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A Lenda de Kate Vegas

A Lenda de Kate Vegas

fcm

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Capítulo

(Proibido a reprodução sem autorização do autor) Uma lenda dos antigos nativos do Texas contava a história de um Waya(espírito de lobo) que foi um guardião dos lobos e um mediador entre essas feras e os homens. Os nativos aguardam um tempo onde os lobos irão escolher outro entre eles. Uma mulher, delicada como uma flor e astuta como uma serpente é a escolhida! Kate Vegas vive dilemas entre seu destino com os lobos e uma vida normal de garota do Condado de Kinney próximo a Brackettville. Ela é de fácil sorriso, brincalhona e amável com todos. Uma moça linda e doce não poderia ter inimigos, mas seu destino a colocará frente a frente com o mal. Seus inimigos são maiores do que ela pensa... Ela ama a justiça e fará o que tiver ao seu alcance por todos que ama. Todos os direitos reservados

Capítulo 1 À Sombra do Lobo

1976, 8hrs de uma manhã ensolarada em Brackttville no Condado de Kinney, Texas, Estados Unidos da América.

Em volto a ataduras sujas de sangue, uma jovem mulher(20) loira, em seu quarto, deitada em sua cama.

Da vidraça da janela uma faixa de luz "toca" seu rosto. Seu semblante de paz de quem realmente precisava de um descanso é desfeito por suas sobrancelhas franzindo pelo clarão, agora em seu olho. Então, abrindo-os lentamente, revela seus olhos castanhos esverdeados.

Ainda deitada, sua mente a leva de volta na noite anterior entrando pela madrugada.

Começam uns fleches de memória: Rapidamente, "passam", umas garras sujas de sangue! Por pouco não é atingida no rosto! E aqueles olhos vermelhos! Chifres com pontas amareladas. Asas de couro com as bordas "anêmicas"! A coisa ou demônio, a ataca sem parar com suas mãos, ou asas com garras! Parece faminta por sangue! É incansável! Ela se desvia como pode nos últimos milésimos de segundo! Os fleches em sua mente ficam confusos entre várias investidas bem sucedidas da criatura e rostos humanos bem conhecidos! Sons de tiros de escopetas e revolveres entre gritos se misturam... Uma última lembrança revela a imagem de um morcego gigante com calda passar voando na frente da lua clara daquela madrugada.

As lembranças terminam dando lugar só a visão do aconchegante quarto.

"Meus amigos!" Com olhos inquietos, lembra ela.

"Pai!"... Grita sentando-se rapidamente,... mas um silêncio frio é a resposta.

Levanta-se e, cambaleante, caminha até a penteadeira. E praticamente se joga sentando-se no banco derrubando algumas coisas de cima do móvel, dentre os quais uma caixa de madeira com bijuterias e cacos de vidros se espalham pelo chão de madeira, separando uma foto de uma moldura, revelando uma família feliz no papel.

Ergue a cabeça, mas fica com o olhar baixo. Mira então no espelho, e apenas seus olhos, em meio aquelas ataduras. Eleva a mão até uma ponta do esparadrapo próximo a maçã de seu rosto. Fecha os olhos e, de novo aqueles fleches de memória; Cheiro de sangue em meio a violência de ataques sem piedades em seu rosto. Ela teme o que poderá encontrar em baixo das ataduras, mas o calor daquelas lembranças a faz puxar rapidamente o esparadrapo. Começa a desenrolar as faixas manchadas de um sangue coagulado, e baixando a cabeça ainda com os olhos cerrados, estica o braço com o punho apertando as ataduras, respira fundo, e enfim solta-as no chão. Abre os olhos, mas fica com a cabeça baixa com o rosto olhando para os trapos imaginando as marcas que ficarão para sempre em seu rosto. Ela tem que se olhar no espelho e encarar o seu destino! Levanta o rosto...

"Como pode?!"... Pensa ela contemplando uma pele totalmente revigorada, incrivelmente sem marcas nenhuma! Parecendo não ter participado de nenhuma batalha, ela descobre que seu "sono reparador" é mais poderoso do que ela imaginava. Passa a mão no rosto quase sem acreditar no que vê!

