, constatando que estavam sozinhos. Estava louco para contar a alguém. -Não diga a ninguém, mas ele está se mudando de Nova York para cá. Pretende comprar o clube de polo Greenhill.

Katy arregalou os olhos e pensou no valioso terreno do prestigiado clube que atraía celebridades internacionais du rante as semanas de torneio. Um lugar como aquele deve custar uma fortuna-ela

disse.

Você tem razão, katy, mas isto não será problema. Não se trata de algum principe decadente de sangue azul. Ele é tremendamente rico. Os olhos de Rupert brilharam.

Por isso é que precisamos fazer algumas mudanças antes de ele chegar com sua comitiva.

Katy trabalhava para Rupert há tempo suficiente para pressentir problemas. -Mudanças?-ela perguntou, disfarçando a preocupação. Que tipo de mudanças? Para começar... Temos que melhorar as áreas comuns para receber um homem desse calibre. Todas precisam de pintura, principalmente os banheiros do térreo. Contratei uma empresa de reformas que deverá começar amanhã. -Tão rápido?

-Sim. Alguém virá mais tarde para fazer uma avaliação. Quero que você o atenda-disse Rupert de mau humor.-O principe chegará na semana que vem e há muita coisa a fazer para atender às suas expectativas. Pelo visto, ele só dorme em lençóis de algodão egipcio. Preciso mandar comprá-los em Londres. Ah, e outra coisa... - Ele a olhou de cima a baixo com um olhar que ela considerava ofensivo, mas que decidi ra ignorar, assim como ignorava outras coisas desagradáveis;

todos sabem que nenhum emprego é perfeito. O quê? ela perguntou, receosa.

Você precisa fazer algo a respeito de sua aparência. Toda a nossa equipe precisa de uma melhoria, mas você mais do que todos, katy. Ele a criticara mais de uma vez, mas katy não gostava de usar nada além de um bom sabonete e de dar uma escovada nos cabelos claros e rebeldes. Suas obrigações como camareira exigiam que ela acordasse muito cedo, e não queria incômodo. Além disso, fora criada pela tia-avó, uma senhora de bom-senso que não suportava maquiagem e lhe ensinara a fazer o mesmo. Katy odiava o modo como Rupert às vezes fazia com que ela se sentisse apenas metade mulher. Por que ele fazia isso? Porque ele se sente atraído por você, e porque ele jamais se recuperou do fato de você tê-lo rejeitado. Porém, a insegurança algumas

vezes é incontrolável, e ela perguntou: -O que há de errado com minha aparência?

Quanto tempo você tem?- Rupert tirou o cabelo da testa. O caso é que o príncipe é um conhecedor de coisas belas, em especial das mulheres. Embora eu não acredite em um milagre, espero que você se esforce enquanto ele estiver aqui. Para começar, um pouco de maquiagem não iria mal. E você vai ganhar um uniforme novo.

A maioria das mulheres adoraria pensar num uniforme novo, mas o olhar de Rupert deixou katy em guarda. Furiosa, ela começou a corar, desde o pescoço até o exagerado contorno de seus seios, grandes demais para sua constituição delicada.

Mas...

-Nada de mas-disse Rupert.-Eu sou o chefe, katy. O que eu digo é o que vale.

Ela não podia argumentar. Mordeu a lingua e observou Rupert sair da recepção com um ar melodramático. Ela es tava havia tempo demais naquele emprego e às vezes ima ginava se teria coragem de ir embora. O costume é um laço poderoso, principalmente para os inseguros, e tudo que ela conhecia era aquele lugar. Fora trazida para o vilarejo quando ficara órfã e entregue as cuidados da tia-avó, uma solteirona admirável que não tinha a menor ideia de como consolar o sofrimento de uma criança. Katy sentia muita saudade dos pais e chorava todas as noites. Apesar de bem-intencionada, a tia-avó fora rigorosa com ela e exaltara as virtudes de uma vida simples, de dormir cedo e de se dedicar à leitura. Porém, katy fora uma decepção. Não se dedicara aos estudos e suas qualificações se limitavam a um elogio em culinária e a uma menção especial por sua contribuição ao jardim da escola. Quando a tia-avó ficara doente, ela cuidara da senhora, que rendo pagar de alguma forma a bondade que recebera. De pois que ela morreu, katy teve a mesma sensação de estar sozinha que sentira ao perder os pais. O emprego como ca mareira do hotel de Rupert deveria ser temporário, enquanto ela resolvia o que queria fazer da vida, mas se tornara um confortável refúgio contra os cruéis golpes do destino. Os dias haviam se transformado em meses e em anos, até que ela conhecera Peter, um pastor iniciante. A amizade se converte ra num romance morno. Peter lhe oferecera segurança e bondade, e, quando a pedira em casamento, katy concordara, prevendo um futuro simples e feliz com um homem íntegro que a amava. Era o que ele lhe dizia... Peter assumirá um cargo no norte e haviam planejado que ela iria se encontrar com ele no fim do ano. Porém, no dia anterior ela recebera uma carta que destruíra todas as suas esperanças e sonhos e que zombava de tudo em que ela acreditara, dizendo: Desculpe, katy, mas conheci outra pessoa, e ela está grávida...

Ela estava tão imersa em pensamentos que só notou que alguém entrara na recepção quando ele já chegava ao balcão. Katy se endireitou na cadeira, improvisou um sorriso de boas-vindas e ficou paralisada. Foi um daqueles raros mo mentos que só acontecem uma vez na vida. Ela teve a sensação de ser tragada por um olhar hipnótico, como se estivesse sendo devorada por ele. Atordoada, fitou o par de olhos mais incríveis que já vira. Olhos da cor do sol poente, cheios de magnificência e esplendor, sustentados por um brilho frio e metálico. Katy se apoiou na mesa por detrás do balcão. Não conseguiu desviar os olhos do rosto de traços arrogantes e altivos, que pareciam esculpidos em algum metal raro e bri lhante, e dos lábios curvos e cheios, com os cantos sensuais e zombeteiros, mas firmes e obstinados. Os cabelos eram escuros e ondulados, e a pele morena estava levemente enru bescida, brilhando de suor e vitalidade, como se ele tivesse acabado de se exercitar. Alto e de ombros largos, tinha o corpo forte, mas esbelto, acentuado pela camiseta justa. O tórax musculoso acabava em um quadril estreito e longas pernas. Ele vestia um jeans enlameado, velho e desbotado, que se colava ao seu corpo como uma segunda pele. Katy engoliu em seco, sentiu o ar lhe faltar e o coração disparar. - Eu... Receio que o senhor não possa entrar aqui desse

jeito.

Xavier examinou-a sem a mesma intensidade espantada com que ela o examinava. Ele vira as pupilas dela se dilatam e seus lábios se entreabrir, mas estava acostumado a provocar aquele efeito nas mulheres, mesmo depois de uma árdua cavalgada. A forma balbuciante de falar também não era incomum, embora costumava ocorrer quando ele fazia alguma aparição oficial e as pessoas, impressionadas pelo protocolo e pela ocasião, não sabiam como agir. O mais importante é que ele estava certo de que ela não o reconheceu. Depois de uma vida inteira como objeto de idolatria e lisonjas, ele se tornará especialista em anonimato e em pessoas que fingiam não reconhecê-lo. Bastou um olhar para ver que ela era pequenina e sincera, e que, por baixo do casaco desajeitado do uniforme, possuía o par de seios mais magnífico que ele já vira. Talvez fossem grandes demais para o tamanho dela, mas eram naturais, concluiu Xavier, avaliando-a com olhos de perito.

-De que jeito?-ele perguntou, gentilmente.

