/0/17405/coverorgin.jpg?v=28421f9e7a054cc96a73fde5f3249fff&imageMogr2/format/webp)
Eu estava no ateliê, sentindo a seda do meu vestido de noiva, quando a organizadora me ligou em pânico.
"Dona Isabel, o noivo exigiu mudar o nome da noiva nos convites para 'Tatiana'."
Olhei para o lado e vi Rodrigo ao telefone, sorrindo para o nada, um sorriso cúmplice que há muito não era para mim.
Quando o confrontei, ele não negou. Com a audácia de quem sempre me teve na palma da mão, ele segurou meu rosto com uma falsa piedade.
"Isabel, a Tatiana está morrendo. É o último desejo dela se casar comigo. É só caridade. Precisamos adiar o nosso casamento. Você entende, não é?"
Enquanto ele pregava sua falsa nobreza, meu celular vibrava com fotos íntimas que a própria Tatiana me enviava da cama deles, provando que a doença era uma mentira cruel.
Ele achou que eu era a mulher submissa de sempre, que esperaria ele brincar de marido com a ex enquanto eu guardava meu vestido no armário.
Engoli o choro, forcei um sorriso gélido e disse que aceitava adiar.
Mas assim que ele saiu, confiante de que me enganou, disquei o número do meu pai com as mãos trêmulas de raiva.
"Pai, ative o acordo com os Valadares agora. O casamento vai acontecer na mesma data e local. Mas o noivo será Leandro."
Capítulo 1
Isabel Botelho POV:
"Pai, eu preciso que você ative o acordo de casamento com os Valadares. O mais rápido possível. Na data original do meu casamento."
Minha voz saiu estranhamente calma, enquanto um tornado de emoções se agitava dentro de mim. Do outro lado da linha, houve um silêncio pesado. Eu podia sentir a confusão do meu pai, mesmo a quilômetros de distância.
"Isabel? Você está bem, minha filha? Que história é essa de acordo de casamento? Você já não vai se casar com Rodrigo no próximo mês?"
A pergunta dele perfurou meu peito. Sim, eu deveria. Deveria estar nos preparativos finais, feliz, ansiosa. Mas o destino, ou a crueldade, tinha outros planos.
"Pai, por favor. Não pergunte nada agora. Apenas diga que você pode fazer isso."
Minha voz tremeu um pouco. Eu estava no limite. Não conseguia explicar, não agora. Apenas precisava que ele concordasse.
"Isabel, você me assusta. O que aconteceu? Você e Rodrigo..."
Ele começou, a preocupação evidente. Meu pai, sempre tão protetor. Mas eu não podia ceder. Não podia deixar minha voz entregar a dor que me consumia.
"Não importa, pai. Eu só preciso que você confie em mim. Eu vou me casar com Leandro Valadares. Na mesma data. No mesmo local."
Houve outro silêncio, ainda mais longo. Eu podia ouvir sua respiração pesada. Meu pai sabia da força da minha determinação quando eu a mostrava.
"Tudo bem, minha filha. Se essa é a sua vontade. Mas saiba que sua felicidade é a única coisa que me importa. Se você estiver sofrendo..."
Ele não terminou a frase. Eu senti o nó na garganta. Ele não precisava saber o quanto eu estava sofrendo. Não ainda.
"Eu ficarei bem, pai. Eu prometo."
Desliguei antes que as lágrimas pudessem escapar. Eu não era de fazer escândalos. Eu tomava decisões definitivas. E essa era a decisão mais definitiva da minha vida.
Eu amei Rodrigo. Cinco anos da minha vida. Eu o amei com uma entrega que hoje soava ridícula. Lembro-me de cada detalhe do nosso começo. Ele era o meu mundo.
Eu sonhava com nosso casamento, com nossa casa, com a família que construiríamos. Planejava cada joia que desenharia para o nosso futuro. Queria que cada peça contasse a nossa história.
Mas a história mudou. De repente. De forma brutal. Sem aviso.
Eu estava no ateliê, provando o vestido de noiva. O tecido de renda branca caía suavemente pelo meu corpo, um sonho que eu havia guardado por anos. A costureira ajustava os últimos detalhes, e minha mãe me olhava com os olhos marejados de felicidade.
"Isabel, você está deslumbrante! Rodrigo vai cair duro quando te vir."
Minha mãe sorria, mas um sorriso forçado se formava nos meus lábios. Por que eu não conseguia sentir a mesma alegria? Uma sensação de vazio me acompanhava há semanas.
Então, vi. Pelo canto do olho. Rodrigo estava ao telefone, parado na porta de vidro do ateliê. Ele não me via. Seus olhos estavam fixos na tela. E o sorriso. Aquele sorriso. Não era o sorriso que ele dava para mim. Era íntimo. Cúmplice.
Meu coração afundou. Uma pontada gelada me atingiu. Ele ria, falava baixo. Seus olhos brilhavam de um jeito que eu não via há muito tempo.
"Isabel? Tudo bem, querida?"
A voz da costureira me puxou de volta. Eu pisquei, a imagem de Rodrigo se desvanecendo.
"Sim, sim. Tudo ótimo."
Eu forcei um sorriso, tentando afastar a sensação ruim. Mas era tarde. O universo já estava conspirando.
Minutos depois, meu celular tocou. Era a organizadora do casamento.
"Dona Isabel, o noivo nos ligou. Ele disse que quer mudar o nome da noiva nos convites."
Minha respiração parou. O ar sumiu dos meus pulmões. O som pareceu se dissipar. Eu senti meu corpo gelar.
"O quê?"
Minha voz era um sussurro quase inaudível. Minhas mãos tremiam incontrolavelmente. O vestido de noiva, antes um símbolo de alegria, agora parecia um sudário.
/0/18051/coverorgin.jpg?v=6dc53dbd96ade653bccf943fcd30e735&imageMogr2/format/webp)
/0/16935/coverorgin.jpg?v=c06469b0857222a2ab2d3398c567ca70&imageMogr2/format/webp)
/0/1622/coverorgin.jpg?v=fff7d508cb42de34250c42930ff135ec&imageMogr2/format/webp)
/0/2957/coverorgin.jpg?v=20251202104313&imageMogr2/format/webp)
/0/16693/coverorgin.jpg?v=d1efb432bc6b9a5d81e4009522fbf56a&imageMogr2/format/webp)
/0/16413/coverorgin.jpg?v=de42547ea0c89389a0f65d3c58cb1787&imageMogr2/format/webp)
/0/13817/coverorgin.jpg?v=20250126170114&imageMogr2/format/webp)
/0/17288/coverorgin.jpg?v=20251106092829&imageMogr2/format/webp)
/0/13463/coverorgin.jpg?v=88a8ed3c7f39210e0c74d1805e5abd6e&imageMogr2/format/webp)
/0/16064/coverorgin.jpg?v=20251106024333&imageMogr2/format/webp)
/0/15087/coverorgin.jpg?v=9acfd47deaf8b76e23eb34b29beba785&imageMogr2/format/webp)
/0/15579/coverorgin.jpg?v=20251105170636&imageMogr2/format/webp)
/0/16967/coverorgin.jpg?v=f3d8f12d4c3e02e6a08cfd16c53819ee&imageMogr2/format/webp)