Sem demora, começa então a tirar todas aquelas ataduras em seus braços, tórax e pernas, ficando com suas roupas intimas. O tecido do curativo está imundo, mas sua pele parece não ter sofrido dano! "Mas como? E aqueles cortes e arranhões de ontem?" Ela descobre que sua regeneração acelerada durante uma noite de sono profundo realmente é mais forte do que ela imaginava.

Agora um olhar frio para o seu rifle escorado ao lado do móvel... Ela só pensa em fazer justiça! Pega a arma rapidamente e, conferindo se está armada, a deixa em ponto. Abre a gaveta e apenas um batom rosa clarinho, uma escova, um pente e uma caixa de balas novinhas; Pega rapidamente e começa a carregar a arma...

Levanta-se, ainda meio tonta, abre o rústico guarda roupa, e olha para umas botas seminovas. Pega uma jaqueta de couro e uma velha calça jeans desbotada, já com um cinto, e uma blusa com botões e estampa quadriculado em cores vermelho, marrom e bege. Sem demora e quase caindo, vestisse.

Olha para a sua direita, e estica o braço até um gancho na parede e pega o seu coldre pesado com seu revolver, e o coloca na cintura por cima do seu sinto com uma grande fivela de bronze e com um estampado sobre longos chifres de boi escrito: "Garota do Texas".

...

Minutos mais tarde...

Uma pickup chevy c10 69 está em disparada em uma estrada de cascalho deixando uma nuvem de poeira para trás... Segundos mais tarde, o veículo para em frente a uma casa que marca a entrada de um rancho. Jack Williams Vegas(52 anos) abre a porta as pressas e sai rapidamente arrodeando para a porta do passageiro, abre:

_ Vamos Carlson! _ Carlson Brown(47 anos) é um velho amigo de Jack e está com o braço esquerdo sangrando e com a perna esquerda quebrada. Jack o tira cuidadoso com Carlson agarrado em seu pescoço. Em meio a dor ele ainda acha tempo e brinca:

_ Se você chorar no meu velório "eu volto só pra chutar a sua bunda"! HUMP!(dor)

_ Você ainda tem muitos rodeios pela frente. _ Jack responde a altura mas não consegue disfarçar o tom de voz preocupado com tudo o que vem ocorrendo nos últimos dias naquela região. Ele sobe os três degraus da varanda com Carlson fazendo careta de dor, agarrado em seu pescoço, pulando em uma perna só. O coloca em uma velha cadeira de balanço de madeira e puxa um banco apoiando a perna ferida do amigo, e fala apressado:

_ Espera...Vamos fazer um torniquete e correr para o pronto socorro. _Tira o revolver do coldre e entrega ao ferido que recebe dizendo:

_ Nós vamos sair dessa, pode deixar.(ofegante) _ Jack com um olhar abatido, suor descendo, aperta os lábios e concorda com a cabeça.

Em seguida, Jack pega na maçaneta da porta e abre rapidamente entrando apressado na sala, e em um tom preocupado, chama por alguém:

_ Katherina!(caminha a passos largos) Kate! _O homem preocupado anda em passos largos, passa pela sala, chega ao corredor e vê jogado no chão, próximo a porta do quarto, umas ataduras sujas de sangue. Abre a porta rapidamente e encontra uma cama vazia:

_ Filha?! _ Passa a mão na cabeça deixando cair o chapéu. Olha para uma escrivaninha e vê um bilhete com poucas palavras, escrito às pressas. Ele pega o papel rapidamente e lê:

"Me perdoa, eu tive que ir. Vocês me ensinaram o que se deve fazer numa situação como essa. Tem que ser feito. Eu sei que posso fazer. Está na hora! Isso tem que acabar! Eu te amo pai."

Ele amassa o papel apertando-o contra o queixo. _Quê?! _Respira fundo, e fechando os olhos, seu coração teme pelo pior. Abre os olhos arregalando-os olhando para a janela. As cortinas se balançam por um vento que parecem anuciar um balé da morte...

Minutos mais tarde...

Destinos O mistério do lobo.

1976, 10hrs de uma manhã ensolarada em Brackttville no Condado de Kinney, Texas, Estados Unidos da América.