Katy sentiu a boca seca. A voz dele também era linda. Grossa como o melado e com uma cadência estranha, um sotaque que ela nunca ouvira e não conseguia identificar. Quem se importava, quando ele transformava cada sílaba num poema? Ah, pelo amor de Deus, ela pensou. Compo nha-se. Só porque levou um fora do noivo não precisa se comportar como uma velha solteirona, olhando para o tipo de homem que não olharia para você duas vezes. Porém, ela não podia controlar o coração disparado.

-Parecendo... Parecendo o qué? Ele parecia perigoso. Tinha o jeito de conquistador displicente que deixa a moto estacionada na calçada. Ela sabia o que Rupert achava de motociclistas em seu hotel. Livre-se dele. Mande-o para a pousada da cidade. E rápido, antes de continuar a fazer papel de boba- Receio que nossos hóspedes precisem usar uma roupa mais formal-katy - disse depressa, repetindo uma das regras de Rupert e notando que o homem diante dela sorriu com ironia. É uma de nossas regras.

Xavier quase deu uma gargalhada ao ouvir a restrição

pretensiosa. Mas por que estragaria uma situação com a qual se divertia? - Uma das regras? ele repetiu zombeteiro. - Uma

regra muito antiquada, devo dizer.

Katy levantou as mãos num gesto de impotência. Concordava com ele, mas o que poderia fazer? Rupert se agarrava ao passado, prezava os símbolos da ostentação e da formalidade. Ele certamente não desejaria que alguém entrasse em seu hotel com as roupas sujas de lama. Katy pensou no número decrescente de hóspedes e achou que seu patrão deveria fazer algumas concessões.

Sinto muito ela disse amavelmente. Mas não posso fazer nada. Nossa política é muito clara.

É mesmo?- ele disse, mergulhando nos olhos cor de água-marinha de katy. Vocês não fariam uma exceção? Como ele conseguia fazer com que uma simples pergunta soasse como... como... Katy balançou a cabeça e pensou que muita gente ficaria feliz em fazer uma exceção para ele. Receio que não. Nem mesmo para os hóspedes...

Ela fez um gesto de desculpas e seus seios balançaram. Xavier sentiu um calor nas entranhas. Para ele não havia nada mais tentador que uma mulher que o tratasse como homem, não como príncipe. Ele se apoiou no balcão e se inclinou em direção a ela com um ar conspiratório. O que você faria se eu lhe dissesse que não estou aqui

como hóspede?

O coração de katy deu um pulo. De perto, ele exalava pura virilidade e causava um curto-circuito em seu cérebro, fazendo-a respirar com dificuldade. O que havia com ela? Tentou raciocinar e concluiu que a resposta não a surpreen dia. Ele realmente não parecia um hóspede.

-Não está?

Não. Ele parou e pensou em quem gostaria de ser. Na pele de quem entraria para viver um breve momento de completa liberdade? Aquele jogo que ele sempre gostava de fazer, desde quando era mais jovem e fora estudar na Europa, levava os seus guarda-costas à loucura. Xavier- ou melhor, o Príncipe Xavier Vicente Caius di Cesare adorava permanecer incógnito, quando e onde lhe conviesse. O seu bem mais precioso era o anonimato. Gostava de fingir levar uma vida que só poderia ser sua por alguns minutos, num mundo em que seria visto como um homem comum e julgado de acordo com sua aparência, sua conduta e suas palavras, e onde a atração importasse mais que a posição pessoal. Não importava que do lado de fora o esperasse um carro blindado cheio de guardas armados e que houvesse outros dois escondidos em algum lugar. Enquanto aquela mulher ignorasse sua verdadeira identidade, ele poderia ser como qualquer outro homem. - Não. Eu não sou um hóspede.

De repente, tudo fez sentido e katy se perguntou como fora tão estúpida. Claro! Você é pintor e empreiteiro - ela disse, sorrindo. - Você veio dar uma olhada nos banheiros. Xavier se ofendeu com a sugestão ultrajante, mas não poderia censurá-la por não saber quem ele era. Pretendia contestá-la, mas ela se levantou e ele ficou fascinado com seu pequeno corpo exuberante e com seu sorriso radiante. Qual foi a última vez que alguém lhe sorriu com tal doçura, ou o tratará como um homem qualquer, e não como um representante privilegiado de uma das famílias reais mais ricas da Europa? Ao sair do clube de polo a caminho do campo de pouso onde estava seu avião particular, ele parara ali por impulso. O suor de uma intensa cavalgada ao sol ainda lhe umedecia a pele, mas ele ficará curioso para ver o hotel antes que o preparem para sua chegada oficial. Agora ele se perguntava se não teria sido a mão do destino. Fora trazido até ali por alguma mão benevolente e invisível, para que seu apetite sexual fosse despertado por uma mulher humilde que ignorava sua verdadeira identidade?

-Tem razão- ele disse, disfarçando seu desejo. - Vim para avaliar os banheiros.

Certo. Nesse caso... Rupert me mandou acompanhá-lo. Xavier sorriu. Não precisaria aguentar o esnobe inglês que o irritava. A coisa melhorava a cada segundo. Perfeito. Ele correu os olhos pelo corpo dela. Katy sentiu o coração acelerar, lembrou-se da carta amassada dentro de sua bolsa e percebeu, de repente, que nenhum homem fizera com que ela se sentisse daquela maneira antes, nem mesmo Peter, o homem que ela julgara amar o bastante para querer se casar com ele! Seria isso o amor? A pergunta flutuou em sua cabeça, até que ela a conteve. Ah, por favor, katy. Você enlouqueceu? Acaba de conhecer esse homem, não sabe quem ele é. É um estranho que sabe muito bem o quanto é atraente. Se ele vai trabalhar aqui, você não poderá se derreter toda vez que ele olhá-la com seu jeito estranhamente arrogante. Ela sorriu para ele com um ar de eficiência.

-Se você quiser me seguir.... Xavier tentou imaginar como agiria um pintor ou em preiteiro naquela situação. Ainda mais, um pintor enfeitiçado pela beleza de uma mulher pequenina. Tentaria conquistá-la? Ela o olhara como um gato esfomeado diante de uma tigela de leite. Estaria com tanta fome de sexo quanto ele? -Não há nada que eu gostaria mais de fazer-ele mur murou.

A declaração era tentadora, mas também intimidante. Katy lamentou ter abandonado a proteção do balcão. Ao ficar mais perto dele, se sentia... exposta, ciente da estatura e do corpo musculoso. Ela quase nada sabia sobre os homens, mas mesmo assim percebera que ele tinha uma espécie de aura sensual perigosa. O que se faz diante do perigo?-ela se perguntou. Mantém-se certa distância.

- Vamos ela disse depressa. Hum, vamos. Como uma serpente enfeitiçada por um mágico, ele observou o balanço sedutor do corpo dela andando à sua frente. Ela era realmente pequenina, como uma Vênus de bolso, com curvas fora de moda que faziam com que suas nádegas pedissem para ser tocadas. Algumas ex-namoradas que frequentavam os desfiles internacionais haviam lhe dito que as roupas caem melhor em corpos retos, sem busto nem quadril, e Xavier percebeu imediatamente que ela era o tipo de mulher que ficaria melhor despida...

Katy tentava andar normalmente, mas, como poderia, ao sentir o olhar dele queimando-a como uma tocha? Ela resol veu deixar os banheiros para o fim porque seria embaraçoso apontar a tinta descascada atrás de um dos vasos sanitários. Abriu uma porta dupla e entrou numa sala enorme, de teto alto.

Aqui estamos- ela disse, animada. - Esta é a nossa sala de estar, onde os hóspedes costumam tomar café depois do jantar... Não tem sido muito usada ultimamente. Xavier observou o ar de abandono da sala.

Dá para ver ele disse com ironia. A mobilia estava desbotada demais para ser chamada de "chique usada" e o candelabro parecia não ser limpo havia anos. Ele olhou para o candelabro com um ar incrédulo. Katy ficou horrorizada ao ver uma teia de aranha pendurada em sua base.

