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Para ajudar a startup de tecnologia do meu noivo, eu investi toda a minha herança no sonho dele e até passei por noventa e nove cirurgias humilhantes de reconstrução do hímen para satisfazer seu fetiche bizarro.
Mas, a apenas um procedimento do nosso casamento, ouvi a verdade. Ele me chamava de sua "galinha dos ovos de ouro" e as cirurgias eram apenas "puro teatro" para atrair investidores com fetiche por virgens.
Ele nunca me amou. Ele nunca sequer me tocou.
Em vez disso, ele me dopava com "shakes de proteína" para me manter dócil e me exibia para velhos pervertidos.
O plano dele era me humilhar publicamente no altar, expor meus segredos médicos mais íntimos e depois se casar com seu amor de infância, Bárbara.
Ele ia me destruir, dançar sobre as cinzas da minha dignidade e me deixar sem nada.
Mas se ele queria um show, ele teria um. Só não o que ele planejou. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para o único homem que eu havia bloqueado, o implacável magnata carioca Constantino Alcântara: "Acabe com o meu casamento. Preciso de você."
Capítulo 1
Meu estômago se contraiu em um nó, uma onda familiar de enjoo me invadindo enquanto a anestesia local começava a passar. O cheiro estéril da clínica grudava na minha pele, um lembrete sufocante de onde eu estava e do que eu tinha acabado de suportar. Esta era a nonagésima nona vez. Noventa e nove vezes eu me deitei nesta mesa, suportando a reconstrução precisa e dolorosa de um hímen que, na verdade, nunca havia sido rompido.
"Você é muito corajosa, Srta. Sampaio", disse a Dra. Helena, sua voz suave, tingida com uma preocupação que ela já não conseguia mais esconder. Ela me olhou por cima dos óculos sem aro, seu olhar inquisitivo. Nós duas sabíamos que isso não era normal.
Ofereci um sorriso fraco e ensaiado, apertando meu robe de seda ao redor do corpo.
"Apenas ansiosa para o meu grande dia, doutora."
A mentira tinha um gosto amargo na minha língua. Meu grande dia. Um casamento que parecia uma armadilha para a qual eu estava caminhando de bom grado.
Ela assentiu lentamente, uma leve ruga de preocupação se formando entre suas sobrancelhas.
"Claro. Noventa e nove... falta só mais uma, então?"
Sua pergunta pairou no ar, um apelo silencioso por uma explicação que eu não podia dar.
"Sim. Só mais uma", confirmei, minha voz mal passando de um sussurro.
Minhas bochechas queimavam de vergonha. O que eu poderia dizer? Que eu estava fazendo isso por um homem que dizia me amar, mas exigia prova de uma inocência que eu nem sequer possuía de verdade? Soava patético, até para mim.
Eu era Ana Luiza Sampaio, a "resolvedora de problemas" de São Paulo, a socialite que podia orquestrar qualquer evento, abafar qualquer escândalo. Minha imagem pública era de uma compostura inabalável, inteligência afiada e elegância sem esforço. Mas por baixo da fachada polida, eu estava desmoronando.
Por cinco anos, eu derramei meu coração, minha alma e minha considerável fortuna em Christian Tavares. Ele era mais jovem, ambicioso, com olhos gentis e um charme jovial que havia desarmado meu cinismo habitual. Ele era o fundador promissor de uma startup de tecnologia, e eu acreditei nele. Eu acreditei em nós.
Toda a minha herança, minhas conexões construídas com tanto esforço, minha reputação – tudo foi investido, tudo sacrificado pelos sonhos dele. Eu organizei festas luxuosas, o apresentei a investidores poderosos e naveguei pelas águas infestadas de tubarões da Faria Lima e dos Jardins em seu nome. Eu era sua rocha, sua estrategista, sua parceira devotada.
E para quê? Para satisfazer sua exigência peculiar, seu fetiche bizarro. Ele me prometeu casamento, um casamento de verdade, após o centésimo procedimento. Era o jeito dele, ele explicou, de garantir que nossa união fosse pura, imaculada. Ele queria sentir que era o primeiro, o único. E eu, como uma tola, concordei. Eu queria tanto ser amada que o deixei ditar os termos do meu próprio corpo.
Minhas pernas pareciam bambas quando saí da clínica. O sol de São Paulo, geralmente um calor reconfortante, parecia duro, me expondo. Uma dor surda latejava entre minhas coxas, espelhando a dor mais profunda em meu peito. Eu só queria ir para casa, me encolher em uma bola e fingir que o mundo não existia.
Meu motorista, um homem estoico chamado Daniel, parou silenciosamente. Ao entrar no banco de trás do meu sedã de luxo, notei um carro familiar estacionado algumas vagas adiante. O Audi Q8 preto e elegante de Christian. Ele devia estar me esperando. Uma pequena centelha de calor, rapidamente extinta, floresceu em meu peito. Ele estava sempre tão ocupado.
Parei, prestes a mandar uma mensagem para ele, quando ouvi vozes. A risada de Christian, alta e estrondosa, cortou o silêncio da tarde. Meu coração deu um pequeno salto estranho. Ele raramente ria assim comigo ultimamente. A curiosidade, uma coisa perigosa, impediu minha mão de alcançar a maçaneta da porta.
"Cara, o que você tá fazendo aqui?", uma voz masculina, mais grave, soou. Era Ricardo, o melhor amigo e sócio de Christian.
Christian bufou.
"Buscando minha galinha dos ovos de ouro, o que mais?"
Minha respiração falhou. Galinha dos ovos de ouro? Meu sangue gelou, medo e confusão lutando pelo domínio.
"Ainda bancando o namorado devotado, hein?", Ricardo riu. "Ela ainda acredita naquela baboseira de noiva virgem?"
Christian zombou, um som de puro desdém que revirou algo dentro de mim.
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