Uma pickup chevy c10 69 está em disparada em uma estrada de cascalho deixando uma nuvem de poeira para trás... Segundos mais tarde, o veículo pára em frente a uma casa que marca a entrada de um rancho. Jack Williams Vegas(52 anos) abre a porta as pressas e sai rapidamente arrodeando para a porta do passageiro, abre:

_ Vamos Carlson! _ Carlson Brown(47 anos) é um velho amigo de Jack e está com o braço esquerdo sangrando e com a perna esquerda quebrada. Jack o tira cuidadoso com Carlson agarrado em seu pescoço. Em meio a dor ele ainda acha tempo e brinca:

_ Se você chorar no meu velório "eu volto só pra chutar a sua bunda"!HUMP!(dor)

_ Você ainda tem muitos rodeios pela frente. _ Jack responde a altura mas não consegue disfarçar o tom de voz preocupado com tudo o que vem ocorrendo nos últimos dias naquela região. Ele sobe os três degraus da varanda com Carlson agarrado em seu pescoço. O coloca em uma velha cadeira de balanço de madeira e puxa um banco apoiando a perna ferida do amigo e fala apressado:

_ Espera...Vamos fazer um torniquete e correr para o pronto socorro. _Tira o revolver do coldre e entrega ao ferido que recebe dizendo:

_ Nós vamos sair dessa, pode deixar.(ofegante) _ Jack com um olhar abatido, suor descendo, aperta os lábios e concorda com a cabeça.

Em seguída, Jack pega na maçaneta da porta e abre rapidamente entrando apressado na sala e em um tom preocupado, chamando por alguém:

_ Katherina!(caminha a passos largos) Kate! _ O homem preocupado, andando em passos largos, passa pela sala, chega ao corredor e vê jogado no chão, próximo a porta de um quarto, umas ataduras sujas de sangue. Abre a porta rapidamente e encontra uma cama vazia:

_ Filha?! _ Passa a mão na cabeça deixando cair o chapéu. Olha para uma escrivaninha e vê um bilhete com poucas palavras, escrito às pressas. Ele pega o papel rapidamente e lê:

"Me perdoa, eu tive que ir. Vocês me ensinaram o que se deve fazer numa situação como essa. Tem que ser feito. Eu sei posso fazer. Está na hora, isso tem que acabar! Eu te amo pai, por toda a eternidade."

_ Quê?! _ Ele amassa o papel apertando-o contra o queixo, fechando os olhos, seu coração teme pelo pior. Abre os olhos arregalando-os olhando para a janela. As cortinas se balançam por vento que parece anunciar um balé da morte...

...

2O anos antes...

Que descoberta faremos nos próximo minutos? Eis o prazer da vida. Eis uma razão de viver.

O que a madrugada esconde? O que há no oculto esperando ser descoberto?

Na noite profunda, pegadas na areia do deserto que levam a ossos brancos cobertos por uma pelagem suja com sangue ressequida, são rastros de algo sem medo...

A escuridão nem tão pouco o frio congelante da madrugada podem parar os seres criados para ignorar o perigo. Que vagueiam em trilhas ou em fora delas, em grupos ou solitários, atravessando rios ou arriscando-se em altas rochas , a procura da presa fácil ou de uma corrida implacável da vida para a morte pela própria vida.

O deserto do Texas é o lar de uma destas criaturas sem medo.

Um olhar mais atento na penumbra da noite e, por sorte ou maldição, você verá uma delas, e ficar à sombra do lobo.

3:07 da madrugada, 2 de novembro de 1956.

No velho Rancho Vegas, em um cercado ao lado da casa do lugar, algumas ovelhas assustadas berram: "Bééééééé!!!" "Béééééé!!!" "Béééééééé!!!...