-É... Bem, é dificil chegar até ele, mesmo com um espa

nador-ela se desculpou.- Eu poderia tentar pessoalmen

te, mas sou meio baixinha.

Ele a olhou de cima a baixo, demoradamente. Claro que é. Presumo que você não seja a faxineira?

- ele perguntou secamente. -N-não, não sou-ela respondeu depressa.- Eu sou... Ela fitou os olhos brilhantes do homem, imaginando se a declaração o faria perder o interesse. Na verdade... sou camareira.

Camareira? Céus! Xavier quase gemeu alto ao imaginá-la, não fazendo uma enorme cama, mas deitada sobre ela... Aquele corpo macio e voluptuoso afundando em lençóis frescos, e ele mergulhando em cima dela. Foi a imagem mais erótica que já tivera em anos, e ele tentou se livrar da dor na virilha jogando o peso do corpo sobre a outra perna.

É mesmo?-ele murmurou. - Deve ser um trabalho muito... interessante?

Katy olhou-o desconfiada. Estaria debochando dela, di

minuindo um trabalho necessário que não dava status? Mas,

ele parecia interessado. Ela lhe deu o beneficio da dúvida.

Tem seus momentos ela disse com franqueza, sor rindo. Sério, você não acreditaria nas coisas que os hós pedes costumam esquecer nos quartos!

Como por exemplo?

-Não posso contar- ela disse constrangida. Ele

Uma camareira discreta.

riu.

Discrição profissional ela concordou. Pelo me

nos é um trabalho que me deixa muito tempo livre. -Acho que isso diz muita coisa-ele respondeu, pensa

tivo. Ela não ousaria falar com ele daquela maneira natural e

direta se soubesse quem ele era.

-Sim. Ela abriu a boca para falar sobre a linda área em volta do hotel, sobre os cantinhos secretos onde se podia devanear, sobre o refúgio perfumado que ela criara em seu próprio jardim, mas mudou de ideia e se calou. Vá embora antes de se fazer de boba. Já não basta ter sido uma com pleta idiota? Você acaba de levar o fora de um homem.... É melhor não amedrontar outro... Olhe, já falei demais. relutante, embora reparasse que ele não medira nada. Ele não parecia ter sequer onde escrever!

É melhor eu deixar que você faça seu trabalho ela disse

Xavier a observou. O mais prudente seria revelar quem ele era, dizer que não era pintor ou empreiteiro, mas ele não se sentia nada sensato. Na verdade, sentia-se inquieto e um tanto rebelde, sentimentos que haviam se intensificado após os últimos acontecimentos em sua ilha. Ele endureceu o queixo. Só que: não era mais a sua ilha: estava sob o domínio de seu irmão mais velho, era dele. No momento em que Casimiro fora coroado, Xavier sentirá que não haveria lugar para ele. O ano de luto pelo pai o deixou estranhamente vazio, e era um dos motivos pelos quais estava ali. Resolvera trocar a agitação de Nova York por uma vida mais calma e comprar um dos mais famosos campos de polo do mundo, realizando o antigo sonho de fundar uma escola desse esporte. Ele olhou para a loura, en cantado com sua beleza. Ela era tão pequena, delicada e leve que ele achou que poderia carregá-la com uma só mão, como se fosse um troféu. Imaginou o contraste do corpo pálido sob sua pele morena. Uma mulher pequena como ela suportaria o peso de um homem do seu tamanho? Ele percebeu que sua inquietação se transformara em desejo. A força daquela atra ção, depois de tanto tempo ausente, pegou-o desprevenido. Ele olhou para os lábios dela e o seu tom rosado aumentou lhe a ansiedade. Lábios como pétalas umedecidas pela chuva, levemente entreabertos, feitos e implorando-para serem beijados. Ela permitiria? Nenhuma mulher lhe resistia porque nenhuma recusaria a atenção de um príncipe, mas ele jamais beijara alguma protegido pelo anonimato... Como ele se sai ria como operário? As garotas do interior deixariam que um pintor ou um empreiteiro tomasse liberdades com elas assim que sentissem o desejo correr em suas veias? Xavier reparou que os olhos dela escureciam e se enchiam de doçura e de cautela ao fitá-lo, e concluiu que sim. -Não ele disse de repente. Não vá embora.

Katy arregalou os olhos e pensou que se enganara. -Como?

-Não quero que você se vá- ele disse com um sorriso de cumplicidade. E você também não quer.

Bastou um segundo para que a fantasia que ela alimentava desde que o vira entrar se tornasse realidade. Ele se aproximou e Katy sentiu que deveria protestar, mas as palavras não saíam, embora ela soubesse que ele pretendia beijá-la e que não seria nada apropriado ou profissional beijar um homem que acabara de conhecer. Porém, ela estava magoada e amargurada pela rejeição de Peter: o futuro lhe escapara, e ela se sentia vazia e rejeitada. Ao amassar a carta que rece bera do noivo, imaginara que jamais seria desejada por outro homem. Agora, aquele homem surgira do nada. Você não quer ir a lugar algum, quer?-ele insistiu

-Eu... eu não sei.

Você gostou?

num murmurio. -Acho que sabe tanto quanto eu, caríssima. - Ele in clinou a cabeça, roçou os lábios nos dela e os sentiu tremer.

Sim- ela sussurrou ao sentir que ele roçava seus lábios de novo, dessa vez mais demoradamente. Katy percebeu que estava perdida quando ele a abraçou e beijou-a seriamente. Ela sentiu que vivera à espera daquele momento. A carta de Peter a deixara vazia, em sofrimento e sem sentido. No entanto, todos os seus medos e inseguranças, toda a dor e a rejeição haviam sido apagados pelo simples poder do beijo incrivel daquele homem.

Xavier sentiu que ela se entregava. Ela engasgou quando ele intensificou o beijo. Ele sentiu a reação instantânea e gloriosa do próprio corpo e começou a calcular quanto tempo levaria para sua segurança localizá-lo. Tempo suficiente para trancar as portas, fazê-la se ajoelhar e lhe dar prazer? Ela era fácil demais, ele pensou num misto de desejo e de desgosto, reconhecendo que tinha medidas diferentes para os dois sexos, como a maioria dos homens. Mas isso não o impediu de pegar na mão dela e de tentar fazer com que ela o tocasse. As coisas aconteceram simultaneamente: um alarme vibrou no bolso do seu jeans, a moça deu um gritinho e afastou a mão rapidamente, e um telefone tocou a distância.

Em meio à névoa de humilhação e com uma sensação estranha nos seios, Katy se afastou, olhou para o homem, horrorizada, e ficou muito vermelha ao perceber que a lembrança da ereção dele ficaria impressa em seus dedos.

O que diabos você pensa estar fazendo?ela perguntou, tremendo, consciente de que deveria se fazer a mesma pergunta. Por que deixara aquele estranho tomar tais liber dades com ela?

Xavier deu uma risada de escárnio ao olhar para os seios intumescidos, cujos mamilos despontavam sob o uniforme desajeitado, implorando para serem tocados. O seu de sejo frustrado se transformou em autorrecriminação. Estaria tão ávido por uma mulher a ponto de se comportar daquela maneira? Como se fosse um adolescente que jamais fizera sexo?

Pensei que era óbvio ele garantiu. Eu estava lhe dando o que seu corpo implorava e que, pelo jeito, ainda implora. Infelizmente, não tenho tempo para satisfazê-la, pelo menos por agora, embora, francamente, eu prefira que minhas mulheres resistam um pouco mais. Ele endureceu a boca, num misto de desprezo e frustração, e combateu a vontade de beijá-la novamente. Ninguém lhe disse que tudo o que é dado com muita facilidade perde seu encanto?

Katy se sentiu injustiçada. Ele não acreditaria se ela lhe dissesse que jamais se comportava daquela maneira. Além disso, por que ela deveria levar toda a culpa? Fora ele que começara. Beijá-la com tal habilidade que ela derreterá em seus braços...

