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Trinta segundos. Era o tempo exato que Jinx tinha antes que o firewall secundário reiniciasse e fritasse o sistema de segurança da Torre Vale, transformando a cobertura em uma fortaleza elétrica.
A chuva castigava o vidro panorâmico do prédio. Um caos sonoro perfeito para mascarar o zumbido do cortador a laser. Jinx ajustou a máscara de visão noturna. O vidro cedeu. Com um empurrão suave, ela deslizou para dentro como fumaça preta, as botas táticas aterrissando no tapete persa sem produzir um único decibel de ruído.
O ar do ambiente era gelado e o local tinha cheiro de pura riqueza.
Jinx ergueu os óculos, revelando olhos castanhos amendoados que brilhavam com a frieza de uma profissional. O reflexo no vidro mostrou brevemente seu rosto: a pele pálida e as sardas sobre o nariz — que geralmente lhe davam um ar de inocência juvenil —, agora estavam escondidas pelas sombras do capuz tático.
Ela consultou o mapa holográfico projetado na tela de seu relógio de pulso. O cofre com o chip "Coração de Titânio" deveria estar atrás da parede falsa no corredor leste. Valor estimado: três bilhões de dólares. Era a sua aposentadoria.
— Fácil demais — sussurrou ela, sentindo aquela coceira na nuca que sempre precedia o desastre. — Cadê a pegadinha?
Ela avançou pelo corredor, ignorando vasos da dinastia Ming que pagariam o PIB de um país pequeno. Jinx não era gananciosa; ela era cirúrgica. Ao chegar à porta indicada pelo hacker, seus dedos ágeis digitaram o código.
Uma luz verde piscou.
Click.
Ela empurrou a porta, esperando ver lasers vermelhos e placas de titânio. Em vez disso, deu de cara com nuvens pintadas à mão nas paredes, um móbile de planetas girando lentamente e o cheiro inconfundível de talco de bebê.
Jinx travou, o sangue gelando.
— Merda. A planta estava errada.
Ela girou os calcanhares, pronta para abortar. A regra número um do seu código era clara: Se o cenário mudou? Suma. Ela não era paga para improvisar em quartos de crianças.
Mas foi aí que ela ouviu.
Ghhhk.
Um som úmido, estrangulado. O som desesperador de ar sendo negado a um pulmão pequeno.
Jinx olhou para a cama no centro do quarto. Havia uma criança ali. Uma menina de uns quatro anos, sentada, agarrando a própria garganta com as mãozinhas trêmulas. O rosto dela estava mudando rapidamente para um tom aterrorizante de roxo.
— Ah, não. Nem fodendo.
Jinx jogou a mochila de trinta mil dólares no chão como se fosse lixo. O "modo ladra" desligou e o instinto humano assumiu o controle.
Ela correu até a cama. A menina estava em pânico absoluto, os olhos arregalados, a boca aberta num grito mudo. Jinx girou a criança, posicionando-se atrás dela. O corpo da menina era frágil demais contra o peito revestido de kevlar de Jinx.
— Cospe isso, vamos! — Jinx rosnou, fechando o punho sobre a boca do estômago da pequena e puxando para cima com força.
Uma vez. Nada. A menina estava ficando mole nos braços dela.
Não morre no meu turno, garota. Não ouse.
A segunda compressão foi mais forte. Jinx sentiu uma costela estalar sob a pressão, mas não parou. Era melhor uma costela quebrada do que um caixão branco minúsculo.
Na terceira vez, uma peça de brinquedo de montar vermelha voou da boca da menina e bateu no assoalho com um clack seco.
A criança puxou o ar com um chiado horrível, parecendo um aspirador entupido, e logo depois começou a chorar. Um choro alto, rouco e, o mais importante, vivo. Jinx caiu de joelhos ao lado da cama, as pernas subitamente virando gelatina, e puxou a menina para seu colo.
— Tá tudo bem... já passou — a voz dela saiu trêmula, a mão enluvada alisando o cabelo suado da criança.
BAAM!
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