Judyenne Wiliams Vegas, está deitada em sua cama, por baixo dos brancos lençóis está com a mão direita sobre a costela do marido, e a sua pantorrilha por cima da canela do mesmo, com seus cabelos loiros escuro cobrindo parte do seu rosto, esforça-se para abrir seus olhos esverdeados "pesados" de sono, vira-se e revela uma barriga abrigando uma pequena vida de quase sete meses, e virando o rosto para a vidraça da janela, contempla uma bela lua prateada, e sem ligar para o belo astro, torna a fechar os olhos, mas a movimentação dos animais no cercado de madeira e o berro das ovelhas insistem em despertá-la:

_Jack! ... acorda! ... As ovelhas estão fazendo barulho! ... Acho que tem alguma coisa assustando elas! _Mas Jack estava cansado demais! Assim num sono profundo, não acordaria tão facilmente. Judy não insiste. Seu marido havia passado o dia consertando a cerca da propriedade. Coloca então suas botas que havia ganhado de Jack, um presente por estar grávida de seu segundo filho(ou filha). Veste uma jaqueta de aviador da segunda grande guerra com logotipo de um falcão escrito "O olho do falcão!"... E, por precaução, leva o velho rifle clássico. Descendo calmamente as escadas se dirige em "passos de gato" até a porta.

Se coloca em posição de ataque com sua arma... Toca cuidadosamente o trinco da porta e, numa ação mais rápida, abre a porta!, apontando o rifle, hora para a direita, hora para a esquerda... esperando encontrar alguma ameaça! Mas até aquele momento ainda não viu perigo algum! Mas as ovelhas continuam berrando! Algo está errado! "Porque o cão não late?!"_Pensa a mulher. É preciso ir até o cercado e descobrir o que é! ...

A madrugada está clareada por uma lua nova, livre e com poucas nuvens. Será possível ver o "perigo" a "olho nú"!

Ao caminhar com a leveza de um felino pelo terreno arenoso do local, ela avista uma silhueta familiar a de um canino, porém, com o dobro do tamanho! Está claro! É um lobo enorme! Imediatamente, ela se coloca em posição de mirar, mirando na besta! ...

Mas algo intriga Judy Vegas ... Ainda apontando para o rosto do animal ... Mas ela não pode atirar! O enorme lobo está ali, sentado, com um olhar sereno e fixo para aquela mulher!

Judy percebe, também, que o lobo não atacou as ovelhas! O que ficou ainda mais estranho. Então o que ele estaria fazendo alí? Porque não pulou o cercado para atacar o rebanho? E qual a razão dele estar ali sem esbouçar nenhuma reação? "E onde se meteu aquele cão danado, que não dá sinal de vida?"_pensa ela.

O grande animal ainda a encara sereno... inclina a cabeça para um dos lados e dá um grunhido baixo...

Judy começa a baixar o rifle, já sem temor algum. Quando o lobo abaixa a cabeça, expressando respeito, e começa a caminhar em sua direção ...

O seu marido acorda-se e, ao sentir sua falta, desce as escadas sonolento. Ao perceber a porta entre aberta, pega a sua arma, e sai e vê aquela fera indo em direção de sua esposa!

_JUDY !!! "BANG!" _Aquele momento é interrompido. Judy vira o rosto em sua direção e, em seguida,ela torna a se virar para a suposta ameaça...mas se dá conta da poeira levantando na fuga do animal em disparada, para o lado oposto ao casal.

O homem corre em direção da mulher, abraçando-a, beijando-a no rosto e apertando-a a seu peito, dizendo:

_ Foi só um susto! Eu pensei que ... Graças a Deus, não foi nada!_ Enquanto Judy está em silêncio, pensativa, com o olhar fixo no horizonte em que sumiu o lobo.

...

Uma alcateia de lobos está descansando enquanto vêm ao longe, se aproximando, o lobo alfa... todos se levantam e partem ao seu encontro em corridas até o alcançarem. Parecem comemorar algo com seus grunhidos, mordidas e uivos! Chegando a ficarem ofuscados pela poeira que levantam naquele "festejo". Enquanto um casal os observam a certa distância em pé, à entrada de sua tenda...O chefe da comunidade indígena declara:

_O lobo já escolheu o seu guardião!..Eles estão querendo uma aliança entre as espécies.

_Como foram nos tempos antigos._Concorda a mulher do líder.

_É ... Eles reconhecem a espécie dominante e sabem que precisarão de um mediador.

_Mas porque não mais um do nosso povo? _Pergunta Lyira Márick, intrigada aguardando uma resposta... Mas o chefe se coloca em silêncio por alguns instantes, e afirma em seguida:

_Os desígnios do Criador são maiores que os dos homens.

Os dois se abraçam enquanto observam os lobos ao longe brincando... enquanto os primeiros raios de sol lhes dão uma silhueta radiante.

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