E você acha que não tem nenhuma culpa? - ela per guntou, querendo esbofeteá-lo. Ele percebeu a intenção nas mãos crispadas e balançou a cabeça, furioso.

-Nem pense em fazer isso, carissima-ele advertiu. A ameaça velada fez com que katy adquirisse o senso e ela ficou envergonhada, mas era tarde demais para chorar, por que, com um último olhar frustrado e desdenhoso, o homem deu meia-volta e saiu da sala sem dizer mais nada.

Katy ficou parada por algum tempo, sem poder acreditar, até que ouviu o ruído distante de pneus sobre o cascalho e correu para a janela a tempo de ver dois carros pretos luxuosos que saíam a toda velocidade. Ela ouviu o barulho potente dos motores e estremeceu. De onde teriam vindo e para onde estariam indo? Ela tentou se recompor, passou as mãos nos cabelos e voltou à recepção, onde encontrou um homem gorducho, vestido num macacão manchado de tinta e com um bloco nas mãos, parado diante do balcão. Ele sorriu ao vê-la.

-Posso... posso ajudá-lo?-ela perguntou, embora seu sexto sentido soasse um alarme em sua cabeça. Espero que sim-disse o homem com um sotaque irlandês. Eu sou o pintor. O mestre de obras, para ser exato. Vim medir as salas. Onde quer que eu comece?

PARADA NO pequeno quarto do seu chalé, katy se olhou no espelho e balançou a cabeça, horrorizada. Como poderia trabalhar daquele jeito? Parecia uma daquelas mulheres que se vê saindo de algum bar numa noite de sexta-feira ou de sábado do. O tipo de mulher que se enfia dentro das roupas sem se importar que sejam menores que seu tamanho. A costureira não poderia ter errado nas medidas, já que ela experimentara a roupa, não uma, mas duas vezes. Ela virou para se ver de costas, e estremeceu. De costas estava ainda pior. O tecido grudava às suas nádegas e parecia chamar a atenção para as curvas generosas. Seus nervos já estavam em frangalhos, e pegar o novo uniforme na costureira piorara seu precário es tado mental. Ela o vestira tremendo, mas ele não parecia lhe servir de qualquer ângulo que olhasse. Muito curto e aperta do, e o tecido sintético se esticava sobre seus seios fazendo com que parecessem enormes. Katy não queria usar roupas que a deixassem consciente do seu corpo curvilíneo, nem emplastrar o rosto com uma maquiagem que não sabia como aplicar. Porém, Rupert lhe deu uma aula sobre rebeldia e ela acabou cedendo, assim como concordaram em se livrar dos sapatos baixos e usar saltos tão altos que mal conseguia andar. Sob o rímel e o gloss, ela se sentia uma fraude, mas não estava em posição de discutir. Como poderia fazê-lo quando se colocara numa situação injustificável? Rupert ignorava que ela se comportava como uma tola ao deixar que um completo estranho a beijasse de um jeito que ainda a deixava vermelha só de lembrar. Só que, no caso, o completo estranho acabara sendo um príncipe, um hóspede de honra que logo chegaria ao hotel com sua comitiva. Um principe mentiroso e fingido, ela pensou com amargura, que achava engraçado exercer seu poderoso fascínio e se distrair com uma mulher ingênua e estúpida que se deixara encantar. Era assim que ele se divertia, brincando com subalternos?

Depois que ele saiu do hotel na semana anterior, bastaram apenas alguns minutos para que katy deduzisse que o homem de olhos dourados não era um pintor, mas o príncipe Xavier. Ela procura na internet e vira seu retrato oficial. O belo rosto que a encararam na tela do computador era muito diferente do homem de jeans que a beijava com natural sensualidade. No site oficial do reino, Xavier vestia algum tipo de uniforme de gala, com um paletó escuro cheio de medalhas penduradas. O cabelo preto estava mais liso que ondulado e ele estava sério, com uma expressão severa. Ela tenta resistir, mas se inebria com sua beleza antes de se lembrar que ele a enganara deliberadamente. Ela esquecera o retrato e pesquisava a história da ilha em forma de lua crescente, um paraíso encravado no mar Jónico, perto da Grécia, não longe do extremo sul da Itália -, rica em ouro e em outros minerais preciosos. A família de Cesare era extremamente rica e possuía propriedades e investimentos em todas as partes do mundo.

Katy deu uma última olhada na estranha imagem que a olhava do espelho e concluiu que não poderia adiar o inevitável. Estava na hora de enfrentar o homem que ela beijara impetuosamente e que, por um momento de estupidez imprevisível, fizesse seu coração florescer. E depois? Rezar para que ele não contasse ao seu patrão que ela se comporta com tamanha falta de profissionalismo e para que ele a deixasse em paz com suas lembranças embaraçosas.

O dia ensolarado de verão lhe proporcionou uma linda caminhada através de alamedas verdejantes e folhas amareladas. Embora ainda fosse cedo, quando chegou ao hotel viu uma limusine preta estacionada na entrada e um vigia corpu lento parado à porta.

-Eu trabalho aqui ela disse, em resposta ao olhar hostil que recebeu ao se aproximar. Identificação? ele disse bruscamente.

Katy pescou a carteira de motorista na bolsa, entregou-a e esperou que ele comparasse o rosto dela com o da fotografia no documento. O homem lhe deu passagem. Seguranças não precisam ter habilidade no trato com pessoas, ela pensou secamente. Depois de trocar os tênis pelos sapatos de salto alto e de guardar a bolsa, olhou ao redor, maravilhando-se ao descobrir como um pouco de cuidado e de atenção causa para tamanha transformação. As paredes haviam sido pintadas num tom claro de ocre que ampliava o espaço e lhe dera um ar de limpeza. As teias de aranha e o pó haviam sido tirados dos candelabros que pendiam do teto, numa cascata cintilante. Enormes vasos de flores se espalharam pelo ambiente e faziam uma enorme diferença. Íris azuis e rosas brancas acrescentavam perfume e beleza às salas do térreo. Na noite anterior, katy fez a cama na suíte do príncipe, com os lençóis de algodão egípcio trazidos especialmente de Londres. Ela passava os dedos no tecido fresco e se espantava com o que Rupert estava gastando para receber o honrado hóspede. As cortinas novas de veludo que pendiam do dossel.

...da cama haviam mudado a aparência do quarto, e a iluminação fora remanejada. Até o velho banheiro foi desmontado e substituído por uma versão top de linha. Ela puxava o uniforme muito curto quando Rupert entrou na recepção, com um ar de satisfação.

-O príncipe chegou?- ela perguntou, nervosa.

Ele está a caminho. Um de seus homens me ligou. O coração de Katy acelerou. Ela não queria vê-lo. Mentirosa. Você não parou de pensar nos olhos dourados e nos lábios macios.

- É melhor que eu vá...

-Espere um minuto.

Katy reparou que Rupert não tirava os olhos dela, olhando-a de cima a baixo, e pensou que, quando o príncipe olhara para ela da mesma maneira, por mais que ela achasse ser errado, sentir-se aquecida, como se ele tivesse acendido uma chama em seu íntimo que ela não desejava apagar. Sentira-se como se ele tivesse lhe dado vida. Quando Rupert olhava para ela, tudo o que sentia era náusea e um arrepio de nojo.

- Você está maravilhosa, ele disse em voz rouca. Ela se virou para sair, mas ele a pegou pelo braço. Não se mexa, katy. Deixe-me olhá-la direito. Rupert...

Muito bonita ele disse. Muito bonita mesmo. Que pernas incríveis você tem! Onde você se escondeu durante todo esse tempo?

Katy escapou de responder porque ouviram o ruído de passos. Soltou-se da mão de Rubert e se virou a tempo de ver os olhos dourados do homem que entrava pela porta. O olhar dele estava duro e frio como o aço. Ela se prepara para o encontro desde que confirmou sua identidade na internet,mas nada poderia prepará-la para o choque de vê-lo com sua verdadeira aparência pela primeira vez. Não havia um fiapo de jeans, nem manchas de lama. Ao entrar daquela forma arrogante, ele não poderia ser confundido com nada além de um príncipe. Sua estatura e sua impressionante presença transmitiam imponência e autoridade. Ele irradiava força e poder. Por mais que dissesse a si mesma para não olhar, katy não conseguia desviar os olhos dele. O terno escuro caía com perfeição. O tecido caro delineava e chamava a atenção para seus músculos. Uma camisa branca como a neve contrastava com a pele morena e com os cabelos negros. Porém, os olhos tudo dominavam, brilhantes e perigosos, fitando-a de um jeito devastador. O pulso de katy acelerou. Sentiu medo e constrangimento. Deveria fazer uma reverência? Ela só vira referências em filmes e sua tentativa de imitar o gesto resultou num desastre. Ela se arrependeu ao vê-lo sorrir com desdém.

-Não faça reverência... Não quero formalidades-Xavier declarou, mas a fúria que fervia dentro dele não se devia ao fato de ela ter quebrado algum código de conduta. A razão de sua fúria estava em algo mais básico que a etiqueta. Algo inexplicável acontece e não o agradava: por mais que ele não esperasse nem quisesse, a pequena loura o deixava obcecado. Uma camareira! Uma humilde empregada mal paga que ele deveria ter esquecido na mesma hora. Desde que a abraçava e beijava na semana anterior, ela perturbava suas noites e seus sonhos, talvez por ser a única mulher que ele beijava sob o manto do anonimato. Ao corresponder com tamanha paixão, ela rompera uma das convicções mais fir mes de Xavier: a de que, apesar de suas qualidades físicas inegáveis, sua maior atração para o sexo oposto estava no sangue real. A camareira não sabia seu status e não pareceu se importar. Ela parecerá desejá-lo, apenas ele. A lembrança de como ela reagirá avidamente o perseguirá, e ele imaginara como aquele corpo curvilíneo se comportaria ao estar nu e ofegante sob o seu. Ele se vira claramente entrando no corpo dela. Noite após noite, acordava banhado em suor, ansiando por fazer amor com ela. Ela lhe provocará interesse apenas por estar no lugar certo, na hora exata, despertando seu desejo sexual adormecido com uma força inexplicável que o atingirá com todo o peso. De que outra forma ele poderia explicar seu interesse contínuo por ela? Em parte, não ficará ansioso ao aterrissar na Inglaterra, sabendo que a encontraria outra vez e que lhe bastaria estalar os dedos para que a lourinha lhe desse exatamente o que queria?

A ideia de se perder no corpo de uma mulher depois de tanto tempo sem sexo lhe parecia doce, mas tudo o que Xavier sentiu foi uma grande decepção, porque a mulher que via hoje era uma mera caricatura da que estivera em seus bra ços. Ela mudará completamente. Seu rosto atraente e fresco desaparecerá. Em vez de parecer uma linda flor do campo, arrancada do jardim por impulso, ela parecia uma flor artificialmente criada numa estufa. Os exuberantes seios, antes apenas insinuados discretamente sob o desajeitado uniforme, agora eram ostentados numa roupa justa demais e muito curta, a um passo da vulgaridade. Sua baixa estatura foi superada por saltos exageradamente altos. E os olhos dela! Ele os considerava hipnóticos ao natural, mas agora estavam cheios de maquiagem e os traços de delineador diminuem o efeito do tom de água-marinha. Ela parecia vulgar!

Xavier ficou desiludido, mas já deveria estar acostumado, porque isso sempre acontecia. As pessoas nunca eram elas mesmas na presença da nobreza: vestia-se para serem notadas; falavam o que achavam que ele queria ouvir; com

portavam-se como marionetes comandadas pelo seu status, e

às vezes ele se cansava de poder manejá-las à vontade.

Sua alteza real-disse Rupert.-Posso sugerir...?

Não interrompeu Xavier com ar desdenhoso. Não faça sugestões. Ele recordou o modo como o inglês olhava para ela quando ela entrara. Ela pertenceria ao hoteleiro? O coração dele quase parou ao pensar que mais de uma vez algum homem lhe ofereceria a mulher, numa tentativa patética de agradá-lo. O inglês faria o mesmo? Ele aceitaria a oferta? Ele recordou que seus ancestrais aproveitavam os encantos do sexo oposto que lhes eram oferecidos da mesma forma que se oferece uma taça de vinho ou um prato de al guma comida deliciosa. Xavier olhou para a loura e notou a veia que batia em seu pescoço. Quem é essa mulher?

Esta é a katy nossa camareira... Entre outras coisas... disse Rupert, abaixando o tom de voz. Posso me livrar dela se o senhor quiser conversar comigo em particular. Xavier fez um gesto impaciente para que ele se calasse.

Que presunção! Como se ele pudesse querer algo em particular de um homem como aquele!

Ela conhece a região?

Katy sentiu vontade de protestar por ser tratada como se estivesse ausente. Sim, conhece disse Rupert, como se ela fosse um

animal amestrado. - Na verdade, ela sempre morou aqui. Xavier voltou para ela e notou que seus olhos azuis se dilatam, Sentiu-se deliciado. Sim, ela seria sua antes do fim do dia, porque aquele apetite inconveniente deveria ser alimentado, se quisesse se livrar dele. - Ótimo. Então, ela me servirá de guia enquanto eu estiver aqui.

Katy abriu a boca, horrorizada.Mas eu não tenho qualquer qualificação como guia ela protestou em voz aguda.

E daí? desafiou Xavier.

Certamente... katy engoliu em seco e apertou as mãos. Não vai acontecer. Ele não vai querer que aconteça. Certamente o senhor deveria escolher alguém que fosse treinado para protegê-lo, alteza.

A sugestão de Xavier fora feita sem pensar... Ele poderia retroceder facilmente, mas a objeção de katy fez com ele resolvesse insistir. Ao expressar o desejo de se manter distante, ela selará seu destino. Ele se acostumou a ter todos os seus desejos atendidos e o protesto quase inaudível o intrigava. De repente, a lourinha impaciente não estava mais tão ansiosa!

-É muito gentil da sua parte se preocupar com meu bem estar, ele murmurou com ironia. Mas desejo um guia, não um guarda-costas. Alguém que conheça o lugar será bem mais útil que um dos meus homens.

Katy se encolheu. Útil. Ele a chamara de útil. Era o tipo de palavra que se usava para designar as luvas de borracha da faxina. Uma descrição nada lisonjeira, mas talvez ele tivesse feito de propósito e escolhido a palavra com malícia e com cuidado.

Além disso, eu trabalho aqui, ela disse- Não posso sair de repente para servir de guia- Ela olhou para Rupert com uma súplica no olhar: será que você não pode ir no meu lugar?

Claro que pode, Rupert disse, ignorando o apelo. -O hotel estará fechado para outros hóspedes enquanto o príncipe estiver aqui. Certamente outra pessoa poderá trocar os lençóis! Katy estará ao seu dispor pelo tempo que o senhor quiser, sua alteza real. Ele olhou para ela com um

inconfundível ar de advertência. Precisamos ter certeza de que o príncipe terá o que desejar, não é, katy?

Katy sentiu-se enojada. Rupert reduzirá seu trabalho e sua importância à simples troca de lençóis e toalhas. Ele era um cafajeste. Não vira o príncipe franzir os lábios arrogantes diante de sua bajulação? Porém, ela tinha preocupações mais importantes que a arrogância do hóspede. Ela tinha sérios motivos para não querer lhe servir de guia. Katy pensou sonhadoramente no beijo que ele lhe deu e na própria reação. Fora um momento eletrizante, crucial em sua vida, e se tornara ainda mais estimulante depois que ela descobrira quem ele era. Imaginou o perigo de ficar perto do príncipe, e sua excitação se misturou ao medo. Que motivo ele teria para solicitá-la como guia? Ela se arriscou a olhar para ele, viu a zombaria no fundo dos olhos dourados e, de repente, percebeu. Ele deseja você e, mais ainda: ele acha que vai tê-la. Ela mordeu o lábio. E, pelo jeito que você se comportou com ele, pode realmente culpá-lo por pensar assim? Se tivesse sabido a verdade, não teria sentido o que ainda sentia agora? O jeito como ele a beijara e abraçara havia feito com que ela se sentisse desejada. Seu coração partido e rejeitado renas cera ao perceber que um homem como ele poderia cobiçá-la. Cedendo ao clamor do próprio corpo, que exigia ser saciado, katy deu de ombros, tentando disfarçar a ansiedade.

O que eu poderia dizer? Que ficaria encantada? Xavier percebeu um tom sutilmente resignado na voz dela. Estaria se fingindo de recatada, tentando demonstrar algum decoro, ao contrário da semana anterior? Excelente, ele murmurou.

Rupert ficou alegre.

Bem, se isso está resolvido... Talvez o senhor queira me acompanhar, sua alteza real, e eu lhe mostrarei sua suite.-Não, não-Xavier falou calmamente, dispensando-o com um gesto. -Deixe-nos a sós-ordenou. atenderá às minhas necessidades. A

Rupert hesitou por um instante, intrigado, antes de sair como um menino amuado, deixando katy sozinha com o príncipe. Houve um momento de silêncio e ela não sabia o que fazer ou o que dizer. Tudo o que sentia era um arrepio e o coração disparado, enquanto ele olhava para ela.

Você parece desconfiada - ele comentou ao reencontrar a beleza de água-marinha dos olhos dela. Está?

Katy engoliu em seco. Desconfiada como o diabo, e também tremendamente excitada.

Por que eu estaria desconfiada, alteza? Isto não responde a minha pergunta. Ele franziu a

testa. - Você está com medo de mim?

De jeito nenhum-ela respondeu, abaixando os olhos para esconder a mentira.

Xavier deu um sorriso curioso. Ela não percebia que o desejo exalava do seu corpo tenso e curvilíneo, por mais que tentasse disfarçar? O fato de ela tentar resistir a ele era um poderoso afrodisíaco. Do fundo do buraco escuro que ocupará o seu corpo por tanto tempo, Xavier sentiu um empuxo de desejo correspondente. -Mostre-me minha suite - ele disse amavelmente.

Você está diferente hoje - observou Xavier. As palavras a atingiram como uma carícia, mas katy nada disse por um instante. Sentia-se confusa, seus sentidos estavam à flor da pele e ela tentava aceitar que estava sozinha com um príncipe, no quarto recém-decorado. Ficou sufocada ao sentir que ele a olhava como se pudesse enxergar seu corpo através do uniforme apertado. E ali perto havia uma enorme cama, que ela mesma preparou! A bagagem deveria ter chegado antes dele, assim como uma pasta de papéis timbrados que estava em cima da mesa e outros objetos caros espalhados pelo quarto: um par de abotoaduras de ouro gravadas com um brasão complicado, e uma escova de cabelos de prata incrustada de pedras preciosas. Pareciam muito caros e antigos, e o fato de serem objetos pessoais os tornava intimidantes, lembrando que estavam num ambiente íntimo. Um roupão estava jogado nas costas de uma cadeira e suas dobras de cetim lembravam uma cascata de prata. O armário entreaberto deixava entrever camisas muito brancas e um chicote de montaria, com o cabo de couro gasto, estava encostado na porta. Katy engoliu em seco e se perguntou quanto tempo seria considerado adequado para se retirar, embora soubesse que, no fundo, gostaria de passar o dia inteiro perto dele.Muito diferente - ele murmurou, continuando a examiná-la. O coração de Katy batia num ritmo frenético. Ela se consolou pensando que pelo menos ele não sabia disso e manteve uma expressão indiferente. Sim, alteza- respondeu automaticamente. Estou com um uniforme novo.

Xavier olhou para os botões que desciam provocativa

mente pela frente da roupa e que pareciam perder a batalha

para conter os magníficos seios.

O que aconteceu? ele perguntou em voz trêmula. -Você engordou enquanto ele estava sendo feito? Katy desconfiava que Rupert mandaria a costureira apertar o uniforme, mas ela jamais lhe diria isso. Por mais que

Rupert merecesse, falta de lealdade com o patrão não é uma

qualidade apreciada, como também não o seria responder à insolência do grosseiro príncipe, por mais que ele merecesse.

Não que eu saiba - ela disse friamente.

Xavier correu os olhos pelas curvas onduladas do corpo de Katy. Se ela engordara, fora um ganho, porque em seu corpo não havia um grama de carne que não devesse estar ali. Ela não estava na moda, ele concluiu. Era muito arredondada para o gosto moderno, mas provocava uma atração primitiva que permeia o desejo de qualquer homem: um imperativo biológico que inconscientemente anunciava que quadril macio e seios grandes equivalem à fertilidade. Ele sentiu a boca seca e uma contração nas entranhas. Aqueles seios magníficos jamais deveriam ser cobertos pelo uso de roupas. Talvez ele lhes fizesse um favor removendo-as o mais rápido possível. Ela se parecia com uma das mulheres nuas que compunham o seu quadro favorito na sala do trono, em Zaffirinthos, e que ele costumava olhar com olhos ávidos, quando ainda adolescente. Entretanto, ela não reagira conforme ele esperava.

Xavier olhou-a com interesse. Hoje ela não mandava os deliciosos sinais de "venha me beijar" que o haviam le vado a beijá-la sem pensar. Os olhos dela não lhe diziam que ele tinha permissão para fazê-lo de novo. Pelo contrário, ela olhava para ele com cautela, como se tivesse acabado de descobrir que estava sozinha no quarto com uma cobra. Por quê? Além disso, dessa vez eles não estavam num lugar público, e sim num local onde havia uma cama, e os seus guardas não os perturbaram a não ser que ele os chamasse... que a detinha?

Xavier ficou intrigado. A não ser que ela tivesse desejado o homem que achava que ele era, e não o homem que ele era de fato! Uma mulher atraída por um operário, não por um representante de uma das casas reais mais prestigiadas da Europa! De uma forma inexplicável, aquela ideia o excitou mais que tudo que ele poderia pensar.

Então, qual delas é você de verdade? - ele perguntou devagar. Eu a peguei de surpresa no outro dia, toda suave e natural? Ou você costuma ter essa aparência de corista? -Sem conseguir resistir, ele olhou para as nádegas de Katy Talvez você tenha achado que um príncipe reagiria mais facilmente aos sinais mais óbvios que você está emitindo hoje. Estou certo, katy?

Ele disse o nome dela de um modo diferente de todo mundo. Sua língua parece acariciar a primeira sílaba, como se a estivesse beijando. Embora percebesse vagamente que ele acabara de ofendê-la com seu jeito de falar, o corpo de Katy a traiu e reagiu sem que ela pudesse controlá-lo, mostrando-lhe sua incapacidade de resistir. Ela sentiu o sangue latejar nas veias, sua garganta se fechou e mal conseguiu balbuciar:Eu... nem sonharia em ser tão presunçosa, alteza. Não? ele perguntou, notando que ela chorava. É uma pena, porque talvez eu apreciasse um pouco de presunção neste momento. Talvez eu esteja cansado de pessoas que sempre me reverenciam e lisonjeiam, agindo como marionetes, dizendo o que acham que eu quero ouvir. Gostei mais do jeito que você se comportou comigo no outro dia. Senhor...

-Gostei da franqueza com que me olhou, do desejo e vi que demonstrou por mim e do jeito com que se entregou ao meu beijo, derretendo-se em meus braços... Do seu corpo delicioso que prometia prazeres imprevisíveis. Katy sentiu a garganta seca. Ela tentara esquecer aquele dia.

Senhor...

Se aquele maldito alarme não tivesse soado, quem sabe o que teria acontecido? - ele disse em voz rouca, adorando o jeito como ela tentava não se entregar à sua sedução. Mas nós dois sabemos como teria acabado, não é, Katy?

Por favor, pare de olhar para mim desse jeito, ela implorarou mentalmente. O olhar dele fazia seu sangue correr como se fosse mel, seu coração ameaçava derreter e ela se arrepiava como se estivesse numa tempestade de neve. Cathy tentou encontrar algo para dizer, mas a única coisa que lhe chegou aos lábios foi um som estrangulado e incompreensível. Eu...

-Não há nada que eu odeie mais que negócios inacabados. Ele murmurou. - Portanto, acho que deveríamos fazer tudo de novo, não acha? Beije-me de novo, Katy. Mas, dessa vez, não parei. Ele a assustou, mas também a excitou. O corpo dela vibrava de ansiedade ao ser olhado daquele jeito e ela queria sentir os lábios dele sobre os seus novamente. Seria tão errado? Xavier ficou intrigado. A hesitação de katy o surpreendeu. Ele tocou o rosto dela. Não se recordava de algum dia ter precisado pedir duas vezes.-A não ser que haja algo que nos impeça? Talvez você tenha algum compromisso com outro homem?- Ele falou com tanta arrogância de quem sabia não haver outro homem que não pudesse ser descartado em função de seus desejos: o desejo do príncipe tinha precedência sobre todos os outros. O único problema é que ele teria de esperar... E ele não queria esperar. Não quando seu desejo era inesperadamente aguçado e extraordinário.

Katy balançou a cabeça. Seu coração batia descompassadamente. Como poderia pensar com ele olhando para ela daquele jeito?

-Não. Não tenho. Ela mordeu o lábio e se lembrou da sensação de solidão e de rejeição que a invadira ao receber

a carta de Peter. Havia... Houve alguém. Eu estava noiva dele, mas... Mas....

-Mas o quê? insistiu Xavier, ansioso para eliminar o último obstáculo do seu caminho. Ele... Bem, está acabado.

Xavier se permitiu dar um sorriso de satisfação. Perfeito. Absolutamente perfeito. Um noivo significava que ela tinha alguma experiência, mas também que era fiel. Ele perguntou se o homem teria partido o coração de katy. Se fosse o caso, ele lhe mostraria que havia vida após o fim de um romance e que ela poderia desfrutar do carinho de outro homem... Ele passou o dedo sobre os lábios dela, pensativo, reconhecendo que, de certa forma, ela conseguiria o melhor e o pior ao tê-lo como amante: ele seria o melhor amante que ela poderia ter, mas katy passaria o resto da vida procurando, sem resultado, um homem que se igualasse a ele.Então, vamos fazer amor - ele disse simplesmente.

Alteza! Ela disse, chocada, percebendo que o protesto saíra sem convicção. O olhar intencional escurecerá os olhos dele e os deixará extremamente sedutores. A expectativa de que ele a abraçasse era demais para resistir. O desejo ardente no seu coração vazio ultrapassa tudo o que ela já sentira. Ela deveria detê-lo? Não deveria ao menos tentar?

Katy jamais saberia, porque ele a puxou para seus braços, dando um sorriso que fez com que ela desejasse desesperadamente beijá-lo e reviver as estranhas sensações que ele lhe provocara da outra vez. Ela se contorceu nos braços dele, meio constrangida, mas tudo o que provocou foi uma risada zombeteira, e logo notou por que ao esbarrar na sua enorme e formidável ereção. Katy sentiu que o seu coração batia num ritmo frenético e que seu sangue fervia. O seu corpo reagia cegamente à doce sensação de contato com o dele.

Senhor! ela gemeu.

Xavier corrigiu num gemido. O que foi? Diga.

O que ela poderia dizer a não ser que se sentia no paraíso? Era como se não estivesse viva até aquele momento, porque nenhum homem a fizera sentir-se daquele jeito. Ele estava tão perto que ela sentia o calor do seu hálito no rosto, o que lhe parecia tão íntimo que a deixava entorpecida. Estava fora de si, e todos os seus instintos lhe diziam para fugir de Xavier antes que fosse tarde demais. Porém, quando ele a beijou, seu bom-senso se dissolve imediatamente num desejo intenso e enlouquecido. Katy viu que estava perdida. O último beijo que ele lhe deu foi indolente, quase displicente, como quando alguém enfia o pé na água para testar sua temperatura. Mas agora, não. Agora ele mergulhará direto. Os lábios dele exploravam os dela com habilidade, exigiam com sensual insistência e a faziam gemer de prazer. Sem preámbulos, Xavier a empurrou sobre a cama macia e viu que ela arregalava os olhos ao sentir que ele lhe desabotoava a roupa. Você pensou que nós... brincamos durante horas, debatendo-nos na cama ao remover uma peça de roupa de cada vez? Não. Ele sorriu ao ver a pele branca de katy.

Gosto das minhas mulheres despidas ele murmurou,

beijando-lhe o pescoço.

Os pensamentos de katy pelejaram para serem ouvidos em meio ao clamor dos sentidos. Ele disse "Minhas mulhe res", o que significava que tivera várias. Ela engoliu em seco quando ele começou a passar os lábios no seu queixo. Claro que ele teve várias mulheres... Você realmente acha que um homem como esse não teria? Outro botão se abriu e katy fechou os olhos ao sentir o dedo dele acariciar teu ventre. Ela deveria contar a ele? Porém, agora ele lhe tirava os sapatos e a meia-calça. Xavier passou o dedo na sola do seu pé, traçando um círculo, e Cathy achou incrível a sensação que sentia com um gesto tão provocativo, mas inocente.

-Ah-ela suspirou, esquecendo todos seus receios e se arrepiando sob as carícias de Xavier, porque, naquela situação, toda a pompa e circunstância que o cercavam haviam se dissolvido. De repente ele voltará a ser apenas o homem de jeans, o homem de olhos dourados que a havia enfeitiçado e que a fazia renascer através dos seus dedos experientes e ágeis. Isso é... Isso é ótimo...

Xavier sorriu rapidamente enquanto a livrava do uniforme e avaliava sua roupa de baixo. Podia se dizer muita coisa sobre uma mulher pelas suas roupas de baixo, e ele já vira mais do que sua cota. Renda branca virginal, sempre incoerente, ou o cetim vermelho sensual escolhido para mandar uma mensagem bem específica sobre sua usuária. Ele já vira todas as variedades em preto, e peças onde menos supostamente sugeria mais. Vira nádegas cobertas por calças largas e outras quase nuas, vestidas com tangas brasileiras. Vira ligas, meias, cintas-liga que escorregaram no momento mais inoportuno, mas nunca vira uma roupa de baixo como a de katy. Era... Ele passou os dedos nas costas dela, procurando o fecho do sutiã. Funcional seria a melhor palavra para descrevê-la, porque certamente não fora escolhida pensando em chamar a atenção. Calcinha e sutiã cor da pele, e ele reconheceu que este último tinha uma tarefa difícil a desempenhar. Quando o fecho se abriu, Xavier gemeu de satisfação ao ver os seios de katy pularem do sutiã, gloriosos, livres e soltos. Porca miséria! - ele resmungou, olhando admirado antes de cobri-los com as mãos.

Katy mergulhou a cabeça no travesseiro, vagamente consciente de que deveria protestar, mas não foi capaz de formar uma frase porque logo os lábios dele atearam fogo em seus seios.

-Ah-ela suspirou.

Xavier recolheu a língua por um segundo e respirou profundamente, sentindo a potência de sua ereção e o calor do próprio sangue. Ela correspondia da forma que ele esperava, talvez mais do que em seus sonhos, e ele reconhecia que sonhos são poderosos e às vezes interferem na realidade, modificando-a. Por um momento ele sentiu que conhecia aquela mulher porque a encontraria no mundo inconsciente que ele habitava ao dormir. Seria esse o motivo pelo qual estava tão excitado, ou seria apenas porque seu corpo estava ávido por uma carícia feminina? Só que ela não o acariciava, talvez porque estivesse seminua e ele, ainda vestido. Ele roçou-lhe os lábios.

Você me perdoa se eu me afastar um minuto? Katy ficou espantada ao ver que a bolha sensual em que se perdera de repente evaporava.

Afastar?-ela repetiu. Xavier sorriu, satisfeito. Ele já ouvira dizer que as mulheres mais humildes tudo aceitavam de seus amantes, por causa de sua indisfarçável paixão e por desprezarem a tese de que uma mulher nunca deve demonstrar muito entusiasmo se quer amarrar um homem. Ele passou o dedo na pele de katy e ela se arrepiou. Ela deveria saber que nada de permanente resultaria da relação entre eles. Ao contrário das belezas ambiciosas do seu passado, aquela sensual camareira não teria expectativas de um futuro junto dele. A ideia lhe parecia libertadora.

Só enquanto eu tiro a roupa ele explicou, passando o dedo no seio dela. Quero sentir minha pele contra a sua.

-Ah-ela disse docemente. Katy corou de prazer, deleitando-se com o entusiasmo despertado por aquelas simples palavras. As dúvidas que lhe restavam foram banidas pela gloriosa realidade do que estava acontecendo. Que coisa adorável de se dizer.

Então... Ele se afastou, relutante, e levantou. Ela era tão doce... Xavier não se lembrava de conhecer uma mulher tão direta. Ele tirou rapidamente os sapatos e se livrou do paletó, enquanto os olhos azuis observavam cada movimento seu, sem disfarçar a satisfação. Você quer que eu faça um lento striptease para você?- ele perguntou em voz trêmula. Esse tipo de coisa a excita?

Katy ficou vermelha. Lento striptease? Deixar que o príncipe tirasse as roupas lentamente e que talvez mudasse de ideia quanto ao que estava prestes a acontecer? Quanto ao que ela queria que acontecesse? Iria acontecer, ela pensou com firmeza, porque jamais se sentira daquela maneira katy jamais imaginara que aquele tipo de prazer ansioso pudesse existir e que eliminasse seu pudor. Bem, ela estava deitada em uma das camas do hotel, usando apenas a calcinha, e não se importava! Perdeu o fôlego ao ver o príncipe desabotoar a camisa, revelando o peito largo. Até aquele momento ela seguirá tudo que lhe fora ensinado, e aonde chegará? A algum lugar. Ela jamais sentia por Peter o que sentia pelo príncipe. Era como se fosse morrer se ele não voltasse e a beijasse outra vez. Ela desistiu de pensar e se perdeu nos olhos dele, enquanto ele puxava a gravata e a jogava no chão. Abanou a cabeça em resposta à pergunta que ele lhe fizera.

Ela não disse. Não quero nenhum tipo de show, Eu... só quero que você volte para cá. -Vou voltar- ele prometeu. - ele prometeu. Assim que eu me livrar dessa... Ele abriu o cinto e o zíper das calças. Depois tirou algo que refletiu como prata e colocou na mesa ao lado da cama, livrando-se das calças e da cueca...- katy prendeu a respiração e ele sorriu. - Grande, não?-ele perguntou, satisfeito, deitando ao lado dela e fazendo com que ela o tocasse. Embora contrariada com aquela intimidade, katy queria dar prazer a Xavier, e, depois do constrangimento inicial, ela perdeu a inibição. Pelo contrário, queria conhecer o corpo dele e explorá-lo, familiarizar-se com cada centímetro da carne morena. Ansiosa, ela o acariciou, mas ele afastou a mão dela como se o queimasse. Não, ele disse com firmeza, beijando-lhe a mão. Não na primeira vez. -

Ela não entendeu o que ele dizia, mas ele se colocou sobre ela e começou a beijá-la, eliminando todas as perguntas, dissolvendo tudo, exceto a pura paixão. Era a coisa mais maravilhosa que já aconteceu com ela.

Ah Ela gemeu, contorcendo o transmitindo-lhe seu crescente desejo. corpo debaixo dele, Xavier se abaixou para provar seu doce calor e acariciá-la com os dedos, pensando em como ela era arrebatada. Em geral ele gostava de percorrer um repertório formado por suas habilidades sexuais, algo que encantava suas amantes. As mulheres o consideravam generoso, e, de certa forma, ele era, embora sempre o acusassem de esconder suas emoções. Entretanto, ele sabia que lhes dar tanto prazer era uma espécie de ostentação sexual, uma necessidade inata de ultrapassar os outros homens que elas haviam tido. A maldição do caçula real era sentir sempre a necessidade de se afirmar. Enquanto katy lhe massageava os ombros carinhosamente e lhe lambia o mamilo, ele estremeceu e sentiu que não poderia esperar. A ansiedade natural de katy o afetava como jamais lhe acontecera: ele se sentia como quem passa pela privação prolongada de água sob o sol e encontra uma bebida ansiosamente desejada, fresca e incrivelmente doce. Xavier pegou um preservativo e o colocou, ciente de que ela o observava. Ele aprendera algo que lhe fora inculcado desde a puberdade: o valor da semente real.

Katy mordeu o lábio. Deveria dizer a ele que era desajeitada, que temia desapontá-lo? Porém, quem, em sã consciência, desejaria que a realidade ameaçasse a delicada magia em que ele a envolverá? Ele a abraçou e beijou novamente, e era tarde demais para dizer alguma coisa. Ela estremeceu ao sentir a língua de Xavier em sua boca e um calor irresistível lhe percorreu o corpo, eliminando todos os seus pensamentos. Era como se ela estivesse possuída por uma ansiedade, um desejo, uma necessidade de senti-lo cada vez mais perto, que fugia ao seu controle e regia seus movimentos. Katy sentiu que ele ficava tenso e mudava de posição, colocando-se entre suas pernas, enquanto continuava a beijá-la. Ela teve um segundo de dúvida e pensou em contar a ele, mas o segundo coincidiu com um movimento firme de Xavier, com uma dor aguda e com a doce sensação de aquele homem magnífico preenchê-la. Ela deu um grito estrangulado. Ele também O que ele estava dizendo? Claro que não deveria ser "não" Não? Algo mudará. Havia ação, mas o clima do quarto mudava da satisfação para a raiva. Confusa, Cathy lutou para recuperar a sensação da qual tanto se aproxima, movimentando o quadril de acordo com o ritmo de Xavier.

Fique parada ele falou, trincando os dentes. Mas era tarde demais. Ela se contorceu embaixo dele com um que o enlouqueceu, e isto, combinado com o calor dentro dela, o fez se perder. Estava completamente perdido. Foi o orgasmo mais intenso que ele já tivera, e, entretanto, ele o odiava a cada gemido. Xavier se afastou de katy assim que seu corpo se recuperou dos poderosos espasmos, e olhou para ela envolto numa nuvem negra. Por que você não me contou? Ele acusou, saindo da cama, pegando o roupão e amarrando-o na cintura.

Katy percebeu a censura em seus olhos quando ele se inclinou sobre ela como um anjo vingador.

Mas... Alteza-la disse em voz trêmula, sem saber como chamá-lo e sentindo-se cada vez mais envergonhada e confusa.O que foi que eu fiz?

-O quê? Você sabe muito bem o que foi que você fez! ele disse, revoltado. Que tipo de jogo você está fazendo?

-jogo?

Você não achou que seria uma boa ideia me dizer que era virgem?

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